insignificante
Thursday, November 07, 2024
 

 

O valor da palavra

 

“O essencial é invisível aos olhos”

O Principezinho, Ste Exupéry

“Quem domina a palavra controla o poder”

Snoopy, C.M.Schulz

as duas citações adaptadas

 

1-Num colóquio comemorativo dos 50 anos da revista, hoje, de cultura libertária, “A Ideia”, sobre os resíduos de Maio 68 dei por mim a pensar que resíduos é tudo o que resta depois. Os oradores falaram das suas vidas, sem sombra de dúvida muito interessantes, mas dei por mim, eu e talvez as 5 dezenas de muito maiores que assistiam a pensar se o mundo de hoje se pode ver a essa luz.

Recordei o jantar dos 10 anos (de 68) de que me ficou a inversão de uma palavra de ordem e o aportuguesamento “ce n’est qu’un débat continuons le com but *“, jantar esse que ao contrário deste debate deixou esperanças e expectativas.

Os tempos, é certo, mudaram e hoje, em vésperas de uma eleição (piége à con**) que pode alterar os dados do mundo, e quando os valores emergentes antes, durante e depois das turbulências de 68, a nível mundial, se arrastam com dificuldade, da ecologia aos direitos sexuais, dos direitos civis, todos, às liberdades políticas, todos acossados pela pensamento único e a manipulação das consciências, que aqui, também, temos denunciado, no quadro da reformulação do sistema de hegemonia do capitalismo e da sua oclocracia, que já aqui referimos e que desenvolveremos em próximo artigo. 

 2- Permito-me sair um pouco da pauta habitual e referir que fui membro de pelo menos 2 partidos (...) e em congressos desses (e de outros...) apresentei (com amigos a darem ideias) moções de orientação, de facto de dissolução. Num tive 35% dos votos mas a maioria optou por se integrar noutro partido e no outro tive 45% mas a maioria decidiu continuar de mau para pior até ao asco total. Refiro este caso, hoje da pequena estória, porque usei num citações do Principezinho para ilustrar e explicar uma das moções e do Snoopy para enunciar e desenvolver, na outra.

Nos dois casos defendia a continuação dos debates sobre os temas que fizeram esse ano de 68, e sobretudo a intransigência nos princípios e nas causas. Mas os partidos, como dizia S.Weil deveriam ser abolidos porque estruturam burocraticamente as ideias e constituem-se em lógicas de poder absoluto de um chefe e de uma claque (ou será clique?), em manipulação.

Também participei e fiz uma das intervenções finais no congresso de um partido/nãopartido internacional, em Itália, que se desistiu, uma das razões foi a que marcou várias das minhas intervenções, erros, má fortuna e mesmo disparates, consentidos. (1)

3- Escrevo a meio de Outubro ainda sem saber se o Presidente do mundo voltou a ser o Trump, o que estará iminente.

Numa altura em que talvez volte para a estrada, a dar palavras por aqui e por ali, porque o mundo talvez acabe amanhã, mas até lá ainda falta muito, como dizem nos Axtérix.

Continuamos com o tempo relativo. Só uma palavra é absoluto!

Estou triste.

*Uma das palavras de ordem de Maio 68 era “ce n'est qu'un début continuons le combat”, é só o princípio continuemos o combate, invertíamos os termos e martelávamos como se fosse um debate com objectivos

** armadilha para idiotas (em francês a palavra é também aquilo que estão a pensar)

(11) Em próximo artigo sobre a oclocracia nomearei esses e outros partidos


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Friday, September 06, 2024
 

 A Opinião do mês:

Contra a Hegemonia (também chamada consenso)

 “Hegemonía – consenso na/da sociedade civil sobre a ordem social estabelecida e também domínio directo ou de mando (comunicação), que se expressa pelo/no Estado e os seus aparelhos de poder (militar, jurídico, burocrático, religioso)“

