27 dezembro 2011
22 dezembro 2011
Manifesto dos Historiadores Portugueses
Deixo aqui o link para o texto completo (que só encontrei na Esquerda.net)
20 dezembro 2011
Candidato a ministro
14 dezembro 2011
08 dezembro 2011
10 exigências do movimento ocupar wall street
This is a protracted struggle; there will be no 90-day revolution here. Victory will require sacrifice, tenacity and competent strategic insight. The question you must ask is, Are you prepared to do what is necessary to win this struggle? If you answer in the affirmative, commit to victory and accept no other alternative. The people, as we are, are with you. Until we win or don’t lose, our love and solidarity to all those who love freedom and fear only failures.
02 dezembro 2011
Novas Resoluções da ONU sobre a Palestina
O Quarteto diplomático sobre o processo de paz no Oriente Médio deve obrigar Israel a acabar com a sua intransigência, particularmente em relação à construção de assentamentos, acrescentou, enfatizando a igual importância na unidade política entre os palestinos para o progresso no processo de paz e de reconstrução na Faixa de Gaza (...)"
28 novembro 2011
23 novembro 2011
24 Nov. parte2
Um comentador habitual dizia-nos esta semana que na Grécia e na Itália os governos perderam a legitimidade democrática do voto, apesar das assembleias legislativas dos respectivos países estarem mandatadas pelas respectivas constituições para elegerem um novo governo. Esses e outros governos, como o nosso, perderam a legitimidade a partir do momento em que o programa eleitoral com que enfrentaram as eleições foi radicalmente alterado. A partir do momento em que mentem. Há dúvidas sobre a estreita relação entre o aumento da abstenção e as mentiras dos governos sucessivos que temos tido?
Amanhã, munidos das nossas palavras de ordem vária, mais pessoal mais universal, enquadrados ou não pelas palavras de ordem de uma central sindical, de um partido, de uma associação recreativa ou comissão de trabalhadores, não pode estar na rua outra coisa que não o fim de todos os governos que servem o interesse daqueles que nos EUA foram rebaptizados como 1%.
Com a falta de poder político da multidão (esta sensação de que todas as decisões são tomadas à revelia, as guerras, a redistribuição da riqueza, a escandalosa compra e venda do BPN, o poder do banco na concessão de um empréstimo, a justiça ao serviço de uma minoria) ela só pode procurar a forma de recuperar o que lhe foi espoliado. Amanhã é no local do trabalho e na rua. Já começou. É uma luta desigual, sempre foi. Mas a certeza de que a nossa vida nos pertence não nos deve fazer vacilar.
20 novembro 2011
18 novembro 2011
Governo em sintonia com os piores patrões
(...) A sentença do Tribunal da Relação do Porto sustenta que os operários devem ser reintegrados, sem prejuízo da categoria profissional e antiguidade, e que a Ecco tem de pagar as retribuições desde o dia do despedimento. Os nove funcionários, um entretanto emigrou, apresentaram-se ontem ao serviço. A empresa não os readmitiu , alegando que iria recorrer da decisão judicial. (...) O processo deu entrada no tribunal em Janeiro de 2006, altura em que a Ecco despediu 369 trabalhadores e deslocalizou parte substancial da produção para a Eslováquia, Indonésia e Tailândia. "Não aceitámos os acordos de rescisão por múto acordo porque considerámos que a empresa não estava a cumprir as normas, mandou embora trabalhadores com mais de 20 anos de casa, ficaram ao serviço pessoas com menos tempo e continuava a contratar pessoal". (...) Maria Manuela é outra das funcionárias em causa. Tem 45 anos, trabalhou 21 anos na Ecco, foi despedida, juntou-se aos colegas, recorreu ao tribunal. Tem dois filhos, foi paciente de um psiquiatra, e todos os meses tenta esticar o ordenado do marido. "Este processo afectou-nos financeira e psicologicamente. A empresa não está a ser correcta connosco porque continua a meter pessoas à frente dos nossos olhos", desabafa.
16 novembro 2011
15 novembro 2011
A ideia certa. O tempo, sempre foi
Para esta quinta-feira, quando se completam dois meses desde o início do acampamento, está marcada uma ação direta não-violenta de massas, que envolve uma manifestação e a ocupação do metro e da praça Foley. Para esta manhã foi convocada uma assembleia pós-despejo."
12 novembro 2011
Uma maioria, um governo, um presidente
Resolução do Conselho de Ministros de 10-11-2011
(...) Ao Estado importa assegurar a existência de uma oferta adequada de serviços de transporte, disponibilizada às populações e à economia, os quais deverão ser prestados da forma mais eficiente possível. Actualmente o Estado Português assegura directamente uma parte significativa da oferta de transportes através das empresas do sector empresarial do Estado de transportes públicos de passageiros. Porém, a experiência das últimas décadas mostra que os níveis de eficiência com que o faz se encontram abaixo do resto das empresas, resultando em desperdícios de recursos para a sociedade. É intenção do Governo que o conjunto de reformas a levar a cabo altere de forma estrutural o funcionamento da economia portuguesa, tornando-a mais eficiente e competitiva, o que passa por centrar a intervenção directa do Estado nas áreas que constituam o seu verdadeiro papel. Deste modo deverá ser aberto espaço à iniciativa privada, permitindo o desenvolvimento do tecido empresarial português, a criação de novas empresas, a promoção da inovação e a criação de emprego. A abertura à iniciativa privada da exploração dos serviços de operação de transportes públicos aprofundará os ganhos obtidos com a fusão das empresas do sector empresarial do Estado de transportes públicos em Lisboa e Porto, introduzirá uma maior focagem da gestão empresarial na contenção de custos e na atracção de novos clientes, com base em critérios racionais e independentes do poder e influências políticas. O Estado deverá assim transferir para a iniciativa privada a prestação dos serviços de transportes em que aquela se revele mais competente, o que constitui a segunda fase das reformas traçadas para atingir o equilíbrio operacional do sector dos transportes.
