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janeiro 28, 2010

Reunião com Sr. Director Regional de Cultura de LVT

Caro(a) Amigo(a)

Serve o presente para informar da reunião havida hoje com o Senhor Director Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Dr. João Soalheiro, a quem entregámos uma carta com um rol de preocupações relativamente a assuntos aos quais consideramos ser importante a DRC-LVT dar seguimento, e da interessantíssima troca de pontos de vista havida em relação a alguns deles, a saber:

1. REABERTURA de um conjunto de processos de classificação recentemente arquivados pelo Igespar, com especial destaque para o Cinema Odéon (pedido reforçado com pareceres do Prof. Eng. João Appleton e do Prof. Arq. José Manuel Fernandes), Grémio Literário, Prédios de Rendimento de Cândido Sottomayor (Av. Duque de Loulé) e Salão Nobre do Conservatório Nacional.

2. Ponto de situação da “obra” no portão lateral da SÉ de Lisboa.

3. ABERTURA de processos de classificação de edifícios e conjuntos urbanos paradigmas da Arquitectura Moderna do séc. XX.

Melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, António Branco de Almeida e António Sérgio Rosa de Carvalho, pelo Fórum Cidadania LX

outubro 11, 2009

A partir de Segunda-Feira...


  • Como é com o Campo das Cebolas? Há concurso público? Há estacionamento subterrâneo?

  • Os edifícios classificados IIP e/ou inventariados no PDM passam a ser preservados de facto e o seu esventramento impedido?

  • Avançam ou não avançam as obras de reabilitação do Capitólio?

  • Acaba-se o esventramento de Monsanto e o rumo passa a ser o aumento da zona verde?

  • E o clube de tiro, sai ou não sai?

  • Os edifícios classificados IIP e/ou inventariados no PDM passam a ser preservados de facto e o seu esventramento impedido?

  • A CML vai, finalmente, impor-se ao Metro e à Carris, ou tudo vai continuar como sempre foi?

  • Contentores vs. cruzeiros, quem fica com Alcântara?

  • Uma nova Feira Popular é para valer ou para esquecer de vez?

  • Vai haver mais zonas da cidade com trânsito condicionado, ou retrocede-se, abrindo as cancelas e fazendo vista grossa?

  • Vai haver coragem para restringir o trânsito a montante da Baixa?

  • Vai haver um plano integrado de recuperação dos logradouros públicos, sem ser com vista a estacionamento automóvel?

  • Vai-se falar menos do Plano Verde e mais do PDM e da necessidade de rever este "em alta" e não "em baixa"?

  • Lisboa vai ficar a saber o que de facto vai ser feito na Boa Hora, na Penitenciária e nos ex-Hospitais Civis de Lisboa?

  • A CML vai ter de facto uma Política Cultural?

  • Vai-se continuar no equívoco de que para cada lisboeta tem que haver um lugar de estacionamento?

  • Os projectos arquitectónicos vão estar disponíveis para consulta pública antes de serem votados em reunião de CML?

  • Vai haver respeito pelo mobiliário urbano de época (candeeiros, bancos, chafarizes)?

  • A CML inicia ou não o resgate do Odéon para os lisboetas?

  • Vai haver túneis na Duque de Loulé? E no Saldanha?

  • Haverá alguém que se lembre, finalmente, que a Linha de Cintura é, já de si, a melhor rede possível de metro de superfície?

  • O Largo do Rato irá finalmente ser reformulado, estética e funcionalmente?

  • O eléctrico 24 irá ser finalmente reaberto, circulando do Cais do Sodré às Amoreiras, com extensão ao Carmo?

  • O Campo Grande vai ou não vai ser intervencionado, de cima a baixo?

  • Alguém fará um quadro comparativo dos custos de oportunidade de IPO na Praça de Espanha vs. IPO em Chelas?

  • Será tornada pública a análise custo/benefício de uma TTT em ponte e em túnel?

  • O Intendente deixará de ser uma das chagas de Lisboa?

  • Haverá mais força para se finalizar o Palácio da Ajuda?

  • Vão mudar os arquitectos do regime?

  • As Zonas 30 vão fazer parte do dia-a-dia da maior parte dos bairros, ou não se vai passar de experiências-piloto?

  • A Rua de São José vai ser intervencionada ou não?

