31 outubro 2005

Azulejos em Lisboa III

Azulejos em Lisboa II

Para variar

Boas notícias!

De vez em quando lá avança o Mundo mais um bocadinho. Um pequeno passo de cada vez... também em França a suspensão da pena de morte (desde 1977) foi um primeiro passo para a sua total abolição em 1981. Curiosamente, foi uma medida tomada contra a vontade da maioria da população, na altura 62% a favor da pena capital. Esperemos que o Japão (e os restantes países onde ainda se pratica a barbárie oficial) lhe siga o exemplo.

30 outubro 2005

Entrevista

Estive a ouvir a entrevista de Margarida Marante a Francisco Louçã na TSF, transmitida no sábado de manhã.
Só fiquei com uma dúvida: para que é que ela convida pessoas? A única coisa que ouvi foi a senhora a entrevistar-se a ela própria! Ela cortou a palavra a quase todas as frases do convidado! Deu a sua própria opinião e não admitiu contraditório. Deu opiniões como sendo factos provados e, obviamente, não permitiu que desmascarassem esta diferença.

Algo como: "a economia funciona sempre muito melhor quando o mercado é aberto, se ñao houver cartelização" é uma opinião. Só por grande desonestidade é que pode ser afirmado como uma verdade adquirida e provada. Isto, só para dar um exemplo...


E acabou de me surgir uma outra dúvida: que profissão é a desta senhora? Jornalista não é de certeza! Jornalismo é outra coisa muito longe do que ali se ouviu. Tem um código deontológico.

Desrespeito, falta de profissionalismo, soberba, desonestidade, tudo junto numa mulher só! Irra que é demais!

28 outubro 2005

Até novas ordens, o tempo parou

Daqui ver a RTP daí é viajar no tempo mais do que no espaço.

Aqui pode ler-se algo como: por motivos de secretaria parámos o tempo por tempo indeterminado. Não pedimos desculpa pelo trauma das vidas esquadrinhadas nos julgamentos, nem assumimos a responsabilidade pelas eventuais mortes que este recuo causará.

(escrito aos 28 dias do mês de outubro do Anno Domini 1005)

Hoje

Dia 9 não foi tão difícil, todos de uma vez, a gente até já sabia que eles iam ganhar...

Agora, isto assim às pinguinhas parece tortura chinesa!

27 outubro 2005

Pobre do país que não tem capacidade para atingir sequer a normalidade

A norte: soube-se hoje que os criminosos, seja qual fôr o estatuto social, são julgados e, tendo-se provado a culpa, punidos.

E isso não é especial, nem fantástico, nem fabuloso. É NORMAL! E a reacção da população é de absoluta naturalidade. Afinal, sabem que foi o dinheiro deles que foi mal empregue (que é a forma eufemística de dizer roubado).

A sul: Isaltino Morais tomou hoje posse na Câmara de Oeiras. E da pior forma possível, mostrando bem onde pôs a Democracia e o respeito básico pelos adversários.

24 outubro 2005

Mais do Bush versão Euro, vulgo Sarkozy

Sarkozy diz que: "il «ne serait pas anormal qu'un étranger en situation régulière, qui travaille, paie des impôts et réside depuis au moins dix ans en France puisse voter aux élections municipales»".
(não seria anormal que um estrangeiro em situação legal, que trabalhe, pague os impostos e resida em França há pelo menos dez anos possa votar nas eleições municipais)

10 Anos?! Só depois de pagar imposto municipal durante DEZ ANOS é que se admite o direito a votar?
Não percebo porquê pôr este limite: se não quer que as pessoas votem, seja sincero e assuma as consequências. Dizer dez anos depois de obter a legalização e sem estar no desemprego é na verdade o mesmo que dizer a eternidade.
E atenção: estamos a falar do direito a votar! E só para as eleições locais. Ninguém sequer falou em ser eleito! Nem mesmo para as autarquias.

E repare-se na formulação: "não seria anormal"... Não, não seria anormal. Anormal é o que é preciso ser para dizer uma coisa destas e achar que se está a piscar o olho à esquerda.

Declaração de princípios da casa


Quanto aos outros, venha o debate!

