
terça-feira, 29 de novembro de 2011
In the end...

domingo, 27 de novembro de 2011
Um sábado em Interlagos

A verdade é que há muito tempo tenho desencanado de ir atrás de ingressos para o GP do Brasil. Primeiro pelo valor, mas, principalmente, pelo custo-benefício.
Enfim. Mas aconteceu, acreditem ou não. Misteriosamente na quinta à noite soube da possibilidade pela mãe de um amigo. No outro dia tudo virou certeza. Já começava a me planejar, quando soube de outro dado que guinaria o rumo da experiência para uma via nunca d’antes imaginada. Sim, conseguimos - eu e meu amigo - lugares na arquibancada... mas não numa arquibancada comum, num setor plebéio (tomara que exista a palavra). Fomos simplesmente convidados à área VIP do Santander localizada na Curva do Café (identifique na TV como sendo a primeira arquibancada da reta após a Junção; de cor predominantemente vermelha).
Como ia dizendo, acordamos às seis e nos preparamos. Chegamos ao ponto de encontro combinado pela organização quase oito horas da manhã. Depois de alguns desencontros, guardas mal-humorados, números de RG e nomes na lista não encontrados facilmente e, por conseqüência, quase uma parada cardíaca, acabou dando tudo certo. Mas antes de pegar nossa van até o autódromo, tínhamos que nos vestir a caráter. Deram-nos kits com camiseta oficial (especialmente feita para a ocasião) da Ferrari, boné do Santander, protetores auriculares e capas de chuva. Além, óbvio, dos ingressos.
Adentramos o autódromo umas quinze pras nove. Fomos de cara surpreendidos pela vista:
Víamos o circuito praticamente inteiro, salvo o fim da reta dos boxes e o “S” do Senna. Ainda incrédulos com a vista, descemos e fomos tomar o café da manhã oferecido pelo banco no refeitório da área VIP. Inocentemente, pensamos ter a necessidade de pagar pelo que consumiríamos. Chegamos a um cartaz que parecia ter o preço dos salgados... mas, quando vimos bem, nos certificamos de que os números ali escritos não faziam referência ao preço, e sim às calorias dos alimentos. Não entendendo bem aquilo ainda, perguntamos no balcão sobre a venda de fichas para trocar por alimentos. A mulher nos respondeu com uma frase tão singela quanto natural: “Não, não precisa. Me diga o que quer”. Pois bem, pão de batata, muffins e refrigerante para começar bem o dia.
Enquanto íamos comendo, fomos nos dando ao luxo de escolher os melhores lugares da fila superior da arquibancada. Lugares nos quais presenciaríamos o último treino da F1 em 2011. Escolhemos lugares estrategicamente posicionados ao lado de duas TVs de LCD, que presumíamos que fossem exibir o treino.
Pouco antes da sessão das 11 horas começar, percebemos que as TVs mostravam imagens da FOM, e não do Sportv. Ou seja, veríamos o treino sem os possíveis e costumeiros cortes na transmissão do “canal campeão” e, claro, não precisaríamos ficar vendo propagandas chatas da Nova Schin antes e durante o treino classificatório à tarde. Além também do Live Timing, passando na segunda das TVs, um pouco mais abaixo no nosso caso.
Minutos se arrastavam como horas, mas chegou. O primeiro treino livre foi iniciado por Kamui Kobayashi e sua Sauber. A sensação de vê-lo e ouvi-lo diminuindo para descer o lago foi indescritível. O som parecia vindo do PA do autódromo. Nos certificamos que aquilo era verdade quando o japonês passou pela Curva do Café. Me fez arrepiar cada fio dos meus pêlos do braço, algo que não sinto todo dia. Em suma, nos primeiros 20 minutos de treino nós mais demos risada olhando um pra cara do outro, pra pista e pros monitores do que de fato prestamos atenção no treino.
Utilizamos a sessão também para desenvolver a técnica de fotografar um carro a
Fim do treino, e almoço no mesmo esquema do café. Deu tempo de ir no banheiro e... ah, é, ia esquecendo. Havia também na área VIP o carro de 2010 da Ferrari. Deu pra tocar e ver tudo o que é detalhe pelo pequeno “cercadinho” que o delimitava.
Além da comida, o que ajudou a espera do treino classificatório ser menos arrastada foi a trilha sonora. O pessoal do circuito tocava coisas como isso, isso, isso, isso e isso. Não dava pra reclamar.
Pois bem. Falando do treino agora. Apesar da grande emoção sentida, consegui me controlar para ver bem a sessão. Bons treinos das Hispania’s, Rosberg (que estranhamente virou tempo pior no Q3 do que no Q2) Sutil e Bruno Senna – mesmo com a pilha que colocaram. Agora, para o brasileiro, é hora de largar bem para deixar essa boa impressão para o ano que vem.
Mas o grande destaque do dia não teve como ser outro. Sim, eu estive presente num dia histórico para a F1. O dia que um homem bateu o recorde de pole positions em um ano. Um recorde difícil de ser quebrado e que irão lembrar para sempre. Sebastian Vettel pode ter tirado a emoção deste dentre tantos outros treinos desse ano, mas serei eternamente grato a ele por ter feito deste dia mais memorável do que já era.
Fez-se história na F1, e eu estava lá. Algo que não tem preço (embora na minha posição não tivesse mesmo). Depois do treino fui aproveitar a transmissão da FOM, com volta mais rápida, entrevista e afins. Após tudo terminado, fomos aproveitar o comis e bebis ao lado do F10 do lado de fora.
Cerca de uma hora depois do fim do treino saía de Interlagos tendo como destino o trem há mais de 20 minutos de distância de onde me localizava. Back to reality. Longa caminhada, mas na memória recente um momento que eu tenho certeza absoluta que jamais vou esquecer.
Hail, F1. Hail, Interlagos.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Na trave, parte 2

