sábado, 12 de setembro de 2009

Epinephelus marginatus - Mero


(Foto de Vitor Lopes)

Epinephelus marginatus
é um peixe da família Serranidae que habita as águas do mediterrâneo e algumas zonas do oceano Atlântico. É uma espécie de peixe que habita zonas rochosas. Costumam também ser encontrados próximos de naufrágios e pilares de estruturas.
Espécie muito vulnerável à pesca, pois possui taxas de crescimento lento; atinge grandes tamanhos, agregando-se para a reprodução; maturam sexualmente tardiamente e são territoriais.

O formato é arredondado e chega a ultrapassar dois metros de comprimento. Apesar de sua imponência, permite que as mãos humanas passeiem por sua pele escamosa.

Principais características:
• Vive até 100m de profundidade.
• Pode viver 40 anos.
• Atinge mais de 2m de comprimento.
• Começam a reproduzir-se com 1,1 a 1,2 metros de comprimento e com 4 a 7 anos de idade.
• Agregam-se perto da foz de grandes rios em épocas e locais conhecidos com a finalidade de encontrarem parceiros para a reproduzir.
O mero é hermafrodita; nasce fémea e torna-se macho em média a partir dos 10kg de peso.
• Gostam muito de comer lagostas.

Os juvenis estão presentes mais junto à costa. Os estudos sobre estes peixes são escassos. Porém, já é verificado em outras regiões estudadas (ex.: Golfo do México) que a biologia da destes animais possui características que tornam a população altamente susceptível a sobre pesca, conduzindo a uma diminuição rápida dos seus efetivos. Cerca de um quarto dos pontos de agregação conhecidos foram totalmente eliminados.
Em Portugal são capturados a caça submarina ou na pesca desportiva, estando em alguns pontos protegidos.
É uma espécie que encanta mergulhadores, dos iniciados aos mais experientes.
Actualmente encontra-se em regressão a nível mundial. A causa mais provável dos drásticos declínios é a pressão forte da pesca em agregados reprodutivos. Quando um grande número de peixes normalmente dispersos, são concentrados em áreas e em horas previsíveis, são altamente vulneráveis. Sua taxa de crescimento lenta, vida longa, e grande tamanho de maturação sexual fazem desta espécie muito vulnerável, diminuindo a variabilidade genética.
O mero vem recebendo atenção de pesquisadores em todo o oceano Atlântico em função de seu status de conservação, classificado como criticamente ameaçado (IUCN, 2006).

Ameaças
A maior ameaça ao mero é provavelmente o homem, desde que é um peixe excelente como alimento, sua carne é deliciosa e branca. São também peixes fáceis de pescar, utilizando-se de uma variedade de artefactos.
Na pesca à linha, a subida do peixe provoca alterações na bexiga gasosa, tornando muito complicada a sua devolução. O método porém existe e é praticado no Brasil com sucesso.
Os meros são peixes que vivem cerca de 40 anos, crescem devagar e demoram a iniciar atividade reprodutiva. Quando se retira um animal tão grande do mar, o papel que este peixe representava no ambiente vai demorar para ser novamente exercido por outro peixe. Outro problema reside no facto dos meros se agregarem, isto é, reunirem-se em datas e locais conhecidos pelos pescadores. Quando estão juntos tornam-se ainda mais vulneráveis.
Não há muitas informações sobre seus predadores naturais, porém os tubarões atacam juvenis em zonas costeiras. Outros serranídeos, barracudas e moreias alimentam-se provavelmente de juvenis (Sadovy et al., 1999). Entretanto, uma vez alcançado a maturidade, poucos predadores podem se alimentar devido seu tamanho e natureza discreta (GMFMC, 2001)

Biologia
Membro da família Serranidae é o maior dos representantes no Atlântico podendo chegar ao peso máximo de aproximadamente 455 kg e são marcados visivelmente por seus cabeça lisa e larga, espinhos dorsais curtos, olhos pequenos e dentes caninos. Sua cor varia de marrom amarelado à azeitona, com os pontos escuros pequenos na cabeça, no corpo e nas barbatanas.
Os machos tendem a mudar a cor ao cortejar. Quanto mais peixes estiverem reunidos, mais intensas são as interações entre os indivíduos (Sadovy et al., 1999). Os meros são predadores situados em níveis superiores da cadeia trófica, alimentam-se principalmente de crustáceos, lagostas e caranguejos (GMFMC, 2001). Juvenis alimentam-se de camarões, caranguejos e bagres marinhos. Partes de polvos, tartarugas e outros peixes também foram encontrados (Sadovy et al., 1999). Notavelmente, adultos podem viver aproximadamente 30 anos de idade (26 para machos, 37 para fêmeas). Se a população fosse deixada intacta, poderiam viver acima de quarenta anos de idade (NOAA NMFS, 2001).
O maior problema enfrentado pelo mero é a falta de dados exatos inerentes à biologia da espécie.

Curiosidades
• Diminuição do tamanho médio da população sentida já em 1970.
• A pesca submarina representa a principal causa no declínio dos meros no Golfo do México. Em Portugal, ainda não temos informações suficientes que venham reforçar esta situação para nosso litoral pois trata-se de uma espécie pouco estudada.
• No Golfo do México encontra-se extinto como recurso pesqueiro.
• Padrões simples de gestão não foram suficientes para conter o declínio no Golfo do México.
• Em águas federais do EUA, no caso de captura acidental, devem ser imediatamente liberados.