Lisboa6



20 outubro 2005

No limbo

Tratar de uma transferência no país que inventou a Burocracia é mais eficaz que qualquer dieta! Até porque há sempre quem nos assuste e nos dê a sensação de que a secretaria pode fazer parar o processo e impedir a transferência quando também já não é possível voltar atrás.

Se eu desaparecer uns tempos, não estranhem. Posso ter que ficar a tomar conta de algum impresso numa secretaria.

14 outubro 2005

O Mundo em Paris

Hoje vi uma cidade nova. Uma cidade que nunca tinha visto. É Paris, e por absurdo que pareça, é em Paris que moro há dois anos!
Esta nova cidade está fechada numa Universidade a sério e que, ao contrário da universidade que eu conhecia, parece uma Universidade e não um colégio interno de meninos bem. Ou seja, pela primeira vez vi em Paris gente de todos os feitios, vestidos das mais diversas maneiras, côres e estilos. Hoje, ali, Paris não parecia uma montagem ao vivo da montra da Zara.

Há vida, cartazes, protestos, opiniões, grupos políticos e culturais dos mais diversos. Ali as pessoas não desistem da vida para estudar. Ali os professores e os alunos são também cidadãos.

Estive enganada estes dois anos. Afinal em Paris também há gente diferente, com vida própria, diversidade e opinião. É bom estar enganada de vez em quando!

Daqui para aí


Para não teres saudades aqui ficam bocadinhos da nossa cidade encontrados quando andamos por ela adentro.

11 outubro 2005

De malas aviadas...

Cá vou eu... daqui pr'aqui.

Ainda não saí de cá e já tenho saudades! Esta coisa da emigração tem bem que se lhe diga...

E todos dizem mais ou menos a mesma coisa, embora de modos diferentes - tanto o Manuel Alegre (ouvi-o uma vez numa entrevista) como os emigrantes populares (alguns quase analfabetos) que vou encontrando pela Gália: depois de algum tempo, temos sempre saudades do sítio onde não estamos; sentimo-nos estrangeiros lá e cá.

Esta acrescento eu: quando estou cá vejo os defeitos dos portugueses e só me lembro de aspectos que em França são melhores; mas quando estou lá, os portugueses parecem perfeitos e são os franceses que se tornam insuportáveis (embora, como já disse, sou sempre tendenciosa para o lado dos portugueses)!


F., porta-te bem e cresce muito! Feliz aniversário dos 6m!!!
(e deixa a J. postar de vez em quando, senão a malta pensa que eu ocupei isto sem dar troco a ninguém... ;))

08 outubro 2005

Coisas que não era preciso dizer mas ficam sempre bem

Amanhã, todos às urnas!


Eu bem sei que é agradável chegar à Assembleia de voto, não ter fila e despachar a coisa em 5 minutos. Mas por outro lado, quando era pequena e acompanhava os meus pais à escola primária onde eu andava (e era uma excitação ver aquilo aberto ao domingo e cheio de adultos), ficávamos na fila, tínhamos que esperar, mas a noite era mais emocionante!

E eu gosto mesmo das noites de eleições (mais de quando as minhas simpatias se dão bem do que quando se dão mal, evidentemente). Dos segundos antes das 19h ou das 20h (conforme), de esperar, de ouvir os comentadores a acertar um comentário em 30 (ou 40), de ir comparando as sondagens aos resultados que vão saindo...
Mas acima de tudo, gosto de saber que, pelo menos naquele dia, NÓS FIZEMOS O NOSSO FUTURO!

07 outubro 2005

Não devia ser bem isto que ele queria dizer...

"Há uma conflitualidade social relativamente às medidas do Governo muito abaixo do que seria de esperar em Portugal", disse José Sócrates.

Olha a novidade!

Os portugueses não lutam pelos seus direitos como deviam.
Face às medidas do governo de Sócrates, a contestação devia ser bem maior!

Estamos mais pobres, mais desempregados ou pior empregados, temos menos garantias e até os nossos direitos já passaram a chamar-se "regalias".

Sem uma luta permanente, diária, solidária e transversal à sociedade, não vamos chegar verdadeiramente à UE. Só deixamos que se aproveitem da nossa brandura ou medo ou vergonha ou lá o que é que eu não entendo.

Um debate esclarecedor 2

Troca votos por exemplos!

Se ganhar, Carrilho "dará o exemplo" e veremos Carrilho, Bárbara e Sócrates a andar de transportes.
Mas só se ganhar, afinal negócio é negócio!

