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terça-feira, 29 de novembro de 2011

In the end...


E no chove ou não chove, a verdade acabou sendo que o GP do Brasil ficou aquém do esperado. Uma corrida que foi decidida por uma ultrapassagem “interessante” segundo o twitter da Ferrari. Uma corrida que nos deu mais uma vez a relação de forças da temporada bem definida. Red Bull’s à frente (embora durante o ano não fosse tão comum que Webber estivesse tão junto a Vettel), McLaren’s e Alonso brigando, e Felipe Massa isolado mais atrás.

As corridas podem ter sido mais “bagunçadas” ou agitadas nesse ano de 2011, mas a verdade é que poucas vezes essa ordem se alterou. Algumas corridas como essa em Interlagos foram até bem previsíveis, apesar dos pneus, do KERS e do DRS.

Enfim, Webber ganhou sua primeira no ano. Nem ele comemorou direito. Seja como for, se Vettel lhe deu passagem por problemas ou não, o australiano não teve muito mérito pela vitória, e sabe disso. Seu ano inteiro parece que foi mérito exclusivo do carro... (vou parar por aqui porque prefiro desenvolver o tema Webber 2011 num post próprio).

Vettel segundo, num fim de semana que deve ter terminado no sábado pra ele. Button, reforçando seu ano sólido, em terceiro. Alonso, perdendo o terceiro lugar na corrida e no campeonato por um ponto, em quarto, e Massa com uma parada a menos e 30 segundos atrás de Alonso, em quinto. Que me desculpem os “Massistas”, mas dá pra bater o martelo dizendo que a mola mudou Felipe.

Sutil, conseguindo um excepcional sexto lugar e tirando das Renault de Petrov e Heidfeld nono e décimo lugares do campeonato de pilotos. Um grande trabalho do alemão e da Force India, que se recuperou muito bem a partir da metade do ano.

Renault. Petrov, com seu 10º neste fim de semana, somou 37 pontos nesse campeonato, 15 deles conquistados sendo terceiro na Austrália - primeira corrida do ano. Daí dá pra entender o quanto a equipe regrediu após o pódio de Heidfeld na Malásia - o que pode servir até de desculpa para os dois míseros pontos de Bruno Senna da Bélgica até aqui. Dois pontos, enquanto Petrov, mais experiente, fez cinco apenas.

No mais, boa corrida de Kobayashi e Paul Di Resta também. A destacar negativamente o desempenho de Bruno Senna na corrida, depois de bater em Schumacher (de propósito, na minha opinião) chegou em 18º atrás de Kovalainen. Mesmo alegando problemas do câmbio, é pouco.

Uma corrida não tão boa, mas que foi a última antes de um longo hiato. F1 agora só em 2012. Muitos vídeos e baixar assim que possível o Review 2011 da FIA são minha dicas para não enlouquecer nesse momento de abstinência. 2011 vai deixar saudade? Alguma talvez. Mas mais por corridas isoladas, porque como campeonato foi bem mediano. Às vezes acontece, F1 é assim... e eu gosto assim.

domingo, 27 de novembro de 2011

Um sábado em Interlagos



Seis e dois da manhã. Um início de dia qualquer? Não, este seria especial. Se me dissesse quinta-feira à tarde que eu veria o treino para o GP do Brasil do autódromo de Interlagos 12 anos depois da última vez que fiz isso, provavelmente mandaria te internar, ou então lhe daria um daqueles sorrisos amarelos querendo dizer: “Tá, tá...”

A verdade é que há muito tempo tenho desencanado de ir atrás de ingressos para o GP do Brasil. Primeiro pelo valor, mas, principalmente, pelo custo-benefício.

Enfim. Mas aconteceu, acreditem ou não. Misteriosamente na quinta à noite soube da possibilidade pela mãe de um amigo. No outro dia tudo virou certeza. Já começava a me planejar, quando soube de outro dado que guinaria o rumo da experiência para uma via nunca d’antes imaginada. Sim, conseguimos - eu e meu amigo - lugares na arquibancada... mas não numa arquibancada comum, num setor plebéio (tomara que exista a palavra). Fomos simplesmente convidados à área VIP do Santander localizada na Curva do Café (identifique na TV como sendo a primeira arquibancada da reta após a Junção; de cor predominantemente vermelha).

Como ia dizendo, acordamos às seis e nos preparamos. Chegamos ao ponto de encontro combinado pela organização quase oito horas da manhã. Depois de alguns desencontros, guardas mal-humorados, números de RG e nomes na lista não encontrados facilmente e, por conseqüência, quase uma parada cardíaca, acabou dando tudo certo. Mas antes de pegar nossa van até o autódromo, tínhamos que nos vestir a caráter. Deram-nos kits com camiseta oficial (especialmente feita para a ocasião) da Ferrari, boné do Santander, protetores auriculares e capas de chuva. Além, óbvio, dos ingressos.

