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quinta-feira, março 27, 2014

O Quarto Escuro


Antes de entrar para a primária a minha mãe começou a trabalhar e eu e o meu irmão tivemos de ir para uma espécie de "jardim escola", que ficou conhecido nas cidade das Caldas como a casa da "Velha da Estação", pela proximidade com a estação (era só atravessar a rua...) e por ser gerido por uma senhora austera já com alguma idade.

Era um "infantário" misto e como nem sempre nos portávamos bem, havia vários castigos. Um dos mais "normais" era passarmos algum tempo no "Quarto Escuro".

Os mais velhos gostavam de assustar os mais novos, mas eu, como sempre, era "protegido", pelo meu irmão, mais velho dois anos e por outros amigos. Por outro lado, estava longe de ser dos um eternos castigados. Ou seja, visitei poucas vezes o "quarto escuro". 

Mas este quarto tinha numa das suas paredes uma pele de leopardo pendurada, que era motivo de várias congeminações, até diziam que ela "ganhava vida". Isso assustava, mas também fazia com que os não frequentadores desse espaço silencioso e escuro, sentissem alguma curiosidade e até pensassem em fazer alguma "patifaria", para experimentarem as tais sensações exploradas pelos "putos" mais imaginativos...

O óleo é de Katherine Frazer.

quarta-feira, janeiro 02, 2013

Recordações da Minha Escola Primária


Estava ali por mero acaso, a ouvir coisas que não devia nem queria... de um pirralho que com os seus nove, dez anos, contava orgulhosamente as suas aventuras na escola primária,   para quem o queria ou não ouvir. Desvendava pormenorizadamente a forma como fazia "gato sapato" da professora, que devia ser um anjo sem asas...

O que me fez mais impressão foi o riso de satisfação dos pais, provavelmente por terem um filho tão espertalhaço. 

Paguei o café e continuei a marcha.

Para me esquecer do que ouvira, recordei com carinho a minha professora da escola primária. Passados tantos anos, ainda a consegui ver a ensinar-nos, numa das salas do rés de chão da escola do Bairro da Ponte...

O óleo é de Jim Daly.

terça-feira, abril 03, 2012

Talvez Sejam os Ares da ESAD...


Reparo que as Caldas estão povoadas de desenhos de rua, que se aproximam do conceito que temos de Arte.  Furam o mau gosto e até conseguem ter alguma graça pela sua pertinência. 

Penso que a existência de tanto pedaço de arte urbana, se deve à existência da ESAD (Escola Superior de Arte e Design) na Cidade, que deve deixar tantos jovens em "efervescência".

Penso eu, claro.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Era Aqui...

Foi aqui, neste lugar, que existiu um hospital (de Santo Isidoro), que depois de muitos anos de abandono, foi recuperado e faz agora parte da ESAD (Escola Superior de Arte e Design).

Na minha infância corria o boato que trocavam por lá os bebés.
Não foi só por isso que fui nascer a Salir de Matos, à casa dos meus avós maternos, no mesmo quarto onde nasceu a minha mãe, os meus tios e o meu irmão, mas...

terça-feira, setembro 29, 2009

A Escola do Bairro da Ponte

Hoje, sem qualquer razão aparente, recordei-me de alguns amigos de infância, dos tempos da primária, do ciclo e começo da secundária.

E também da minha professora da escola do Bairro da Ponte, uma senhora açoriana, que não consigo recordar o nome, por mais voltas que dê à "memória".
Foi uma professora muito importante para mim, sempre me estimulou a escrever e sempre gostou das minhas histórias.
Acho que fiquei sempre com saudades da familiaridade que existia na primária, impossível de existir nos outros graus de ensino, por termos vários professores, uns com mais jeito para ensinar, outros com menos...
Ainda por cima andei pelo ciclo e pela secundária, nos tempos quentes da revolução, em que a escola era uma "bagunçada" e em muitas disciplinas os professores só apareciam no terceiro período...

Por tudo isso, os tempos de escola na qual fui mais feliz, foram sem dúvida, os da primária, no Bairro da Ponte.

terça-feira, outubro 28, 2008

Recordações da Escola...

