insignificante
Monday, April 30, 2012
 
Hoje dei uma entrevista sobre o 1º de Maio.
Falei do da minha memória, o de 1974. O que se preparava em pichagens nocturnas e o que rompeu como um caudal aprisionado invadindo ruas e praças e dando vida a uma revolução que não o era.

E falei das Maias, festas cultuais celtícas, que perduram nalguns locais do nosso país e que bebem de mitologias antigas, que tem que ver com o ciclo de renascimento e vida, nova vida dos campos.
As Maias ainda hoje se continuam em antigos santuários celtas e nas memórias que as Maias  continuam, nas romarias e nas festas do campo sucessivas à Pascoa.
Mas o seu dia era, de facto, o 1º do seu mês.
Mas também falei da economia e do disparate em que estamos mergulhados, o ciclo vicioso de recessão, desemprego, diminuição do produto, redução dos impostos, mais recessão, mais desemprego, até, até...
que se invertam estas politicas Friedmanianas e se opte por um neo-keynesismo, com investimentos públicos nos sectores produtivos e geradores de mais valias, que geram riqueza e criam emprego e geram impostos e reduzem o déficit,,,
e fiz uma crítica ao actual modelo dos sindicatos que defendem o que não existe a não ser mitologicamente, que deveriam optar pelos novos proletários, os sem emprego, as classes médias a gemerem sobre a pata de um sistema asfixiante em vez de continuarem a defender os colarinhos brancos e aristocracias de trabalho, nomeadamente os que não podem ser despedidos.
E claro não deixei de criticar os partidos sejam os neo friedmanistas sejam os suslovianos por serem incapazes de formular uma alternativa económica com realismo e decência.
E claro faltou mas ficou claro que temos um sistema político mediocre, entregue a gestores sem qualidade, e sem ideias ou vontade de as criar.
Logo será o costume, sem estória, ou construção de memória ou alternativa.

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a águia vê
a sombra do coelho
uma ilusão


 
 


Noite fechada 
angústia do tempo
aurora inevitável

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Sunday, April 29, 2012
 





Aproxima-se a Marcha, e nunca como hoje se esteve tão próximo de acabar com a guerra às drogas e integrá-las na economia, na sociedade, na justiça e regulamentação.
De dar vida ao direito e a leis para o exercer.

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Hoje uma cerimónia com grande qualidade de intervenções, no Jardim D'Inverno do S.Luiz, lavou a alma dos presentes e deu continuidade ao espírito.
De um amigo, velho, recebo esta música, em homenagem ao futuro e continuidade do tempo e da alma deste.

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Saturday, April 28, 2012
 
Tristeza... não tem fim... felicidade sim...
Talvez.
Hoje foi o velório do Miguel.
Sentir fraternidade no abraço aos companheiros e também à família (e recordo de há muitos anos ter perguntado ao Paulo, julgo que ainda o Miguel era do PC, como é que se davam e ele me ter respondido que política à parte e as discussões dessa tinham um amor fraternal... e que curiosamente lembro ter perguntado passado muito tempo ao Miguel a mesma coisa,,, e a resposta ser a mesma).
Com aqueles mais próximos a fraternidade chegou à emoção, e sempre recordo que o choro deve ser contido nessa comoção em memória da vida que festejamos.
Gosto de me lembrar, nesta vida que passa, um poema de William Blake:
#
To see life in a grain of sand
and heaven in a wild flower
hold infinity in the palm of your hand
and eternity in an hour
#

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Friday, April 27, 2012
 

Convite,

Na Ler Devagar, Lx Factory no

dia 3 de Maio pelas 21.30 será exibido o filme documentário #Uranio em Nisa Não# , realização  de Norbert G. Suchanek e produção de Marcia Gomes de Oliveira em 2012, com a duração de 34 minutos.

Seguir-se-à um debate sobre a nuclear em Portugal, de Ferrel às águas Atlânticas, de Miranda do Douro/Sayago a Aldeadàvila, da Urgeiriça a Almaraz, de Nisa a um tal Manifesto… com a presença de testemunhas de todas essas lutas.



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Thursday, April 26, 2012
 
Hoje foi um dia cheio de exames e provas e ainda de Feira do Livro, onde estive na loja da Colibri a assinar as edições (4!) já produzidas...
E à noite ainda a salvar as abelhas, um dos meus (poucos!) insectos favoritos.
Aqui:
http://www.avaaz.org/po/bayer_save_the_bees/?cl=1769940364&v=13915

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Wednesday, April 25, 2012
 
Fiquei em casa, a ler, ler e pensar...
e vi este documento:
http://www.donosdeportugal.net/
notável,,, e recebi  muito sensibilizado algumas, muitas dezenas de mails de conforto, de solidariedade, de tristeza...
Amanhã é outro dia.