Um debate esclarecedor 1

A Autoridade Metropolitana de Transportes é uma empresa!!!

Só não percebo é de quê... o que comercializa, que produtos/serviços vende, de onde vem o lucro... ou mais importante: para quem vai o lucro?

Bom, e depois da AMT podemos privatizar o Governo! Sim, não falta muito mais...

05 outubro 2005

Contra o esquecimento!

Amanhã, às 14h, em frente à antiga sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso em Lisboa.

O prédio onde morreram e foram torturadas tantas e tantas pessoas vai ser posto à venda como condomínio de luxo ou coisa parecida. Não sei quem conseguirá dormir naquelas salas, nem como se olhará no espelho. Não concebo como alguém conseguirá viver ali descansado. Mas se o negócio foi feito é porque o lucro é garantido. Esses alguéns existem mesmo, por mais inconcebível que pareça.

Aquele prédio deve ser um memorial. Por todos os que ali sofreram e morreram. Mas principalmente pelos nossos filhos. Porque quando a PIDE fôr esquecida, estarão reunidas as condições para que reapareça.

Dia 5 de Outubro (quarta-feira, feriado) frente à antiga sede da PIDE em Lisboa (Rua António Maria Cardoso) às 14:00 em ponto não vamos permitir que nos apaguem a memória!
Não faltes e divulga!
Não deixamos que nos apaguem a memória!


Apareçam e tragam amig@s.

Agora é que eu vos vou dar música!

Finalmente lá meti as mãos na massa e acrescentei algumas ligações aqui ao lado.
Dois blogs de dois colegas compositores e amigos, emigrados como eu, pelo menos de vez em quando...

O GRM, que é o organismo por excelência da música electroacústica/ acusmática/ nome em permanente discussão. É a casa do Acusmonium.
O IRCAM que se pensa que é um lugar de música, mas é na verdade um viveiro de engenheiros onde também se fazem concertos.
A Associação Musiques et Recherches, da Bélgica, que se preocupa com a música electroacústica e em especial com a sua interpretação e espacialização. Organiza um festival e dois concursos, pelo menos!

A JMP, que é um dos sítios onde se pode aprender música em Lisboa e que é também uma associação de músicos.

A Gulbenkian, que é a Gulbenkian. Neste caso, pus directamente a página do Serviço de Música, onde se pode encontrar o programa da temporada.
O S. Carlos, para (ou)ver ópera. Às vezes boa, outras nem por isso; depende dos convidados, porque a companhia da casa foi extinta há muito tempo.

A Miso, que é a casa do Miso (ensemble), do Festival Música Viva, da música electroacústica em Portugal, do CIMP de que a J. já falou, e de uma família simpatiquíssima!
A Utópica: era uma vez um maestro, vários compositores e alguns instrumentistas. Um projecto novo, inovador, era mesmo o que o país precisava, e uma prova de que a utopia pode ser real.
O Centro de Belgais, outra prova de como a utopia pode existir!


Não é uma lista exaustiva, mas já não é por falta de programa que os leitores do Assédio ficam em casa!

04 outubro 2005

Mas nem tudo é mau na bolinha azul...


De vez em quando a malta une-se. A solidariedade é das coisas que mais me entusiasma, acho mesmo que é uma das grandes maravilhas do Mundo e o seu grande motor.
Hoje foram mais de 1 milhão.

Há sítios onde eu já não contava ir...

... nunca me despertaram a mínima curiosidade, mas agora muito menos!!!

Na Florida há permissão para atirar a matar sempre que o cidadão-assassino se sinta ameaçado. Ou seja, basta que depois em tribunal alegue que "pensou que no tom de voz lhe pareceu que talvez"... e pronto, assassinato legitimado, tudo certo!
O cidadão-sócidadão é que se lixou no entretanto, apanhou com o balázio e nunca se chegou a saber se queria um copo de água fresca ou natural, um rebuçado de menta ou de morango, ou se simplesmente tinha cara de mal disposto por lhe ter corrido mal o dia.

O governador do estado, obviamente, tem nome de assassino: Bush. Os associados e promotores da lei são os assassinos encartados e autorizados da NRA.

E para quem está de partida... boa viagem... se conseguirem!

Centro de Informação da Música Portuguesa