Adentramos o autódromo umas quinze pras nove. Fomos de cara surpreendidos pela vista:

Víamos o circuito praticamente inteiro, salvo o fim da reta dos boxes e o “S” do Senna. Ainda incrédulos com a vista, descemos e fomos tomar o café da manhã oferecido pelo banco no refeitório da área VIP. Inocentemente, pensamos ter a necessidade de pagar pelo que consumiríamos. Chegamos a um cartaz que parecia ter o preço dos salgados... mas, quando vimos bem, nos certificamos de que os números ali escritos não faziam referência ao preço, e sim às calorias dos alimentos. Não entendendo bem aquilo ainda, perguntamos no balcão sobre a venda de fichas para trocar por alimentos. A mulher nos respondeu com uma frase tão singela quanto natural: “Não, não precisa. Me diga o que quer”. Pois bem, pão de batata, muffins e refrigerante para começar bem o dia.

Enquanto íamos comendo, fomos nos dando ao luxo de escolher os melhores lugares da fila superior da arquibancada. Lugares nos quais presenciaríamos o último treino da F1 em 2011. Escolhemos lugares estrategicamente posicionados ao lado de duas TVs de LCD, que presumíamos que fossem exibir o treino.

Pouco antes da sessão das 11 horas começar, percebemos que as TVs mostravam imagens da FOM, e não do Sportv. Ou seja, veríamos o treino sem os possíveis e costumeiros cortes na transmissão do “canal campeão” e, claro, não precisaríamos ficar vendo propagandas chatas da Nova Schin antes e durante o treino classificatório à tarde. Além também do Live Timing, passando na segunda das TVs, um pouco mais abaixo no nosso caso.

Minutos se arrastavam como horas, mas chegou. O primeiro treino livre foi iniciado por Kamui Kobayashi e sua Sauber. A sensação de vê-lo e ouvi-lo diminuindo para descer o lago foi indescritível. O som parecia vindo do PA do autódromo. Nos certificamos que aquilo era verdade quando o japonês passou pela Curva do Café. Me fez arrepiar cada fio dos meus pêlos do braço, algo que não sinto todo dia. Em suma, nos primeiros 20 minutos de treino nós mais demos risada olhando um pra cara do outro, pra pista e pros monitores do que de fato prestamos atenção no treino.

Utilizamos a sessão também para desenvolver a técnica de fotografar um carro a 250 Km/h com um celular (os resultados vocês veem neste post). Mas conseguimos aproveitar bem. Vimos todos os carros, ouvimos todos os motores (incluso do Safety Car e Medical Car) e, embora os ouvidos zumbissem, relutava em não colocar os protetores, afinal, vai saber quando vou ouvir um destes de novo?

Fim do treino, e almoço no mesmo esquema do café. Deu tempo de ir no banheiro e... ah, é, ia esquecendo. Havia também na área VIP o carro de 2010 da Ferrari. Deu pra tocar e ver tudo o que é detalhe pelo pequeno “cercadinho” que o delimitava.

Além da comida, o que ajudou a espera do treino classificatório ser menos arrastada foi a trilha sonora. O pessoal do circuito tocava coisas como isso, isso, isso, isso e isso. Não dava pra reclamar.

Pois bem. Falando do treino agora. Apesar da grande emoção sentida, consegui me controlar para ver bem a sessão. Bons treinos das Hispania’s, Rosberg (que estranhamente virou tempo pior no Q3 do que no Q2) Sutil e Bruno Senna – mesmo com a pilha que colocaram. Agora, para o brasileiro, é hora de largar bem para deixar essa boa impressão para o ano que vem.

Mas o grande destaque do dia não teve como ser outro. Sim, eu estive presente num dia histórico para a F1. O dia que um homem bateu o recorde de pole positions em um ano. Um recorde difícil de ser quebrado e que irão lembrar para sempre. Sebastian Vettel pode ter tirado a emoção deste dentre tantos outros treinos desse ano, mas serei eternamente grato a ele por ter feito deste dia mais memorável do que já era.

Fez-se história na F1, e eu estava lá. Algo que não tem preço (embora na minha posição não tivesse mesmo). Depois do treino fui aproveitar a transmissão da FOM, com volta mais rápida, entrevista e afins. Após tudo terminado, fomos aproveitar o comis e bebis ao lado do F10 do lado de fora.

Cerca de uma hora depois do fim do treino saía de Interlagos tendo como destino o trem há mais de 20 minutos de distância de onde me localizava. Back to reality. Longa caminhada, mas na memória recente um momento que eu tenho certeza absoluta que jamais vou esquecer.

Hail, F1. Hail, Interlagos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Na trave, parte 2


Em 2009, depois de ressuscitar para a F1, Rubens vinha com uma missão das mais difíceis. Ganhar o GP do Brasil para manter vivo o sonho do título em Abu Dhabi. Barrichello, sem o melhor carro, marcou aquela pode ser considerada sua pole position mais emocionante da carreira; naquele que foi treino mais longo da história da F1, em duas horas e 41 minutos por uma chuva torrencial. Desbancou na sua última volta a quase imbatível Red Bull de Mark Webber.

Mas não é só isso que dá a dimensão do que foi aquela sessão. No Q2 - onde foi eliminado Jenson Button, seu rival pelo título naquele dia – Rubinho teve a sorte do então estreante Kobayashi, que tinha melhor carro naquela circunstância de pista, ter cometido um erro na Curva do Sol em sua última volta. Aquilo permitiu Barrichello ser o décimo e passar ao Q3. Com a pista mais seca e menos combustível do que os outros, a pole se tornou “mais fácil” para Rubinho na última sessão do dia.