10 novembro 2011
Mikis Theodorakis
28.10.11
08 novembro 2011
Festival Temps d`Images
06 novembro 2011
31 outubro 2011
Esta direita não tem o apoio da comunidade católica
A mesma ideologia inspira cortes acentuados em sectores onde a responsabilidade do Estado deveria ser inquestionável, como é o caso da saúde, educação, segurança social, sectores em que a preocupação maior deveria ser garantir o seu funcionamento eficiente
É preocupante, por exemplo, que não se assista, ainda, a uma renegociação urgente das Parcerias Publico - Privadas (PPP), cujo impacto futuro nas contas públicas se anuncia como muito gravoso e insustentável.
Também não se vislumbra qualquer intenção de promover uma renegociação da dívida, de modo a expurgá-la da respectiva componente especulativa e reavaliá-la no quadro das reconhecidas disfuncionalidades da zona euro. Acreditamos que esta via deve ser equacionada como caminho para ultrapassar o actual estrangulamento financeiro que obstaculiza o desejável desenvolvimento económico e social do nosso País.
26 outubro 2011
22 outubro 2011
19 outubro 2011
Cidadania e Receitas. Luís Raposo, de novo
Luís RaposoPresidente do ICOM Portugal17.10.2011
17 outubro 2011
Gratuitidade dos museus ao domingo - Luís Raposo
É presidente do Comité Nacional Português do ICOM. Como vê a proposta do dim da gratuitidade dos museus tutelados pelo Instituto dos Museus e da Conservação ao domingos, avançada pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas?
É uma medida periférica e residual, relativamente a uma política de museus dentro da Secretaria de Estado da Cultura. O seu impacto financeiro, e é essa a sua motivação, é de 2% ou 3% no funcionamento corrente dos museus. Gera 700 ou 800 mil euros (…). qualquer medidia que se tome tem de ter em conta custos e benefícios. E esta penaliza a classe média, média baixa e baixa. É financeiramenre irrelevante e é socialmente impactante. Não se ganhando em bilhetes pode ganhar-se com uma boa política de lojas e merchandising ou boas exposições temporárias pagas.
Pode contrapor-se que o cinema e o teatro são pagos.
Pois, mas as bibliotecas e os arquivos não. Também acho que as exposições temporárias dos museus podem ser pagas e também acho que existe a possibilidade de debate. (…) Defendo umas colecções permanentes gratuitas e temporárias pagas tal como o serviço de audioguias.
A sustentatibilidade dos museus depende de 80% de entradas pagas, disse Viegas.
Só podemos atingir os 80% de entradas pagas considerando que as escolas pagam e isso é uma situação sem paralelo. além disso, a esmagadora maioria dos museus, mesmo com 80% de pagantes, não são sustentáveis. A não ser que achemos que as escolas, as biblioretas e a Torre do Tombo têm de dar lucro, para que pagamos impostos? Não defendo a gratuitidade absoluta e acho que os museus devem fazer um esforço para gerar receitas, mas não se pode exigir a alguém que ande sem lhe dar os meios para andar.
Já falaram com o Secretário de Estado da Cultura?
Temos pedido audiências, já reiteramos o pedido e foi-nos dito que não era oportuno. (…) Além de que achamos que não faz parte da normalidade democrática sermos chamados depois das decisões tomadas.
Paga bilhete quanso visita museus?
Não pago porque tenho o cartão do ICOM que dá acesso a todos os museus do mundo, mas às vezes pago porque me esqueço de levar o cartão. Há de tudo, mas na maior parte da Europa paga-se. Tradicionalmente, nos países de natureza socialista, não se paga, na China ainda não se paga. Nos EUA, onde existem muitos museus privados. e quando não são privados têm uma gestão privada, em alguns paga-se, em outros não.
14 outubro 2011
11 outubro 2011
Novo ataque à cultura
Actualizações
08 outubro 2011
É por isso que o espírito liberal há-de necessariamente triunfar do espirito conservador: é que os homens acabam sempre por reconhecer que, à felicidade de viver e apodrecer em paz e passividade , é preferível a felicidade de lutar.
Já vê, pois, amigo, que é escusado dizer aos homens que para fazer cultura -é preciso sacrificar a felicidade. A felicidade que os homens sacrificam é uma felicidade inútil. Sempre.
Debruce-se sobre si mesmo e sonde o seu espírito e verá que a felicidade a que renunciou para saborear o fruto da ciência do bem e do mal, o fruto da verdade, era uma felicidade inútil e venenosa. V. é um espírito de luta: e, para um espírito sem paradoxo, a única paz possível -é a guerra. Eu, por mim, não trocava esta minha dolorosa infelicidade de saber alguma coisa e desejar saber mais ainda, pela felicidade estúpida de ignorar."
Carta de Manuel Laranjeira a Miguel de Unamuno, em 24 de Abril de 1909 in Cartas, de Manuel Laranjeira, Relógio de Água, 1990.
04 outubro 2011
Tapada das Necessidades
Já em pleno século XXI, a Casa do Regalo foi profundamente alterada para para gabinete do Dr.Jorge Sampaio, sendo construído ao lado um bloco em betão revestido a mármore.
email: pelatapada@sapo.pt
30 setembro 2011
Dia mundial da música em Lisboa
consultada aqui.
É toda uma tarde de música para gostos vários.
Depois do Outjazz nos jardins a cidade
continua a dar-nos música ( mas da boa, não é
a que ouve Rui Rio nem a que canta o governo)
23 setembro 2011
09 setembro 2011
O reaccionário e facínora Paiva Couceiro
01 setembro 2011
Carta às Esquerdas, por Boaventura de Sousa Santos
Os diferentes entendimentos deste ideal levaram a diferentes clivagens. As principais resultaram de respostas opostas às seguintes perguntas. Poderá o capitalismo ser reformado de modo a melhorar a sorte dos dominados, ou tal só é possível para além do capitalismo? A luta social deve ser conduzida por uma classe (a classe operária) ou por diferentes classes ou grupos sociais? Deve ser conduzida dentro das instituições democráticas ou fora delas? O Estado é, ele próprio, uma relação de dominação, ou pode ser mobilizado para combater as relações de dominação?