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25 DE ABRIL

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


Sophia de Mello Breyner Andresen

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Tuesday, April 24, 2012
 
Morreu o Miguel.
Já esperado, mas sempre inesperada a ceifeira lá vai levando os seus, que somos todos.
Ultimamente não nos correspondíamos/mailávamos muito, e desde que a seu convite tinha estado em Bruxelas que não nos viamos.
Recordo que na altura, antes da debacle do Bloco, as nossas discordâncias eram maiores e após esse extertor, também eleitoral, do BE, o cesse da nossa mailação deveu-se a divergências mais profundas.
Que aliás caracterizaram a nossa relação, onde as convergências (e recordo o impulso que dei na sua 1ª eleição para o Parlamento Europeu, onde inclusivé almocei com ele e o Carlos Pimenta...) foram importantes e as diferenças nunca no fundamental. O prazer de viver e partilhar as lutas e as esperanças de que esta vida é feita.
Ainda era membro do PCP e levou alguns pontapés que me eram destinados, e isso também não esqueci.
Como não esqueci o seu apoio à luta pela sobrevivência de Barrancos, e da continuidade socio-cultural, ligada ao mundo rural e o culto dos toiros, ou a co-participação nas Marchas da MariaJuana.
Na Europa, e nos encontros para que me convidou, partilhámos o europeismo, com diferentes matizes, e também as bandas desenhadas.
Hoje, na véspera do dia para ele, para nós todos maior, morreu o Miguel, o Miguel Portas.
Com tristeza escrevo estas linhas, sabendo que nada do que possa fazer nos dará a volta ao Périplo que ficámos de fazer, de concluir nesta vida.
Ficarão as memórias, e o vazio ao, no virar da esquina.

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Escrevo porque não durmo, ou porque as palavras ficam como vento na paisagem deixa as suas marcas, mesmo que pareçam invísiveis.
Lá fora ouço as andorinhas, já acordadas e na sua labuta.
Hesito. Volto para a cama? Visto-me?  Leio? Escrevo?
Os dias são longos quando não se dorme...
 
Monday, April 23, 2012
 
"Há sempre um momento na história em que quem ousa dizer que dois e dois são quatro é condenado à morte"
#A Peste#
Albert Camus

Hoje só apetece, será o mal estar da doença a agitar a mente?, gritar aos 4 (porquê 4?) ventos que basta, basta já de amorfismo, de engano, de verdades impostas, de patifarias, basta de maldade.

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Sunday, April 22, 2012
 
Nada de bom é de esperar, por aqui, por ali,por acolá de uma classe políca profissional, longe do trabalho e actividade social que faz a cidadania.
Mas também a esperança na cidadania é cada vez mais pequena e ao ver os resultados em França, onde verdade seja dita os candidatos não podiam ser mais mediocres e desfazados da realidade, inclusivé dos grupos políticos que representam, mas sendo todos maus, e os trotquistas de outro mundo, há que referir com total frontalidade que todos os sinais de colapso da democracia liberal e do próprio Estado de Direito se tornam cada dia mais evidentes e com esses os piores fantasmas regressam à velha Europa.




Não é possível que passe despercebido ou seja enviado para um canto informativo os 20%, um francês em cada 5, que votaram numa candidata fora de qualquer decência e numa margem que deveria ser excluída do sistema político.
Voltarei a este tema, hoje estou doente.

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Infelizmente, e por razões substanciais, não partilho o optimismo em relação à continuidade deste bonito felino.
A reprodução em cativeiro, pesem os custos e o relativo sucesso dos nascimentos, tem sido um fiasco na reintrodução na natureza.
O aumento do lince, actualmente, deve-se a um aumento passageiro do coelho, mas nada nos garante que se mantenha. E as áreas para este se manter e reproduzir em condições de viabilidade são cada vez menores.
Mas o esforço é válido e a espécie um sonho.
Que fuja aos pesadelos...

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A osga na cave
vive dos insectos
não vê o pé

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Está lançada mais uma cartada, política, neste momento nas mãos de meia dúzia de pessoas, e que terá que engrossar até junho/julho.
Se o conseguir seguir-se-à a 2ª fase, de maior exposição, até Março/Abril do próximo ano...
Pelo menos ideias de cidadania irão circular pelas redes e tertúlias.
A cidadania é como uma roda ou anda... ou...