Mas para o azar de Barichello, no domingo o sol veio forte. Todos sabiam que ele não teria como segurar o ritmo de Webber, e que Button, vindo de trás com um ótimo carro, era uma ameaça. Pior ainda, Rubinho com o trabalho de “coelho de maratona” no início da prova, foi altamente prejudicado pelo Safety Car na primeira volta. Ali Barrichello começou a perder aquela prova. Depois de parar nos boxes mais adiante e voltar no tráfego, Webber e Kubica, em estratégias melhores, o ultrapassaram nos pits. Mesmo depois disso, Barrichello não tinha vida fácil. Era pressionado por Hamilton que, vindo de 17º, fazia uma corrida pra lá de rápida.

Hamilton passou Barrichello, mas antes passou dos limites de seu carro. Enquanto pegava o vácuo de Rubinho, o inglês tocou seu spoiler no pneu traseiro direito do brasileiro. Uma volta depois, ele teria que ir ao pit trocá-lo, e lá se ia outra chance de vitória no Brasil. No fim ainda foi oitavo, mas não impediu o título de Button naquele dia, e nem que Vettel lhe roubasse o vice-mundial em Abu Dhabi dali 15 dias.

Pelo sim, pelo não, uma pole position que entrou pra história. Um entre tantos treinos nesse formato (Q1, Q2, Q3) cujo fim foi impossível assistir sentado. Um roteiro digno para a última das 14 poles de Rubinho na F1.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Na trave, parte 1


Se vai ou não parar de correr ao fim deste GP do Brasil, Barrichello, independente disso, namorou várias vezes com o sucesso pleno em Interlagos. Foram três pole positions em treinos classificatórios... mas apenas um pódio. A verdade é que Rubinho - ora por nervosismo, ora por azar - nunca teve provas sem algum tipo de problema no Brasil durante sua carreira

O primeiro dos anos que Barrichello veio com força e constância necessária para ser considerado favorito sólido foi em 2003. Depois do brilho de 1999 na Stewart - quando liderou pela primeira vez o GP do Brasil após uma sumária falha hidráulica no McLaren número 1 de Mika Hakkinen (que venceria a prova ainda) – Barrichello devia uma atuação como aquela, mas agora de Ferrari.

Rubens não decepcionou. Cravou a pole position à frente das McLarens - que haviam ganho as duas primeiras provas - e de um inspiradíssimo Mark Webber - que assustou chegando a colocar mais de dois décimos no tempo de Barrichello no segundo setor de sua “flying lap”. Para infortúnio do australiano, seu motor Cosworth sucumbiu à subida para os boxes, concedendo ao brasileiro sua primeira pole em Interlagos.

Na corrida, depois de uma largada com Safety Car pelo pé d'água que caia, Barrichello começou a ser ultrapassado por vários carros – os de pneus Michelin, já que o regulamento permitia apenas que as fabricantes de pneus trouxessem um tipo de pneu “biscoito” aos fins de semana; os franceses tinham o “full wet”, enquanto a Bridgestone o intermediário. Beneficiado por alguns abandonos, uma tática acertada da Ferrari e uma trégua de São Pedro, Rubinho se viu a poucas voltas do fim a somente um carro da vitória, a McLaren de Coulthard.

A pressão de Barrichello foi tão forte que o escocês cedeu. Na volta 45, Rubinho era líder finalmente. Nada parecia tirar de Barrichello a tão sonhada vitória no Brasil... até que, depois de marcar a volta mais rápida da prova, seu F2003-GA parou misteriosamente. Um problema no rádio fez com que seu combustível acabasse na pista e evaporasse o desejo dele e dos torcedores naquele dia. A vitória.

Em 2004, outra oportunidade. Barrichello cravou aquela que é a melhor volta até hoje em Interlagos no treino classificatório. Porém, a chuva, tantas vezes sua aliada, veio para lhe atrapalhar neste dia. Depois de largar de intermediários e perder a liderança para Raikkonen na primeira volta, Rubinho a recuperou na volta quatro. No entanto, a chuva que caia antes da largada havia parado, e, pela degradação dos pneus Michelin, Raikkonen e Montoya foram aos pits. Voltaram lado a lado, numa disputa que parecia valer a vitória – e valeu.

Barrichello permaneceu na pista. Ele e o jovem Felipe Massa. Ambos lideraram a prova durante uma volta, a seis. Uma volta feliz para o torcedor... mas uma volta que faria Barrichello perder suas possibilidades de vitória, já que Montoya, Kimi, Ralf e Sato viravam suas “out laps” ameaçadoramente mais rápido que o brasileiro, ainda de intermediários.

Rubinho parou logo após, e voltou atrás de todos estes. No fim das contas, acabou ficando com um modesto terceiro lugar. Massa foi oitavo. Ambos perderam primeira e quarta posições, respectivamente, pela volta que lideraram o GP do Brasil em 2004. Azar.

Ganhando ou não, fica o momento e a emoção de suas voltas voadoras que lhe permitiram largar pelas duas primeiras vezes na frente em Interlagos. Assista-as abaixo.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O piloto e os carros


Atrasado, claro. Não pude ver à corrida, estava naquele momento fazendo a maldita prova do órgão INEP(to). Sendo assim vi resumos e reprises.