Adaptado de António Gramsci

1-Vivemos tempos únicos, de pensamento único, de falta de debates, de inexistência de alternativas, de rolos compressores sobre os espíritos. Recentemente vi um debate numa televisão com 4, quatro, comentadores, todos do mesmo lado desde logo, que se bajulavam uns aos outros. Normalmente são só dois, mas sempre com o mesmo pensamento único. E nos jornais, salvo um ou outro comentador com alguma coisa para acrescentar vivemos imersos no culto da mentira e do seu reforço, e as notícias são cada vez mais o reflexo da ideologia dominante, nas televisões, basta ver os alinhamentos para perceber que não há democracia nenhuma nessas. E para saberem que não é invenção minha: https://www.openculture.com/2017/03/an-animated-introduction-to-noam-chomskys-manufacturing-consent.html

2-O controle da comunicação hoje “associal” pelos grandes grupos económicos, de hipermercados e quejandos é avassalador, e jornais já sérios pagam a propagandistas da banha da cobra, charlatães mesmo, e recusam o contraditório, como é o caso de um dito comentador de ciência (como se essa fosse neutra!), outros converteram-se em divulgadores de escândalos e acontecimentos ditos sociais que não interessam senão para vender novelas.

Não há o mínimo esgravatar sob as notícias que nos vendem como as compraram e muitas vezes até as fabricam, e mesmo inventam.

3-Não há praticamente uma notícia que não possa ser contraditada, desmontada e completamente alterada pela realidade, mas infelizmente vivemos numa redoma em que se torna difícil separar o trigo do joio.

A manipulação é até evidente no controle das palavras, seja pela suavização que as regras do absurdo ortográfico impõem reduzindo as formas e clareza da expressão e da verbalização, numa lógica de novi-língua como nos indicou Orwell, no 1984, seja pela adulteração dos significados e das palavras (remeto para os meus artigos, aqui, sobre o semitismo e o sionismo e etc.) O sistema de domínio, de poder alicerça-se sobre a hegemonia, consenso como se lhe refere Chomsky, em que nos mergulha a “classe possidente”.

4- Voltarei, continuarei com este tema, em próximos artigos por agora fico com uma adaptação de Emma Goldman : “ Os editores só querem vender e modelam-se ao gosto do público (que eles próprios moldaram!), e esse gosto transformou-se num estercol (de esterco, mesmo!), tudo o que não necessita qualquer mastigação mental, assim o medíocre, o ordinário o banal são a chave de toda a produção informativa (acrescento a manipulação e a mentira)” .Os parenteses são meus.

5- No início dos anos 90, escrevia (eu) no Novo Século um artigo “Contra o consenso ambiental”, tempo esse em que ainda havia jornais, independentes, e até, até! com leitores a sério. Hoje o que temos são caixas, de ressonância, onde nos deixamos armadilhar e lá dentro só as “maldades” de Pandora. Mas por aqui, por ali e acolá, somos todos Winston Smith (personagem do 1984, de G.Orwell) que resistimos.


 

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Thursday, February 15, 2024
 

 Enquanto prosseguem as discussões sobre se fazer alguma coisa em relação à vergonha em que se transformou o que já foi um jornal, falo do Público, recebo diversas informações de cancelamento de assinaturas, pelo carácter propagandístico do actual. Eu, nunca, nunca mais o irei comprar, nem à sexta, onde apreciava o Ipsilon.

Como escrevi em próximo artigo* para a nova revista Gazeta da Beira, a hegemonia, os donos da obsolescência, as cadeias de hiper-mercados, ligados, claro, aos capitais industrialistas intensivistas e produtivistas e parasitas tomaram conta do espaço público e do com esse nome, e também dos partidos políticos.

Só a resistência activa, aqui, ali e acolá, as pequenas /grandes lutas, locais, específicas podem dar alguma ilusão de futuro. 

Caminhamos, de facto, para o abismo, há quem diga que já mergulhámos nele e ainda não demos conta.

Continuamos, com o tempo, ainda, do nosso lado.

