julho 12, 2024
junho 28, 2024
against a revolution that never took place
Por João Neto às 17:53 0 comentário(s)
maio 16, 2010
Vaticano, 1999
En guise de première cible, la laïcité est naturellement un danger pour l'institution catholique: "Le sécularisme, en particulier, se révèle dangereux en raison de son indifférence à l'égard des questions ultimes et de la foi". Mais on savourera la désillusion de Wojtyla: "L'athéisme «pratique» est ainsi une réalité concrète amère", qui se poursuit par le constat de son étendue: "S'il est vrai qu'il se manifeste surtout dans les civilisations les plus économiquement et techniquement avancées, ses effets s'étendent également aux situations et aux cultures qui commencent actuellement un processus de développement".
Les athées sont qualifiés de "sots" en se référant à la Bible qui affuble aussi leurs actions des épithètes suivants: "Corrompues, abominables leurs actions; non, plus d'honnête homme" (Ps 14, 1). Mais un saut sémantique est opéré qui transforme les athées en idolâtres puisque ceux-ci ne reconnaissent pas "la vraie nature de la réalité créée" pour la "rendre absolue"; on voit mal pourtant en quoi cela relève de l'idolâtrie. Niant l'autonomie de l'homme, de la nature et de la science, JP2 présente l'athéisme comme une idéologie intolérante. A l'argument que la religion ne serait qu'une béquille de la pensée, il oppose avec véhémence que l'Église "refuse avec fermeté l'interprétation de la religiosité comme projection de la psychée humaine ou comme résultat des conditions sociologiques". Pour ensuite peiner à masquer le désespoir qui frappe les mystiques devant les conquêtes du rationalisme: "l'expérience religieuse authentique n'est pas une expression d'infantilisme." Une bonne connaissance des tares dont elle est accusée est une indication encourageante sur l'évolution future de l'Église.
Enfin, sur les causes de l'apparition de l'athéisme, le pape en rend les croyants coupables, seule pitance à sa disposition vu que les athées n'ont que faire de ses imprécations et menaces: "Le Concile a reconnu que, dans la genèse de l'athéisme, les croyants ont pu jouer un rôle, n'ayant pas toujours manifesté de façon adéquate le visage de Dieu". L'audience s'achève sur quelques raisons d'espérer, pour l'Église, que tout ne va pas si mal et que l'athéisme peut être combattu au moyen de son arme principale: le rationalisme! Le pape cède ainsi finalement à la récupération, qui est tant de mode, de tout et son contraire pour sauver une institution en perdition: répondre à l'athéisme "exige également une présentation correcte des motifs d'ordre rationnel qui conduisent à la reconnaissance de Dieu." La "science qui mène à Dieu" n'est qu'une impasse éculée et on ne saurait trop conseiller l'Église de s'y fourvoyer plus avant afin de la vider rapidement de sa substance...
Un dernier mot est adressé à ses "frères et sœurs" où il lâche ce que la fausse courtoisie de sa charge avait jusque-là retenu: "La Bible nous aide à comprendre que ceux qui veulent nier Dieu sont insensés et se laissent attirer par de vaines idoles." [http://www.atheisme.org/pape-atheisme.html]
Por João Neto às 10:34 0 comentário(s)
fevereiro 02, 2010
Realidade
Por João Neto às 09:04 0 comentário(s)
junho 29, 2009
Cocktail
Por João Neto às 09:59 0 comentário(s)
janeiro 29, 2009
novembro 17, 2008
Extremos
Por João Neto às 19:00 0 comentário(s)
junho 16, 2008
Fendas
Por João Neto às 10:23 0 comentário(s)
março 04, 2008
Movimento
Por João Neto às 15:06 0 comentário(s)
janeiro 02, 2007
Correntes
Por João Neto às 18:11 0 comentário(s)
maio 04, 2005
Reverso
Por João Neto às 11:07 0 comentário(s)
abril 30, 2004
Aos Georges Bushes (IX)
Por João Neto às 09:14 0 comentário(s)
abril 28, 2004
De facto...
Por João Neto às 17:14 0 comentário(s)
fevereiro 17, 2004
Investigações
Por João Neto às 09:18 0 comentário(s)
dezembro 03, 2003
Sábios
- Mas como sobreviverão esses sábios?
- O povo alimentá-los-á dia após dia.
- O povo não pode vir um dia cansar-se de os alimentar?
- Quando, em toda a superficie da Terra, já não houver um único ser disposto a alimentar um sábio, é que o mundo já não merece os sábios e é tempo de eles se irem embora.
- Deixar-se-ão morrer?