Corrida chata. Esperava-se muito mais depois de um treino como o de sábado. Um treino de estratégia, um treino de riscos, mas sobretudo um treino de pilotos. Em que pilotos, apenas eles, poderiam fazer a diferença, e aconteceu. Primeira pole de Nico Hulkenberg(!!) na F1. Piloto que achava, até sair de casa para o Enem no sábado, bem fraquinho. Um daqueles de passagem opaca ao olhar público-geral no futuro. Necessárias foram 3 voltas perfeitas para mudar radicalmente minha opinião. Digno do mais efusivo aplauso da minha pessoa, mesmo não vendo ao vivo.

Lembrou muito a pole de seu atual companheiro Barrichello na Bélgica em 1994, sua primeira na ocasião. Chuva, pista secando, trilho, riscos e voltas perfeitas desbancando os peixes grandes da categoria. Com a diferença apenas de que Hulk não acabou a corrida na proteção de pneus, foi realmente muito parecida a ocasião dos feitos. Ponto para o alemão, que chegou em 8º e levou de Interlagos a moral quadruplicada, por além da pole position, 4 pontinhos no mundial.

No treino tivemos um show de piloto, na corrida o contrário a rigor. Uma corrida de carros, não pilotos. Uma corrida de máquinas, não seres humanos. Fato que se observa no resultado. 1-2 facílimo da Red Bull, 3º lugar facílimo de Alonso, 4º e 5º naturais a McLaren, tão quanto os 6º e 7º da Mercedes. Além do título de construtores, que apenas o apocalipse tiraria da Red Bull.

Simplesmente não há o que dizer da corrida. Corrida sem conteúdo que foi. As disputas ficaram guardadas ao pelotão dos menos afortunados, e nele os brasileirinhos contra esse mundão. Na verdade essa corrida representa muito bem o nível da decepção do automobilismo brasileiro na F1 em 2010, talvez o maior de todos os tempos. Dos 4 pilotos brasileiros pode-se dizer que apenas Barrichello esteja fazendo um ano dentro da expectativa. Os 3 outros decepcionam. 2 porque andam de jegue (talvez a massa nem soubesse da existência de Lucas Di Grassi até o “GP Brasil”) e 1 por motivos “misteriosos”.

No geral, não vou mentir, o GP do Brasil me decepcionou um pouco. Porém em uma semana (menos agora) veremos um campeonato ser decidido pela primeira vez com 4 pilotos na disputa na última corrida. Talvez não seja a melhor pista, Abu Dhabi, para se decidir um título, ou para se ter uma corrida de F1 decente. Mas o que se espera em Yas Marina é uma corrida, sobretudo de pilotos, não de carros. Um desfecho perfeito para um mundial que beirou a isso.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Um GP especial


Mais um GP do Brasil. Já são 39. Duas pistas com três traçados diferentes. 5 decisões de títulos, 9 vitórias brasileiras, muitas histórias.

Talvez o GP do Brasil não seja o mais glamoroso, não seja o de melhor estrutura, não tenha o melhor asfalto, não tenha melhor drenagem, mas é um local emblemático para a F1, um local que fez e faz história seja como for. É um local que recupera a verdadeira essência do automobilismo, o quê do desafio, (em um traçado que diga-se foi dos poucos poupados das mãos de Hermann Tilke) o quê da informalidade, o quê da simplicidade. Coisas que a F1 do século XXI vem mais e mais perdendo/ querendo apagar, tornando-se um evento exclusivamente comercial.

O GP do Brasil rema contra a maré. Basta olhar uma foto de Interlagos nos anos 70 e uma dos anos 90. Constata um crescimento alto e desordenado da cidade ao entorno da pista, típico de um país subdesenvolvido, típico de governantes incompetentes e típico de países que não conseguiriam administrar e manter um evento do tamanho da F1.

Então o que mantém o GP do Brasil no calendário por tanto tempo já que “nossa paixão”, nossa atenção, é, e sempre foi, única exclusivamente o futebol? É o que sempre me pergunto. Repare que países de tradição como França, Holanda e Portugal não têm mais corridas no calendário, não conseguem mais lançar um piloto que faça as atenções do pais se voltarem ao automobilismo, mesmo sendo europeus, e no caso da França tendo montadoras e fábricas importantes.

Não há explicação racional. O que há é uma força sobrenatural, uma força conspiratória.

Besteira de um aficcionado em corridas que ama ver a F1 anualmente indo a seu pais? Provavelmente. Mas ele em defesa a si próprio tem dizer que: 1. Desde que Interlagos foi para fim da temporada em 2004 decidiu 5 mundiais em 6 corridas disputadas. 2. Sediou a única corrida “sem começo e fim” da história da F1 em 2003. 3. Teve seu principal herói ganhando de maneira inacreditável duas corridas em condições adversas. 4. Foi palco da decisão de título mais dramática da história na última freada. 5. Em 1983 tornou-se o único na história que não possui 2º colocado. 6. Já vimos por aqui um inglês vencer e desfilar com a bandeira do Brasil. 7. Viu em 2009 o mais longo e dramático treino de classificação da história. 8. Teve em suas 4 primeiras edições 3 vitórias de brasileiros. 9. Tem como maior vencedor um francês que por muito tempo foi odiado por essas bandas... e por aí vai.

