Quando criança o Natal era uma época pela qual ansiava muito, só ultrapassada pelo inicio das férias de Verão, sinónimo de praia:)
Como mãe, coube-me recriar a magia para os filhos e fi-lo tão bem que o Tiago acreditou no Pai Natal até aos 7 anos. Lembro-me bem do dia em que entrou no carro: mãe, o Pai Natal não existe? São vocês que me dão os presentes? E as cartas que me escreve? E a fruta que eu deixo na lareira quem a come? A fantasia fora desfeita e vi-me em tais apuros para apaziguar tamanha desilusão, que não voltei a cair no mesmo erro com o André.
Os anos passaram e hoje com os filhos adultos e sem os meus pais, o dia de Natal é mais um dos feriados religiosos, que eu não tendo religião respeito.
Mas não gosto de muitas coisas no quotidiano, acentuadas nesta quadra: as obrigações de prendas e de convívio com a frivolidade, as multidões, o trânsito, o consumismo desmedido, as crianças confusas com tanto presente sem saber qual abrir, a ostentação, a comida desperdiçada e também a que se consome em excesso. Um contra-senso nesta sociedade maioritariamente católica, onde existem famílias carenciadas e pessoas sem um tecto como abrigo. Costumo pensar como o Natal aumenta cruelmente a solidão de quem não tem família.
O que gosto no Natal é observar e sentir a alegria dos reencontros, de irmãos, de primos, de pais e filhos e seria perfeito se as famílias acolhessem e aceitassem todos os seus membros apesar das suas diferenças, nesta época de paz.
Mas o melhor do Natal para mim é servir de pretexto para almoços e jantares com amigos que nunca esqueço mas a correria da vida não permite os encontros desejados. Até ao final do ano faço os possíveis por revê-los, preenchendo todos os espaços da minha agenda.
O gingerbread man figurante na foto, criado pela habilidosa Carlota , é a recordação que guardo de um desses animados jantares, já descrito aqui pela Susana;)
O gingerbread man figurante na foto, criado pela habilidosa Carlota , é a recordação que guardo de um desses animados jantares, já descrito aqui pela Susana;)
Haverá o dia em que passarei o Natal em minha casa e farei tudo como num domingo normal: família reunida e quem sabe algum amigo que a não tenha, refeição melhorada , muitas estórias, boa disposição e estes muffins ao lanche com a minha variedade preferida de maçã.
Ingredientes (para 16 formas de papel)
250 g de farinha de trigo
2 colheres de chá de fermento em pó
150 g de açúcar (usei 100 g)
75 g de açúcar mascavado
1 cm de gengibre ralado
150 ml natas
120 ml de óleo (usei 80ml)
1 colher de sopa de mel
2 Ovos
300 g de maçãs Bravo de Esmolfo, descascadas e partidas em pedacinhos.
Preparação
Pré aqueça o forno a 200º C.
Prepare as formas.
Numa taça junte os ingredientes secos: farinha, fermento, açúcares e o gengibre ralado.
Noutra misture os ovos, natas, o óleo e o mel.
Pique a maça num robot, sem ficar desfeita(na Thermomix , velocidade 5, apenas 2 ou 3 segundos)
Adicione os líquidos aos sólidos, junte a maçã e misture mexendo com cuidado.
Distribua a massa pelas formas e leve ao forno 20 minutos a cozer.