As respostas opostas as estas perguntas estiveram na origem de violentas clivagens. Em nome da esquerda cometeram-se atrocidades contra a esquerda; mas, no seu conjunto, as esquerdas dominaram o século XX (apesar do nazismo, do fascismo e do colonialismo) e o mundo tornou-se mais livre e mais igual graças a elas. Este curto século de todas as esquerdas terminou com a queda do Muro de Berlim. Os últimos trinta anos foram, por um lado, uma gestão de ruínas e de inércias e, por outro, a emergência de novas lutas contra a dominação, com outros actores e linguagens que as esquerdas não puderam entender.
Entretanto, livre das esquerdas, o capitalismo voltou a mostrar a sua vocação anti-social. Voltou a ser urgente reconstruir as esquerdas para evitar a barbárie. Como recomeçar? Pela aceitação das seguintes ideias.
Primeiro, o mundo diversificou-se e a diversidade instalou-se no interior de cada país. A compreensão do mundo é muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo; não há internacionalismo sem interculturalismo.
Segundo, o capitalismo concebe a democracia como um instrumento de acumulação; se for preciso, ele a reduz à irrelevância e, se encontrar outro instrumento mais eficiente, dispensa-a (o caso da China). A defesa da democracia de alta intensidade é a grande bandeira das esquerdas.
Terceiro, o capitalismo é amoral e não entende o conceito de dignidade humana; a defesa desta é uma luta contra o capitalismo e nunca com o capitalismo (no capitalismo, mesmo as esmolas só existem como relações públicas).
Quarto, a experiência do mundo mostra que há imensas realidades não capitalistas, guiadas pela reciprocidade e pelo cooperativismo, à espera de serem valorizadas como o futuro dentro do presente.
Quinto, o século passado revelou que a relação dos humanos com a natureza é uma relação de dominação contra a qual há que lutar; o crescimento económico não é infinito.
Sexto, a propriedade privada só é um bem social se for uma entre várias formas de propriedade e se todas forem protegidas; há bens comuns da humanidade (como a água e o ar).
Sétimo, o curto século das esquerdas foi suficiente para criar um espírito igualitário entre os humanos que sobressai em todos os inquéritos; este é um patrimônio das esquerdas que estas têm vindo a dilapidar.
Oitavo, o capitalismo precisa de outras formas de dominação para florescer, do racismo ao sexismo e à guerra e todas devem ser combatidas.
Nono, o Estado é um animal estranho, meio anjo meio monstro, mas, sem ele, muitos outros monstros andariam à solta, insaciáveis à cata de anjos indefesos. Melhor Estado, sempre; menos Estado, nunca.
Com estas ideias, vão continuar a ser várias as esquerdas, mas já não é provável que se matem umas às outras e é possível que se unam para travar a barbárie que se aproxima.
in Revista Visão, 25-08-2011
30 agosto 2011
A Nato
Gore Vidal, A Idade do Ouro, Notícias Editorial, 2000, p.334
26 agosto 2011
Mr Buffet
in NY Times, 14.08.11
18 agosto 2011
O multiculturalismo de David Cameron
Em 2007, David Cameron, ainda líder da oposicão pelo Partido Conservador (Tories), visitou a cidade de Birmingham, uma das maiores cidades do centro/norte de Inglaterra, muito conhecida pela industria automóvel das grandes marcas que nos habituamos a ver.
A velha(nacionalizada) British Leyland, a Jaguar, a Land Rover, a DLV (DAF/Leyland), a Rover, todas elas se situam ou situavam numa cintura estratégica, entre Birmingham e Conventry tornando as áreas residencìais de Birmingham preferidas da grande massa de emigração nos anos 70 e 80.
A cidade cresceu, o comércio cresceu, a índustria imobilíaria expandiu-se e estava-se num caldeirão de culturas, identidades, nacionalidades, que habitavam lado a lado com uma classe trabalhadora Inglesa, muito classista, orgulhosa do seu passado e acima de tudo, lutadora dos seus direitos. Era uma área Trabalhista, dos clubes e centros comunitários, bairros dos Councils, etc.
Ainda antes de chegarmos a 2007 e a David Cameron, uma abrupta transformação nos anos 70, com a crise petrolífica de 73, a queda do Governo Trabalhista de Callaham, levou a que Margareth Thatcher, no seu primeiro governo em 1979, tivesse uma atenção especial á zona de Birmingham.
Por aí começou a privatização das índustrias automóveis, sendo a primeira a British Leyland, acabando por terminar no que acabou, como é do conhecimento geral; venda da Land Rover, falencia da Rover e da LDV, além de outras marcas não menos históricas que foram ficando pelo caminho.
Não foi porque Thatcher escolhesse ao acaso essa área geográfica, mas porque era uma das zonas onde a força de milhares de trabalhadores estava centralizada, em que a reenvidicação era uma das armas para lutar contra as politicas neo-liberais que se colocavam no futuro, e essa força tinha de ser, como no caso dos mineiros, partida, dividida, derrotada.
Nos finais dos anos 80, as politicas de reconversão e de re-adaptaço, continuavam a assegurar os empregos de uma forma geral, a mobilidade interna atenuou outros e tudo parecia controlado.
Mas nos anos 90 recomeçaram os problemas, com as restantes fábricas a fecharem, milhares de trabalhadores no desemprego e uma crise social pesadíssima. Já não havia reconversões para tantos trabalhadores ou re-adaptações.
Uma das maiores comunidades em Birmangham era e é a comunidade Muçulmana, muito presente em toda esta faixa do centro de Inglaterra, Luton, Beresford, Birmingham, Oxford ínclusive.
Como uma comunidade que demonstra taxas de crescimento acima da média, o seu nùmero aumentou exponencialmente em relação ao que era um nùmero de referência da própria comunidade Inglesa, original daquela área.
A maior parte dos trabalhadores da comunidade Muçulmana, ou trabalhava nas índustrias de automóveis ou possuía pequenos negócios familiares de comidas rápidas, com enorme concorrência entre eles e com ligação directa com o poder de compra da região.
Estavam integrados e interagiam com a restante população, não havendo problemas de maior, onde a cultura da classe trabalhadora, internacionalista e justa, absorvía todos os diferendos culturais.
As coisas, entretanto, mudaram, com os anos 90 e seguintes.