Em 2009, depois de ressuscitar para a F1, Rubens vinha com uma missão das mais difíceis. Ganhar o GP do Brasil para manter vivo o sonho do título
Mas não é só isso que dá a dimensão do que foi aquela sessão. No Q2 - onde foi eliminado Jenson Button, seu rival pelo título naquele dia – Rubinho teve a sorte do então estreante Kobayashi, que tinha melhor carro naquela circunstância de pista, ter cometido um erro na Curva do Sol em sua última volta. Aquilo permitiu Barrichello ser o décimo e passar ao Q3. Com a pista mais seca e menos combustível do que os outros, a pole se tornou “mais fácil” para Rubinho na última sessão do dia.
Mas para o azar de Barichello, no domingo o sol veio forte. Todos sabiam que ele não teria como segurar o ritmo de Webber, e que Button, vindo de trás com um ótimo carro, era uma ameaça. Pior ainda, Rubinho com o trabalho de “coelho de maratona” no início da prova, foi altamente prejudicado pelo Safety Car na primeira volta. Ali Barrichello começou a perder aquela prova. Depois de parar nos boxes mais adiante e voltar no tráfego, Webber e Kubica, em estratégias melhores, o ultrapassaram nos pits. Mesmo depois disso, Barrichello não tinha vida fácil. Era pressionado por Hamilton que, vindo de 17º, fazia uma corrida pra lá de rápida.
Hamilton passou Barrichello, mas antes passou dos limites de seu carro. Enquanto pegava o vácuo de Rubinho, o inglês tocou seu spoiler no pneu traseiro direito do brasileiro. Uma volta depois, ele teria que ir ao pit trocá-lo, e lá se ia outra chance de vitória no Brasil. No fim ainda foi oitavo, mas não impediu o título de Button naquele dia, e nem que Vettel lhe roubasse o vice-mundial
Pelo sim, pelo não, uma pole position que entrou pra história. Um entre tantos treinos nesse formato (Q1, Q2, Q3) cujo fim foi impossível assistir sentado. Um roteiro digno para a última das 14 poles de Rubinho na F1.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Na trave, parte 1

