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sábado, 30 de agosto de 2014

"Pede-me o que quiseres agora e sempre" (Megan Maxwell): OPINIÃO!

São vários os géneros literários que aprecio: os policiais, os romances e os históricos. Depois eis que existe a literatura erótica que, embora não sendo um dos meus géneros preferidos, me suscita curiosidade pontualmente. Quando li "Pede-me o que quiseres" da autora Megan Maxwell, na minha mente permaneceu sempre o pensamento: "quero ver o que distingue este livro erótico dos demais" e há que admitir que a personalidade das personagens, sobretudo da feminina, foi o que mais me cativou. Judith Flores é uma espanhola com personalidade, fogosa e espontânea e o facto de fazer frente ao frio alemão Eric Zimmerman que entra repentinamente na sua vida, fez-me vibrar com o primeiro volume desta trilogia. Assim, quando me deparei com o final em aberto de "Pede-me o que quiseres", fiquei com imensa curiosidade para ver a evolução da relação tempestuosa entre Judith e Eric. Outras leituras foram feitas e eis que a Planeta, num espaço curto de tempo, nos brindou com o segundo e terceiro volumes desta trilogia - "Pede-me o que quiseres agora e sempre" e "Pede-me o que quiseres ou deixa-me". Depois de algum tempo com estes livros cá em casa por ler decidi fazer uma pausa na leitura dos meus géneros literários preferidos e regressar à literatura erótica. Li o volume dois e três de seguida na ânsia de saber o desfecho final.

Tal como já referi, o final de "Pede-me o que quiseres" fica em aberto. A relação entre Judith e Eric fica num ponto complexo e em "Pede-me o que quiseres agora e sempre", a autora Megan Maxwell dá-nos a continuidade da história. 

Reencontramos este casal. Acompanhamos a sua reconciliação e eis que Judith decide dar um passo importante na relação: ir viver com Eric para a Alemanha. Esta decisão leva-a a deixar a sua família, aqueles que sempre foram o seu porto de abrigo e mudar de Espanha para a Alemanha revela-se uma verdadeira aventura, não só pelas diferenças culturais, mas também por espanhóis e alemães terem temperamentos completamente opostos. A juntar-se a estes aspectos, existe ainda Flyn: o sobrinho de Eric que se vai revelar difícil de conquistar e cuja personalidade parece ser imensamente parecida à do tio. A maneira como a autora traz até ao leitor o desabrochar da relação entre Judith e Flyn é deveras comovente, já que lhe oferece personagens muito humanas com vivências passadas muito marcantes.

Neste que é o segundo volume desta trilogia, Megan Maxwell dá-nos a conhecer a vida de Judith e Eric e como se desenrola a sua relação. Como é viverem juntos, como fazem face a variadas situações, como lidam com as discussões e obstáculos. A relação amorosa deste casal é pautada por um amor imenso e por discussões intensas seguidas de reconciliações bem quentes. 

"Pede-me o que quiseres agora e sempre" traz até nós também a família de Eric, como é a sua relação e as personalidades de cada um. Ao mesmo tempo, reencontramos o pai de Judith, a sua irmã e sobrinha adorada e sentimos na pele os laços de amor que os unem.

Neste segundo volume desta trilogia, voltam a sobressair as personalidades fortes das personagens e, embora o casal Judith e Eric tenha uma forma muito particular de experimentar a sua sexualidade através de jogos, a verdade é que o sentimento que os une transparece em cada página da narrativa.

Mais do que um livro erótico, "Pede-me o que quiseres agora e sempre" é uma narrativa sobre relações amorosas, os seus conflitos e necessárias cedências, bem como sobre a família e o passado. Megan Maxwell alterna, de forma inteligente, entre uma história de amor muito distinta e cenas plenas de erotismo e sensualidade. A escrita é directa e quente, ao passo que o enredo se tece de linhas de afectos e momentos escaldantes.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

"Pede-me o quiseres" (Megan Maxwell): OPINIÃO!

"Pede-me o quiseres" da autora Megan Maxwell traz-nos uma sinopse que indicia um livro que promete ser quente e, atendendo a que se trata de um livro erótico, o título não poderia ser mais directo e sugestivo. A verdade é que 2013 foi rico em literatura erótica, sendo que houve um verdadeiro boom e uma forte aposta das editoras neste género literário, pelo que sempre que inicio uma leitura deste cariz questiono-me sobre o que distinguirá este novo livro dos demais que figuram nas estantes de leitores e de livrarias.

