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23 de setembro de 2010

as capas da revista happy deprimem-me

Aquelas mulheres de 2 metros de altura com pernas de alicate, ombros para dentro, caras de absoluto tedio e, a coroa-las, as letras garrafais: HAPPY. E ainda bem que esta escrito que e' para a gente gorda mas feliz entender. Imagino a sessao fotografica. Encolhe a barriga, esses bracinhos mais ao pendurao, verga-te so um bocadinho mais, encolhe encolhe encolhe... ja esta!

E' por isso que eu vejo a vocalista dos The Gossip toda nua numa capa de revista e deliro. Ela faz por mim e por todas as mulheres reais (mais ou menos felizes) muito, mas muito mais que qualquer revista dirigida a gajas modernas. Muito, mas muito mais que qualquer ideal de beleza feminia, numa infeliz capa da Happy.

18 de dezembro de 2009

e um referendo sobre os referendos? nom?

Não há pachorra. Perguntar ao zé povinho (que inclui gente para quem ser homem-sexual é violar criancinhas) o que pensa do casamento alheio é aquilo a que eu chamo gastar papel à toa.
Tanta árvore a morrer em vão.

26 de novembro de 2009

apetece-me dizer duas coisas

Primeira coisa:

Nunca se deve dizer a alguém que engordou, seja meio quilo, seja trinta quilos. "Ah estás tão gordo!" ou "Ehehehe, engordaste um bocadinho..." ou "Ai que gorda!!!" ou "Estás com uns quilinhos a mais?!" ou "Ai o que te aconteceu!!!?"

Sim, porque isto existe. Existe e - pasmem-se- normalmente quem engorda (seja meio quilo, seja trinta quilos) é a primeira pessoa a notar e não precisa que lhe digam. Muito menos em voz alta, muito menos com tom de asco, muito menos quando não se via a pessoa há séculos e haveria tantas outras coisas para dizer primeiro. Meu deus.
Eu recentemente voltei ao mundo da normalidade (alerta ironia). Posso comprar roupa em lojas de gente. Os números normais servem-me. E quanto mais me observo neste mundo mais horror sinto ao lembrar-me de quando tinha 15 anos e ouvi coisas inimagináveis da boca de pessoas conhecidas. Porque subitamente engordei dez quilos. E os outros têm direitos sobre o nosso corpo e sobre a nossa aparência e sobre a nossa saúde. Eu não sabia disto, aos 15 anos, portanto fiquei surpreendida e sem reacção, de todas as vezes. E muito magoada. Mas é assim. Os magros mandam no mundo. Os normais. Mesmo que não sejam pessoas próximas, mesmo que não saibam o que se passa na nossa vida, mesmo que não nos vejam há mais de cinco anos. Ai que gorda!!! "Põe os olhos na tua mãe!", disse-me um médico. Já estávamos nós a sair do consultório. Eu tinha 15 anos. Não sei quantas pessoas estavam na sala de espera. Mas ouviram com certeza. E eu gigante ao lado da minha mãe, sempre pequenina e elegante. Saí dali do tamanho de uma formiga. A minha auto-estima ficou pelo caminho.
Se eu soubesse o nome desse ortopedista escrevia-o agora aqui.


E por falar em médicos. Segunda coisa:

Ontem fui ao meu novo-e-para-sempre-amado-ginecologista. E, mais uma vez chegada ao mundo normal, onde as coisas acontecem como deve ser, saio horrorizada com o meu passado. E agora posso encher a boca para dizer que o último ginecologista onde fui, no hospital particular em Viana é um incompetente. Ignorante, retrógrado, insensível e preconceituoso. Ainda bem que não lhe contei da minha faceta sado-masoquista ou do fetiche com animais de grande porte. Acho que ele teria chamado a polícia.
Eu já nem exijo que a pessoa que calça as luvas e nos enfia instrumentos estranhos nos países baixos seja delicada. Mas não é suposto confiarmos no nosso médico? Não é suposto ele esclarecer-nos e deixar-nos minimamente à vontade para falar de (oh meu deus oh meu deus) sexo? Da nossa vida íntima, sem medo ou vergonha. Assim como eu faço com o meu Dr R... assim como deveria ser com um... como é que se diz? Ah! MÉDICO!