E deve ter mais um monte de motivos pra argumentar que o que acontece no Brasil foge do normal de uma simples corrida de F1, esses que citei apenas vieram de cabeça no momento em que digito esse post. A verdade é que o GP do Brasil sempre terá um lugar de destaque na memória recente e antiga da F1, sempre será um clássico.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Falas e análises

Abri hoje minha internet e me deparei com a seguinte frase de Timo Glock: "O GP do Brasil foi mei pior momento".

Com certeza, concordo plenamente com o alemão. Na certa ele deve ter sofrido muitas pressões de jornalistas e também ter sido vítima de muito achismo da parte não só da imprensa como das pessoas que se negam a olhar a verdade.


De qualquer jeito Glock vai se acostumar, porque vai responder pra sempre a essas perguntas, já que ele foi um dos protagonistas da decisão mais apertada e fantástica de título em toda a história da F1.


E pensando bem foi até melhor Hamilton ter ganho o título. Por que, já pensou se o Massa é campeão? seria por uma vitória... Agora pare para pensar, a que vitória seria atribuida o título de Massa pelos "historiadores" da F1? O GP da Bélgica. Independêntemente de a punição para Hamilton ter sido justa ou não o inglês ganhou mas não levou, e isso é bem polêmico. Massa teria a etiqueta de "campeão por acidente" ou "campeão pelo tapetão", já que no GP do Japão aconteceram coisas semelhantes.


Olhando para isso vejo que para Massa foi melhor adiar esse título(que certamente virá), para evitar essas taxações. Melhor assim.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

E a vida continua...


Quem poderia apostar numa decisão de campeonato dessas? Chuva a dois minutos do início da prova, largada atrasada em 10 minutos, largada com acidentes, Safety Car, Massa inpecável na chuva (!!!), chuva de novo nas 6 últimas voltas, Vettel em uma de suas melhores atuações passando Hamilton há 3 voltas do fim, Glock numa estratégia suicída que quase dá certo, Massa quase campeão, título decidido na última curva e... Hamilton campeão merecidamente, Ufa!
A corrida foi das mais vibrantes, Massa não chegou a ser ameaçado mesmo de baixo de chuva e ontem foi o piloto do dia. Hamilton pode não ter feito muita coisa ontem, porém fez um campeonato impecável e foi mais agressivo que Massa durante o mundial, justiça seja feita. Mas 2009 está ai, e Massa tem tudo para fazer um grande campeonato, e quem sabe com a maturidade adquirida nesse ano pode vir a ser campeão, não seria de se estranhar, Felipe "tirou carteira de craque" nesse ano. O que lhe falta ao meu ver é versatilidade, é imbatível em algumas pistas e em outras acaba não tendo um desempenho tão bom, isso precisa ser consertado ainda.
Glock será questionado até fim da vida por seu ritmo lento na última volta em Interlagos, já começaram as teorias de conspiração de que Timo teria dado a posição de propósito. Não acredito, Glock e Trulli viraram práticamente o mesmo tempo na última volta do GP, digo que se isso foi teatro merece um Oscar. Atuação perfeita digna de Hollyhood.

O momento fatídico
Para Rubinho e Nelsinho o momento é complicado, Nelsinho rodou e bateu sozinho na curva do sol na largada, não tem perdão. Para Barrichello é momento de pensar melhor no quer para o ano que vem. Quem sabe para ele possa ser uma boa parar agora, embora ainda ache que ele ainda tem gás para mais um ano, vamos ver.
Ano que vem promete muito, resta saber o que nos reservam as mudanças no regulamento. Sei lá depois de uma ano assim fico meio cabreiro quando olho um pacote tão revolucionário de mudanças para o próximo ano, como dizem em estádios de Futebol pelo país "- Qualé doutor? Em time que se ganha não se mexe!"

Éca!
Descorrerei mais sobre esse tema ao longo das "férias" e dos testes de inverno, uma coisa está certa, os carros estam feios de doer e com a exclusão de Montreal do mundial a F1 só tem (e muito) a perder.

domingo, 2 de novembro de 2008

"C'est la vie"


Vitória de Massa, sua 11 na carreira, porém, claro, sem sabor nenhum ao saber da derrota, há cerca de apenas 10 a 15 segundos da bandeirada. Todo a efusividade deu lugar a tristeza. Hamilton era o 6 há apenas 2 curvas do fim da temporada, o que dava o título ao brasileiro, porém a tradicional chuva paulistana não deu trégua o que fez com que a aposta de Glock, em ficar na pista e não trocar para pneus de chuva, fosse por água abaixo antes de a corrida acabar. Tristeza tomou conta de todos nesse momento, quase que por número de vitórias um brasileiro é campeão em casa, infelizmente não aconteceu.

Choro de Massa no pódio e no parque fechado, faltou pouco
De qualquer forma Massa foi perfeito e provou que se vira bem sim em pista molhada. Além de não ser sequer incomodado por Alonso no fim, segurou muito bem Vettel que estava mais leve no começo da prova. A tal proeza toma dimensões quando vemos que o tal "rei da chuva" Lewis Hamilton não conseguiu segurar o alemão da STR e quase perdeu o campeonato.
Hamilton com esse título faz a Inglaterra empatar com Brasil no ranking de campeonatos mundiais. 8 contra 8.
Seja dita a verdade, Lewis mereceu o título, não por o que fez hoje, mas pelo excelênte campeonato e pela agressividade que lhe renderam vitórias e pontos que fizeram a diferença agora no final.