Se vai ou não parar de correr ao fim deste GP do Brasil, Barrichello, independente disso, namorou várias vezes com o sucesso pleno
O primeiro dos anos que Barrichello veio com força e constância necessária para ser considerado favorito sólido foi em 2003. Depois do brilho de 1999 na Stewart - quando liderou pela primeira vez o GP do Brasil após uma sumária falha hidráulica no McLaren número 1 de Mika Hakkinen (que venceria a prova ainda) – Barrichello devia uma atuação como aquela, mas agora de Ferrari.
Rubens não decepcionou. Cravou a pole position à frente das McLarens - que haviam ganho as duas primeiras provas - e de um inspiradíssimo Mark Webber - que assustou chegando a colocar mais de dois décimos no tempo de Barrichello no segundo setor de sua “flying lap”. Para infortúnio do australiano, seu motor Cosworth sucumbiu à subida para os boxes, concedendo ao brasileiro sua primeira pole em Interlagos.
Na corrida, depois de uma largada com Safety Car pelo pé d'água que caia, Barrichello começou a ser ultrapassado por vários carros – os de pneus Michelin, já que o regulamento permitia apenas que as fabricantes de pneus trouxessem um tipo de pneu “biscoito” aos fins de semana; os franceses tinham o “full wet”, enquanto a Bridgestone o intermediário. Beneficiado por alguns abandonos, uma tática acertada da Ferrari e uma trégua de São Pedro, Rubinho se viu a poucas voltas do fim a somente um carro da vitória, a McLaren de Coulthard.
A pressão de Barrichello foi tão forte que o escocês cedeu. Na volta 45, Rubinho era líder finalmente. Nada parecia tirar de Barrichello a tão sonhada vitória no Brasil... até que, depois de marcar a volta mais rápida da prova, seu F2003-GA parou misteriosamente. Um problema no rádio fez com que seu combustível acabasse na pista e evaporasse o desejo dele e dos torcedores naquele dia. A vitória.
Em 2004, outra oportunidade. Barrichello cravou aquela que é a melhor volta até hoje em Interlagos no treino classificatório. Porém, a chuva, tantas vezes sua aliada, veio para lhe atrapalhar neste dia. Depois de largar de intermediários e perder a liderança para Raikkonen na primeira volta, Rubinho a recuperou na volta quatro. No entanto, a chuva que caia antes da largada havia parado, e, pela degradação dos pneus Michelin, Raikkonen e Montoya foram aos pits. Voltaram lado a lado, numa disputa que parecia valer a vitória – e valeu.
Barrichello permaneceu na pista. Ele e o jovem Felipe Massa. Ambos lideraram a prova durante uma volta, a seis. Uma volta feliz para o torcedor... mas uma volta que faria Barrichello perder suas possibilidades de vitória, já que Montoya, Kimi, Ralf e Sato viravam suas “out laps” ameaçadoramente mais rápido que o brasileiro, ainda de intermediários.
Rubinho parou logo após, e voltou atrás de todos estes. No fim das contas, acabou ficando com um modesto terceiro lugar. Massa foi oitavo. Ambos perderam primeira e quarta posições, respectivamente, pela volta que lideraram o GP do Brasil em 2004. Azar.
Ganhando ou não, fica o momento e a emoção de suas voltas voadoras que lhe permitiram largar pelas duas primeiras vezes na frente em Interlagos. Assista-as abaixo.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O piloto e os carros

Atrasado, claro. Não pude ver à corrida, estava naquele momento fazendo a maldita prova do órgão INEP(to). Sendo assim vi resumos e reprises.
Corrida chata. Esperava-se muito mais depois de um treino como o de sábado. Um treino de estratégia, um treino de riscos, mas sobretudo um treino de pilotos. Em que pilotos, apenas eles, poderiam fazer a diferença, e aconteceu. Primeira pole de Nico Hulkenberg(!!) na F1. Piloto que achava, até sair de casa para o Enem no sábado, bem fraquinho. Um daqueles de passagem opaca ao olhar público-geral no futuro. Necessárias foram 3 voltas perfeitas para mudar radicalmente minha opinião. Digno do mais efusivo aplauso da minha pessoa, mesmo não vendo ao vivo.
Lembrou muito a pole de seu atual companheiro Barrichello na Bélgica em 1994, sua primeira na ocasião. Chuva, pista secando, trilho, riscos e voltas perfeitas desbancando os peixes grandes da categoria. Com a diferença apenas de que Hulk não acabou a corrida na proteção de pneus, foi realmente muito parecida a ocasião dos feitos. Ponto para o alemão, que chegou em 8º e levou de Interlagos a moral quadruplicada, por além da pole position, 4 pontinhos no mundial.
No treino tivemos um show de piloto, na corrida o contrário a rigor. Uma corrida de carros, não pilotos. Uma corrida de máquinas, não seres humanos. Fato que se observa no resultado. 1-2 facílimo da Red Bull, 3º lugar facílimo de Alonso, 4º e 5º naturais a McLaren, tão quanto os 6º e 7º da Mercedes. Além do título de construtores, que apenas o apocalipse tiraria da Red Bull.
Simplesmente não há o que dizer da corrida. Corrida sem conteúdo que foi. As disputas ficaram guardadas ao pelotão dos menos afortunados, e nele os brasileirinhos contra esse mundão. Na verdade essa corrida representa muito bem o nível da decepção do automobilismo brasileiro na F1 em 2010, talvez o maior de todos os tempos. Dos 4 pilotos brasileiros pode-se dizer que apenas Barrichello esteja fazendo um ano dentro da expectativa. Os 3 outros decepcionam. 2 porque andam de jegue (talvez a massa nem soubesse da existência de Lucas Di Grassi até o “GP Brasil”) e 1 por motivos “misteriosos”.
No geral, não vou mentir, o GP do Brasil me decepcionou um pouco. Porém em uma semana (menos agora) veremos um campeonato ser decidido pela primeira vez com 4 pilotos na disputa na última corrida. Talvez não seja a melhor pista, Abu Dhabi, para se decidir um título, ou para se ter uma corrida de F1 decente. Mas o que se espera
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Um GP especial