A maioría dos trabalhadores, agora no desemprego, maioritáriamente Emigrantes, vivia de benefícios socias, como o Housing Benefit (o Council paga a renda da casa) Income Support (quantia mínima de dinheiro que um cidadão precisa para sobreviver) Child care (ajuda para crianças) e outros. Esta situação afectava todas as comunidades, sem excepção, mas mais fortemente a comunidade Inglesa local, que como é evidente, tinha perdido os seus empregos também.
Os County Councils (governos locais) entraram em derrapagens orçamentais motivado pelo aumento de benefícios sociais, em crescendo a cada dia que passava.
Havia tensão social motivado pelo funcionamento do sistema que protege as familias numerosas, tradicionalmente Muçulmanas, com os benefícios sociais e formas de apoio.
Com os empregos a escassearem, também a tensão aumentava, ainda para mais, com grande impacto nos média que notíciava que havia milhões de libras a serem enviadas para países como o Paquistão, Polónia, Letónia, Bangladesh, India, etc, etc pelos emigrantes, que não eram gastos no Reino Unido.
Uma parte da classe média baixa, inicia movimentos nacionalistas, frontalmente opondo-se aos emigrantes, de uma forma geral.
Nasce duma já agonizante EDL(anos 60), o BNP (British National Party) (Partido Nacionalista Britanico) com Nick Griffin a liderar essa Classe média baixa.
O seu discurso de Emmigrants free, colheu aceitação na Classe trabalhadora, desempregada ou com dificuldades.
Nessa altura Tony Blair apresentava uma nova política de Emigração, com o Emmigrants act, no sentido de apertar mais as malhas nas licenças de trabalho e o controle fronteiríço.
Socialmente Blair definiu o Reino Unido como Multiculturalista, integralista de todas as culturas. Não se colocava nesta altura, muito em relevo a questão religiosa. Havia uma aceitação muito Britanica (mind your own business) nessa questão.
Agora voltamos então a Cameron em 2007.
Desde os atentados das Twin Towers e de Londres (2005) que a tolerancia das questões religiosas sofreu uma alteração vincada na relação com as comunidades Muçulmanas.
Tradicionalmente reservados e pouco interventivos na sociedade, com poucos conhecimentos de Inglês, o discurso do integralismo começou a mudar os termos. Crescia, nas classes médias e baixas Inglêsas, uma silenciosa revolta, impulsionada por vários sectores da sociedade, conservadores e nacionalistas.
Mas, para os très princípais partidos Inglêses, o Partido Trabalhista, o Partido Conservador e os Liberais- Democratas, a politica a seguir seria sempre o integralismo mas com multiculturalismo, ou seja, inclusão na sociedade Inglêsa, mas reconhecendo as identidades culturais de cada cidadão. A questão do véu Islamico nao teve sequer discussão, foi adaptada nas escolas. Foram criados grupos de trabalhos escolares para planificar matérias pedagógicas para cada tipo de cultura ou religião.
Um dos casos judíciais, em fase deste clima, foi a tentativa de prova de uma determinada tradição de uma religião como cultura e identidade, capaz de criar um regime legal de excepção.
Em 2007, Cameron visita então Birmingham, com grande aparato de média atrás, interagindo principalmente com a comunidade Muçulmana.
Dormiu inclusíve, numa casa de uma familia Muçulmana e fêz um discurso francamente humano sobre as diferenças culturais.
Disse na altura que, "não se podia forçar ninguém a ser Inglês" "que havia uma comunidade jovem e intelígente capaz de se adaptar e "trazer o melhor da sua cultura para a nossa cultura".
Falou-se novamente na política dos anos 60, a assimilação pelo povo Inglês das comunidades de culturas diferentes, das suas linguas e tradições, fossem populares ou religiosas.
Jack Straw, Home Secretary (Ministro do Interior) do governo Trabalhista de Blair, vinha, na mesma altura (estavamos em campanha eleitoral) a público reforçar a ídeia do Multiculturalismo e da total inclusão dos Emigrantes na sociedade Inglêsa, com as suas próprias culturas.
Foi sol de pouca dura.
Aqui entra a minha propria experiência como Officer do T&G e depois UNITE.
Estávamos no ínicio de 2008 e o T&G (sindicato que representa transportes e trabalhadores gerais) funde-se com o Amicus e formam o maior sindicato Britanico. Dois Homens ficam á frente deste sindicato, Dereck Simpson e Tony Woosley.
Numa refínaria da Total Francesa na Escócia, em 2008, foi efectuado um despedimento colectivo, de trabalhadores locais. Cerca de 300.
Nas semanas seguíntes, agências de trabalho temporário, recrutam trabalhadores emigrantes, Italianos, Polácos e alguns Portuguêses.
Foi passada nas televisões internacionais, as muito célebres imagens dos trabalhadores Italianos a entrárem para o turno e a mostrarem o dedo do meio para as camaras, o que foi apresentado pelos média, como uma afronta ao povo Inglês. O circo estava montado.
Marca-se uma manifestação para o exterior da refínaria e num palanque improvisado, Dereck Simpson, um dos meus secretários gerais da altura, deu o mote para o ínicio do clima que se vive hoje. Sim, vindo de um Secretário geral de um sindicato.
A frase British Jobs for British people, (Empregos Inglesês para os Inglêses) foi atirada ao ar, como um rastilho de pólvora que pegou e não mais parou, pelo Dereck, num dos seus mais tristes momentos. E teve vários.
O alvo eram os Emigrantes como já o tinham sido anteriormente um pouco mais silenciosamente. Agora gritava-se nas ruas, nas manifestações sindicais, apesar de por parte da maioria de nós, ter-mos feito o impossível para desmontar essa falácia racista.
No pior dos cenários, coloquei em causa a minha continuidade no Unite, mas fizeram-me reconhecer que saindo se estava a dar mais espaço a quem pensa dessa forma.
Numa reunião em Cardiff, na Transport House, eu e o Andy Richards, exigímos a Dereck uma retratação pública e o reconhecimento do erro e da enormidade que tinha cometido entre outros erros que surgiram e muitos mais que vieram a sugir.
Nunca se retratou nem sequer alguma vez explicou a frase, mantendo um clima de nevoeiro que muitos foram aproveitando para o seu próprio benefício.
