insignificante
Friday, February 07, 2025
 

 A opinião certeira:

 

O Apocalipse (in) certo

“Um homem recusava a ideia que a sua casa estivesse a arder pois tinha a chave no bolso.” Anónimo

“O nazismo nega que algo como a “verdade” exista. E não há uma coisa chamada “ciência””. G.Orwell

“As distinções entre verdadeiro e falso não existem num regime em que o povo perdeu a capacidade de experimentar mundo e pensamento” Elisabeth Young-Bruehl

Este era para ser o 3º sobre a Oclocracia, e embora o sendo achei que tínhamos que nos animar, em título, nestes tempos tristes que vamos vivendo, como dizia Philip Marlowe: “diz-me o que sentes e não o que tens a dizer”.

1-Antes de mais esclarecer pontos que ficaram em suspenso em artigos anteriores, esta da edição de Novembro 2024. Fui fundador, entre outros, de 2 partidos, a U.E.D.S. e o M.P.T. ambos já deram a alma ao criador há muito, embora uma dessas siglas há mais de 30 anos seja um logro fantasmático. Além de ter sido das direcções políticas desses, entre outros que não confesso, colaborei em diversos programas eleitorais de muitos.

Tenho que dizer que concordo com Simone Weil, os partidos são inimigos da participação. Grupos de clientes, organizados em seitas e grupinhos, e todos manipuláveis. Exemplos claros da Oclocracia.

2- Mais recentemente referi que escreveria sobre a enorme manipulação que é o nosso sistema de saúde. Outros caso do mesmo. E mergulho em diversos programas em que participei.

“Os hospitais e serviços de saúde devem propor serviços de higiene e medicina elementar. Desenvolver centros de saúde bem apetrechados em vez de continuar a desenvolver mega unidades hospitalares, e também esquemas de medicina preventiva local e enfermagem distribuída, sobretudo enfermeiras habilitadas a apoiar parturientes”, esse um programa eleitoral que me responsabilizou. Mas tinha muito mais. Hoje quando a pressão imobiliária está a dar cabo da base do nosso sistema hospitalar urge dizer, basta, basta com a ideia peregrina de fazer mais hospitais, desenvolvamos os recursos adequadamente, com melhorias nalguns hospitais e investimento na descentralização e na cultura do local.

Claro que o tema tem pano para mangas, e basta ir ao nosso especialista Ivan Illitch (A expropriação da saúde: “Nêmesis da medicina”, titular em brasileiro) para sabermos que nada do que se faz resolve a não ser as ganâncias produtivistas e o aumento das despesas e menos, muito menos saúde.

Esse livro devia ser obrigatório em todos os anos dos cursos médicos.

3- A educação é outro tema de centralidade, se acima temos os engarrafamentos das urgências, inúteis, aqui temos um sistema escolar que todo ele deveria ser reformulado. Novos métodos desde o famoso Waldorf, ao ensino que privilegie as artes, ou à escola onde a comunidade participe nos processos educativos, alterando a lógica militar que está por traz do nosso sistema escolar. Tema para muitas conversas, que hoje só há sobre o supérfluo. Dei aulas em/a todos os níveis de ensino e tenho cerca de 20 livros para/sobre educação....

 4- E a talhe de foice aqui vai o serviço militar. Sou contra, mas o entendo, profissional, no limite e para defender o território das ameaças, das alterações climáticas, da delapidação dos recursos, de roubos e destruição do património. Penso que além de uma marinha bem apetrechada e uma aviação com foco em veículos capazes de lutar contra as acima referidas seria suficiente termos uma G.N.R. moldada no espírito da S.E.P.N.A. e formatada nos valores democráticos e de direitos humanos.

Mas este, infelizmente vai ser outro assunto que ninguém vai querer discutir. Aliás....só  os mexericos e manipulações são notícia...

 

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Wednesday, January 08, 2025
 

 

Oclocracia II

 

“O poder teme a palavra (...) a sua luta contra ela é atávica: o poder não gosta de ser discutido e a menor dúvida pode esboroar a sua autoridade como um balão furado”

R. Saviano

“É possível que alcançado um certo grau de saturação na unanimidade (...) nenhum membro da multidão possa subtraire.se a uma identificação plena com ela”

Munoz Molina

 

1-Vivemos sob o poder da multidão, mas a multidão é formatada pelo poder. Desde logo pela comunicação social que a ele pertence e que dele é um títere, em geral.

Já aqui temos denunciado vários casos. Não vale a pena voltar aos locutores da televisão que nos moldam o pensamento segundo as determinações de quem manda. Fazem lembrar o “Quem manda?” Feliz título de livro do meu querido amigo Fernando Pereira Marques sobre o Estado Novo e quem nesse mandava

Vou contar dois ou três casos sobre a ditadura que forja a multidão.

