UM NOVO OUTONO
Sou feliz,
É Outono!
Um novo Outono...
Completa-se o ciclo.
Não faz tanto calor
E o frio ainda não chegou.
É assim de equilibrado.
A natureza faz-se atractiva,
Ganha em colorido,
Desde o cinzento,
Ao vermelho, ou dourado;
cor do fogo, rubro intenso,
Parece que está em chamas,
É fascinante!
É Outono!...
Os raios de sol perdem força.
Anoitece mais cedo.
As praias ficam solitárias.
Imagens para reter!...
Momentos para arquivar.
Nenhum anoitecer é igual,
Nada se parece ao Outono.
Já sopra o vento,
O céu encheu-se de nuvens,
Chove!...
Cheira a terra molhada!
Suporto a chuva,
Suporto o vento,
Suporto tudo,
Como se fosse parte de mim,
Como se fosse eu.
Porque será?
Dos dias, prefiro os anoiteceres,
Das estações do ano, o Outono,
Das pessoas, as que olham para mim,
Com olhos acostumados.
Porque sempre renasço
Ante tão imensa realidade.
Sim!!!
Pois num texto não cabem
Todas as rimas desta vida,
Nem os sonhos,
Nem as cores,
Nem os risos,
Nem as dores,
Que carrego comigo...
Tampouco os amores!
BALADA DE OUTONO
Dias mais curtos,
Anoiteceres vermelhos,
Árvores tristes;
Sol que desfalece,
Terra coberta,
Folhas de Outono.
Suave murmúrio,
Balada que embala,
Corpo que estremece,
Vento de Outono.
Chove detrás dos vidros,
Queima-se o último lenho,
Cobre-nos o seu manto preto,
Balada de Outono.
É OUTONO
Chegou o Outono!
O sol espreita retraído,
cobrindo a cidade de ocres
e sombras inclinadas.
O ar vai-se pintando de fumo
que a humidade deixa desenhar
em boladas de mil formas;
enquanto os braseiros
vão aquecendo o corpo.
Já se percebe o cheiro,
que invade o Porto,
a castanhas assadas…
Stª Catarina, Boavista,
Praça dos Leões,
Ribeira ou Foz.
É a magia do Outono
que da infância guardo,
no culto ao São Martinho,
com vinho novo e alegria!
GOTAS DE CHUVA
O jardim de sempre, hoje
uma tarde cinzenta, outonal!...
qual tapete de folhas mortas,
plenitude de emoções.
Entretanto, as tuas mãos,
embrulhadas nas minhas,
entoam cânticos de Outono…
até que o escuro anoitecer
nos arraste gotas de chuva
que contraiam o nosso ser.
AO ANOITECER
Caem folhas indiferentes,
O dia vai perdendo claridade,
No cair da noite sobre a cidade.
Abrindo a porta aos amantes
Ilusionados e inocentes,
Pela senda daqueles campos
Vão transformando pirilampos
Num Outono de diamantes.