  • Alguém consegue fazer ver à Frente Tejo que os 2 degraus do Terreiro do Paço ainda são demais?

  • Alguém consegue fazer ver à Frente Tejo que as "cartas de marear" nos passeios laterais serão um elemento espúreo?

  • Será que a CML vai, finalmente, corrigir o poço de ventilação no Rossio e apresentar a factura ao Metro?

  • Quantas mais suspensões ao PDM vão ser efectuadas?

  • Será possível conhecer quem são os donos da esmagadora maioria dos prédios abandonados e dos terrenos expectantes em Lisboa?

  • Lisboa vai ter as esplanadas disciplinadas, os "mupis" corrigidos e a calçada portuguesa arranjada?

  • Vai ser tornado público o cronograma de intervenções no Nó de Alcântara?

  • Vai haver bom senso na questão dos Coches?

  • A CML vai decidir o que fazer às piscinas municipais de Areeiro, Campo Grande e Olivais, cujos concursos ficaram desertos?


Twittes coligidos @cidadanialx

outubro 06, 2009

Por uma Junta de Freguesia ao serviço das pessoas

Devo confessar que a visita ao Edifício da Junta de Santa Isabel foi, para mim, foi uma revelação!
Não tenho experiência destas coisas, tão só alguma sensibilidade enquanto cidadão interessado com o que de bom e menos bom acontece com o meu semelhante.
O edifício é extraordinário. Não conheço a história porque nunca morei em Santa Isabel, mas o edifício é enorme.
Em potencial de utilização e de problemas para resolver.
Tenho muita dificuldade em entender como foi possível ter chegado a um tão deplorável estado de degradação. A incúria de quem tido responsabilidades na Junta ao longo dos anos deve ser penalizada.
Não faz qualquer espécie de sentido outra coisa que não seja o atendimento no rés-do-chão. Obrigar os utentes a subir dois andares de um edifício antigo é desumano (o elevador, segundo fui informado, funciona mal).

Ainda no rés-do-chão:
- na esquina do edifício há um espaço magnífico (mas vazio) que inclui uma mezzanine e que faz todo o sentido ser uitilizado pelos jovens, quer da freguesia, quer das escolas, pois existem recursos humanos para o dinamizar.
- entrámos no Centro de Dia em plena hora de almoço. Vê-se que os idosos se sentem bem e que convivem. Serve almoços e lanches e presta algum apoio domiciliário, mas tem debilidades: a cozinha, asseada, tem poucos recursos, as funcionárias têm deficientes condições de trabalho e das casas de banho só uma funciona. Faltam valências como espaços de lazer e convívio.




No primeiro andar, o único espaço ocupado está bem cuidado e é composto por 3 salas bem organizadas mas um delas é o salão nobre.
Não faz sentido, mas do meu ponto de vista não é a primeira prioridade desalojar a CPJR (Comissão de Protecção de Jovens em Risco)
O resto do interior do primeiro piso é inenarrável - salas abandonadas (pelo Grémio), cheias de entulho. Dói só de imaginar a quantidade de serviços de apoio ao freguês que podem ser potenciados neste edifício onde, pura e simplesmente, vemos salas e salas vazias.
Na parte traseira existe um páteo com potencial, um armazém onde já funcionou o ginásio e que tem potencial para actividades e um anexo onde um colaborador muito interessado promove algumas actividades para crianças até aos 12 anos. O anexo tem fracas condições e um acesso com algum risco para os miudos.


No segundo piso estão a sala de atendimento e a dos 3 funcionários, com boas condições. A sala do Executivo e do Presidente são contíguas. As restantes salas estão vazias e sujas. Não se compreende!

O terceiro piso tem duas salas de arquivo, uma sala com uma "biblioteca" começada, uma sala com sapatos velhos, roupas velhas empilhadas no corredor, uma sala de estudo para miudos que mais parece a sala de castigo e mais uma sala para música.
As restantes, "ao contrário" das do segundo piso, estão sujas e vazias.


Em resumo:
Do enorme edifício teremos, no máximo, uma taxa de ocupação de 25%.
Imaginar o potencial desperdiçado é criminoso!
É fundamental criar uma equipa pluridisciplinar para explorar todo o potencial do edifício e criar condições para fazer deste edifício um espaço verdadeiramente ao serviço da população.