2- O novo aeroporto. Não se ouve nenhum argumento contra em nenhum órgão de comunicação social. E, no entanto, discute-se a introdução de novos impostos sobre o queroseno (combustível dos aviões), o que anuncia um encarecimento significativo dos transportes aéreos e com tal a redução dos voos e das companhias de aviação, também pela concentração. E não há, não há combustíveis alternativos! Voar vai ser um luxo dentro em breve*. Além de que o dito em Alcochete seria um crime ambiental. E desde logo mantê-lo em Lisboa não faz sentido, nas condições actuais.

Alternativas? Claro que as há, além de se ter que pensar, coisa que os políticos, como dizia Marx, G., que são “artistas em procurar problemas, encontrá-los. Fazer um falso diagnóstico e depois dar os remédios errados” não gostam. Temos um em Beja, temos outro em Madrid ou no Porto, que devem ser servidos por comboios em condições, e podemos usar diversos aeródromos hoje cativos para os tropas (inúteis) e no limite uma mini Portela, com restrições de horários.

3- Ninguém fala, e está relacionado com o tema anterior, do colapso do AMOC (sistema de circulação oceânica e regulador climático), da libertação de metano do permafrost (degelo) siberiano, da redução da floresta amazónica, do colapso dos gelos Antárticos, da destruição dos corais, da acidificação dos oceanos, da redução da biodiversidade, e claro, clarinho, não há uma, uma voz sequer que conteste a lógica do nosso governo, e claro desde logo a da oposição é igual, de crescer mais, mais, mais. Mas para onde e para quê?

Quando o que devíamos era cuidar dos verdadeiros problemas em vez de prever esburacar o país todo, quando, mas sobre isso também ninguém diz nada sobre os minerais que querem explorar, e que só vão degradar a terra, as águas, o ar, a saúde das populações e ... dizem os especialistas, não servem, leiam os meus lábios, não servem mesmo para nada, seja porque são irrisórios seja porque não haverá nenhuma produção para eles.

4-Vivemos sob a ditadura estabelecida pelos média, determinada pelos poderes económicos que controlam o poder político, e que faz o que denominamos a multidão, que controla e é controlada.

Poderíamos escrever por exemplo sobre o sistema de saúde e analisar porque razão tudo, tudo é centralizado e não há qualquer visão para sistemas alternativos à medicina oficial, ou são desvalorizados irresponsavelmente ou por arautos ditos cientistas, mas de facto imbecis, nos média, ou sobre as lógicas educativas, incapazes de responder aos desafios dos tempos, e ainda anquilosadas no século XIX, mas também aqui não há lugar para nenhuma opção que ponha em causa o sistema dominante, da massa.

Temas que iremos desenvolver proximamente.

E ainda ia falar do mitológico hidrogénio e do turismo*, que vai ao ar, mas fica, também, para próximo....

 



 

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Thursday, December 05, 2024
 

 

Oclocracia I

 

“é o governo exercido pela multidão”, da Wikipédia

“O homem-massa carece simplesmente de moral, que é sempre (...) consciência de serviço e obrigação.”, José Ortega y Gasset

 

E é cada vez mais o regime em que vivemos, que substitui a democracia. É a tirania do povo, da massa, segundo Platão, um regime político em que a tal multidão (mesmo através do voto!) impõe a sua vontade. Ora sabemos que essa foi totalmente manipulada. E que a única democracia que conta é a defesa dos valores e dos direitos, também das minorias, e a liberdade de expressão, intransigente.

 

1-   Vivemos cada vez mais mergulhados em sistemas totalitários, sem que nos apercebamos. Não temos a mínima possibilidade de equacionar ou alterar as estruturas em que vivemos mergulhados e controlados, cada vez mais pelo algoritmo, e pela informação de massa, em massa, da massa.

O jornalismo está em extinção, adulterado pelas editorias e pela invasão de opinadores e ideológos da treta que estabelecem a pauta da informação, e instilam a notícia manipulada, sempre.

Grande parte das notícias são ou “inventadas”, adulteradas ou pura e simplesmente ignoradas, ou até travestidas em ”fait divers”. Por exemplo quem ouviu ou leu sobre a ruptura da barragem (Forata) responsável por grande parte da catástrofe que ocorreu em Valência? E no entanto ela existiu, às 19 horas (hora em que não caía uma gota de água em Poirata) a barragem deixou de reter as águas, ás 19.O1 o antigo espaço dos rios, onde se construiu em massa, ocupando o leito dos rios, onde já não havia hipótese de áreas de absorção, pois essas toneladas de água incapazes de ser retidas  arrastaram tudo à frente “do rio que tudo arrasta se diz que é violento mas ninguém se lembra das margens que o oprimem”, B. Brecht de memória. A barragem obra do Franco de nada serviu, ao contrário do discurso oficial

E ninguém articulou as causas com os processos e a falência do sistema produtivo que conduziu a este estado de coisas, a que há que acrescer as ganâncias que impediram as evacuações mais cedo (para não diminuir a produtividade empresarial!). E a ausência de informação das previsões. Mas no dia seguinte nas Cortes (parlamento) a direita em vez de assumir as suas responsabilidades (o governo responsável é o valenciano, de direita) discutia, só queria discutir o caso Erejon. Um vómito.