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Thursday, April 19, 2012
 
Vivemos num país "descontrolado".
Como é possível que o partido que se pretende de alternativa apresente um boy miserável para o Tribunal Constitucional?
Como é possível que um sujeito do grupo do Vale de Azevedo (um vigarista condenado) seja proposto pelo partido do governo?
Como é posível que não haja nenhuma qualidade nas nomeações para o Tribunal Constitucional?
Como é possível que vereadores das câmaras (e concretamente da CML) não tenham conhecimento que alguns serviços estão cheios de parasitas, negligentes ou corruptos e sejam iludidos por cortinas de fumo?
Como é possível que ministros digam uma coisa hoje e o seu contrário amanhã com a mesma presporrência?
Como é possível que entrevistas de altos responsáveis do Estado (por exemplo à Veja) sejam de chumbo no antigo exame da 4ª classe, pela pose e os despaupérios?
Como é possível que haja ministros a colocar-se nas mãos de #deus#?
Como é possível que a oposição receba grupos de bandidos, como foi o caso do BE, sem os denunciar (as ditas donas)?
Como é possível que o Pedro Passos bolse, sobre o João Proença, em Londres e não haja consequências?
Como é posível que o PCP continue a apoiar a dinastia Kim? e a repetir uma cassete já sem som ou ideias? 
Como é possível que não haja alternativas, cívicas e sociais?

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Hoje fumava uma broca, para passar a chateação. Por muitos motivos, que me conduzem aos haikus nocturnos e a tempos sem tempo.
Também porque, embora tenha aprendido com a respiração a calma, me continuo a passar com o mal, o grande e o pequeno.
Hoje confirmei que uma directora municipal da CML ou é negligente, ou corrupta mesmo, ou brinca com os cidadãos, ou simplesmente é incompetente.  Mas tudo é possivel no sorvedouro em que se estão a continuar os serviços, só alguns é certo porque há muita gente capaz e competente, da CML.
Conheci, o nome não é para recordar, alguns dos maiores vilões da CML. Até saíram com louvores. Ainda espero....pelos outros.

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A meio da noite, o costume...
Duas notas, um haiku:

O Barcelona perdeu
O Rei desculpou-se
O tempo passou




 
Wednesday, April 18, 2012
 
Hoje, dia cheio de trabalho e reuniões, duas notas matutinas:

1- De Pierre Radanne, do #Futur Facteur 4#, referência das políticas de economia de energia.
Pergunta:
Quel est à votre sens le ou les défis urgents du prochain quinquennat ?
Resposta:
La question d’une réorientation économique du pays qui irait dans le sens d’un développement durable et diminuerait la dépense énergétique est essentielle. Le vrai problème économique de la France, c’est son déficit budgétaire, le déséquilibre de son commerce extérieur. On vend très peu et on achète alors qu’on n’a pas les ressources financières pour payer. Or, cette réorganisation va aussi dans le sens de l’amélioration des conditions de vie des gens, du pouvoir d’achat.

Será que no nosso país ninguém vê o que se passa? Só o consumo interno e mais auto-produção e valorização do nosso produto pode sair-nos da crise... por aqui, por ali, por acolá.

2- Depois de ontem termos sabido que menos de 1/3 dos portugueses são canónicamente católicos e não perceber porque ninguém levanta a questão da inconstitucionalidade da Concordata que liga o Estado português à religião de um terço destes, vem hoje um responsável do Vaticano (será do Estado ou da religião desse?) bolsar umas tretas sobre os feriados religiosos.
Do meu ponto de vista deveriam acabar com eles todos, mantendo só os que tem relação com a vida civil (por exemplo o Natal).
Mas continuamos a viver baixo da sotaina da santa madre (que nos dá marmelada segundo esse dito) inquisição.
Estado liberal infelizmente continua a ser só para o lado de "espada". Pouco ou nada.

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Tuesday, April 17, 2012
 

A Guiné-Bissau é um país inexistente. 
Um mosaico de etnias, com mais de vinte línguas num território que não chega ao tamanho do Alentejo, diferentes costumes e 30% da força de trabalho alistado nas forças armadas, que são sucursal do narco-tráfico.
Sem Estado, sem poder judicial independente, ou de todo, sem órgãos legislativos autónomos, sem leis nem ordem, nas mãos de uns facínoras, que regularmente se matam uns aos outros, numa luta pelo controlo do comércio das drogas.
Um território que mantém além disso rivalidades tribais/religiosas significativas, os balanta, os fula, os mandinga, os bijagó, os papel, e os mais 20 ou 30 tribos.
Infelizmente a Guiné-Bissau não existe, o que existe é uma camarilha de crápulas que vivem do narco e do seu poder militar, e que não toleram que seja o que for do seu poder e controlo da riqueza resultante do proibicionismo seja posto em causa.
Estava em curso uma tentativa, muito limitada, de reduzir o controlo dessa capagagem sobre as limitadas instituições...
...Bomba, morticínio, carnificina que é o que mantém esse simulacro de Estado.
Um Estado pária! 
Infelizmente também não existe comunidade internacional...