Gordon Brown sabia e sempre soube aproveitar estes pontas de lança do partido trabalhista.
Dos sete Portugueses que lá estavam a trabalhar, todos se sindicalizaram e mantive algum contacto com eles, por mais algum tempo.
Motivados por esse tipo de afirmações racistas, os partidos de direita nacionalistas, agarraram na coisa e como atacar emigrantes só por si, não dava os resultados previstos, passou-se a um acrescento.
Emigrantes e a sua cultura, os seus hábitos sociais e religiosos, foram o alvo seguinte.
Alvo princípal, os Muçulmanos outra vez.
Em 2009, a EDL (English Defense League) reascendia o ódio pelos Muçulmanos, uma campanha de manipulação corre nos tabloides ligados a Rupert Murdoch.
Frases como "estão a alterar a nossa terra como se fosse deles" ou "qualquer dia já se fala a lingua deles aqui" ou " querem doutrinar o mundo no Islão" eram parandongas dos jornais diários.
No entanto e depois de tudo isto, o povo Inglês, acalmava, regressava como sempre, á sua boa vizinhança, ao espírito de solidariedade e houve um reprovar frontal ás agitações racistas, apesar de as manifestações anti-Muçulmanos serem recorrentes, mas pouco participadas.
Os povos não são racistas, são as classes opressoras que radicalizam a sociedade á medida das suas necessidades.
Havia sido criado, no entanto um clima de tensão que aos poucos se fazia sentir por entre os Inglêses no geral, fosse em termos dos desempregados, fosse em termos de aceitação da força de trabalho emigrante e as suas culturas próprias. Nas eleições Europeias, O BNP (Partido Nacional Britanico) teve resultados surpreendentes em zonas tradicionalmente Trabalhistas e o UKIP (Independente, nacionalista e Euro-céptico) conseguiu eleger um deputado para o parlamento Europeu, o que já por si, á uma contradição da sua própria base ideológica.
(Em 2009, uma serie de reuniões do meu Partido Político, O SWP e do Unite Against Fascism, em que participei, em Swansea, foram feitas em locais secretos, com a polícia a patrulhar a zona, devido ás ameaças que tinhamos recebido de membros da extrema direita).
Mas em 2010 estava já tudo mais calmo, até porque a eleição de Nick Clegg dos Liberais Democratas, para o governo Inglês em coligação com o Partido Conservador, deu alguma esperança ás políticas sociais porque Nick Clegg é casado com uma Espanhola e esse facto foi de certa forma levado como bandeira de uma certa abertura e desanuviamento a questão da emigração.
Convém também ressalvar que Boris Johnson ocupava então já o cargo de Mayor de Londres e iniciava uma política concertada com a polícia metropolitana, sobre alvos a incidir, no sentido de controlar a criminalidade. Alvos esses, assentes na ídeia que a criminalidade nasce nos bairros sociais mais pobres e em zonas de minorias étnicas, o que fez disparar as acções de controle a determinadas zonas em que a maioria dos residentes era de cor ou de etnia diferente.
Também durante as eleições para o Parlamento, os nùmeros de votos dos Partidos de direita, desceram aos seus valores habituais, perdendo algum do protagonismo e legitimidade das eleições anteriores.
Chegados que somos a 2011, uma cimeira sobre segurança Europeia realiza-se em Munique, patrocinada pela sempre Virgem Chanceler Alemã, Angela Merkel nos dias 3 e 4 de Fevereiro.
David Cameron faz então, nessa cimeira em consonância com Angela Merkel, declarações surprendentes e aterradoras.
Afirmou publicamente que o Multiculturalismo tinha falhado no Reino Unido!!
Que os Jovens Muçulmanos, nao queriam integrar-se na cultura Inglêsa, que estavam radicalizados e eram foco de violência. Que nao aceitavam o modo de vida Inglês, que viviam em segregação cultural, motivada por separatismos culturais e religiosos.
Falou num liberalismo muscular.
Este discurso de um racismo extremo e ignorante, acabou por trazer ao de cima, a verdadeira cor desta coligação. E de David Cameron que em 4 anos alterou de forma radical, ele sim, a sua opinião publica que andou a vender para ganhar eleições. Mas o pior de tudo, está na ajuda que deu á extrema direita e nacionalista, com o seu discurso, dois dias antes de uma manifestação anti-Muçulmanos marcada para Luton. (Fev/2011)
Claro que os lideres racistas e fascistas, apanharam as palavras de Cameron e deram vivas que o Governo estava a dar-lhes razão.
Sao em média 7 milhões de Emigrantes no Reino Unido, aproximadamente 10% da sua população total.
Ha 2,7% de Muçulmanos na população total. (8th October2009 PEW Reserch center Report).
Este discurso irresponsável vai criar mais ódio e confrontos por entre as populações, um clima que para o governo Inglês, trás uma maravilhosa desculpa para criar mais repressão e controle da população.
-Há que controlar as manifestações e protestos da sociedade Inglêsa e para isso é preciso construir uma base de repressão que se possa justificar aos olhos do povo.
Os Muçulmanos são, mais uma vez, o bode expiatório para o que aí vem.
Como se pode declarar o falhanço de uma politica social, de direitos humanos, de respeito pelas culturas e religiões, baseado em percentagens de populacao de 2,7% , plenamente intregrada e envolvida na sociedade.
Como se pode falar em radicalização quando a comunidade Muçulmana vive o seu dia a dia, sem rebentar bombas ou dar tiros e matar inocentes, coisas que os exércitos ocidentais sao conhecidos por fazer nos países Muçulmanos?
Como pode um Homem que afirmou em 2007 que não se podia forçar ninguém a ser inglês, agora vir dizer que todos tem de o ser, á força, senão por motivos estratégicos de interesses políticos e financeiros.
Como pode um Primeiro-Ministro fazer declarações de uma tal irresponsabilidade, antes de uma manifestação neo-nazi e racista, senão para lhe dar protagonismo?
Uma coisa é certa, o discurso de Cameron sobre o Multiculturalismo, deixa mais pessoas revoltadas, porque sabem que num país, todos contam, todos fazem parte.