2-   Não podemos deixar de aproveitar as eleições, a farsa das eleições democráticas americanas. Um processo eleitoral inquinado, reservado aos milionários de um lado e doutro, onde pode, já aconteceu várias vezes que o presidente   eleito seja o candidato vencido, e onde só é eleito quem está nas mãos das grandes empresas e também da multidão que é forjada, por estas normalmente.

A multidão é a amálgama do chamado povo que segue uma voz de comando e outras disseminadas pelo meio para darem eco. Não há discussão, e esta lógica já foi descrita por Wilhelm Reich no processo de ascensão do nazismo. Há o orgasmo do, com o chefe.

Claro que se pode referir que a alternativa o era pouco, O sistema impede qualquer divergência. Os dois candidatos defendiam o fracking (a extração de petróleo ou gás a partir da fracturação de estruturas geológicas), os dois defendiam o colonialismo sionista, os dois defendiam as actuais lógicas industriais e produtivas em nome da dita classe operária, os dois ignoravam as minorias. Mas tudo isso é o tal sistema, a oclocracia, a ele voltaremos. E aos partidos que dela se servem.

 


 

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Thursday, November 07, 2024
 

 

O valor da palavra

 

“O essencial é invisível aos olhos”

O Principezinho, Ste Exupéry

“Quem domina a palavra controla o poder”

Snoopy, C.M.Schulz

as duas citações adaptadas

 

1-Num colóquio comemorativo dos 50 anos da revista, hoje, de cultura libertária, “A Ideia”, sobre os resíduos de Maio 68 dei por mim a pensar que resíduos é tudo o que resta depois. Os oradores falaram das suas vidas, sem sombra de dúvida muito interessantes, mas dei por mim, eu e talvez as 5 dezenas de muito maiores que assistiam a pensar se o mundo de hoje se pode ver a essa luz.

Recordei o jantar dos 10 anos (de 68) de que me ficou a inversão de uma palavra de ordem e o aportuguesamento “ce n’est qu’un débat continuons le com but *“, jantar esse que ao contrário deste debate deixou esperanças e expectativas.

Os tempos, é certo, mudaram e hoje, em vésperas de uma eleição (piége à con**) que pode alterar os dados do mundo, e quando os valores emergentes antes, durante e depois das turbulências de 68, a nível mundial, se arrastam com dificuldade, da ecologia aos direitos sexuais, dos direitos civis, todos, às liberdades políticas, todos acossados pela pensamento único e a manipulação das consciências, que aqui, também, temos denunciado, no quadro da reformulação do sistema de hegemonia do capitalismo e da sua oclocracia, que já aqui referimos e que desenvolveremos em próximo artigo. 

 2- Permito-me sair um pouco da pauta habitual e referir que fui membro de pelo menos 2 partidos (...) e em congressos desses (e de outros...) apresentei (com amigos a darem ideias) moções de orientação, de facto de dissolução. Num tive 35% dos votos mas a maioria optou por se integrar noutro partido e no outro tive 45% mas a maioria decidiu continuar de mau para pior até ao asco total. Refiro este caso, hoje da pequena estória, porque usei num citações do Principezinho para ilustrar e explicar uma das moções e do Snoopy para enunciar e desenvolver, na outra.

Nos dois casos defendia a continuação dos debates sobre os temas que fizeram esse ano de 68, e sobretudo a intransigência nos princípios e nas causas. Mas os partidos, como dizia S.Weil deveriam ser abolidos porque estruturam burocraticamente as ideias e constituem-se em lógicas de poder absoluto de um chefe e de uma claque (ou será clique?), em manipulação.

Também participei e fiz uma das intervenções finais no congresso de um partido/nãopartido internacional, em Itália, que se desistiu, uma das razões foi a que marcou várias das minhas intervenções, erros, má fortuna e mesmo disparates, consentidos. (1)

3- Escrevo a meio de Outubro ainda sem saber se o Presidente do mundo voltou a ser o Trump, o que estará iminente.

Numa altura em que talvez volte para a estrada, a dar palavras por aqui e por ali, porque o mundo talvez acabe amanhã, mas até lá ainda falta muito, como dizem nos Axtérix.

Continuamos com o tempo relativo. Só uma palavra é absoluto!

Estou triste.

*Uma das palavras de ordem de Maio 68 era “ce n'est qu'un début continuons le combat”, é só o princípio continuemos o combate, invertíamos os termos e martelávamos como se fosse um debate com objectivos

** armadilha para idiotas (em francês a palavra é também aquilo que estão a pensar)

(11) Em próximo artigo sobre a oclocracia nomearei esses e outros partidos


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Monday, October 07, 2024
 

 

Desmontando as manipulações

 

“O Estado quando quer desenvolver uma acção impopular cria de forma preventiva na opinião pública os elementos necessários... de forma que só um sentido modele essa dispersando toda a oposição”

António Gramsci “A Opinião pública”

“A liberdade de não ser livre não existe”

 

Os poderes, através do seu instrumento que são os média deve manipular e obter o consenso das massas para os seus fins, que é o de perpetuar os interesses das classes dominantes.