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Ainda o rei e o elefante

Este episódio merece uma reflexão pelos que se preocupam com os direitos humanos e o ambiente.
Antes de mais uma reflexão sobre as monarquias.
Estas são estruturas de poder que surgem no âmbito da criação de excedentes e da sua apropriação por alguns, nas sociedades do designado modo de produção asiático, em que uma estrutura de classes verticalizada é culminada no rei/imperador/deus.
É talvez, até aos estudos de Regis Debray sobre mediologia e a moderna física quântica, que entronca com o Zen, o mais evidente testemunho da invenção de deus pelos homens e pelas suas lógicas de organização e reprodução social.
As monarquias continuam-se na lógica do divino, sendo a sacralização pelo Papa ou outro qualquer dignatário, um momento dessa.
E as monarquias ibéricas tem, alem desse lado divino, uma história pouco limpa de crimes, devassidão, incestos fratricídios e toda a espécie de tropelias.
A monarquia não tem hoje nenhuma lógica nem função no quadro das democracias e Estado de direito, nem sequer como representação de uma mitologia chamada nação.
Dito isto sobre a monarquia vamos agora aos Bourbons. E aos tempos recentes.
Neste momento a família real está atolada na lama, um caso de corupção e tráfico de influências envolvendo a filha e o genro do rei (como se o rei pudesse não saber...) está em julgamento e num momento em que Espanha está com 20% de desemprego, com uma situação social calamitosa,,, pois neste momento o rei gasta o equivalente a um ano, um ano de salário do Presidente da Republica portuguesa (esta é para os que referem os custos menores da monarquia em relação à democracia) para ir,,, caçar elefantes, o que não lembra ao careca.
E acaba aí a história.
A questão da caça ao elefante, no Botswana, é ecologicamente sustentável e faz parte da boa acção de gestão (management) das espécies, além de espoliar esses ricaços sem consciência de umas lecas.
Talvez por isso esta parte da questão (e bem!) não tem sido referida, e por isso aqui venho saudar a maturidade das organizações sociais ambientais.

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Monday, April 16, 2012
 
Hoje um estudo da Universidade Católica (desde logo conflito de interesses!) atribui a 31% dos portugueses a categoria de católicos. Sendo que só o é, não qualquer baptizado (assim chegam aos 80/90%) mas, quem acredita e pratica o credo em que acredita. Os restantes são bufões, ou seja indiferentes em relação aos sacramentos e à sua prática e/ou seja estão-se nas tintas.
Talvez haja mais 10/15% praticantes de outros cultos cristãos, muçulmanos, mitraistas, judeus, Rosa-cruzes ou ateus.
Ou seja mais de metade dos portugueses são agnósticos, uma vez que os ateus estão nos 10/15% de religiosos.
Ou budistas que é uma variante de agnosticismo.
Este estudo, em ano de divulgação dos censos, é obviamente para continuar a manter o poder refém da  santa madre igreja de Roma, seja na armadilha que é a Concordata (inaceitável face à Constituição da Republica!) seja  o lugar do cardeal nas efemérides e o dos feriados da ortodoxia católica no calendário profano.
O Estado laico devia abolir os feriados religiosos, este passariam a celebrar-se nos Domingos posteriores a esses e assim poderia continuar a festejar as datas que tem significado civil e para todos os cidadãos.
É inaceitável que continuem a ser pagos por todos nós capelães militares e nos hospitais e etc. esses também ocupem lugar pago.
O tempo felizmente vai continuando e podemos opinar e discutir sem que um raio divino nos fulmine (quando não fulminou os Papas devassos e os seus filhos, nem castigou os nazis ou os soviéticos ou outros crápulas que mataram nas condições mais macabras milhares e milhares) e sem que a Imquisição e os seus Torquemadas nos obriguem a dar-lhes o pataco.
Hoje 31%, que dado o conflito de interesses podem roçar os 20% (quando vou à missa, encontro menos de 10% dos que já encheram a igreja, na minha juventude!), que ainda praticam o ritual e cumprem as suas obrigações de adeptos da seita.


Infelizmente as práticas vão-se perdendo, os rituais devido a uns sacripandas disfarçados de padre (como um desgraçado opus dei que tivemos em Barrancos) vão-se adulterando por incapacidade (como era o caso desse infeliz) em perceber a evolução das comunidades e as alterações na forma de ligação ao desconhecido, no espaço e no tempo.
E em Roma, infelizmente, está um bloqueio da espiritualidade, e um retrocesso no pensamento dessa.


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Sunday, April 15, 2012
 
Hoje no El Pais vem uma magnifica historia, historieta aos quadradinhos, uma banda desenhada de Paco Roca "Crónica de una Crisis Anunciada".

Recordo um dos trabalhos que apresentei ao "migalhas" no ano, em vésperas do 25 de Abril sobre bandas desenhadas, que ele não sabia o que eram, e que depois de ter levado com uma sessão sobre montanhismo (julgo que pelo Carlos Severo) e as sociedades sem classes que se geravam nesse entorno e os valores sociais dessa actividade e outra sessão sobre jazz (recordo o Luís Paulo e o Louzinha) onde se falou de emancipação e luta anti-colonial pensava que ia ser um descanso...