Todos nós conhecemos um Mohammed, um Sadiq, um Sahid etc etc. São nossos amigos, colegas, vizinhos. Não são Terroristas nem radicais furiosos. São apenas pessoas, trabalhadores.
Como nós...
Oxford, 4th July 2011
Jose Biern Boyd Perfeito
Escrevi este texto na data acima anotada. Nessa altura, não me passou pela cabeça que os protestos pudessem ser tão próximos no tempo.
Não sendo somente a questão multicultural, ela representa sem dúvida parte do ignante que levou á inflamação desta ultima semana. Tal como a repressão que se segue.
David Cameron está a preparar o seu próprio caldo, para nele ser cozido.
Criar um clima de repressão social num clima de repressão económica, é o reagente para uma reacção não só quantitativa, mas também, qualitativa
17 agosto 2011
Manobras no Porto em Setembro
5 dias de acontecimentos com formatos e protagonistas diversos, concentrados no Centro Histórico, e daí propagados para a cidade e para o seu exterior. Em 2011 este período acontecerá de 28 de Setembro a 2 de Outubro.
Concertos, intervenções em espaço público, exposições, caminhadas, percursos, conferências, refeições, feiras, filmes, documentários, exibições, todos tendentes a estabelecer novos interesses, participações e espaços de fruição.
Esta programação está em definição durante a Primavera e Verão, articulando os projectos e parcerias em curso com as propostas provenientes da Convocatória Aberta já lançada (...)
28 julho 2011
Eis como as dívidas aumentam e como se morre de fome na Somália
Bank stocks crash! Click here to view our video on how to profit.
Just in the last 11 trading days, the shares of UniCredit, one of the largest banks in Europe, have crashed by 31%, precipitating sharp declines in bank stocks all over the world.
For most people, this is frightening.
But to others, it's a tremendous profit opportunity:
If the shares in major U.S. banks fall by a similar amount, simple investments you can use to profit from these declines would be up at least 282% and as much as 645% -- just in the last 11 days.
Already, with a relatively moderate decline in major U.S. bank stocks, these investments surged as much as 60.8% in only two days (Friday of last week and Monday of this week).
Capture just half of those profits, and you can make a lot of money.
And this is just one of the opportunities we talk about in our video --American Apocalypse.
We also give you a preview of what to expect as this great debt crisis continues to unfold ... along with other specific investments that can soar as the housing market craters again and stocks plummet anew!
Watching American Apocalypse is free but we think it could save you, or make you, a king's ransom in the weeks and months ahead.
Just click this link, and it will begin playing immediately.
Best wishes,
The Weiss Research Team
27 julho 2011
Às urtigas com ela diz Ana Gomes
que mal fizemos nós todos, no resto da Europa, para termos de aguentar com a vossa embotada Merkel, que se obstina em refrear o Conselho Europeu, já repleto de abundantes "nerds", encartados em enterrar a Grécia e a Europa por junto!
É que cada dia que Dona Merkel abre a boca, mais se afunda também o resto dos "PIGS" na chafurdice dos merdosos estratagemas que o Conselho Europeu cozinha, com Dona Merkel a aprimorar-se como Chefe.
Com a agravante de que, se este Conselho de "nerds" não cozinhar nada de decisivo e alimentarmente eficaz, amanhã - como agoirou ontem a Chefe Merkel - não estará apenas a mandar Euro e Europa às malvas, pegando fogo à Espanha, Itália e "tutti quanti". Poderá estar a precipitar a humanidade num caldeirão de crise global de incontroláveis consequências.
Merkel fora da cozinha europeia. Às mércolas com ela, rapidamente e em força!
24 julho 2011
Uns e Outros
Shiller, Cartas sobre a Educação Estética da Humanidade, Editora Pedagógica e Universitária Lda, São Paulo, 1991, p.62
08 julho 2011
Daqui a diante será sempre às arrecuas
Se não conseguirmos perceber a vantagem de despender os nossos recursos colectivos em comboios, não será só por termos todos aderido a comunidades muradas e já só precisarmos de carros para circular entre elas. Será por nos termos tornado indivíduos murados que não sabem partilhar o espaço público para vantaem comum. As implicações de uma perda dessas transcenderiam de longe o declínio ou a extinção de um sistema de transportes entre outros. Significaria que tinhamos acabado com a vida moderna".
Tony Judt, Um Tratado Sobre os Nossos Actuais Descontentamentos, Edições 70, 2011, p.202
24 junho 2011
15 de Maio, aqui cabemos todos
Ambos errores son casi lógicos, casi naturales, casi entendibles, pero debemos hacer el esfuerzo de superar “el casi” para derribar tabiques, debemos estar dispuestos a contaminarnos, a escucharnos, a innovar formas de movilización y de organización de la protesta, etc. y a aceptar el reto de dar valor a la coherencia de los hechos, por encima de los discursos huecos
No podemos pretender representar a nadie que no nos lo ha pedido, porque de lo que se trata no es de representar, sino de ser parte de una movilización con la que compartimos objetivos y, eso, no solo nadie nos lo puede impedir, sino que tenemos que defenderlo sin complejos, defendiendo con lealtad al resto de participantes en las asambleas, nuestras ideas y nuestras propuestas,
De lo que se trata, es de avanzar juntos con mucha más gente, un camino desde el desarrollo de instrumentos de participación colectiva que construyan una nueva forma de hacer política, en el más amplio sentido de esta palabra, el que le devuelve la dignidad, desde la construcción de una democracia participativa en la que los pueblos sean los protagonistas de la historia y no meros actores secundarios del gran teatro de la vida social y política (...)"
José Luis Centella Gómez, Secretario General del PCE, o texto completo pode ser lido aqui.
18 junho 2011
Tirar coelhos da cartola
09 junho 2011
First Manifesto of the Rossio Square
The protesters, assembled in the Rossio Square, conscious that what is set in march is an act of resistance, hereby agree to state the following:
We, citizens, women and men, workers, migrants, students, unemployed and retired people, united by our indignation in front of a stifling social and political situation that we refuse to accept as inevitable, have taken our streets. We thus join those that around the world today fight for their rights against the constant oppression of the ruling economical-financial system.