Temos dito e repetido isso, e denunciado as diversas formas como esse desiderato é prosseguido.

Hoje vamos, ao de leve, denunciar algumas das manipulações grosseiras, que televisões e órgãos de comunicação social em geral nos têm vindo a vender, e também quais os objectivos que se propõem.

1-Comecemos pela manipulação das urgências que nos vendem, que não existem, e com ela atemorizam o povo e o conduzem para os caminhos do fito determinado que têm. Não se vê nem um ar que denuncie essa mentira. Há urgências mais que suficientes, o que não há é vontade de as organizar e abrir caminhos alternativos para estes casos, seja aumentando o número de locais de atendimento locais dotados de apoios de enfermagem especializada, seja desenvolvendo sistemas de apoio aos partos nos centros de saúde. E nem menciono lógicas alternativas, que se adequadamente acompanhadas colmatariam este stress, que é criado, esse medo, com vista a aumentar as cesarianas, claro nos privados....

2-Sobre o drama da educação é mais do mesmo, um sistema mal gerido, aliás todo o sistema educativo necessita de uma reforma radical, e outra vez o tal fantasma com o objectivo de aumentar os rendimentos das empresas que gerem as escolas privadas. E nem uma palavra sobre sistemas alternativos ao ensino estatal.

3-A segurança é outro tema em que os média dominam com o medo. Seja ora sobre a fuga de Vale dos Judeus, que permitiu ouvir os que reclamam contra os atropelos dos direitos humanos nas nossas prisões e todas as tropelias nessas, mas também podemos assistir incrédulos a um telejornal nacional com 5 casos de nada para estimular o medo e também a intolerância contra a imigração. Ainda estamos muito longe da privatização das prisões (com trabalho escravo nelas) como nos E.U.A. mas já temos serviços de segurança privados por cá, esses sim de meter medo ao susto.

4- Não podia faltar a oclocracia*, o poder da multidão, sobre o qual que António Negri (Multitude, Guerra e Democracia, com  Michael Hardt) tão bem nos elucidou, a multidão cuja vontade é fabricada e se torna poder (que a fabricou), hoje evidente no massacre informativo que temos sobre a guerra, as guerras, onde só temos informações parciais, mentiras e ilusões a moldar os espíritos e colocá-los em alinhamento para a guerra, a guerra total. E os vendedores de guerra a afiarem a dentuça.

5-Ao impor palavras, elas próprias dominadas seja pelos erros da ortografia, seja pela estrutura da gramática, estamos a impor ideias. É preciso escavar para percebermos onde nos levam. Continuaremos.

 

*Oclocracia é cada vez mais o regime em que vivemos, que substitui a democracia. É a tirania do povo, da massa, segundo Platão, um regime político em que a tal multidão (mesmo através do voto!) impõe a sua vontade. Ora sabemos que essa foi totalmente manipulada. E que a única democracia é a defesa dos valores e dos direitos, também das minorias

 


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Friday, September 06, 2024
 

 A Opinião do mês:

Contra a Hegemonia (também chamada consenso)

 “Hegemonía – consenso na/da sociedade civil sobre a ordem social estabelecida e também domínio directo ou de mando (comunicação), que se expressa pelo/no Estado e os seus aparelhos de poder (militar, jurídico, burocrático, religioso)“

Adaptado de António Gramsci

1-Vivemos tempos únicos, de pensamento único, de falta de debates, de inexistência de alternativas, de rolos compressores sobre os espíritos. Recentemente vi um debate numa televisão com 4, quatro, comentadores, todos do mesmo lado desde logo, que se bajulavam uns aos outros. Normalmente são só dois, mas sempre com o mesmo pensamento único. E nos jornais, salvo um ou outro comentador com alguma coisa para acrescentar vivemos imersos no culto da mentira e do seu reforço, e as notícias são cada vez mais o reflexo da ideologia dominante, nas televisões, basta ver os alinhamentos para perceber que não há democracia nenhuma nessas. E para saberem que não é invenção minha: https://www.openculture.com/2017/03/an-animated-introduction-to-noam-chomskys-manufacturing-consent.html

2-O controle da comunicação hoje “associal” pelos grandes grupos económicos, de hipermercados e quejandos é avassalador, e jornais já sérios pagam a propagandistas da banha da cobra, charlatães mesmo, e recusam o contraditório, como é o caso de um dito comentador de ciência (como se essa fosse neutra!), outros converteram-se em divulgadores de escândalos e acontecimentos ditos sociais que não interessam senão para vender novelas.

Não há o mínimo esgravatar sob as notícias que nos vendem como as compraram e muitas vezes até as fabricam, e mesmo inventam.

3-Não há praticamente uma notícia que não possa ser contraditada, desmontada e completamente alterada pela realidade, mas infelizmente vivemos numa redoma em que se torna difícil separar o trigo do joio.