Pois não foi porque as histórias aos quadradinhos tem a rebelião mental no seu bojo e seja pelo Hermano Lobo que tinha em casa, seja pelo Charlie Hedbo que me tinham trazido, seja pelas horrorosas mas na altura politicamente na mouche bandas desenhadas maoistas, o "migalhas" lá passou mais um mau bocado.
Soube que não fora o 25 de Abril teria chumbado por indisciplina...

Mas são memórias de outros tempos, como a que o Pacheco Pereira nos traz na sua crónica e que aqui reproduzo. Também eu fui vítima do Cavaleiro Andante embora por local de educação tenha tido acesso de infante ao Tintin e Axterix nos originais.


Mas recordo estas colecções que o meu avô me ia dando a conhecer e por onde a minha mente ficou enredada. Até hoje continua nesse novelo, em busca das agulhas para a malha.

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Saturday, April 14, 2012
 

Ainda me lembro pelos anos de 1975/76 de me manifestar pelas ruas de Madrid, em corrida, ao som de "Espanã manãna sera republicana" e do "non queremos ni a Franco ni a Juan Carlos el pelele, queremos una Republica que es lo qu'el pueblo quier" no estertor do caudilho.

As monarquias são estruturas que mesmo com os poderes que hoje lhes estão constitucionalmente atribuidos (embora possa haver um ou outro caso em que esses são ...alguns) que são nulos ou de representação não tem a mínima justificação para a sua continuidade, a não ser um mitologico nacionalismo e por vezes razões de conveniência.

A monarquia espanhola à medida que Juan Carlos vai ficando velho e cada vez mais tropego e insensato (esta de ir matar elefantes pró Botswana não lembra o careca!) vai dando tiros nos pés ou mesmo na anca. Está coxa e julgo que nos seus momentos terminais. Pode levar algum tempo, mas é inevitável que a modernidade e a democracia de facto cheguem à Federação.
A Republica já tem bandeira (acima) e o hino pode manter-se, que não tem letra para modificar.
A história não volta para trás.

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Sem este título que a versão em português nacional foi buscar um ao abracabara leio neste sábado chuviscoso este delicioso debate entre dois homens de cultura sobre os escritos que fazem a vida e a sua continuidade.
Esta livraria onde vou encontrando a preços e 2/3 euros estas preciosidades esquecidas é o novo maná agora que livros só antigos ou em língua que permita a leitura sem indisposições (o tal português mal grafado).
Agora que salvo um ou outro dia em que o El Pais não chega ao quiosque deixei de ler o Publico (metade são anúncios e fotos, leitura quase nada!) a poupança é também notória.
O conhecimento agradece.
 
Thursday, April 12, 2012
 



Aqui o grande Adriano, que morreu abandonado, qual tivesse praga, pelos Kamaradas, alguns, os mesmos que hoje o colocam num pedestal.
Era homem, de convicções, que nem o maltrato quebrou.
Passou esta semana o 70º aniversário do nascimento, os últimos tempos esteve em Avintes.
Hoje está em todo o lado e aqui a dar voz ao medo e à esperança.

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Hoje é dia de ritual, dia de sagrado.
Na restaurada e flamejante praça do Campo Pequeno será oficiado o culto, em corrida à portuguesa.
O bonito e sóbrio cartaz convoca os aficionados para a celebração e anuncia os oficiantes e a ganadaria.
Outro será o momento de reflexão sobre o tema das tauromaquias, que é um dos que culto e cuja religião, com heresias muitas e faltas de assiduidade notórias que chegam para só bordejar a afficion, mas com conhecimento vasto da doutrina e também dos seus detractores, pratico com ocasião.
Logo, hoje é especial, é como a missa do galo, estamos presentes e participamos da partilha em que os tempos e a corrida transformam as almas, no re-ínicio dos ofícios.
Não perceber isto, a sensibilidade e ternura que resulta do carinho e arte da prática e inventar; onde se diferencia a humanidade e a sua transcendência, a sua cultura e ruralidade; nessa mais do que precisamente isso, foi o que o próprio Dalai Lama desaconcelhou, e reafirmou mais uma vez, que cada povo tem as suas tradições e re-ligações.
Noutra altura tomaremos e comeremos todos, nessa outra parte do ritual o produto da vida que neste evento, também, cultivamos.

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Wednesday, April 11, 2012
 
O ofício de historiador é um exercício que usa várias disciplinas e a incerteza. A incerteza dos factos, reais ou inventados, a incerteza do conhecimento ou desconhecimento desses, sobre esses, e tem que proceder a uma lógica de integração multi-disciplinar e também ter uma leitura da geografia e do espaço, com o presente destas a remeter para passados e mitologias desse.
Hoje tive, no seguimento de uma labrostada de um putativo, dito, historiador de Cinfães, uma troca desigual de argumentos sobre antropologia e religião, sobre geografia e ocupação do território e sobre registos e comunicação deste.
Não sei quem é o sr., que aliás dada a vaguidade dos comentários pensei que fosse doutro mester, a produzir doutrina sobre o que não sabe.
Mas, posso nessa matéria, estar enganado.
Historiador não é de certeza. Faltam-lhe leituras desde Mircea Eliade ao nosso, cá da casa Moisés, senão saberia da continuidade dos espaços sagrados, no tempo e na memória que continua destes.
Dizendo-se de zona falta-lhe uma leitura imprescindível, que é a de Amorim Girão, seja o seu magnífico Montemuro, seja outras obras e a re-leitura que dele faz, com maestria e originalidade não se assumindo, mas sendo historiador o meu amigo Jorge Ventura.
Também manifestou, em correspondência pessoal uma total desvalorização das estórias da história.


