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Testamento Vital: Declaração

AVISO: Este artigo pode ser considerado ofensivo e ferir susceptibilidades

Por cobardia do nosso Primeiro-ministro, não será legislada a lei relativamente ao Testamento Vital nesta legislatura. Para os mais desatentos não se está a falar de Eutanásia, mas somente de uma declaração para as situações em que uma pessoa não quer receber tratamento (julgo que por fundamentos religiosos isso já existe) e por algum motivo não se poderá expressar. Infelizmente numa sociedade aldeã, ainda achamos legitimo numa situação como a que descrevi que a pressão social se sobreponha à vontade legitima individual. Parece que ainda não somos nós que mandamos no nosso próprio corpo.

Posto isto, e como não quero ficar a aguardar pela vinda deste diploma, quero deixar bem claro quais as situações em que não quero receber tratamento:

Declaro que:

1 – Caso ocorra um acidente, ou incidente, que me coloque num estado de coma irrecuperável ou vegetativo, não quero receber tratamento médico que me permita viver.

2 – Caso ocorra um acidente em que terei lesões cerebrais graves e diminua substancialmente a minha capacidade de raciocínio, e desse acidente necessite de tratamento para estabilização e sobrevivência, não quero receber esse tratamento.

Mais, para que fique claro a minha posição relativamente a este ponto e à Eutanásia, declaro que se uma pessoa muito, muito próxima de mim, cair numa situação em que a sua vontade se enquadrasse numa situação de testamento vital ou eutanásia, que cumprirei a vontade da mesma, independentemente dos avanços legais sobre esta situação. Julgo que ninguém tem o direito de sobrepor-se, nesta questão, à vontade do próprio causando e prolongando o sofrimento injustificadamente.

Numa sociedade que ainda permite que, por exemplo, existam discriminações baseada em fundamentos religiosos, é tempo de dizer basta a um caso claro de violação do direito natural e inalienável do indivíduo a decidir no seu próprio corpo.