A manipulação é até evidente no controle das palavras, seja pela suavização que as regras do absurdo ortográfico impõem reduzindo as formas e clareza da expressão e da verbalização, numa lógica de novi-língua como nos indicou Orwell, no 1984, seja pela adulteração dos significados e das palavras (remeto para os meus artigos, aqui, sobre o semitismo e o sionismo e etc.) O sistema de domínio, de poder alicerça-se sobre a hegemonia, consenso como se lhe refere Chomsky, em que nos mergulha a “classe possidente”.

4- Voltarei, continuarei com este tema, em próximos artigos por agora fico com uma adaptação de Emma Goldman : “ Os editores só querem vender e modelam-se ao gosto do público (que eles próprios moldaram!), e esse gosto transformou-se num estercol (de esterco, mesmo!), tudo o que não necessita qualquer mastigação mental, assim o medíocre, o ordinário o banal são a chave de toda a produção informativa (acrescento a manipulação e a mentira)” .Os parenteses são meus.

5- No início dos anos 90, escrevia (eu) no Novo Século um artigo “Contra o consenso ambiental”, tempo esse em que ainda havia jornais, independentes, e até, até! com leitores a sério. Hoje o que temos são caixas, de ressonância, onde nos deixamos armadilhar e lá dentro só as “maldades” de Pandora. Mas por aqui, por ali e acolá, somos todos Winston Smith (personagem do 1984, de G.Orwell) que resistimos.


 

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Thursday, July 04, 2024
 

 

Obsolescência, programada

 

“é a produção de mercadorias sem vida económica útil (com depreciação rápida) para forçar os consumidores a comprarem novos produtos. (num ciclo alienante e vicioso)”

Jeremy Bulow “Teoria Económica da Obsolescência Programada”, parênteses meus

 

1-Gunther Anders, é um genial pensador judeu/alemão criador, com Hannah Arendt, do conceito “da banalidade do mal”, tão em linha com o seu pensamento, com inúmeros livros, artigos e participação cívica, e o grande teórico deste conceito, obsolescência que tem tudo que ver com o taylorismo ou stakanovismo, a produção alienada, capitalista ou marxista, que se opõe ao ludismo e ao poder de viver.

2-Hoje vivemos imersos e dominados por essa articulados com a lógica económica dominante, do P.I.B. (um absurdo económico),  e o crescimento do produto (para onde e para quê), e a omnipresente publicidade (para quando estabelecer limites e punir as mentiras grosseiras que nos impingem?). E claro a produção de mais valias no ar, do ar.

Temas para próximos artigos, neste espaço onde temos só espaço para rama, que é fundamental para fazer as camas onde deitamos o nosso pensamento.

Aconselho a enorme bibliografia de Anders e volto a referir que “os meios de propaganda do poder dominante, que alguns se obstinam em chamar meios de comunicação social, assim como os supostos especialistas (vulgo comentadores) desenvolvem um mercado onde promovem e vendem produtos inúteis e dispensáveis para os consumidores e a qualquer preço”. E acrescento: e impõem ilusões e formatam o pensamento do poder.

3- Como no filme de Charlot que ilustra este texto, nas novas indústrias e nos sectores terciários trabalha-se cada vez mais para não produzir nada, absolutamente nada, a não ser mais mercados para o crédito e claro a produção de mais excreta, mais resíduos.

Devíamo-nos interrogar sobre a lógica por detrás de qualquer modesto electro-doméstico que para ser fabricado tem que dar duas vezes a volta ao mundo, vem de onde a extracção é mais barata, com trabalho infantil ou escravo, onde os impostos são usucapiados pelos bandidos ditos magnates, onde os campos são transformados em desertos ou lixeiras, muitas vezes, quase sempre, disfarçados de “economia de mercado”, e às vezes falha a bateria e lá somos aliciados (como os drogados!) a comprar outra fixe (outro chuto).

O consumo é a droga em que vivemos alienados, pela publicidade, pelos meios referidos, e pela hegemonia, todas ao serviço da Obsolescência. E como leremos no próximo artigo

na lógica da entropia económica, do desperdício.

4-Anders deu várias respostas (até tem um livro de ficção que antecipa o 1984 de Orwell), aqui no texto as partes em aspas ou são dele ou de amigos comuns. Recordo que foi também um militante, contra o crescimento, a nuclear e a guerra. Todas as guerras. Foi fundador dos Grünen dos quais saiu contra a guerra. Hoje nem os suportaria. ”A maioria tem a força mas não a razão e contra a força temos direito (e dever) de resistir.”

 


 

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Thursday, June 06, 2024
 


 

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Monday, June 03, 2024
 

 

Parte da excelente capa do Siné Mensuel de Maio.Não são precisos comentários.

Votem, votem mesmo, contra a extrema direita!