Quando vinha com o meu filho e uma amiga, da escola, não pude deixar de sorrir, enquanto ouvia os reparos que faziam em relação aos "marrões" da turma, que segundo eles, tinham mesmo a mania que eram os "maiores", ao ponto de "meterem nojo" (a expressão é deles)...

Lá voltei às recordações de infância, aos meus tempos de escola e também a uma das últimas viagens de comboio que fiz na Linha do Oeste, na companhia de um antigo companheiro de escola do meu irmão.
Ele passou parte da viagem a contar histórias, algumas que sabia e outras que desconhecia, sem nunca esconder a admiração que sentia pelo Vitor...
Percebi mais uma vez a razão de ser tão protegido pelos amigos do meu irmão nos recreios da escola, que me levavam dois anos de avanço. Eles podiam ser muita coisa, mas não eram ingratos...
O meu irmão além de ser um dos melhores alunos da turma, era de uma generosidade pouco usual nos chamados "marrões" (nunca lhe devem ter chamado isso, até porque não era...), além de fazer o seu teste, ajudava sempre os companheiros que estavam dificuldade e que lhe lançavam "SOS's", de mil e uma maneira...
Felizmente ele não mudou muito, com o decorrer dos anos, continua a ser um caso sério de generosidade...
A fotografia é de Robert Doisneau, "E as Horas Nunca Mais Passam"...

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Os Bibes Brancos da Primária

Todo este "rebuscamento" ao passado de Sócrates, fez com que me recordasse (num comentário que fiz sobre o tema na blogosfera) do tempo dos bibes brancos que usávamos na escola primária.

Não me lembro bem como funcionava toda esta história dos bibes, mas tenho impressão que os deixávamos na escola e que só eram utilizados na sala de aulas.

Não sei se os levávamos para o recreio. Mas se isso acontecia, deviam ficar bonitos...

E claro, na escola primária do Bairro da Ponte (em frente da estação da CP) ainda apanhei as separações por sexo. Havia um pequeno muro que fazia de fronteira, entre a escola das meninas (não sei porquê, mas elas sempre foram mais meninas que raparigas...) e a escola dos rapazes.

Só quando entrei para o ciclo preparatório, com o advento da Revolução, é que as turmas passaram a ser mistas...

A fotografia é de Eduardo Gageiro, do livro "Estas Crianças Aqui", de que é co-autor com Maria Rosa Colaço.


terça-feira, dezembro 11, 2007

Caldas: Que Cidade Cultural? (2)

No texto anterior tinha-me ficado pelo Rafael, considerando-o mesmo a maior referência cultural da cidade, apesar de não ser natural da cidade nem ter tido uma passagem muito longa pelas Caldas.
Isso deve-se ao facto de ter tido uma passagem revolucionária pela indústria cerâmica caldense, que ainda hoje se revê, orgulhosamente, na arte deste grande cidadão do mundo.
Claro que a secundarização dos outros grandes vultos da arte caldense (Malhoa, Duarte e Fragoso), também está em parte ligada ao ditado de que santos da terra não fazem milagres.
Na actualidade não noto que exista algum acompanhamento privilegiado a artistas como Gomo, João Paulo Feliciano ou Mário Feliciano, apesar de serem reconhecidos nas suas áreas, mesmo a nível internacional.
Claro que isto não é típico das Caldas, passa-se um pouco por todo o lado e faz parte dos "catrapázios" da sabedoria popular. Pelo que, paciência...
O que é penoso é não se notar a existência de qualquer política local no aproveitamento das condições naturais e materiais que existem actualmente na cidade.
Todos sabemos que é tão importante (ou mais) educar e sensibilizar a população (especialmente a estudantil...) para o mundo das artes e letras como construir museus. E neste último campo o que existe é de uma riqueza extraordinária (quantas cidades não gostariam de ter os espaços museológicos da cidade...).
Pergunto: estes lugares cumprem os seus objectivos? As escolas do concelho, de todos os níveis de ensino, levam os alunos aos museus, mesmo que de uma forma lúdica?
Não tenho certezas, mas acredito que não se faça esse aproveitamento, porque as Caldas é tradicionalmente elitista...
O mais estranho é que, apesar de ter gasto algumas palavras sobre esta temática, continuo com dificuldade em classificar a cultura na minha cidade natal...
Pelo que o melhor é mesmo encerrar esta questão...