Ora qualquer aprendiz de historiador sabe que as História são, também e até sobretudo, as estórias.
Presporrência e arrogância também não são atributos que façam história.
Este que comigo roçou, mas não chegou, a polémica, nem merece que o seu nome fique grafado.

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Tuesday, April 10, 2012
 
Ontem encontrei por acaso uma página da Carmen Espinar, velha amiga, companheira do meu querido amigo, camarada de muitas lutas e aventuras Humberto da Cruz.
Revivi estórias e sonhei, lembrei outros tempos, que sempre ficam, parados nesses.
Hoje voltei a reler alguns textos dele, e com isso repassar os tempos e ouvir o Humberto, sempre com calma, a enfrentá-los.
A vida continua.

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Hoje andei em Naufrágios, no regresso ao trabalho.
10/12 telefonemas, umas dezenas de mails para responder,
um programa de rádio, e o tempo.
Um passeio à beira-mar.
Organizar os próximos dias.
Cada vez que paramos todo o ciclo se repete.
Amanhã continua...

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Monday, April 09, 2012
 
Aqui, sem comentários:

http://www.youtube.com/watch?v=azGh07lBAIg
 
 


Ainda hoje recordo uma discussão com Mircea Eliade talvez em 1974 ou 1975 em Lisboa.
Foi mais uma troca de "piropos" amargos, no seguimento de alguma manifestação.
Recordo de ele dizer que nós (um grupo de jovens) não sabiamos o que era o comunismo e bla,bla,cá bla,bla, lá.
Eu pelo sotaque ( ou terá sido porque confessou ser romeno?) percebi que era romeno e confrontei com os guardas de ferro e bla,bla,cá bla, bla,lá.
Não estava à espera e quando lhe saíu uma linha em defesa do antes do comunismo na Roménia ,,, bom teve que se ir embora, resmungando.
Tive durante muito tempo algum pudor, recordando esse encontro com o já na altura velho Eliade, em ler as suas obras.
O Sagrado e o Profano é uma obra maior, pese o caracter trastívoro, do autor.
Cheguei a aconcelhá-la aos meus alunos, no quadro da refrência de construção, produção do espírito, pelo homem.
Leiu, agora, com gosto 5 das suas novelas, que o aproximam da escrita mágica dos latino americanos, e coligidas com o título de um conto lindo #Nas Ciganas#, e não deixo de recordar a observação soez que fez, nessa altura, sobre...judeus.
Muitas vezes, quantas vezes temos que separar o dito, o escrito do seu produtor. Exemplos são muitos, muitos.
A alma, o dom, o espírito podem estar sem que tal corresponda a nenhuma verdade do corpo físico onde as piores pulsões podem estar encerradas.

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Lembro-me bem do dia em que o meu querido amigo Hermínio me colocou nas mãos (é oferta, ) um livro sobre os/dos Rubáiyát de  Omar Khayyám.
Foi como fumar um charro, o espírito entrar neste mundo, de maravilha.
                                                                         
O bem e o mal se entrelaçam no mundo
Não agradeças ao Céu
pela sorte que te coube, nem o acuses:
Ele é indiferente.
                                                                                                    
















Hoje vou ouvi-lo. E desde já sinto os fumos, e me inibrio com o gosto a escorrer,e no palato exploro os sons, e nos ouvidos sinto o frisson de outro tempo.


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Este foi o 1º esboço, que seria aprimorado por mão profissional.
A convocatória está em Marcha e as noticias também.
De hoje:
http://www.commondreams.org/headline/2012/04/08-0

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É um dos meus. Mário Vargsas Llosa é uma pluma que acompanha o pensamento, também o meu.
Claro que, por vezes, estou em desacordo com algumas das suas posições, mas nenhuma de principio.
É um referente do pensamento liberal e das liberdades que este implica, ou traz consigo.
Seja sobre questões de liberdades individuais, sobre a liberalização das drogas, sobre o "duende" e a tradição ludico/cultural que ele traz e as corridas, seja sobre a crítica ao pensamento único e aos Chavéz e seus acólitos por esse mundo fora, e mesmo na economia e na sua vertente aberta faz parte dos que são dos meus, acompanham o pensamento e a acção sobre esse que procuro desenvolver.