Por uma Europa federal

“Pior que o patriotismo que é uma histeria como qualquer, mas mais mortal e vazia, o que me repugna é a ideia de pátria que é de facto o conceito mais bestial e o menos filosófico com que tentam dominar o nosso espírito. “, Louis Aragon

1-Estamos em vésperas das eleições europeias, e a mais de 3 semanas no momento em que escrevo este artigo, mas posso afirmar sem receio de errar que na campanha eleitoral ainda em curso (e para mim distante, sendo certo que vivemos ora tempos de campanha permanente, em que os políticos afirmam, como nos diz Leonardo Sciascia*, “estarem com o povo, de querer o bem do povo, quanto mais calcam as suas cabeças”, num livro sobre a mafia, já sabem do que estou a falar...), pois nessa campanha falou-se, vai-se falar de tudo, mas não haverá uma palavra sobre a Europa, nem sobre a paz de que esta se deveria constituir garante e responsável.

Sou um federalista radical, defendo um Parlamento Europeu com poderes efectivos (e não o simulacro do actual, onde o único voto a sério é o voto do/no orçamento, mas mesmo esse é totalmente desvirtuado pela chantagem dos Estados sobre o que não deveriam ser os “seus” deputados, dado que, e esse é outro absurdo, esses são eleitos em listas nacionais e em quadros de obediência e dependência, seja nacional, leia-se ao clube).

Um Parlamento que elegesse um governo a sério para um espaço onde as autoridades nacionais só deveriam ter poderes de gestão socio-cultural e essas poderiam, do meu ponto de vista, ser representadas num senado (europeu) territorial com poderes simbólicos.

As políticas monetárias seriam integradas (assim como o sistema de impostos) e as restantes áreas teriam quadros normativos supra-nacionais, como na área da energia, da agricultura e do ambiente e claro no que toca os direitos sociais e humanos.

2- Fui, antes da adesão portuguesa (1º semestre 85) assistente parlamentar no Parlamento Europeu/Partito Radicale, onde procurei criar (e ficou!) uma das primeiras estruturas ecologistas europeias, participei em muitas campanhas deste grupo sui generis (Radicale), seja pela entrada da Jugoslávia na U.E. (que teria evitado a guerra e o escombramento), seja pela legalização das drogas (que criaria um quadro de regulamentação “favorevole” à saúde, às finanças e a uma luta no quadro das instituições contra estas e os seus próceres), seja por um sistema federal com um Parlamento com poderes. E por um Tibete livre!

3- Como referi em artigo anterior este era para ser sobre outra peça de propaganda, a Obsolescência, em linha com o pensamento de Gunther Anders e a alienação do consumo, seguindo-se outro sobre a ficção da macro-economia e a bio-economia em alternativa alinhado com Georgescu-Roegen, e outro ainda sobre a hegemonia, inspirado por Gramsci. Estão em linha.

*Notável escritor siciliano, que denunciou a mafia em várias das suas obras, deputado pelo P.C.I. e depois de sair deste eleito pelo Partito Radicale. É uma referência.

Um congresso confuso, que participei, votou contra este símbolo para o Partito. A proposta, de Marco Pannella, acabou por ser aprovada no conselho geral. Gandhi foi um personagem controverso, mas é um referente da não-violência.

Nota:

A imagem inicial e esta acima foram ambas propostas para escolha do editor, em alternativa, para ilustrar o artigo.

 


 

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Wednesday, May 08, 2024
 

Sobre a propaganda I

 

“1-Nós não queremos a guerra

2-O campo adversário é o responsável pela guerra

3-O inimigo é o diabo, tem cara de diabo

4- Defendemos uma causa nobre e não interesses particulares

5- O inimigo provoca conscientemente atrocidades, se nós as cometemos é involuntariamente

6-O inimigo usa armas proibidas

7- Nós temos poucas perdas as do inimigo são enormes

8-Os artistas e intelectuais defendem a nossa causa

9- A nossa causa é sagrada

10- Os que duvidam dela são traidores. “

 

Anne Morelli, citada por David Colon

 

1-    Vivemos imersos em propagandas. E não há polígrafos que separem a verdade da mentira, temos que ser nós as escavar a informação para saber, conhecer os factos e perceber que os ditos comentadores não são senão meros opinadores sobre tudo e nada, bem pagos pela hegemonia*, pelo discurso dominante (há excepções) e mesmo quando com titulares são meros ilusionistas.

Não há informação neutra, os locutores têm o editor atrás da orelha e os jornais têm um censor ora denominado editor, quando não mesmo o director, que impõem a linha. Só alguns regionais e algumas rádios vão escapando ao garrote.

Vejam bem que não há (ou quase não há!) um único ecologista, pacifista, não violento ou objector de consciência ao serviço militar em nenhum, nenhum

órgão de comunicação do estabelecimento.

 

2-    Vejamos as guerras, todos os contra-generais, especialistas do mesmo (do tal) instituto, capitães-coronéis, ou borra-botas partilham a mesma cartilha. Guerra, mais guerra os nossos são bons os outros maus, aqui já publicámos muitas crónicas a desmistificar o discurso pátrio e egrégio. Eles até quando em aparente conflito estão sempre do mesmo lado, da guerra. E tenho que referir o meu maior lamento, fui amigo dos fundadores, que até os Grünen sejam hoje dos maiores militantes da guerra, como outros em bloco na esquerda.

