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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

* Canto noturno (da espera)

imagem : Google

deixe-me
parir borboletas
enquanto aguardo
a carícia da aurora
em veste luminosa
aveludada
filha dos desejos
das vontades dormidas
dos sonhos aflitos
das verdades escondidas

deixe-me alçar voo
com as borboletas
para que o peso
da noite
não me alcance
e sem que eu perceba
me lance
na plumagem sutil
do silêncio

Úrsula Avner

sábado, 16 de julho de 2011

* adorno *

tela: Lena Gal

grinaldas de borboletas me cercam
em ballet harmonioso e apurado
enroscam-se em pensamentos e quedam
na clidéia de um sonho emancipado

de dentro do ser
desabrocham palavras
que não plantei
pontos de luz que teimam em aparecer
sopro de pétalas aveludadas
grávidas dos versos que tão somente inventei

mergulho no poema
como quem salta
em tonel de flores
busco nas rimas um estratagema
preenchimento do que em mim é falta
no entrelaçar de dores e amores

não cesso de escrever
o desejo quando satisfeito
dissolve o prazer
lugar vazio de emoção
leito em solidão
o que não se pode decifrar ou entender
vértice de misteriosa peregrinação

por isso ainda estou á cata
de palavras mil para escrever
em versos torpes e linha inexata
até de mim mesma desentender


Úrsula Avner

segunda-feira, 6 de junho de 2011

* Algum surrealismo*

tela: Salvador Dali

um dia
hei de escrever
canto de passarinhos
dor de borboletas
videiras que fermentam vinhos
sentimento sem letras
o que não se pode carregar sozinho

jasmim mangou de mim
não quis a sombra do jardim
tampouco o beijo do grafite
sobre a folha de papel carmim

quero o mundo ao avesso
se pudesse escrever flor
de outo jeito
seria assim
: ROLF

Úrsula Avner

domingo, 3 de abril de 2011

* Inesperado encontro*

Fonte da imagem : Google- sem informação de autoria

por três vezes
atravessou
meu caminho
voo azul-turqueza
vida despretensiosa
ciente de sua realeza

talvez três
seja um número
de sorte
se tal visão
não cura completamente
abranda a dor do corte

Úrsula Avner

* a poesia foi escrita neste último final de semana em que estive na encantadora pousada "Cachoeira da Serra" em Jabuticatubas- M.G. Uma linda borboleta azul muito semelhante á que está na imagem postada, passou por mim três vezes. Infelizmente não consegui fotografá-la, mas ela permanece gravada em minha mente. Quem me conhece sabe do meu interesse e amor pelas borboletas e do quanto elas me inspiram a escrever... Afinal elas são a metáfora peculiar da poesia. Um abraço a todos. Assim que possível atualizarei as visitas. Até breve !

Úrsula

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

* tríade da liberdade *

a poesia
cabe em
qualquer lugar
quando ela pousou
no jardim
não coube
mais em mim
extravasou na dança solta
de três borboletas amarelas
contemplei o bailado singular
alegre dourado previsível
cena sem mancha ou sequelas
ensaio do amor
da simplicidade
rara beleza do que é crível


Úrsula Avner

Querida Ângela (minha irmã) , dedico esse poema a você por sua sensibilidade ao observar as borboletas amarelas no seu jardim e se lembrar de mim, da poesia... Você trouxe a inspiração e eu, alguma poesia... Bj com amor.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

* Canção singular *

a canção que invento
tem brilho de ponta
de estrela
fagulha cuspida
da implosão bucólica
do sol
quietude de riacho
quando os peixes dormem
sob águas serenas

a canção que invento
pinga o suor das faces
vincadas
tem o pó das pisaduras
intrépidas
dos que trabaham
em troca de pão
o canto do pintassilgo
que apregoa sua efêmera
liberdade
o vacilo das mãos
quando tecem (versos)

a canção que invento
tem o múrmurio das conchas
a solidão da folha
que da árvore quedou (se)
a fugacidade das borboletas
que voam e pousam
pousam e voam
num ballet intermitente
e breve

a canção que invento
colhe dejetos de becos sombrios
percorre o íntimo do ser humano
perscruta dores medos desejos
a vulnerabilidade
o peso do livre arbítrio

a canção que invento
é lamento
choro alagado
que se deita sobre
a retina e o coração
e inscreve seu legado


Úrsula Avner


* imagem do Google imagens

domingo, 14 de março de 2010

* Sempre Poesia *










Imagem : jóia em forma de borboleta com ouro amarelo, ouro branco, rubis e pérola-


Fonte: google


* esse texto poético leva o mesmo nome do blog e traz em seu bojo duas figuras poéticas que podem ser vistas no template do blog- borboletas e pérolas, que representam a liberdade, a delicadeza e transparência na criação poética, da forma como a concebo. É uma singela homenagem ao dia da poesia !