Mais um GP do Brasil. Já são 39. Duas pistas com três traçados diferentes. 5 decisões de títulos, 9 vitórias brasileiras, muitas histórias.
Talvez o GP do Brasil não seja o mais glamoroso, não seja o de melhor estrutura, não tenha o melhor asfalto, não tenha melhor drenagem, mas é um local emblemático para a F1, um local que fez e faz história seja como for. É um local que recupera a verdadeira essência do automobilismo, o quê do desafio, (em um traçado que diga-se foi dos poucos poupados das mãos de Hermann Tilke) o quê da informalidade, o quê da simplicidade. Coisas que a F1 do século XXI vem mais e mais perdendo/ querendo apagar, tornando-se um evento exclusivamente comercial.
O GP do Brasil rema contra a maré. Basta olhar uma foto de Interlagos nos anos 70 e uma dos anos 90. Constata um crescimento alto e desordenado da cidade ao entorno da pista, típico de um país subdesenvolvido, típico de governantes incompetentes e típico de países que não conseguiriam administrar e manter um evento do tamanho da F1.
Então o que mantém o GP do Brasil no calendário por tanto tempo já que “nossa paixão”, nossa atenção, é, e sempre foi, única exclusivamente o futebol? É o que sempre me pergunto. Repare que países de tradição como França, Holanda e Portugal não têm mais corridas no calendário, não conseguem mais lançar um piloto que faça as atenções do pais se voltarem ao automobilismo, mesmo sendo europeus, e no caso da França tendo montadoras e fábricas importantes.
Não há explicação racional. O que há é uma força sobrenatural, uma força conspiratória.
Besteira de um aficcionado em corridas que ama ver a F1 anualmente indo a seu pais? Provavelmente. Mas ele em defesa a si próprio tem dizer que: 1. Desde que Interlagos foi para fim da temporada em 2004 decidiu 5 mundiais em 6 corridas disputadas. 2. Sediou a única corrida “sem começo e fim” da história da F1 em 2003. 3. Teve seu principal herói ganhando de maneira inacreditável duas corridas em condições adversas. 4. Foi palco da decisão de título mais dramática da história na última freada. 5. Em 1983 tornou-se o único na história que não possui 2º colocado. 6. Já vimos por aqui um inglês vencer e desfilar com a bandeira do Brasil. 7. Viu em 2009 o mais longo e dramático treino de classificação da história. 8. Teve em suas 4 primeiras edições 3 vitórias de brasileiros. 9. Tem como maior vencedor um francês que por muito tempo foi odiado por essas bandas... e por aí vai.
E deve ter mais um monte de motivos pra argumentar que o que acontece no Brasil foge do normal de uma simples corrida de F1, esses que citei apenas vieram de cabeça no momento em que digito esse post. A verdade é que o GP do Brasil sempre terá um lugar de destaque na memória recente e antiga da F1, sempre será um clássico.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Falas e análises

segunda-feira, 3 de novembro de 2008
E a vida continua...


O momento fatídico

domingo, 2 de novembro de 2008
"C'est la vie"



Hamilton campeão, merecidíssimo. O primeiro negro na F1, o primeiro a ser campeão, o mais jovem (23 ano e nove meses) e no 2° ano, como Villeneuve há 11 anos

Vettel prestes a passar Hamilton

Tchau David! você fará falta!
sábado, 1 de novembro de 2008
Tudo beleza


Felicidade dos latinos e... a cara do Kimi
Preocupações
Felipe se mostrou tenso nas imagens, após o treino. Acredito que a Ferrari não esperava por essa. Tanto é que Kimi foi o 12, não é pra tanto mais devia ter ficado mais para frente.
Bom treino das STR, devem mais uma vez frenquentar o Q3.
A BMW parece não ter encontrado um bom acerto em Interlagos, azar de Kubica que luta pela 3° posição no campeonato...
mas... será que isso se mantêm como verdade?
É esperar pra ver. Pode ser que esse treino tenha dito bastante.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Nada de novo




Capacete de Nelsinho
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
E lá vem a noiva...

Espectativas para Interlagos

Montoya no dia da última vitória da Williams na F1 e única vez em que Barrichello subiu no pódio por aqui
