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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Marcas do deserto


Quando o deserto parece tão seco quanto uma alma cansada de tanto chorar...

Quando a flor murcha ferida pelo sol e cansada de tanto a chuva esperar

Quando as palavras não conseguem sair, ou as lágrimas secam e o ar parece faltar...

Quando tudo o que os olhos veêm são rachaduras num solo àrido e marcas...

Marcas de dor, sofrimento...

A força acaba...

A boca seca...

As palavras fogem...

A lágrima seca...

O olhar se perde...

A alma seca...

Há um rio onde as àguas fluem vida...

Como encontrar as àguas?

Lençóis freáticos correm em algum lugar abaixo de almas àridas e de solos secos, que de tanto chorar se perdem de si mesmos e se esvaziam de vida...

Há um lugar no deserto onde existe nova vida...

Onde a flor pode brotar...

Onde se pode saciar a sede...

Onde se pode reencontrar...

Lugar de se conhecer...

De se auto-examinar...

De hidratar a alma...

De crescer... e voltar a sonhar...

É no deserto que se pode conhecer por dentro... reconhecer defeitos, desvendar mentiras que foram semeadas e arrancar as raízes da amargura...

O sofrimento nos apresenta a nós mesmos e as lágrimas regam os solos de almas àridas para que nasça...

NOVA VIDA!

No deserto me reencontrei

No deserto aprendi de mim

No deserto desejei vida

No deserto desvendei o ùnico que podia resgatar meus sonhos e reavivar minha alma!