Abracei meus silêncios
como o mar (en)revolve as conchas
em seu corpo profundo e extenso
Entre pérolas e borboletas traço meus segredos
ora escancarados, ora ( nas entrelinhas) presos
Espaços vazios em mim falam mais que milhares de palavras.
Quando a poesia dança entre meus dedos
outro som algum se torna audível.
Palavras saltam da alma, do ventre, do peito...
do que é ou não crível.
Desatam-se os nós.
As pérolas cintilam
as borboletas, serenas, migram...


( de um canto a outro do meu ser ).



Úrsula Avner

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

* Quando amanhece em mim *


Quando em mim amanhece
sereno é o fôlego da reflexão
que meus sentimentos aquece
salpicado de luz pulsa o coração

vontades e segredos destelhados
são como o sol em céu crepuscular
vago pelas vigas dos meus sobrados
desponta alvorada no olhar

nas trilhas que o destino esculpiu
não sei o quanto de mim ficou
cimentado nas lacunas do tempo
e o quanto de mim encontrou

liberdade nas espirais do vento
não sei na inteireza
o que do meu ser fluiu

sei apenas que
quando amanhece em mim
flores aromáticas espocam na alma
borboletas coloridas bailam
com admirável elegância e calma

Úrsula Avner

* imagem do Google- sem informação de autoria

* poema com registro de autoria

sábado, 20 de junho de 2009

* Fluir poético *




* Bailado *


Na entrada da casa
pássaros e flores de fuxico
acomodados
em guirlandas de cetim

explosão de cores
anúncio de boas novas
No meu tempo interno
borboletas dançam

* Visão *

Eu vi um homem de cera
um homem velho
fincado ao pé da colina
Eu vi um homem de cera velho
tempo derretido no solo

* Esquizofrenia *

Arrancou as calças no meio do salão
ninguém tinha notado sua presença
até então
Olhar distante
medo ambulante
colibri em cauda de pavão

* Canto aflito *

Espicha a noite
modelo sonhos
no esmeril da vida

Eis que espia o dia
Junto os espólios
do quem em mim desfacelou

* Profecia *

Passarinho defecou
no vidro da janela
"É sinal de sorte "
minha mãe dizia
Sorte ? Só se for para ela
Passarinho manchou
minha aquarela
Turvou mundo de sonhos
do outro lado da janela


* Haikai *


Mar azul canta
lança corpo na praia
mil rendas de sal


* poemas com registro de autoria
*imagem do Google

terça-feira, 16 de junho de 2009

*Da minha janela*





Gentis borboletas coloridas

migraram dos meus sonhos despertos

para a janela de onde contemplo

vida que escorre pelas narinas do tempo



No núcleo das vontades adormecidas

algumas borboletas em voos incertos

ainda estão a bailar aqui e ali

Ora na janela, ora dentro de mim


Úrsula Avner

*poesia com registro de autoria

* imagem retiada do Google

terça-feira, 17 de março de 2009

* A moça espia da janela *



A moça espia da janela
espia ao longe
como quem contempla numa tela
o galante e sorridente rouxinol
que namora as flores fincadas na terra do quintal

Espia no vão das lembranças
que saltam como um cardume
de peixes graudos
na rede do pescador

São tantas andanças
que emergem da palidez ao lume
em olhos vivos ou sorrisos mudos
no lugar compartilhado da dor e do amor

No céu pálido da memória
as recordações se amotinam
formam uma encadeada estória
singulares momentos que se aglutinam

A moça espia da janela
o tempo em suas facetas
o instante regado de luz ou o cinzento temporal
o ballet harmonioso das borboletas
o dia e a noite, nas trilhas do bem e do mal

* Úrsula Avner *

* poesia com registro de autoria
* imagem retirada de pesquisa feita no google