From Reykjavik to Cairo, from Wisconsin to Madrid, a popular wave sweeps the world. This wave is silenced and twisted with disinformation by the media, the same media that doesn't question the permanent injustices in every country, only proclaiming the inevitability of austerity, the end of rights, the funeral of democracy.
Real democracy will never exist as long as the world is managed by a financial dictatorship. The ransom signed behind our backs with the IMF and the EU has abducted democracy and our lives. The countries in which the IMF intervenes see a brutal drop in the average live expectancy. The IMF kills! We can only reject it. We refuse to have our wages, our pensions and social supports cut, while simultaneously the culprits for this crisis are spared and recapitalized. Why do we have to choose between unemployment and precarious labour? Why do they want to take away our public services, stealing us, through privatizations, of what we payed for all our lives? Our answer is no. We defend the withdrawal of the troika plan. Following the example of many other countries around the world, such as Iceland, we will not accept to bury our present and our past for a debt that isn't ours.
We refuse to accept the theft of our future. We intend to assume control of our lives and intervene effectively in each and every process of political, social and economical life. We are doing it, today, in the popular assemblies gathered all around. We appeal to all the people to join, in the streets, in the squares, in each corner, under the shade of every statue so that, united, we may change once and for all the rules of this crooked game.
This is just the beginning. The streets are ours.
Lisbon, 22nd of May 2011
03 junho 2011
Está um grande mural. Bem feito. E é uma força política a dizer o que pensa sobe o ensino superior. Provavelmente a AAC está mais necessitada de uma limpeza que as escadas ou os muros da Universidade.
30 maio 2011
28 maio 2011
22 maio 2011
19 maio 2011
Manifesto das Portas do Sol - 18.V.11
Autodefinidos como "un grupo de ciudadanos de diferentes edades y extractos sociales" afirman sentirse "cabreados" ante su falta de representación y "las traiciones que se llevan a cabo con el nombre de la democracia". Abogan por una reforma de la Ley electoral "que devuelva a la Democracia su verdadero sentido: un gobierno de los ciudadanos. Una democracia participativa".
"No estamos aquí para reclamar sencillamente el acceso a hipotecas o para protestar por las insuficiencias del mercado laboral", aclaran para advertir de que el movimiento nace "de la rabia", sentimiento que genera "imaginación, fuerza, poder ciudadano".
"La Democracia Real se opone al descrédito paulatino de las instituciones que dicen representarlos, convertidas en meros agentes de administración y gestión, al servicio de las fuerzas del poder financiero internacional", subrayan, al tiempo que sostienen que la democracia actual emana de "corruptos aparatos burocráticos" que impiden la participación ciudadana.
"Es preciso construir un discurso político capaz de reconstruir el tejido social, sistemáticamente vulnerado por años de mentiras y corrupción. Los ciudadanos hemos perdido el respeto a los partidos políticos mayoritarios, pero ello no equivale a perder nuestro sentido crítico. Antes bien, no tememos a la política. Tomar la palabra es política. Buscar alternativas de participación ciudadana es Política", añaden.
El manifiesto señala los culpables de la situación actual, aquellos que con su labor contribuyen al descrédito de la política y al rechazo y hastío de la sociedad: el FMI, la OTAN, la UE, las agencias de calificación y, ya en España, partidos como PP y PSOE.
"No llamamos a la abstención, pedimos la necesidad de que nuestro voto tenga una influencia real en nuestra vida", zanjan.
03 maio 2011
O fracasso Obama
"(...)Mas ouvindo as declarações de Bush e de Obama, tal como a generalidade dos líderes mundiais, este assassinato é entendido como o coroar da estratégia que considera ter fracassado.
Naturalmente, eles continuam a não querer admitir. Acabei de ouvir agora o Benjamin Netanyahu afirmar que esta operação “é uma vitória retumbante da justiça” e eu gostaria de lhe perguntar o que seria um fracasso. Já deveriam ter aprendido com o passado e abandonado o triunfalismo. A propaganda de Obama vai fazer deste fracasso uma vitória, como fez com os levantamentos em curso em vários países do Médio Oriente, mas isso não muda a realidade. Os serviços secretos norte-americanos não foram capazes de prevenir os acontecimentos do 11 de Setembro e agora não foram capazes de capturar e julgar aquele que foi o seu responsável. Só seria um sucesso se fossem capazes de o levar à justiça. (...)"
13 abril 2011
E quando não houver mais nada para vender?
26 março 2011
23 março 2011
Ricardo Araújo Pereira, Da parvoíce, Revista Visão, 10.16 de Março
16 março 2011
Ao Cair da Noite
O 11 de Setembro está muito presente no romance e na cidade. Os nova-iorquinos estão mais amáveis uns com os outros, dão menos cotoveladas no metro. Nova Iorque, tal como a América, julgava-se indestrutível, inexpugnável...Mas tivemos duas tragédias: o ataque em si e a guerra lançada por Bush ao Iraque em resposta. Isto cimentou a reputação da América como um país perigoso.
Parece-lhe que a era Obama mudou essa percepção?
Foi muito visível a atitude antiamericana nos recentes levantamentos do Egipto. É um sentimento sempre em alta no Médio Oriente, porque a América sustentou estes ditadores ao longo dos anos. Esteve, não do lado dos rebeldes mas do lado de quem controla os cidadãos e mantém o petróleo a correr.
(...)
em entrevista a Michael Cunningham por Sílvia Souto Cunha, Revista Visão, Março de 2011
23 fevereiro 2011
Parados No Tempo Que Não Pára
nada cresce.
Quando a crise cresce
meninos e meninas continuam a crescer.
e os senhores da crise andam por aí... e os senhores da crise andam por aí ...
Quando a crise cresce
nada cresce.
quando a crise cresce,
meninos e meninas continuam a crescer.
e os senhores da crise andam por aí ...
nas telenovelas, não há crise:
sexo sem crise, dia após dia.
quando nada cresce,
para a crise, sexo sem crise,
pelo menos nas telenovelas paradas no tempo que não pára.
refresco para os desempredos,
resfresco para os parados na
crise que nao pára num tempo abandonado,
crise para uns, sexo para outros
Frederico Patasca
Porto, 14 de Fevereiro de 2011
16 fevereiro 2011
De Uganda a Cantanhede
Um caso sórdido ao gosto de uma informação reles
Destaque: Que raio se ensina nos cursos de comunicação e de jornalismo?