Nota:
Hoje, estive entretido a apresentar queixas ao Tribunal de Matosinhos e ao Director Geral das Finanças de uma Associação de Surdos, que ou foi aldrabada ( e dos  reisinhos tudo é de esperar) ou....

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Sunday, April 08, 2012
 

De vez em quando re-encontro Tahar Ben Jelloun, e cada vez que o encontro as suas palavras tem asas para pairar sobre a vida e o espaço e nessa encontrar outra palavra, e o seu escritor, contador de estórias e neste caso o seu escrivão, publico.
Não deixa a minha memória, que é um grande passador de factos e elementos de outras estórias de outros acontecimentos, que vou revivendo, de recordar o excelente L'enfant de Sable, que me marcou um tempo, os idos dos meados de 80, e que ofereci a uma querida amizade e ainda hoje lhe lembro o som.
Tahar Ben Jelloun é um contador de estórias, lê-lo é estar na Jamâ-El-Fnâ e parar no tempo, e na imensidão da noite.
Hoje este texto, que ladeia ou não a autobiografia encheu-me a alma ...
 de areia...  de universo.

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É um dos mitos mais implausíveis da história, mas surpreendentemente, nas suas alegorias e imaginário, transformou-se em base de uma religião e dogma da mesma.
Claro que Cristo, o Cristo real não ressuscitou, mas sendo a história uma ficção transformou-se essa lenda mitológica (herdada da mesma ressuscitação do Deus Mitra) num determinante de inúmeras seitas e depois, com a codificação dos Evangelhos ( no século II / III) e a necessidade de solidificação do poder imperial de Constantino em doutrina.
Hoje recebo um texto luminoso de um velho amigo, que aqui saudo, Miguel Teotónio Pereira.
O texto é uma reflexão sobre a vida e a morte nesta, com um enquadramento sofrido e emotivo, o que pode ser e é também racional.
O texto poderei enviá-lo a quem o solicitar, mas apropriado para o dia aqui deixo um parágrafo:


(...)
Nações fizeram-se e desfizeram-se, e voltaram a fazer-se, e a desfazer-se, contra nações , impérios    floresceram e decaíram contra impérios, povos cresceram e morreram e ressuscitaram, contra povos, deuses criados por homens travaram batalhas sem fim contra deuses criados por outros homens.
(...) 
Não há mais deuses, nunca houve  deuses sem que fossem homens a fazé-los. 
Ou a fazer de conta que são deuses para assombrarem a humanidade...

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Saturday, April 07, 2012
 
É a única coisa boa, nesta nova produção da Barraca (onde está o Helder?), o cartaz.
Uma peça com um texto muito, muito mau, incapaz de articulação com o tema de fundo, andando desvairado por aqui e por ali. Mentalmente totalmente obnóxido e politicamente de total nulidade.
Uma interpretação globalmente esforçada mas pouco profissional (onde anda a Céu???) e uma música a deixar muito a desejar, além dos cantores serem de absoluta mediocridade.
O tema merecia outro texto, outro fogo e outra densidade dramática.
Tudo mau, excepto o cartaz.
Uma peça a evitar, e que só está aqui para aviso dos incautos.
Talvez por estes murros no estomago seja pouco assíduo do teatro nacional...
Um jantar agradável no Forneria (ao pé do Cinearte), onde comi uma  pizza com uma categoria notável.



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 Hoje descobri numa livraria fundos de editoras, o que me leva a pensar que tendo decidido não comprar livros nesta pavorosa novi-língua tenho para além de originais (francês, inglês, espanhol e mesmo italiano) antigas edições em português...
Lamento não ler alguns (as memórias de Mario Soares, por exemplo) mas português incompreensível, não.
Encontrei e foi leitura de hoje, da pilha de edições notáveis que encontrei, 3 livrinhos que refrescam as origens do pensamento, da espiritualidade, da história e da ironia.
O #Mitzvah# de Alain Elkann, que reflecte sobre o valor da espiritualidade, num quadro de religiosidade laica, e de valores de continuidade, uma reflexão sobre a ética e uma viagem pela identidade hebraica, universal.
Também universal é o livro de Abrasha Rotenberg # Anedotas de Judeus que o meu Pai me Contou#, onde o humor e a ironia, roçando o sarcasmo constitue um momento de convite à reflexão sobre o valor da palavra e do riso que esta pode encerrar.

Finalmente encontrei e já li, também, um livro biográfico sobre #Torquemada, Inquisidor e Herege# de Manuel Barrios, que faz um levantamento interessante desta sinistra personagem, com um capítulo notável de desmontagem dos textos e episódios dos Evangelhos e das bases da doutrina cristã.
Leituras apropriadas para a época, onde os mitos, ritos e leituras, de tempos e factos se transforma em rituais e momentos de fraternidade desses, nesses.
As sociedades são os seus referentes e continuidade, na sua transformação cotidiana.