Hamilton campeão, merecidíssimo. O primeiro negro na F1, o primeiro a ser campeão, o mais jovem (23 ano e nove meses) e no 2° ano, como Villeneuve há 11 anos
Seja dita outra verdade, Massa seria campeão não fossem os erros em sequência da Ferrari. É só pensar na Hungria, Cingapura... etc.
Porém não tira o brilho do feito de Hamilton e McLaren, embora não tenha ficado em 1 nos construtores. O que faltou foi segundo piloto para o time inglês.
Voltando a corrida, Alonso ficou em um excelênte 2 lugar com Raikkonen num apagado 3. FERNANDO VOLTOU MEUS AMIGOS!
Gradiosa performance de Vettel que mais uma vez fez grande corrida, sempre ali na frente, agressivo quando era pra ser, disputando de igual para igual com Massa no começo da prova e passando de forma heróica Hamilton no fim da prova. Fez um bom trabalho hoje.

Vettel prestes a passar Hamilton
Glock foi o algóz da torcida brasileira hoje, não parou para trocar pneus quando começou a chover de novo há 5 voltas do fim. Uma aposta que oferecia riscos, porém o alemão tentou se segurar. Mas nos últimos metros a chuva apertou, e inviabilizou um desempenho mais rápido do alemão. Foi ultrapassado por Vettel e Hamilton na junção antes da subida dos boxes. Mesmo assim isso não tira o bom trabalho de alemão que largou em 10 e chegou em 6, a frente do companheiro Trulli que largou em 2 e chegou em 8 e também não trocou pneu no fim da prova.
Kovalainen fez o que se esperava dele, nada. Não que ele podesse ter feito algo, mas passou a corrida em branco.
Despedida triste de Coulthard, tirado na primeira curva pelas duas Williams, o carro no qual estreiou na F1. David merecia coisa melhor hoje.

Tchau David! você fará falta!
Nelsinho complicou de vez sua estádia na Renault, errou e bateu no muro na curva do sol na primeira volta. Se estava mesmo tudo meio caminho andado para sua permanência como disseram, diria que agora Briatore vai pensar mais uma vez no que está fazendo.
Barrichello fez corrida apagada, só a chuva poderia ajuda-lo, ela veio, mas isoladamente na prova assim Rubens não conseguiu fazer melhor do que um 15 lugar.
Dou destaque aqui para a falta de desempenho dos BMW's, na metade da prova vimos Kubica não conseguir passar Sutil, inexplicavel. O polonês chegou em 11 e perdeu o 3° posto no mundial para Raikkonen. Heidfeld que ficou boa parte da prova beirando a zona de pontuação uma posição afrente. Será a BMW uma nova Honda/Toyota??
Destaque para a tática de Fisichella que se tivesse carro chegaria nos pontos.
De qualquer forma a F1 está de parabéns, dois campeonatos desse nível de equilíbrio é algo que não viamos desde os anos 80. Eo melhor é que para o ano que vem a coisa promete melhorar, com a evolução da Renault, com a ida de Vettel para a RBR e com uma provável de Toyota e Honda.

O ano que vem promete, e que venha agora nossa "DPT". Depressão pós temporada de F1. :/

sábado, 1 de novembro de 2008

Tudo beleza


Pole de Massa, sua 15 na carreira com o tempo de 1:12.368, nada menos do que 0.329 a frente de Jarno Trulli da Toyota que em dia inspiradissímo fez o 2 tempo e larga ao lado de Massa amanhã. Raikkonen foi 3 pouco atrás de Trulli e Hamilton, o rival de Massa na disputa do título, foi 4.
Impressionante ver a torcida brasileira acompanhando Massa. Posso dizer que nunca vi tanta comoção num autódromo. Era Felipe passar ou ser mostrado no telão que a torcida estava de pé vibrando e torcendo por ele. Imagina só a festa se ele for campeão amanhã?!
Voltemos a realidade. A verdade é que Massa parece estar mais leve que os concorrêntes diretos, mas nem tanto quanto esse tempo pode evidênciar. Felipe é favoritissímo para a prova de amanhã e digo que mesmo com chuva Massa larga com uma mão e 4 dedos na taça. O que pode ser ruim para ele será se a corrida em caso de chuva começar com Safety Car, já que o ideal é Felipe abrir no princípio.
Hamilton vai mesmo fazer uma corrida de cabeça, a 4 posição evidência isso. Mesmo assim a largada se for em movimento será uma caixinha de surpresas. Acredito que Lewis não irá tanto pra cima, ficará na tocaia, esperando para dar qualquer bote se possível, no caso de corrida com chuva.
Alonso foi 6, esperava beeeeeeeem mais do espanhol, que liderou os dois dias de treinos livres. Nada que um tanque vazio não explique bem.
Mas sem explicação está o desempenho de Kubica, o polonês vai largar em 13. Um treino muito ruim dele. Visivelmente ele tentava voltas rápidas mais não conseguia. Acerto para chuva? talvez. Mas diga-se a verdade Robert levou um chocolate de Heidfeld que larga em 8 dividindo as STR's.
STR's que novamente andaram muito bem e enfiaram a dupla da RBR no bolso, com Vettel em 7 e Bourdais 9. Realmente seria uma pena se Bourdais ficasse fora da equipe, ele não é tão bom quanto Vettel mas tem seu valor e está mostrando-o desde o GP da Bélgica.
A performance de Glock me faz pensar, seu carro pode estar acertado para o molhado e com tanque cheio. Se chover amanhã o alemão entra na parada de novo. Ele larga em 10.
Performance pífia da Williams, depois de uma sexta-feira na qual andaram relativamente bem Nakajima em 16 e Rosberg em 18 (apenas a frente das Force India de Fisichella e Sutil) foi muito pouco e muito decepcionante.
Nelsinho larga em 11, ouvi boatos por ai de que ele já estaria com 70% de chance de ficar na Renault, bom para a auto-confiança dele, que fará uma corrida amanhã com menos peso nos ombros sem dúvida nenhuma.
Barrichello bem que tentou, mas é limitado por sua carroça que não faz mais que um 15 lugar em condições normais. Bom para ele é que Button vai ser o 17.
Vamos aguardar, a corrida de amanhã promete de mais!