30 de outubro de 2009

my heart beats too loud*

Andei tanto tempo apagada, quase extinta.
Agora não caibo em mim.
Não é justo ter de se conter as coisas boas que se sente. Não é. O meu coração às vezes bate tão alto que se torna ensurdecedor. Não posso, não consigo fingir que não o ouço.
Não dou nome às coisas que sinto, só sei que as sinto intensamente. Cheguei a pensar que seria realmente bipolar. Porque já me vi tão intensamente no outro lado. Mas quando o médico me perguntou se eu pensava em pôr um fim a isto, até eu fiquei chocada.

A verdade é que eu sinto coisas boas, na maioria das vezes. Ora, estatisticamente, eu não passo de uma pessoa feliz. Sincera e desavergonhada.
Não caibo em mim.

É por isso que eu vou para a Guiné. O meu pai vai ter um ataque. Mas tem de ser. Por mim.
Não tenho muito juízo, não tenho dinheiro e às vezes não tenho norte. Mas no dia em que vi aqueles bebés todos de braços estendidos para o ar, a competirem por aquilo que a mim me sobra, tive a certeza de que existe pelo menos um lugar na Terra onde eu não serei mal interpretada.

*

15 de fevereiro de 2009

dia dos namorados

Em 1997 eu era apaixonada pelo João. Namorávamos à distância, por carta e por cabine telefónica. No dia dos namorados ele enviou-me um postal de Natal. Dizia que se sentia sozinho. Sem lamechices. Eu adorei aquilo, surpreendeu-me. E chorei de amor. E desde aí nunca me senti na obrigação de oferecer prendas, de sequer celebrar o dia de S. Valentim com nenhum dos meus namorados (embora o Brunela me tenha oferecido uma batedeira eléctrica há dois anos - obrigada Brunim).
Esta explosão de corações em cartolina vermelha e a matança de milhões de flores parece-me demasiado pateta. Imagino que haja quem se sinta atropelado pelo dia de S. Valentim como eu me sinto pelo Natal. Aqui fica uma música que é um consolo.
Não faz mal não sentir nada no dia 14 de Fevereiro. Não faz mal. Porque os dias de amor são quando um coração quiser. Digo eu.

12 de fevereiro de 2009

o meu umbigo

O meu umbigo está de boa saúde. O meu corpo tem músculos que eu não via há séculos. Embalada na vaidade, observei (é o que dá ficar na frente do espelho) que a minha cara precisava de ajuda também. Um cremezinho de noite, que eu já sou uma jovem adulta.
Não tarda nada começo a queixar-me da celulite que tenho nas pernas.

E é agora que eu acordo. E me lembro do valor das coisas. Tiro os olhos do meu umbigo, penso em quem gostaria de ter um par de pernas como estas minhas, saudáveis, ágeis, flexíveis. Quem gostaria de simplesmente poder andar. E sinto vergonha.

9 de fevereiro de 2009

um dia abriram-se-me os olhos

Foi há pouco tempo.
Eu dizia que tinha mau feitio. Que sou teimosa - sou; que sou obstinada - sou; que de mau humor ninguém me queira por perto - sim; que levo muito a mal a indelicadeza em geral - ui; que detesto receber ordens - de tes to; que sou muito exigente - também. Mas isso, ao contrário do que eu pensava, não é garantia de mau feitio.
Um dia abriram-se-me os olhos. Eu não tenho mau feitio. Salva pelo meu optimismo, pela capacidade de engolir uns sapinhos para que não haja barulho, pela pouca expectativa em relação a quase tudo. Um dia observei feitios tão mas tão piores que o meu.
Um dia abriram-se-me os olhos. Não é que eu tenha bom feitio. Mas mau também não é.

3 de fevereiro de 2009

querido continente

Quero que saibas que gosto de ti, apesar dos teus defeitos. Mas que fique bem claro, querido Continente, que eu não volto a comprar Fibra Flakes da tua marca. Posso ter sido a única pessoa a observar que passaram de €0.99 para €1.99, mas não me interessa. Estou magoada e não julgues que me enganas com a nova embalagem azul bebé, o conteúdo é exactamente o mesmo.

A partir de agora, Fibra Flakes é no Lidl.

6 de novembro de 2008

novembro já? oh pá...