Foi com esta questão inicial que comecei a ler "Pede-me o que quiseres" estando sempre atenta a ver se encontrava algo que diferenciasse este livro e se primeiramente nos vemos confrontados com a fórmula já conhecida "dominador/submissa", a verdade é que com o decorrer da narrativa começa a haver um aprofundamento de sentimentos, saindo da esfera meramente sexual, para o domínio emocional.

Esta história é-nos narrada na primeira pessoa por Judith, uma jovem espanhola que trabalha como secretária numa sucursal em Madrid, de uma empresa farmacêutica alemã. O início da narrativa traz consigo um registo de humor, logo seguido de um momento deveras "caliente", sendo que o erotismo, a sensualidade e a sexualidade vão ganhando intensidade, de forma gradual, com o decorrer da acção.

Embora a premissa "patrão viril, irresistível, e poderoso, conhece funcionária e sentem uma atracção fulminante e incontrolável um pelo o outro" se aplique igualmente neste "Pede-me o quiseres", este livro brinda-nos com originalidade e profundidade. Apraz-me dizer que comparativamente com outros livros eróticos lidos anteriormente, Judith e Eric revelam ser um casal com uma maturidade superior, sendo que, por um lado, vibramos com uma Judith que talvez por ser espanhola se revela uma mulher despachada, destemida, sem medo de dizer o que tem a dizer e sem filtros, o que acaba por resultar, por vezes, em expressões e situações caricatas que arrancam algumas gargalhadas ao leitor e o fazem sentir interiormente "Boa rapariga! Diz-lhe na cara o que tens a dizer que ele bem merece", em contraponto com algumas jovens excessivamente ingénuas e insonsas que encontramos noutras leituras. Por outro lado, temos um Eric Zimmerman: o patrão, o poderoso empresário, o másculo espécime masculino capaz de fazer voltar pescoços à sua passagem, directo e frio, o que lhe acaba por valor a alcunha de "Iceman" e, como seria de esperar, dominador.

É através destas personagens principais que o leitor vai entrar num enredo vincadamente erótico, exuberante e sem pudores, onde a narrativa se destaca pelas descrições, de carácter sexual, altamente explícitas que conferem à leitura uma carga quase visual. 

Eric tem uma perspectiva muito sólida sobre o sexo e o prazer e acaba por iniciar Judith num mundo de "jogos" (troca e partilha de casais, voyeurismo, entre outros). Inicialmente, Judith sente-se envergonhada, mas aos poucos estes jogos vão-se revelando estimulantes, dando-lhe a conhecer uma dimensão de si inesperada.

À parte de toda a dinâmica sensual, a autora Megan Maxwell consegue criar uma narrativa onde os sentimentos florescem, dando lugar ao romance e a uma relação pautada tanto por momentos de estabilidade e felicidade, como de tensão, discussão, ruptura e reconciliação. 

Além desta componente romântica que acaba por diferenciar "Pede-me o que quiseres" dos demais livros do género, agradou-me imenso que a autora tenha explorado outras personagens secundárias e as suas vidas pessoais, nomeadamente, familiares, amigos e colegas de trabalho que constituem a rede de apoio afectivo e social tanto de Judith como de Eric.

Em suma, "Pede-me o que quiseres" apresenta-se como uma narrativa que consegue conciliar, de maneira equilibrada, intimidade e erotismo, com emoção e sentimento, ao mesmo tempo que o enredo se compõe de diversas personagens que dão uma dimensão mais humana à leitura, ao passo que a acção se revela intensa, fogosa e célere, culminando num desfecho brilhante que a mim, enquanto leitora mulher, me fez exclamar: "Boa Judith! Impõe-te! É assim mesmo!", sendo que este final me deixou cheia de curiosidade para ler o segundo volume desta trilogia, já que este livro acabou por me dar a conhecer um romance erótico onde a mulher consegue ser submissa, mas também marcar a sua posição quando é preciso e sem medos e onde o homem dominador e frio que tenta a todo o custo esconder os fantasmas do seu passado consegue afinal ter um coração apaixonado e ser doce com a mulher que ama.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!


quinta-feira, 18 de julho de 2013

"Paixão Sublime" (Lisa Kleypas): OPINIÃO!