Acesso - Rua Saraiva de Carvalho, n.º 4 - 10; Rua de São Joaquim
Protecção - Incluído, parcialmente, na Zona de Protecção do Antigo Liceu de Pedro Nunes (v. PT031106300502)
Enquadramento - Urbano, rematando quarteirão (definido pela Rua Saraiva de Carvalho e Rua de São Joaquim) correspondendo a um alargamento de uma artéria principal do bairro. Na proximidade da Igreja de Santa Isabel (v. PT031106300652) e em posição fronteira do Palácio do Barão de Linhó (v. PT031106300653)

Descrição - Planta rectangular, massa simples paralelepipédica, cobertura efectuada por telhado a 3 águas, e por janelas trapeiras, do lado SO.. De 4 pisos (um deles ao nível da cobertura), o edifício exibe alçados mais visíveis integralmente revestidos a azulejo policromo de padrão de fabrico industrial (alçado principal e lateral NO.) e os alçados lateral SE. e posterior, em reboco pintado, com cunhais de cantaria. Marcado pela abertura de vãos com emolduramento simples de cantaria, a ritmo regular, alçado principal a SO., com piso térreo rasgado pela abertura de 2 portais, sensivelmente a eixo (e um outro no extremo O.) e janelas de peito de verga curva. Separado por friso de cantaria, o andar nobre diferencia-se pela morfologia dos vãos, aqui definidos por janelas de sacada de verga recta (servidas por varandins com base em cantaria e guarda metálica em ferro fundido) intercaladas com 2 janelas rectangulares de peito. O último andar é assinalado por janelas de peito, também observadas no alçado lateral NO.(com embasamento reforçado por contraforte). O edífício é superiormente rematado por cornija, acima da qual se eleva platibanda em muro (interrompida ao nível do alçado principal por 2 trapeiras). O alçado posterior, articula com terraço de planta rectangular, podendo reconhecer-se parte do antigo terraço, composto por zona delimitada por muro revestido a azulejo oitocentista de padrão, com conversadeiras, disposta contiguamente ao referido alçado *1. Com acesso principal coincidente com o portal mais a E., no INTERIOR reconhecem-se como principais elementos de distribuição e organização da compartimentação interna *2, vestíbulo de planta rectangular articulado, por meio de arco de volta perfeita em cantaria, com caixa de escada, que integra escadaria conducente aos pisos superiores.Ao nível do 3º andar, no extremo No. regista-se escada de serviço articulada com clarabóia, que assegura o acesso aos compartimentos localizados ao nível da cobertura. Do conjunto destaca-se a caixa da escada, com clarabóia, cujos muros se apresentam animados por pintura decorativa em trompe l'oeil e de marmoreados. Nos 2 pisos superiores, articulados por meio de escadaria de lanços rectos opostos com patamares intermédios e guarda metálica, merecem atenção os compartimentos orientados para o alçado principal e alçado lateral NO., pelas decorações dos tectos - ora pintados ora com estuques de baixo relevo.

Cronologia - Séc. 19, 2ª metade - contrução do edifício, destinado a residência de José António Ferreira de Lima (1808 - 1883), 1º visconde de Ferreira de Lima desde 1880, e de sua esposa, D. Amélia Augusta de Campos; 1883 - por falecimento do 1º visconde, o imóvel passa para a posse de seu filho primogénito e herdeiro, Francisco de Campos Ferreira de Lima (1860 - 1946), 2º visconde; 1946 - por falecimento do 2º visconde, o palacete torna-se propriedade de seu filho e herdeiro, José de Amorim Ferreira Lima (1893 - 1967?), 3º visconde; 1966 - por doença do proprietário é instalado um ascensor no interior do edifício; década de 80 - funciona no edifício o Grémio de Instrução Liberal de Campo de Ourique; década de 90 - instala-se no imóvel a Junta de Freguesia de Santa Isabel.

Tipologia - Arquitectura civil, romântica. Palacete urbano oitocentista burguês, definido por massa compacta paralelepipédica, com 4 pisos (um deles ao nível da cobertura). O palacete constitui-se como paradigma do típico palacete urbano oitocentista burguês, cuja tipologia concilia soluções ainda características do palácio setecentista, com outras dos prédios de rendimento, entretanto em expansão e específicos do século 19.