 

3-    Recordemos  a citação inicial: Tudo o que vemos (nas T.V.) e lemos (nos jornais) está completamente em linha com esses 10 Manda. De um lado monstros do outro anjos, e não vale a pena discutir quem matou quem, os alemães foram todos (quase todos) nazis banais, como nos diz Hannah Arendt, e hoje expiam essa culpa apoiando outros também banais, porque eles estão todos ao serviço dos complexos militar-industriais que dominam os discursos, imperantes.

É o espelho invertido, Putin/Zelenski, Netanyau/Sinwar, sionismo/nazismo, simétricos/idênticos. E nós, a esmagadora maioria temos, ouvimos e lemos esse discurso da propaganda, da hegemonia, do consenso a manipular-nos as cabeças.

 

4-    Aqui, ali e acolá vamos romper esse consenso e continuar a dar-lhes cana.

 

Nota: Este é o primeiro vários artigos sobre Propaganda, iremos continuar pela Obsolescência da mesma e pela publicidade (incompreensível como ninguém, ninguém se lembra de uma taxa de 15 a 20% como se propõe em França sobre essa) como instrumento da dita e, claro, sobre a sua base.

 

*Antologia de António Gramsci, trad. Manuel Sacristan, Ed.Akal, 2013


 

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Thursday, April 04, 2024
 

Rossio 1974, a caminho da tomada do poder....

Isto é a representação?

“O poder não gosta de ser discutido e à mínima dúvida pode esvaziar-se de toda a sua autoridade, como um balão furado.”

Roberto Saviano

“Se há governo, estou contra.”

Dito anarquista castelhano

 

Vamos ter um governo, que se englobar a AD, o IL, e o Chega representa menos de um terço dos eleitores potenciais, e sem o Chega ronda um quarto do eleitorado. É “dirigido” pela hegemonia, o poder que nos domina, a mando de sectores económicos que controlam a comunicação e os partidos, que não gostam que se saiba, pois, apesar do seu rolo compressor este governo, ou outro qualquer é uma estrutura com um grau de representação muito, muito reduzido.

Mais de 40 ‰ dos portugueses não votou e cerca de 20 ‰ dos que votaram ou votaram branco/nulo ou inútil (dado o deficiente método de Hondt, cerca de um milhão de votos foram para o lixo). Ou seja 50 ‰ dos potenciais eleitores não deu nada para a representação.

E depois basta fazer as contas para perceber que temos um governo com a tal representação escassa 30‰ ou 25‰.

Em artigo anterior previ esta situação. A democracia está longe de ser um sistema eleitoral, ainda por cima deficiente, e controlado por estruturas escassamente democráticas com o são os partidos políticos, máquinas centrífugas de produzir dirigentes que são totalmente moldados pelo sistema económico, ou até deste representantes directa ou indirectamente, ou que correspondem a lógicas sociais e grupais herdadas de outros tempos e situações.

E a culminar este cenário hoje temos, de facto, liberdades condicionadas, não há, ou escassamente, liberdade de expressão, há poucos órgãos de comunicação que não sejam a voz do dono, seja cadeias de hipermercados, seja cadeias de hipermercados (repetição propositada!), seja grupos económicos com interesses ligados a determinadas lógicas produtivistas e consumistas. O caso da CNN e da sua promoção da nuclear, o do jornal Público  idem, diz-me quem manda e escusas de dizer mais.

Cereja no topo do bolo fomos invadidos (desde o coronavírus isso é flagrante e ostensivo) por uma nova estirpe de condicionadores dos espíritos. Na altura debaixo de cada pedra aparecia um virologista, um epidemista, um alienista, e mesmo alienados, a venderem tudo e mais alguma coisa, sempre a moldarem os pensamentos. Depois foram os contra-generais, os quase-almirantes, os majores-coroneis e outros saídos de uns institutos desconhecidos a perorem sobre estratégias e contra-estratégias e a seguir tivemos os politólogos, os inventores de tretas, os especialistas de nada e coisa nenhuma. Vivemos mergulhados no comentarismo mais balofo, e a maioria do jornalismo sumiu, manietado por esse.

Não gosto de deixar os meus leitores ou os que assistem às minhas aulas ou conferências no desespero. E então o que podemos fazer?

Sendo que a democracia não é, não pode ser só um sistema eleitoral (deficiente) que podemos fazer nessa, com essa?

Dar-lhe vida, que está quase morta. Organizarmo-nos em círculos e usar a não violência para resistir usando todos os meios possíveis. Procurar romper com os discursos que se nos tentam impor, seja criando formas de comunicação fora da hegemonia, seja decifrando-os e destruindo-os, os discursos claro.

Matéria para os próximos capítulos. A roda continua a girar.