- Quando o mundo tiver abandonado os sábios, os sábios desertá-lo-ão. Então o mundo ficará sozinho, e sofrerá com a sua solidão
ps: "Os Jardins de Luz" pertence à colecção Mil Folhas do Público. Custou-me €4,20. Não conheço melhor negócio que um livro bom e barato.
Por João Neto às 13:34 0 comentário(s)
novembro 24, 2003
Contrários
Por João Neto às 09:04 0 comentário(s)
agosto 27, 2003
Sementes
Por João Neto às 10:10 0 comentário(s)
julho 31, 2003
"O que é pior: a ignorância ou a indiferença? Não sei nem quero saber!"
Sentar-se, por sistema, no sofá a ver TV (a sintonia é irrelevante, está a dar televisão em todos os canais) parece ser o zénite das duas desactividades reunidas: não nos mexemos nem pensamos! Isolados na camada protectora das almofadas e dos raios catódicos, assinamos lentamente a nossa certidão de incapacidade. Se esta situação é dissiminada nas pessoas mais velhas (e até compreensível - dado a maior parte do nosso triste século XX), mais perturbante é o impacto nos jovens. Esta falta de vontade intelectual resulta, pelo menos, em três níveis de incapacidade:
1º) A ignorância da Matemática - aqui não me refiro somente aos problemas típicos de resolver equações nas salas de aulas, mas sim à incapacidade lógica, à falta de noção numérica, à dificuldade de abstracção que muitos têm. Consequências? A falta do conhecimento lógico permite que estejamos muito mais susceptíveis a falácias, a raciocínios distorcidos causas de problemas sociais graves. Um exemplo de um mau raciocínio: se "B é verdade" e "se A implica B", então "A é verdade". Trocando A por "a raça/grupo X é prejudicial à sociedade" e B por "alguns indivíduos da raça/grupo X causam problemas", temos um vislumbre destes problemas. A ignorância numérica (a inumeracia) resulta, nos jornais, nos milhões trocados por milhares, na total incapacidade de comparar valores, de os relativizar com percentagens, a inutilidade de certas estatísticas e das suas interpretações. A falta de abstracção revela-se na aprendizagem de conceitos novos, numa confrangedora inépcia para generalizar, de induzir correctamente (um dos motores da Ciência e da sobrevivência).
2º) A ignorância do Português (da linguagem propriamente dita) - a nossa língua é o meio privilegiado para comunicarmos como sociedade. É através dela que entendemos conceitos complexos e estabelecemos uma vivência social que doutra forma seria impossível. Aprender a língua nativa, mesmo que seja um acto instintivo, é uma actividade que permite recolher múltiplos reflexos de toda uma cultura, com a sua riqueza histórica, com a sua diversidade natural, produto de milhões de pessoas. É possível que esta aprendizagem seja também relevante na definição da nossa mente, que estrutura a forma de pensar, de interpretar o que ouvimos, lemos e sentimos. Alguém com dificuldade de expressão, mesmo com uma boa faculdade de raciocínio tem a capacidade de argumentação limitada (um exemplo disso, é quando se tenta discutir numa língua aprendida já na fase adulta). É mais difícil exprimir o que se pensa. Mas ainda é pior: essa incapacidade também se estende à interpretação: não se entende o que se a lê. E isso deforma a educação num ciclo vicioso terrível. Se não formos capazes de interpretar, como se pode aprender? E se não formos capazes de aprender, como melhorar a interpretação do mundo que nos rodeia?
3º) A ignorância da Filosofia – não estou a falar especificamente de Platão, Tomás de Aquino, ou Kant. Refiro-me à incapacidade de pensar no seu profundo sentido. A Filosofia refere-se ao acto de estruturar um pensamento, de planear um argumento, de organizar várias linhas de raciocínio, de construir um texto, um parágrafo, uma linha (não me serve saber escrever se não tiver nada para dizer). A Filosofia também se encontra nos conceitos da Ética (a Justiça, o sentido de respeito, o respeito à verdade, até do humor, a "irredutível expressão da ética", como Daniel Pennac reparou) e do livre arbítrio (da liberdade e da enorme responsabilidade que daí advém). Quando perdemos a capacidade de pensar por nós mesmos, de tomar decisões adultas honestas, desgastamos aquilo que lentamente nos separou dos animais e que a Civilização tanto lutou para construir.
Estamos perante uma tragédia em câmara-lenta, as mais difíceis de lutar porque pensamos que há sempre tempo para as resolver num outro dia... Quem sabe ou quem quer saber?
Por João Neto às 11:22 0 comentário(s)