*Onde recordo esta luta:


O Castelo da Lousa, com o seu montado de entorno, ora debaixo das inúteis águas do embalse de Alqueva

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Friday, December 29, 2023
 

 Hoje um velho amigo muito zangado com a cobertura que a informação em geral vai dando à nuclear perguntou-me se tinha algumas colaborações publicadas sobre a nuclear. Tinha completamente esquecido, desde que me censuraram por questões de estilo, que cortei relações com este jornal, que tinha várias colaborações no Público:

https://www.publico.pt/autor/antonio-eloy

nunca por solicitação da direcção.

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Saturday, April 15, 2023
 

 Livre como um passarinho (é certo que estão todos ou quase todos ameaçados!)

 

Pois vou-me dando conta que flutuo no éter das ideias e posso, sem a mínima, dizer o que penso, fazer o que quero, só com os limites que um desemprego de longa duração e os inconvenientes financeiros desse resultante me contêm, mas não devo nada a ninguém, tenho poucos amigos e nenhuma afiliação, salvo 1 ou 3 instituições de que ainda sou membro e contribuinte.

Leio, muito, passeio, menos do que deveria, penso, mais do que estimo, e escrevo, pouco é certo, e falo, discuto, desenvolvo ideias nalguns locais, na rádio Movimento, até Agosto do corrente, em conferências, escassas é certo, e em algumas tertúlias.

Vejo pouca televisão, embora, quando em Lisboa não escape a alguns teleboçais e 3 ou 4 séries para amortecer o pensamento, no Alentejo não tenho televisão. Tão pouco frequento redes sociais, aparte este blog, que já suspendi o outro onde me entretinha.

Fui cortando relações com a comunicação social da Hegemonia, que já tenho teorizado em diversos artigos na Gazeta da Beira e de que só não estimo a escassa difusão, assim como o patinhar em que se encontram as notícias que vou publicando e cada vez mais comentando com acidez do fim do mundo no https://obseribericoenergia.pt

Inscrevam-se!

Vou olhando em volta e recordo, e estimo o que recordo, mas vejo poucas consequências, num mundo desencabrestado, que procura ignorar o passado mas vai nele mergulhando sem se aperceber da tragédia.

E estou cansado, muito cansado. No caminho.

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Tuesday, October 25, 2022
 

“ Sandez” ou profunda idiotice?

1-    Em Inglaterra há poucos anos, uma associação de estudantes universitários “ exigiu que se retirassem dos programas Platão, Descartes e Kant por serem racistas e colonialistas brancos” e há menos tempo, nos EUA houve quem exigisse e conseguisse que “Matar um Rouxinol” e “Huckleberry Finn” fossem proibidas nas escolas por usarem termos racistas... essas obras que são clássicos anti-racistas de referência.

2-    Um pouco por todo o lado (e com o apoio insensato de alguns bonzos da ecologia) jovens descabeladas tem vindo a atentar contra o património, a cultura universal e a humanidade vandalizando obras de arte, dizendo assim lutar contra as alterações climáticas. Não as vejo na estrada deitadas em frente a gasolineiras, que isso era valentia e não a estupidez das sopas químicas de tomate com que danificam obras de arte.

3-    Se de um lado temos o ascenso do pensamento sem pensamento contra os direitos, o ambiente e a justiça (que não necessita de qualificativo) , o ascenso do fascismo do outro temos o contra-fascismo sem ideias nem princípios e criando as condições para o seu antagónico (recentemente vi um panfleto que era cópia do outro, dizia: “ o governo português é negacionista climático” , e não é que surpreendentemente dezenas de professores universitários o assinavam). E depois admiram-se que a mentira, a demagogia, o populismo que também arvoram se desenvolva do outro lado, De facto são o mesmo. Gente que não pensa.

4-    Voltei a retomar uma polémica que ficou no tempo de um grupo de vândalos que há talvez duas décadas queimou (ajudando assim a propagação dos OGMs) um campo de produção Frankenstein e agrediu o proprietário com umas pauladas e pontapés. Fui o primeiro ecologista que tomou posição contra esse acto violento (como a vandalização das obras de arte!) e a tal se seguiu alguma polémica que felizmente acabou com esse tipo de acções de enorme “sandez”.