Artigo e foto publicados na Gazeta da Beira de 4/Abril/ 2024 : https://online.fliphtml5.com/cwyfw/gckd/

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Monday, March 04, 2024
 

 Não sei se será essa a foto, essa do Castelo da Lousa, hoje enchouriçado e debaixo de água. Um património única de nível mundial destruído para que alguns magnates obtenham lucros intensivos de plantações também que estão a destruir os escassos solos. E a história é grande...

É possível que saía outra, por questões de espaço, na próxima 5ª na Gazeta da Beira.

O artigo entregue é este:

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Vai e volta e segue a dança

 

“Domingo eleições/Amendoeiras em flor/O tempo continua”

Anónimo

“Para a mentira ser segura/ E atingir profundidade/ Tem que ter à mistura/ Um pouco de verdade.”

António Aleixo

 

Envolvi-me na luta contra o fascismo e a guerra colonial, depois estive em muitos movimentos cívicos e políticos e enfrentei muitas lutas, que até me levaram a detenções, e muitas ganhei, e sempre delas/nelas guardei amizades, e momentos de épicas recordações, amores e também desilusões, não só com as derrotas, que sempre têm o tempo para nos ajudar a superá-las.

Ganhei muitas “batalhas”, vertidas em diversos livros, mas não quero deixar de recordar as contra a nuclear, a mineração e o enterramento de resíduos, aqui, em Espanha e para lá. Assim, também, as lutas por direitos sociais e humanos fundamentais como os direitos, todos, para os homossexuais e o direito a uma maternidade consciente e à interrupção voluntária da gravidez. Também estive envolvido contra o militarismo e pelo direito à objecção de consciência (ao serviço militar) já que no que toca à recusa de prestar serviços médicos a mulheres em risco, seja por uma gravidez indesejada ou mesmo de risco, acho que é criminoso o sujeito de tal, o que torna o juramento de Hipócrates uma hipocrisia total (assim como no caso da eutanásia!,  o direito a uma morte digna)). E tenho lutado pela legalização de todas as drogas e em especial da Maria (estou, neste momento, a fumar uma excelente broca!).

Ganhámos muitas lutas em defesa do território, salvámos zonas únicas e espécies várias de o terem sido, mas também perdemos outras, e nunca deixarei de chorar pelo maior crime ambiental cometido em Portugal, a barragem de Alqueva, e toda a lógica de intensivismo e produtivismo que lhe está associada e que expulsou as populações do território e está a dar cabo dos solos assim como é um contributo para a desertificação, o embalse não é só água armazenada, é também a (des)qualidade dessa e o seu (des)aproveitamento/desperdício.

E continuo a distribuir “missas” pelo país e pela Ibéria e a denunciar os males que nos vão destruindo a vida e o tempo desta.

No dia 10 não irei votar em nenhum partido, claro!, os leitores já sabem que proponho um sistema de sorteio eleitoral, em linha com inúmeras personalidades, não só da área libertária, muitos outros notáveis, e destaco Isaac Azimov, num soberbo livrinho, o defendem, mantendo e alargando os direitos cívicos, aumentando a hoje quase inexistente liberdade de comunicação e de informação ora esmagada pela hegemonia dos donos das grandes cadeias de hipermercados que a controlam toda, quase toda, e o reforço da tripeça que faz, devia fazer, os Estados democráticos de direito.

Já votei, algumas vezes (sobretudo em autárquicas), e sou um defensor intransigente desse direito, hoje acaparrado por um sistema eleitoral absurdo, que nem sequer respeita o constitucional método de Hondt, e dominado pela partidocracia que não é nada democrática, sabemos que é o chefe que manda.

Dizia-nos o grande filósofo Walter Benjamin “A crise da democracia pode/deve ser entendida como uma crise nas condições que governam a apresentação de políticos.", ou como ainda melhor nos diz a enorme Simone Weil “a operação de tomar partido, de tomar posição pró ou contra, substituiu a operação do pensamento. Estamos perante uma lepra que teve origem nos meios políticos e que se estendeu à quase totalidade do pensamento.”

Nenhuma das vitórias acima mencionadas foi conquistada em eleições. Vamos, após este vai e volta, continuar a pensar, a agir, a lutar.

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Aqui trarei o publicado, depois.

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Wednesday, January 31, 2024
 


 

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Friday, January 05, 2024
 

  não sei se trouxe aqui o I, mas aqui vai o II:


 

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Wednesday, December 06, 2023
 

 Escavando a verdade e denunciando as manipulações da palavra:

             Errata!: Onde menciono Aldous Huxley devia estar Arthur Koestler, conselhista, húngaro e judeu, resistente ao fascismo e ao estalinismo autor de um livro de 1ª plana " O Zero e o Infinito" que escreveu, julgo que está traduzido,  " The Thirteenth Tribe" sobre a dispersão judaica após a queda do Império Kazar (judio) que durou 3 séculos. Era judeu como eu, de identidade. A confusão com o Aldous deve-se à partilha do L.S.D. com ambos.

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