Características Particulares - Esta edificação resulta da conjugação de elementos característicos do palácio setecentista - especialmente no que respeita à presença de uma escadaria enquantoprincipal elemento plástico, decorativo e gerador da distribuição interna, ou de cocheiras ao nível do piso térreo *3 - com outras dos prédios de rendimento - observáveis ao nível da organização dos alçados (que exibem revestimento a azulejo policromo de produção industria ) e do interior que, dado o desenvolvimento do edifício sobretudo no sentido vertical, obriga à distribuição dos principais compartimentos pelo 1º e 2º andar, diferenciados por um tratamento mais elaborado dos tectos, com recurso ora à pintura decorativa ora a estuques de baixo relevo.

Dados Técnicos - Paredes autoportantes.Materiais - Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro, azulejos.

Intervenção Realizada - PROPRIETÁRIO: 1926, Novembro - reparações interiores e exteriores de um muro do quintal; 1938, Abril - reparação da cobertura; 1941, Fevereiro - recolocação de azulejos na fachada; 1943, Julho - obras gerais de beneficiação; 1947, Junho - projecto de alterações exteriores e interiores; 1957, Julho - alteração de vãos de porta e de janela; 1958, Junho - pintura exterior das portas de acesso; 1960, Maio - obras de beneficiação e limpeza geral; 1966, Dezembro - montagem de ascensor; 1967, Maio - obras simples de conservação; 1968, Julho - obras gerais de beneficiação e limpeza.

Observações
*1 - neste existe ainda um lago que se encontra entaipado, dadas as actuais funções do mesmo, destinado a zona para crianças. *2 - na sequência da demolição de algumas paredes e construção de outras, bem como da necessidade de adaptação à actual ocupação do imóvel, é difícil reconhecer com clareza, o tipo primitivo de organização do mesmo. *3 - ainda existentes na década de 70 e entretanto demolidas.

setembro 17, 2009

Botânica das Lágrimas, de Pedro Foyos

As visitas de estudo ao Jardim Botânico da Sétima Colina duram por hábito duas horas.
Contudo, o passeio evocado neste romance, muito exceceu esse tempo, perturbado que foi pelas mais inesperadas e fantásticas atribulações.

Nota de Imprensa: O tema tão actual do "bullying" e das praxes cruéis é tratado neste livro de forma inédita, através de uma narrativa de ficção; porém todos os episódios estão fundados na realidade.


O jornalista Pedro Foyos, confirmando a mestria com que conquistou o público ao lançar O Criador de Letras, que é já uma referência obrigatória no domínio do romance histórico em Portugal, conduz-nos agora à redescoberta do universo alternativo da infância, à idade da pureza primordial, quando os actos pouco dependem da racionalidade. A par da comicidade inverosímil desses actos, uma verdade trágica: os gangues, as praxes e sobretudo o fenómeno "bullying" (tirania juvenil em ambiente escolar) de que são vítimas em Portugal milhares de jovens, a partir da infância.
Dados divulgados pela UNICEF demonstram que as crianças portuguesas são das que mais sofrem acções de violência física ou psicológica, pertencendo Portugal ao grupo de três países onde mais de 40 por cento dos inquiridos afirmam ter sido vítimas de "bullying".



Um menino-herói procura combater o "bullying" e as praxes cruéis por meio da imaginação e do sonho

O romance Botânica das Lágrimas suscitará redobrado interesse no vasto sector dos educadores, assistentes sociais, professores e pais, na medida em que transmite, página a página, os conflitos emocionais e as dores inconfessadas de uma criança que recorre ao sonho e aos seus heróis de ficção para combater a violência.

É também um livro de descoberta científica, tendo por cenário um Jardim Botânico, cativando a esse nível os leitores para as questões da preservação do Ambiente.
A maioria dos capítulos encadeia-se numa "corrente de Sherezade", cada história contendo nova história. O final quase sempre inacabado, suspenso sob um recorrente e adversativo "mas...", reporta o desfecho para o capítulo seguinte.


Divertida e inusual em literatura é a utilização da técnica do "teaser", intrigando o leitor com anúncios que antecipam tenuemente desenlaces imprevistos cuja revelação será feita páginas adiante, passados minutos, indicados com precisão, pois a "viagem" decorre em tempo real, como um registo fílmico. Tudo se passa num sábado de primavera, entre as 09h15 e as 12h00, com as árvores do Jardim a desempenharem um papel determinante na aventura.