5-    É necessário, novamente, vir a público, porque o que se passa o exige. Só um pensamento estruturado e uma acção política sem sombras e clara, que se baseie no direito e na não violência se pode considerar no quadro de reflexão e acção ecologistas, hoje sendo certo que sem a mínima verifica empresas podem promover grupos ditos ecologistas que merecem páginas inteiras, sem contraditório em jornais que cada vez mais fazem figuras do regime e da sua hegemonia.

6-    Infelizmente é cada vez mais difícil manter o equilíbrio e a lucidez, quando, como no caso do Brasil nos deparamos com dois lados que mentem, que roubam, que “moscabilham”” que alienam o futuro mergulhando nos piores passados. No caso, todavia, não deve haver a menos hesitação só, só votar Lula ainda permite continuar a pensar, mesmo que o mandato dele tenha sido o mais destrutivo para a Amazónia! Mas houve também outros valores....

7-    Muito haveria para dizer, o faço no Observatório que coordeno: https://obseribericoenergia.pt/ e na Rádio onde tenho voz. Como já escrevia Gramsci lutar contra a hegemonia e o pensamento dominante (que por isso tem os meios de dominar) é tarefa de formiga. O sou.

 António Eloy, actualmente escritor e coordenador do Observatório Ibérico de Energia

 

 

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Friday, June 10, 2022
 

 Opinião

Reflexão a propósito da raça que não existe, e do dia dessa que deveria ter sido absolutamente  banido, mas que continua a festejar a mítica nacionalidade:

Um jornal que venda cerca de 9.000 diários (por exemplo o Público), realiza portanto 405.000€ ao mês, a digamos 1.5€, portanto tirando os custos marginais deve receber das vendas cerca de 200.000. Digamos que os custos de impressão  serão 135.000 (0,3 por exemplar editado) fica portanto 70.000, que deverão pagar os custos fixos e salariais e outros.

Quem o tem na mão é, obviamente.....mas...

Um semanário ( por exemplo o Expresso) que venda 70.000 x 4x 3≠ 940.000, na mesma lógica comercial e com o dobro de custos de impressão, fica com cerca de 200.000. Que o tem na mão, com o dobro do pessoal de um diário....mesmo com a sinergia dos “milhafres” da SIC....

Claro que são os donos da bola que mandam no jogo, cadeias de híper e super, multinacionais diversas, que o pequeno anúncio é residual.

Mas será do interesse dos anunciantes jornais em decréscimo permanente de leitores, deitar dinheiro ao ar? Ou os interesses empresariais encontram compatibilidade na manutenção da informação amordaçada? E as mentes por esta forjadas justificam esse investimento?

Num momento em que os canais alternativos se vão afirmando, o sistema dominante, o sistema da elite governante, que já que não há classes,  nele há muito começa a perder o pé....

Temos que afirmar lógicas alternativas.....

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Friday, December 10, 2021
 

 Será, ou já foi, publicado no Gazeta da Beira (não confundir com outras Gazetas!):

A moral e a política

“Passa um cúmulo-nimbo

O Vento sopra

Poderá chover”

 Haiku anónimo

“Se algo pode correr mal, vai correr (mesmo) mal”, essa a 1ª das conhecidas leis de Murphy.

Recordo que no gabinete do então comissário da Expo 98, Cardoso e Cunha, estarem as leis de Murphy emolduradas em grande evidência. Julgo que em 1993 (ou 94) fiz parte, com cerca de uma dezena de especialistas em ambiente, de uma comissão criada para dar orientações sobre a obra de desmantelamento das estruturas industriais e analisar os problemas ambientais dessas.

Tivemos duas ou três reuniões, de grande espessura, onde tudo era discutido e problematizado. Chegou-me aos ouvidos que estávamos a criar muitos problemas e o facto é que fomos todos dispersos, um para cada serviço (eu fui para a educação ambiental, outros para a comunicação, outros promovidos a directores de serviço, outros para o ministério e até houve quem fosse para as Bermudas).