Meros no mundo
O Mero é encontrado no Mediterrâneo e no Oceano Atlântico. Geralmente estão distribuídos em águas tropicais, mornas-quentes-temperadas, perto de naufrágios, rochas submersas, recifes de corais e outros substratos duros. O mero também é encontrado próximo às Bermudas (embora raro), no Pacífico oriental do golfo da Califórnia ao Peru (chegando provavelmente através do canal de Panamá), no Atlântico oriental de Senegal ao Congo (também raros). Uma vez abundantes em torno das costas da Flórida e partes do golfo do México, hoje são vistos raramente (Sadovy et al., 1999). Existe um consenso em que o mero foi sempre prolifico também fora de ambas as costas da Flórida, onde cientistas descobriram otólitos em comunidades pesqueiras pré-históricas (Sadovy et al., 1999). O Mero aprecia abrigos: furos, cavernas, recifes e naufrágios. São encontrados principalmente em águas rasas, baías e estuários nos Everglades, Baía da Flórida e Florida Keys. Juvenis procuram abrigos em zonas costeiras, enquanto adultos em torno de naufrágios mais afastados da costa. Grupos de juvenis as vezes formam cardumes em torno de naufrágios e recifes em profundidades de aproximadamente 45m, mas a maioria são encontrados em torno dos habitats rasos inshore.
No golfo de México, o acasalamento atinge o pico entre julho e setembro (Sadovy et al., 1999). Agregam-se em locais específicos em números de até 100 indivíduos.
Uma vez comum em águas fora da Florida e do Golfo do México há trinta anos, nenhum agregado foi observado fora da costa do leste da Florida nos últimos 25 anos. Agregados de até 150 peixes caíram a aproximadamente 10 em 1989 na parte oriental do Golfo do México. Entre 1979 e 1994 não houve nenhuma observação visual da espécie no parque nacional de Biscayne, Florida à Dry Tortugas e Florida Keys (Sadovy et al., 1999).
Na Flórida, o Mero está sendo monitorizado há alguns anos por investigadores.
Desde 1994, estudos em populações de meros no Golfo do México têm conduzido à observações de agregados reprodutivos de meros com aproximadamente 50 indivíduos a cada verão. Os cientistas têm trabalhado desde 1997 recolhendo dados de abundância de juvenis e de adultos, distribuição, idade, crescimento e uso do habitat, marcando e recapturando Meros. Estes estudos visam compreender padrões sazonais de migração e revelar informações sobre a utilização do habitat (NMFS/SEFSC).

Em Portugal
O mero tem uma distribuição geográfica no nosso país desde o algarve, até à zona de Peniche (Berlengas)
A maior população encontra-se na costa alentejana, desde o norte da zona de Sines até a zona do cabo Sardão (constitui também presença regular na costa vicentina).
Vive em média até aos 200 metros, podendo ser encontrado a partir dos 15/20 metros. Gosta de fundos bastante acidentados que usa como trunfo para as emboscadas aos seus alimentos favoritos: pequenos peixes, polvos e chocos.
Costuma ser capturado à linha utilizando a técnica de jigging. Se as condições o permitirem, deve ser imperativamente devolvido.
Na pesca profissional, são utilizadas as mesmas técnicas da pesca à corvina com isco vivo, utilizando principalmente o choco e a lula.
Na caça submarina deve-se evitar arpoar estes peixes.

Neste momento, a captura de meros em pesca submarina está proibida no continente e ilhas... um absurdo, pois todos os anos são capturadas 100 000 toneladas de meros a nível continental e insular, através da pesca profissional.
O seu crescimento é em média de um quilo por ano. Pode viver até 40/50 anos, atingindo 40/50 kg de peso... havendo registo de um mero pescado à linha em Sagres durante a década de 90, que pesou 51kg de peso.



Parte do texto retirado do site Meros do Brasil.

SF

4 comentários:

Anônimo disse...

sergio, a especie de mero que habita a nossa costa nao é o ephinephelus itajara mas sim o ephinephelos marginataus...

sao totalmente diferentes...

o texto ta esplicito mas passa uma menssagem errada, visto teres generalizado as especies do genero ephinepheus.

um abraço
pedro

S. Ferreira disse...

Obrigado, Pedro.

Irei fazer as alterações necessárias.

Um abraço.

Anônimo disse...

sergio, se aceitares mais uma contribuiçao para o teu documento... ca vai...

o mero tem uma distribuiçao geografica no nosso país desde o sul algarvio ate a zona de peniche (berlengas)

com maior populaçao na costa alentejana, dede o norte da zona de sines até a zona do cabo sardao

(marcando tambem presença regular na costa vicentina)

vive em media ate aos 200 metros, pode ser encontrado a partir dos15/20 metros. gosta de fundos bastante acidentados que usa como trunfo para as suas embuscadas aos seus alimentos favoritos, pequenos peixes, polvos e chocos.

o mero é hermafrodita, nasce fémea e torna-se macho em media a partir dos 10kg de peso. no caso da pesca desportiva, um exemplar de peso inferior ao peso referido deve ser devolvido se as condiçoes o permitirem, no caso da pesca submarina o tiro deve ser perdoado.

(neste momento a captura de meros em pesca submarina esta proibida no continente e ilhas... um absurdo pois todos os anos sao capturados 100 000 toneldas de meros no continente e ilhas atraves da pesca profissional)

na pesca desportiva, o jigging é a técnica ideal para o mero, visto ser um predador bastante activo.

na pesca profissional sao utilizadas as mesmas técnicas da pesca a corvina com isco vivo, utilizando principalmente o choco e a lula.

o seu crescimento é em media de um quilo por ano. pode viver ate 40/50 anos atingindo ate 40/50 kg de peso... havendo registo de um mero pescado a linha em sagres durante a decada de 90 que pesou 51kg de peso.


um abraço
pedro

S. Ferreira disse...

O texto foi adicionado, Pedro.

Obrigado pelo complemento.

Um abraço.

SF