Felicidade dos latinos e... a cara do Kimi
Grid:
MAS TRU
RAI HAM
KOV ALO
VET HEI
BOU GLO
PIQ WEB
KUB COU
BAR NAK
BUT ROS
FIS SUT

Preocupações

Alonso fez o melhor tempo na última sessão de treinos livres em Interlagos. Realmente parece que o espanhol renasceu das cinzas, isso preocupa, o espanhol é sim favorito a Pole logo mais. Pode estar até um pouco mais leve, que seja, mas esta na briga. Preocupa mais ainda o desempenho das McLarens a frente de Massa. Felipe não conseguiu no fim do treino passar os carros ingleses, mesmo visivelmente abusando. Muito preocupante.
Felipe se mostrou tenso nas imagens, após o treino. Acredito que a Ferrari não esperava por essa. Tanto é que Kimi foi o 12, não é pra tanto mais devia ter ficado mais para frente.
Bom treino das STR, devem mais uma vez frenquentar o Q3.
A BMW parece não ter encontrado um bom acerto em Interlagos, azar de Kubica que luta pela 3° posição no campeonato...

mas... será que isso se mantêm como verdade?

É esperar pra ver. Pode ser que esse treino tenha dito bastante.



sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Nada de novo


Fernando Alonso fez hoje o melhor tempo em Interlagos... pois é, nada que a palavrinha "sexta-feira" não explique. Massa foi 2 0.009 atrás do espanhol da Renault e Hamilton foi o 4 no geral.
Pelo menos na Sexta-feira a Ferrari e Massa conseguiram ficar na frente de Hamilton e McLaren. A verdade é que Felipe se dá muito bem em Interlagos, tem tudo para vencer a corrida em condições normais, o único porém, como já disse ontem, é a chuva que se dá quase como certa no domingo, principalmente na segunda metade da prova, onde temos 80% de possíbilidade.
Hamilton tem grande vantagem nessas condições, realmente para Massa no jogo limpo é quase impossível de tirar o título de Hamilton. Porém numa decisão dessas tudo pode acontecer e a esperança é a última que morre.

A grata surpresa do treino foi Trulli em 3, bom treino do italiano!
Bonita a atítude de Barrichello que homenageará Ingo Hoffmann "o alemão" 12 vezes campeão da Stock Car, categoria da qual ele irá se retirar ao fim desse ano. Ingo participou da F1 meteoricamente na Copersucar-Fittipaldi entre 1976 e 1977 em 6 provas se classificando para 3 delas. Em 1976 de 4 ele apenas participou do GP do Brasil, e em 1977 participou das duas primeiras provas na Argentina e no Brasil, chegando inclusive em 7 por aqui, seu melhor resultado. Hoje Rubinho foi 16 reclamando muito do equilibrio do carro.

Homenagem de Barrichello a Ingo, um de seus incentivadores no começo da carreira
Nelsinho também usará um capacete especial na corrida. A gota tradicional dos Piquet's virá com a bandeira do Brasil, bandeira que estará também em cima do capacete do brasileiro. Nelsinho foi o 8 hoje.

Capacete de Nelsinho
O destaque do dia foi a nova câmera no capacete de David Coulthard, que mostra tudo do ponto de vista do piloto, bem legal. Uma idéia que já tinha sido colocada em prática na ChampCar em 2002 no carro de Paul Tracy se não me engano. Novidades, poucas... nada de novo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

E lá vem a noiva...

David Coulthard usará uma pintura especial em sua Red Bull durante esse fim de semana em Interlagos. Sua Red Bull será Branca e usará um anúncio de uma entidade que apóia pesquisas para a cura de lesões na coluna e na medúla espinhal, "Wings for Life".
Festinha: Alguns pilotos posam ao lado do carro junto com David, dentre eles apenas Barrichello corria quando o escocês estreou na F1 em 1994
Só faltam as latinhas pinduradas atrás do carro.
Tradicionalmente a FIA jamais deixou que os carros de uma mesma equipe fossem de cores diferentes ou trocassem de pintura no meio da temporada. Leia-se respectivamente a B.A.R. em 1999 e a mesma B.A.R. em 2004 no GP da China, quando usariam uma pintura especial da marca de cigarros "555" no carro, porém a FIA vetou e eles acabaram usando a mesma pintura da temporada só que anúnciando o patrocínio. Mudaram apenas os macacões dos pilotos e mecânicos.