Não se podia atrasar a obra com minudências ambientais. Os lixos não foram devidamente processados, os terrenos não foram devidamente descontaminados ou nem sequer, a obra sofreu entorses por necessidades de construir mais, mais, mais.

E recordo que tinha assinado um contrato em como não diria nada, sobre o que viesse a saber. Já deve ter caducado.

Os resíduos industriais(metais pesados, escórias militares e de petróleos e outros) foram espalhados, por aí, e nem sempre cumprindo as condições requeridas e sem grandes controles ambientais. Ainda se encontram, por aqui, ali e acolá.

Mas o pior, o pior mesmo, e eu que além de educação ambiental levava os visitantes a ver a desgraça ambiental que era aquele espaço tenho a perfeita consciência da enormidade do desastre que ali existia, o pior é que a descontaminação dos solos, que havia sido um tema central do grupo de trabalho acima mencionado, pois, foi escassa, ou mesmo nula. Avisei na altura do potencial poltergeist. Mas a Expo tinha que ser em 98.

Há alguns anos na zona da escola os cheiros vindos do solo anunciavam o inevitável, por mais betão que se coloque a natureza, como também diz uma das leis de Murphy, “se se mexe com ela o resultado vai ser uma falha, fatal”.

Depressa e bem não há quem diz o nosso povo.

Mas era, minha intenção,  escrever sobre alterações climáticas e a hipocrisia dos políticos sem vergonha que temos, que dizem uma coisa e fazem outra, o nosso ministro foi a Glasgow perorar sobre o.... lítio, que não vai resolver nenhum problema ambiental (mais carros eléctricos para quê? Se não substituem os actuais sequer?) e anunciar num país, um país rural e esvaziado, mas com gente que lhe quer, nele vive e trabalha, pois foi anunciar esse país pejado de minas, minas, minas, a desertificar mais, a contaminar mais, a destruir mais, uma autêntica bazuca!.

Temos que dar uma volta a isto, temos que agir, a nível local, organizando resistências, fazendo e acontecendo contra a lógica totalitária do crescimento, do mais, do mais o quê? Intervindo e procurando alterar um sistema político anquilosado, sobre as  autarquias tenho um livro em colaboração com Tomaz Albuquerque #O Clientelismo, doença infantil da democracia#, e sobre o sistema eleitoral nacional também temos muito escrito, do método de Hondt distorcido, aos muitos milhares de votos para nada, aos círculos imperfeitos à representação nula.

Temos um país vaziado, sem representação.....donde as minas e donde as plantações industriais e donde a destruição da continuidade, desse país que resiste. Nós. Continuamos.

https://obseribericoenergia.pt/

 

 

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Tuesday, August 24, 2021
 

A moral e a política II

“Só graças aos que não têm esperança é que podemos ainda tê-la”

Jean Paul Sartre

4-  Mas no melhor pano caí a nódoa. Greta Thunberg a que se deve alguma da nova mediatização dos sérios problemas que enfrentamos, e que tem revelado capacidades e iniciativas notáveis cometeu um grave erro ao aceitar ser primeira página de uma revista de moda, onde é certo, vestida com roupas de luxo que serão vendidas como bomboms, referiu que não comprava senão o necessário e em 2ª mão. Pois mas.....é o dispilfário estimulado por revistas e revistinhas que é um dos principais  responsáveis pela degradação ambiental em áreas de produção intensiva e também não podemos esquecer por muito, muito trabalho escravo ou em condições que colidem com um mínimo de dignidade. E a água, pois não tarda nada teremos também no nosso país o solo a desparecer sob insensatos regadios impulsionados por funcionários políticos no Terreiro de Paço que nem sabem o que é agro-ecologia, como já acontece em toda a zona de Alqueva a caminho de ser um inferno, de exaustão de solos, culturas exóticas e contaminação, também dos ares e águas subterrâneas.

5-  Estive, ainda nos anos 80, mas já venho de antes, envolvido na colocação do clima na agenda, no quadro da preparação da conferência do Rio 92.