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Friday, April 06, 2012
 
Voltei às leituras ontem, agora em castelhano um excelente número especial de #Historia y Vida# sobre a Revolucion Tecnologica e um curioso livrinho de Jesús Callejo sobre a fascinante e #misteriosa Edad Media# e hoje o fantástico livrinho de Rosa Montero #La Loca de la Casa# um livro onde as palavras, também, pesam mais do que o que dizem.
Crónicas por onde perpassa conhecimento, cultura e muito humor, ironia e sarcasmo onde a linguagem e a sua loucura são descobertas e identificadas.
Pela escrita desta "loca" passa, no magma amorfo e movediço do tempo sem tempo as recordações, que, também nós, inventamos e tornamos parte da vida... de todos os dias, numa permanente recriação do real, na escrita.

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Wednesday, April 04, 2012
 

Em Lisboa há agora um Jardim que evoca a Amnistia Internacional.

 Inaugurado  nos últimos dias dos mandatos, excelentes que foram o de um crescimento sustentado da AI, pesem os problemas,
da Zé Justino, que aqui saudo com amizade, pela sua generosidade, frontalidade e empenho cívico inquebrantável,
e acompanhado com um texto de Teresa Rita Lopes, que aqui esquartinho:


 (...)                                                   

                                 
                                                       Os jardins são como
a poesia: as palavras que os dicionários arregimentam voam
de lá
        como borboletas
                                    e poisam na folha branca a compor
o poema

 (...)
O tempo muda a vida, fica nessa e continua-se no espaço, finito...


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                                               Quadro de natureza morta.



Acordo. Ou acôrdo?
E lembro-me de uma poesia que tenho na cabeça, que tenho na minha dor.
De pessoa ou Pessoa?

Autopsicografia
                                   
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Procuro  palavras
no momento
não as encontro

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Tuesday, April 03, 2012
 
Os ursinhos são dos bichos mais fotogénicos, daí o Panda ter honras de estrela no símbolo do WWF.
Este, coitado, está no Artico, a descongelar, e a minguar-lhe de focas, que é o alimento principal dele (se os amigos dos animais sabem lá se vão os últimos ursos...).
As alterações climáticas estão a criar um novo nódulo de conflito estratégico e em breve militar entre os que querem, com o degelo, aproveitar os fundos e as suas riquezas.

Mas o problema está no degelo e nas suas consequências globais, não só para os ursinhos, e focas também.
As alterações da pluviosidade e os extremos meteorológicos irão  aumentar, o nível do mar e a sua salinidade também. As correntes de ar atmosférico (os anti-ciclones) deslocar-se-ão daí resultando consequências imprevísiveis.
O urso está na fotografia. Em breve será memórias.

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Monday, April 02, 2012
 

Li-o em francês, pelos inicios dos anos 70, já Kerouac tinha morrido, mas ainda recordo dar a noticia a um companheiro dele, em 76, num comboio de mercadorias entre Pamplona e Ciudad Rodrigo, enquanto bebiamos chá numa carruagem aberta.
Andamos sempre #on the road# pelas estradas, paradas, onde o tempo se movimenta a seguir-nos.

Bom, no regresso, não tenho tido tempo para pensar, toneladas de mails, de contas, de questões, de organizações e orientações. 

Sem parar o tempo continua o caminho. O pior é esta dor estranha que não me tem largado, esse tempo todo... mas,

Voa a águia
no solo o coelho
vê a sombra


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Sunday, April 01, 2012
 
Todos temos o nosso Golem, todos o criámos, ainda que o mitológico e/ou histórico viva em Praga, criação perpétua do rabi Low, que protegeu os espaços sagrados de Praga, mas não a vida que os ocupava, e lhes dava sentido, e que hoje vive na memória e na pujante economia e culturalidade que gera.
A bela Praga judia existe nas pedras, pedras vivas na continuidade dos textos, na continuidade da alma que suspira, seja nas lajes, nos sons ou nos cheiros que destes, nestes locais reflectem o entendimento da, pela humanidade da vida e suas contradições.
O meu Golem, chegou-me pela mão de Marek Halter, no Cabalista de Praga, mas já existia noutras mitologias e sentidos da polis.
A sua criação, a sua destruição são momentos do dilema que enfrentamos, que nos convoca para o debate, que nos deve a todos, ou deveria, fazer cidadãos e não abdicar e exercer esse facto diáriamente.
Temas como a intolerância e o absoluto, a violência e o direito, a organização do Estado, o papel dos sentimentos e da humanidade nesse são, podem ser tributários de uma reflexão sobre o tempo e o espaço onde está está parado e que lhe dá sequência.

O Golem vive, nesses intertícios onde encontramos as sombras e também a luz que a faz e a sente.

                                                                 Pelo meio do campo
                                                                     passa o vento
                                                                 a borboleta abre asas.

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civetta.buho@gmail.com

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