B.A.R. em 1999, pintura vetada pela FIA. Zonta usaria o 23 e Villeneuve o 22

Para poder correr a equipe fundiu as duas pinturas
Pintura especial para o GP da China de 2004, vetada
Porém Button e Sato foram para a prova com macacões diferentes dos normais patrocínados pela Lucky Strike
Acredito que eles tenham deixado no caso de David por não se tratar de Marketing como era no caso da B.A.R., e sim da despedida de um dos pilotos de mais folclóre do mundo da F1 nesses 14 últimos anos.

Espectativas para Interlagos

Enfim, última prova do ano, o GP do Brasil em Interlagos. Pista que decidiu o campeonato nos últimos três anos e nesse ano também não será diferente, a disputa dessa vez é entre dois jovens talentos sem títulos ainda na F1, Lewis Hamilton e Felipe Massa.
No ano passado Kimi Raikkonen venceu a emocionante prova e faturou o título depois das 71 voltas completadas por ele em 1h:28:15.270, com Felipe Massa em 2 e Fernando Alonso em sua última corrida na McLaren em 3, Hamilton fez uma de suas piores apresentações na F1 largou em 2 e finalizou em 7 depois de uma corrida com muitas trapalhadas, perdendo assim o título mundial para Kimi que antes da prova estava 7 pontos atrás dele.
A pista de Interlagos está dentre as mais trabalhosas de todo o calendário. Uma pista de média para alta velocidade, com um desenho interessante, pois há uma parte bem veloz, depois da saida da junção dividida pela freiada do S do Senna até o fim da reta oposta e uma parte bem travada e sinuosa, apartir do Laranjinha até a Junção novamente. O recorde do círcuito pertence a Juan Pablo Montoya de Williams em 2004, 1:11.473, corrida por sinal vencida pelo colômbiano, a única vitória da Williams no ano.

Montoya no dia da última vitória da Williams na F1 e única vez em que Barrichello subiu no pódio por aqui
O círcuito também é dos mais exigentes para o pescoço dos pilotos, alguns chegam até a usar um apoio ao lado direito do capacete pelo excesso de curvas para esquerda, 10 ao todo. Porém a curva que mais exige do pescoço é o Laranjinha que é para direita, lugar onde a força G chega a 5.00. Não é incomum vermos ao final das provas os pilotos apoiarem a cabeça no encosto do cockpit.
Veja o desenho da pista:

Hamilton vem 7 pontos a frente, tem o direito de não precisar vencer a prova pode ser até 5 com Massa em 1, em 6 os dois empatariam mas pelo número de vitórias Massa seria campeão. E 7 com Massa em 2. Se Massa chegar em 3 marcará 6 pontos e mesmo que Lewis não pontue Felipe ainda ficará com desvantagem de um ponto, assim sendo Hamilton será o campeão.
Olhando esse panorâma constatamos que a missão de Massa não é nada fácil, pois não depende apenas de si mesmo, necessita de uma combinação de resultados e se tratando de uma McLaren o carro concorrente as coisas ficam muito complicadas. A menos, logicamente, que o fator humano influencie na decisão mais uma vez, como no ano passado, onde Hamilton deu vexame e deixou cair no colo de Raikkonen um título praticamente ganho.
Vamos relembrar: Depois de ter caido de 2 para 4 na largada Hamilton tentou de forma precipitada passar Alonso no fim da reta oposta, acabou saindo da pista e caindo na classificação para 10. Após esses infortunios, Lewis parecia que tinha botado a cabeça no lugar porém logo depois de assumir o 7 lugar, apertou o neutro de sua McLaren e na afobação do momento demorou a perceber o que tinha acontecido e assim acabou caprichosamente caindo para a última posição. Ainda chegou em 7 porém não conseguiu tirar o título de Kimi.
Essa recordação faz ainda termos dúvida de qual será a postura de Hamilton na prova, se agirá por seu instinto vencedor ou ouvirá a razão e fará uma corrida de chegada visando o título. Vamos esperar para ver.
Porém Interlagos é uma pista da qual Massa gosta, ganhou aqui em 2006, ganharia em 2007 e liderou pela primeira vez na carreira uma corrida de F1 no Brasil em 2004.
E para apimentar as coisas a previsão é de chuva para o fim de semana, ponto positivo para Hamilton que se destaca nessas condições, e Massa digamos não é nem sombra do inglês no piso molhado. Por outro lado Massa pode contar com o escudeiro Kimi Raikkonen, que deve ajuda-lo no possível. Já Hamilton não tem um escudeiro confiável, Kovalainen se mostrou um piloto inconstante e sem tocada para disputar com o inglês e com as Ferraris, ponto para Massa. Não, não acredito em jogo sujo de Kimi. Não acredito que Kimi seja capaz de bater em Hamilton para beneficiar Massa, não acredito também que isso seja da personalidade do finlandês. Veremos uma disputa limpa.
Acredito na Ferrari melhor que a McLaren, veremos amanhã a verdade estabelecida.