Infelizmente parece que nada foi feito a não ser aumentar as emissões, aumentar os químicos e poluentes, aumentar a destruição dos territórios e destruição da harmonia das paisagens, aumentar a ignorância e manipulação. E também a culpabilização de quem não tem o poder. E não posso deixar de referir área onde podemos fazer algo, mas onde os resultados são catastróficos, seja nas percentagens ínfimas de matérias recuperados, seja no processo errático, muitos dos reciclados continuam a ir todos para aterro....e será que nos vão culpabilizar, também? O único R válido é o re-utilizar, mas continuamos enfiados nos plásticos e latas e latinhas e sem introduzir a recuperação e a tara nas embalagens.

6-  Já é claro que não vamos a tempo de controlar as alterações climáticas. É  claro que os nossos dirigentes com poder de facto, articulados quase sempre  com os sectores finanço-industriais, são incapazes de perceber que essas são  resultado do crescimento económico que é sempre mais entropia no sistema no caminho do Armagedão, a que só chegaremos crescendo. E é claro que não vamos desistir, vamos continuar a apontar o dedo, a levantar a voz, a intervir, a sentarmo-nos e a tricotar. Não iremos desistir. E não esquecemos. Que fica registado.

António Eloy , Coordenador do Observatório Ibérico Energia https://obseribericoenergia.pt

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Monday, August 23, 2021
 

A moral e a política I

 

“ Nunca devo agir a não ser de modo que os meus actos possam ser lei universal”

Immanuel Kant

 

1-    A situação climática já não tem classificação. Só nos resta salvarmo-nos  do prejuízo, e este, no caminho para a Conferência de Novembro em Glasgow, é irreversível. Cada relatório é, sempre, sempre pior que o anterior. Mas pior que os relatórios aí estão, por todo o mundo, os extremos meteorológicos, chuvas intensas fora de época, degelos avassaladores, temperaturas nunca vistas, erosão crescente dos solos, destruição galopante dos recifes e da vida marinha, e desaparecimento ou diminuição irreversível de espécies e biodiversidade.

2-    Tenho grande apreço pelo activismo ecológico, mas por vezes até de amigos e estimados expoentes vemos erros e desvalorização do cerne do problema.

Noutro dia vi um velho amigo depois de perguntado o que podíamos fazer disse “comer menos carne”.... pois é uma boa intenção e muito saudável, mas não é por aí que se vai resolver ou sequer minimizar o problema. Devia ter proposto “acabar com a produção de gado e galináceos estabulados, impedir a queima de florestas para pastos, sobretudo em zonas tropicais, e claro encarecer o preço da carne, de forma a assim racionalizar o seu consumo e aumentar a qualidade dessa”, mas ao culpabilizar os indivíduos esqueceu que temos que equacionar o sistema de produção e alterar as lógicas de desenvolvimento, Mais crescimento? Não obrigado, mas tal não está na diminuição  do consumo individual, que é bom e útil, mas numa alteração das condições de produção.

3-    Recentemente um grupo ecologista, activo contra a nuclear espanhola e até contra as minas de urânio em Espanha, “deixou-se” financiar por uma empresa de mineração de urânio nacional, e temos outros, muitos outros casos em que grupos ecologistas se deixam seduzir, ou alguns dos seus dirigentes, por grupos económicos que quase todos têm rabos de fora.

E aqui temos outra variante do discurso de culpabilização “ poupar, melhorar a eficiência dos produtos, alterar hábitos” mas temos que referir tal pode aumentar o desperdício e de pouco serve. Temos sim que sair do domínio das grandes empresas electro-produtoras e por exemplo aderir à Cooperativa Coopérnico e não dar tréguas a ideias insensatas de mineração de produtos que não vão, mas não vão mesmo, reconverter o sistema mas antes se dimensionam no quadro de um crescimento sem quaisquer possibilidades de futuro. Os carros eléctricos e tudo o que lhe está atrás são paliativos e não soluções. Temos que alterar o paradigma e não nos deixarmos arrastar pela lógica de substituição e de mais produção, mais crescimento. Infelizmente e desde logo a linguagem militar não nos deixa esperança vamos ter mais do mesmo com a bazuca.  Noto a hipocrisia dos nossos governantes que ainda há pouco tiveram mel e louvaram  o pensamento, as ideias e o quadro de referência que nos deixou Gonçalo Ribeiro Telles.