Não se lhe conhecia qualquer actividade social, intelectual, científica, artística u política meritória ou, sequer, relevante. Era um personagem medíocre, de cujo perfil apenas pude recolher dois traços, que alguma comunicação social considerou merecedores de referência: era homossexual e era "cronista social". O primeiro traço deveria ser completamente irrelevante, já que emerge da
liberdade de orientação sexual, que apenas a cada um diz respeito. Todavia, considerada alguma prosa que a ocasião suscitou, terá tornado a vítima mais digna de dó – vá-se lá saber porquê!
O segundo, considero-o pouco menos que desprezível: significa que a criatura “ganhava” a “vida”a escrevinhar coscuvilhices e a debitar maledicências, chafurdando nos dejectos dos socialites. A viagem que o levou a Nova Iorque tinha um óbvio móbil “romântico”, que a
comunicação social preferiu apenas insinuar, não por pudor, mas porque a insinuação
vende melhor do que a afirmação: tratava-se, simplesmente, de seduzir um jovem de 21 anos.
Quanto a este, também os seus motivos parecem evidentes: “pendurou-se” no
idoso para, explorando as suas “inclinações”, beneficiar dos seus supostos contactos internacionais, iniciando uma carreira no mundo da moda.
Estavam, pois, bem um para o outro. Nada me interessam os pormenores abjectos que rodearam o assassinato. Deixo-os aos media, lambendo os beiços com a sordidez da história, muito melhor do que o criador de qualquer reality show poderia inventar. O que não posso deixar de lastimar é a falta de vergonha da nossa comunicação social, com destaque para as televisões: há uma semana que os noticiários das 8 abrem com dez ou quinze minutos da "tragédia". Não as imagens horríveis das cheias no Brasil – que ficaram sempre para depois – mas as imagens ridículas dos correspondentes em Nova Iorque, repetindo à exaustão o detalhe dos testículos cortados e a agressão com um televisor (?) – que deve ser um crime especialmente hediondo, aos olhos de quem trabalha para uma cadeia de televisão – e entrevistando em prime time advogados de sotaque extravagante e peritos forenses, para prognosticarem a acusação que irá ser feita ao homicida, ou recebendo no aeroporto os amigos, de ar compungido, do morto.
É para isto que serve a informação televisiva, incluindo a do canal público que
ós pagamos: para preencher o espaço deixado vago pelo desaparecimento do jornal O crime.
Desculpem o desabafo: a informação televisiva tem mesmo de ser esta espécie de teledifusor de lixo? Que raio se ensina nos cursos de comunicação e de jornalismo? E desculpem o excesso de aspas: servem para eu resistir à tentação do vernáculo menos próprio, chamando às coisas os nomes que às coisas são.
Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa – Campus de Campolide – 1099-032 LISBOA
Tel: 213847400 Fax: 213847471 e-mail jc@fd.unl.pt
Exmo Professor João Caupers
Tendo lido o texto que colocou a circular publicamente na internert não consigo deixar de lhe devolver esta resposta como protesto de indignação e repulsa.
Qualquer pessoa com o mínimo de senso e conhecimento compreende o popularismo e a forma como os media têm vindo a descer os seus níveis de qualidade e rigor, em especial as televisões (as de sinal aberto particularmente). Isso não é surpresa, o que surpreende é um professor catedrático descobrir esse facto em Dezembro de 2010. Onde andou estes últimos anos? Não o preocupou até aqui o tabloide na informação? Estranho esta surpresa e como o seu texto indignatório começa por chamar medíocre a alguém que acaba de morrer - facto de natureza subjectiva e irrelevante para o conteúdo das suas acusações (se a pessoa fosse o nobel da literatura podiamos dar mais atenção à sua morte? penso que não é isso que a sua disciplina ensina) como afirma coisas que não são verdade - era uma relação consumada e pública segundo todos os amigos que privavam com o casal - ninguém foi levado para ser seduzido, só posso concluir que o seu texto não é movido pela indignação em como a comunicação social não dá a devida atenção às coisas mais importantes, mas que isso lhe serve de pretexto para dirimir os seus preconceitos e ódios pessoais.
Carlos Castro não era só homossexual, foi um activista dos direitos dos homossexuais, porque foi -num país atávico e homofóbico -tomo o seu texto como um exemplo - alguém que deu a cara e assumiu a sua diferença num período em que raros ou muito poucos o faziam. Isso faz dele alguém de uma enorme coragem, coragem essa que a homofobia presente no seu texto e na comunicação social reles não apagará.
Melhores cumprimentos
O Professor Caupers teve a amabilidade de me responder. Aproveitou para me dizer que tinha recebido e-mailes de apoio ao seu texto e manda-me um de exemplo (um rico exemplo).
Exma. Senhora,
Recebi o seu texto, que me mereceu a melhor atenção, pese embora discordar de tudo quanto nele se escreve.
Rectifico apenas um ponto: não pus o texto a circular na internet. Foi escrito para uma coluna de opinião mantida pela página da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e destinada a provocar debate e polémica com os estudantes e outros membros da comunidade académica.
Terá sido posto a circular, provavelmente, por uma das pessoas – mais de uma dezena – que não conheço e que me escreveram a felicitar. Envio-lhe um texto bem mais violento do que o meu.
Com os meus cumprimentos.
Apoio na íntegra o texto.
O cronista social foi Fernão Lopes: Aquele a quem se refere, foi cronista marginal. Só uma franja da sociedade, muita estreita e marginal rastejava pelos seus textos infectos.
Não tenho pejo em revelar que, no dia que se soube da sua morte, tive a sensação de que a sociedade ficou mais limpa.
Pouco me importa se isto é bonito e correcto ou não; foi o que senti e sinto.
Quanto à outra parte – a das TV e especialmente a publica – deve-nos desculpas e pedidos de reparação por inundar as nossas vidas, vezes sem conta, com banhos de porcaria em que eles próprios se comprazem.
Parabéns
Cruz Fernandes