Gostava de me lembrar do dia em que deixei de gostar do Natal.
Já tentei tudo. Tudo menos fugir. Porque a minha vontade é essa. Fugir. Sei que é uma barbaridade. Que estou rodeada de pessoas que me amam, que não é justo... Mas eu queria fugir do Natal. Do desperdício de comida, dinheiro, papel... da ansiedade em que fico. O Natal vem contra mim como uma locomotiva e eu passo os meses seguintes a recolher os meus pedacinhos. Se pudesse viajava para longe. Como não po$$o, pensei em ir como voluntária para um hospital onde os pacientes tenham muita, muita pachorra...

12 de setembro de 2008

tourada na sic

Ontem, achava eu que ia adormecer a ver uma série da Sic, quando dei de caras com uma Tourada.
Acho que sim. Parabéns à Sic por se juntar aos restantes canais. Aproveitei para ver um bocadinho. Fico sempre concentrada nas bandarilhas. Como é que aquilo se enfia na carne do bicho e não sai, por mais que ele corra, por mais que se abane, por mais homens que lhe caiam em cima e o agarrem e puxem e se esfreguem na ferida aberta. As bandarilhas são uma beleza. Gostava que lhe fossem arrancadas do corpo quando ainda está na arena, gostava de ver quantas pessoas ficavam para ver.

Cada vez gosto menos de ver televisão. A televisão portuguesa, em geral, deprime-me. E lamento.
Felizmente comprei o dvd do Tao Tao.



PS: A Animal sugere no blog a quem discorde do sucedido que manifeste o seu desagrado contactando a Sic através do endereço de email atendimento@sic.pt, ou telefonando para o 808202822.

22 de agosto de 2008

R: beatas, ora pois!

Conto-as, chocada. Pareço tolinha mas não me interessa.
Os meus pais e a minha avó nunca me admitiram sequer a possibilidade de deitar lixo para o chão. A minha avó, quando via bem e via alguém a deitar algo para o chão, não hesitava em se aproximar do porcalhão e dizer que a rua é de todos. Admiro-a. Eu fico a olhar, horrorizada. Estamos no século XXI e ainda existem pessoas que não conhecem o conceito de pequenos actos.
Não digo que os fumadores (parte deles, claro) sejam os únicos a sujar o chão mas são com toda a certeza os que o fazem mais descontraidamente, vezes e vezes seguidas. Eu vejo. Acabam o cigarro e a beata tem lugar guardado no chão (e o chão é tão grande e eu sou mesmo mesquinha), mesmo que a dois metros dum caixote do lixo. Porque sim. Porque até se apaga com o pé e pronto. Porque estando no chão já não lhes pertence. Ou porque lançadas por uma janela ganham asas e voam felizes até ao país das beatas.
Uma beata é só uma beata. Mede uns centímetros porra, e é biodegradável. E eu é que tenho este mau feitio. E se for a multiplicar as beatas que um fumador deita para o chão num dia pelos dias em que o fez e os anos há que fuma, ó minha gente, é tão pouco!!! E multiplicado por todos (quantos?) os fumadores que o fazem, pfff... quando acabar a conta já elas se degradaram todas todinhas e adubaram a Terra!

Se há coisa de que tenho a certeza hoje, é que a tolerância consiste em aceitar e respeitar as diferenças, e não fechar os olhos fingindo aceitar o inaceitável.

A rua é de todos e também é minha.

21 de agosto de 2008

vi-a

Vi-a. O sangue ferveu-me nas veias. Não há pessoa que eu odeie mais na vida do que ela. Sim, eu que se não fosse gente seria um pequeno pónei e que me comovo a observar plantas e insectos. É um ódio tão grande que gosto de me imaginar a atropelá-la. O meu sonho é pôr-me a dois palminhos dela, olhá-la nos olhos e dizer "Odeio-te. Cabra do monte. Odeio-te!" - aposto que o ódio até me passava. E de seguida era presa.

29 de julho de 2008

constatação absolutamente estúpida

Não tenho flexibilidade suficiente para chegar ao meio das costas e pôr protector solar, mas para coçar desesperadamente esse preciso sítio, após um valente escaldão, tenho mais que suficiente.