 

....cont.....

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Saturday, May 19, 2018
 
Hoje a vontade de comentar é muita.
O populismo e nazionalismo a tomar o poder em Itália, os nazionalistas a continuarem a fazer pouco da lei e do Estado de direito na Catalunha, o louco do Bruno e os seus bois da Juve Leo, os assassinos da ETA que continuam activos nos discursos, os sionistas que continuam as atrocidades  bárbaras na Palestina, o maluco do Maduro a incitar o caos, a falta de coerência do Podemos e dos seus líderes, e também os temas que apresento no http://carmoeatrindade.blogspot.pt/
mas é sobre este optimista artigo que chamo a vossa atenção:
http://www.futurosostenible.elmundo.es/mitigacion/asi-se-relacionan-los-desastres-naturales-con-el-cambio-climatico
é que imaginar que a temperatura só vai crescer 2 graus até 2050 é não contar com tudo o que não comento hoje e com o outro, o Trump, e a China e o Putin...

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Sunday, March 18, 2018
 
Já só compro, salvo raras ocasiões, este jornal.
A basura em que os restantes, nacionais salvo aqui e ali, quase todos, ressalvo o Guardian e o Liberation, e outro aqui e ali, o Repubblica, por ex., torna-os dispensáveis, não há volta a dar.
Falta estrutura editorial que aproveite os muitos bons jornalistas, falta independência dos poderes, falta autonomia para os jornalistas, falta espinha dorsal. Das televisões então nem falar.
Hoje no tal muitos bons artigos e estas 3 opiniões, entre outras de relevo:




vamos seguindo, só por entre alguns descriptores se encontra vitalidade e assomos de verdade...

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Monday, December 26, 2016
 
O tempo de uma viagem " complicada" e nova leitura, sobre a realidade e a opinião, e o mito, e a sua parte seja ritual no tempo.
meia duzia ou 10 telefonemas, férias, gripes, ausências, outro tempo que não existe.

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Tuesday, June 23, 2015
 
Temos alguns bons jornalistas, até arriscaria algumas dezenas dos que assinam peças jornalísticas são bons profissionais. Outros assinam bem artigos de opinião, poucos, muito muito poucos e aqui incluindo os não jornalistas.
Aliás é surpreendente que, salvo o Editorial, jornalistas assinem artigos de opinião, que lhes retira competência, estatuto e imparcialidade para depois escreverem como jornalistas peças, supostamente isentas. Eu quando leio uma peça de um jornalista de que leio ou sei que escreve prosas de opinião fico muito, muito desconfiado sobre a "verdade" e qualidade do que posta.
Sou da opinião que quando se opta pela opinião o estatuto de jornalista deveria ser extinto, como penso que bem fez o Miguel Sousa Tavares, que deixou de ser jornalista.
E da opinião dos jornais e a da televisão nem falar que é só encomendas... e é má, muito má.
Nos jornais que leio (já não compro!) só uma em cada 5 é que me merece atenção e leitura. E basta ver o El Pais, o melhor jornal do mundo ( que compro!), para ver outro trato de e na opinião. Por cá as encomendas também são muitas.
Mas a questão é que os jornalistas estão dominados, completamente dominados, pela opinião e pela opinião do patrão, na maior parte dos casos. E na televisão é ver a bajulação constante de fulanos, serão jornalistas?, que me dizem ganham mais que gestores portugueses de multinacionais!
Os jornalistas são hoje, quase todos, os vendilhões do templo.
Infelizmente, também já não há templos, pois os jornais, a televisão é uma cloaca, genericamente que de vez em quando ainda aparece uma luz, pois os jornais em vias de desaparecimento e não se apercebem porquê?, veículos da publicidade e da voz do dono!

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civetta.buho@gmail.com

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