23 de junho de 2008

natureza fantástica: cogumelo que bloga

No meu aniversário permiti-me não fazer nada. Peguei no postal fofinho com dinheiro que a minha avó me ofereceu e fui à cabeleireira boa de Viana. Pontual. Eu. O que é que eu não faço para chegar a horas ao que quer que seja? Mesmo quando sei que vou esperar. Fui. Estava marcado para as duas, o meu corte de cabelo na super-cabeleireira-mas-com-ela-mesmo-e-não-com-uma-ajudante. Esperei um pouco. Como tinha duas pessoas à frente, lavaram-me o cabelo em cerca de vinte minutos. Não sem antes me ser dito que o meu cabelo estava seco e com pouco brilho (Quê? O meu cabelo oleoso? Quê, este cabelo farto e brilhante? Hum. Se a senhora o diz... eu cá não falo cabeleirês mas já sei que aí vem champô especial para cabelos fraquinhos e sequinhos coitadinhos e marcham mais uns três eurinhos, mas que se lixe, eu faço anos.). "E gosta desta cor com reflexo vermelho é?" (Até nem desgosto desse loiro escuro mas o importante é não avistar cabelos brancos...) - Hum hum... Eu de olho na pontualidade da cabeleireira-mor, eu e o meu mau feitio. Lá fui para a cadeira. Esperar. Quarenta minutos depois da hora marcada, o meu cabelo estava finalmente prestes a ficar fantástico. Mas em vez disso, o meu cabelo estava com um corte horrível, porque "a menina tem uma cara grande e com o cabelo assim volumoso fica tudo grande!" e também tenho cabelo demais e realmente "não havia ponta por onde se pegar neste meu cabelo e realmente este corte que lhe fizeram foi mesmo uma aventura e isto (a minha meia franja comprida, catada com desprezo por dois dedos como se estivesse imunda), o que é que isto está aqui a fazer??? Está a fazer feio!".
Ri-me. Acreditei que apesar daquela fúria contra o meu cabelo, ela era uma boa pessoa e nem todas as pessoas têm de ser simpáticas para serem boas. Pedi apenas um corte leve e que não precisasse de secador e escova para ficar bem. Fui interrompida para ouvir e engolir o que seria melhor para mim e para o meu cabelo. Pegou na navalha e começou a cortar a cortar a cortar, enquanto olhava para o que estava a ser feito à cliente da cadeira ao lado, e para a revista que ela estava a ler e, subtilmente foi tirando uns bons oito centímetros às pontas mais compridas do meu antigo penteado, como se eu não tivesse olhos na cara. Depois chamou uma menina amorosa para me secar o cabelo "esticadinho esticadinho coladinho à cabeça". E foi-se. Acabou assim o meu contacto com a super-cabeleireira.
E fico-me por aqui. O meu único pedido foi simplesmente ignorado. Paguei à menina amorosa e ainda olhei para a chefona e ainda disse adeus boa tarde obrigada mas ela nem olhou. Garantiu-me um resto de dia muito mal humorado. Clonei o humor dela. Um clone com cabeça de cogumelo, porque fui a casa molhar o cabelo e dar-lhe uma secadela para ver o que acontecia. E tal como previ, o cabelo ficou este capacete que está agora. Desde sexta-feira que evito espelhos. E quando me vejo só me saem insultos boca fora. Aliás, só me sai uma curta palavra de duas sílabas.
Não faz mal, é só cabelo. Não faz mal, cresce depressa. Mas pelo sim pelo não, amanhã vou a outro cabeleireiro.

Continua...

25 de maio de 2008

estreia a etiqueta desabafos:

Quando eu era pequena, o pão caído ao chão no meio das correrias desinfectava-se com um beijinho e ficava pronto a comer novamente. Eu cresci na rua. Roubei fruta aos vizinhos e comi-a sem lavar. Andei descalça na estrada e no passeio. Mastiguei ervas e flores. Deitei-me no chão. A cara no chão, o cabelo no chão. Dei beijos aos cães. E não morri disso.

23 de fevereiro de 2008

é à

Tenho de o dizer. Tenho mesmo. Não é que eu nunca dê erros ortográficos ou pontapés na gramática mas isto, juro pela minha felicidade que me lembro da mesa em que estava sentada e era na escola primária. E a professora escrevia no quadro e dizia e repetia:

Vou à praia.


É à!!! É À com acento grave!!! Assim `````````````````````
É grave. O acento é grave. E um A sozinho nunca leva acento agudo. Não em português. Nunca.

Vou dormir.

9 de agosto de 2007

posso dizer uma coisa?

Estou com um torcicolo.
Desenhar um losango.
Um quilograma, um hectograma, um decagrama, um grama. Duzentos gramas de queijo, por favor.
Quando uma mulher agradece, diz obrigada.
Quando um homem agradece, diz obrigado.

(Ufa!)