Depois de "Desejo Subtil" e de "Sedução Intensa" eis que nos chega "Paixão Sublime", terceiro volume da série à Flor da Pele, da autora Lisa Kleypas, sob a chancela 5 Sentidos. 

O que dizer sobre "Paixão Sublime"? Que mais uma vez a autora consegue encantar o leitor levando-o numa narrativa repleta de sentimento, sedução e nuances de humor.

A autora Lisa Kleypas destaca-se, sem dúvida nenhuma, dentro do género do romance sensual e os seus livros possuem a extraordinária capacidade de fazer as leitoras mulheres suspirar e ansiar por um cavalheiro forte e destemido nas suas vidas. Todos os livros da autora pertencentes a esta série apelam instintivamente ao lado romântico do público feminino.

Sendo assim, em "Paixão Sublime" a autora Lisa Kleypas transporta-nos para uma leitura cheia de uma aura de romance de época, fazendo-nos viajar até Londres, no ano de 1843. Através de um enredo magnético, somos levados a acompanhar a história de Sebastian, Lord. St. Vincent e de Evangeline Jenner, duas personagens tão aparentemente díspares mas que com o decurso da narrativa desenvolvem uma dinâmica relacional deveras cativante e especial. Evie faz parte do grupo das encalhadas e depois das suas amigas Annabelle Peyton e Lillian Bowman terem arranjado marido, Evie decide agarrar a sua vida nas próprias suas mãos e tomar uma decisão única sem consultar ninguém.

Se por um lado temos um galã, um solteirão com fama de conquistador avesso a compromissos, por outro temos a bela e tímida Evangeline que, face à pressão familiar para se casar com um primo, decide fazer uma proposta absolutamente inesperada a Sebastian: que este se case com ela, já que esta união traz vantagens para os dois. Através do casamento, Evie consegue libertar-se da sua família e Sebastian consegue fazer face às suas dificuldades financeiras, já que Evie é abastada.

É com esta proposta súbita que a narrativa de "Paixão Sublime" tem início e, embora Sebastian nunca tenha prestado atenção a Evie por esta ser muito recatada em consequência de um ligeiro problema de gaguez, a verdade é a proposta de casamento é tentadora e o mesmo acaba por aceitá-la, não imaginando que o que começou como um casamento de conveniência acabará por se transformar numa relação repleta de amor verdadeiro.

Embora a personagem de Sebastian, Lord. St. Vincent tenha suscitado em mim reacções negativas aquando da leitura de "Sedução Intensa", a verdade é que em "Paixão Sublime" acabei por me render a este suposto homem frio e distante, pois os gestos de atenção e carinho para com Evie têm o poder de tocar qualquer coração mais romântico.

A evolução da relação entre Sebastian e Evie é deveras apaixonante e à medida que os sentimentos entre ambos vão crescendo, o leitor vai-se apercebendo que ambas as personagens se debatem com esta novidade emocional nas suas vidas. A construção e desenvolvimento de uma relação amorosa entre personagens aparentemente tão diferentes confere uma riqueza muito particular à narrativa, levando o leitor a torcer pelo casal, ao mesmo tempo que provoca reacções no mesmo. Se por vezes somos confrontados por cenas de maior intensidade física, somos igualmente presenteados com diálogos repletos de humor e ironia ou até momentos de aparente frieza e desinteresse que conseguem deixar o leitor desnorteado.

Com o decorrer da leitura não pude deixar de constatar que ao contrário de "Desejo Subtil" e de "Sedução Intensa" este se centra muito mais na "encalhada" Evie e na sua relação conjugal com Sebastian, já que nos livros anteriores da série, à parte de cada relação amorosa que se desenvolve, o leitor é brindado com variadas cenas entre as amigas encalhadas, facto que neste "Paixão Sublime" só se verifica numa fase posterior da acção, o que poderá ser entendido se tivermos em atenção que Evie faz a proposta de casamento a Sebastian sem avisar ninguém, já que o mesmo não auferia de uma imagem muito positiva junta das suas amigas.

Embora os momentos entre as encalhadas sejam em menor número neste "Paixão Sublime", a verdade é que quando esta interacção de desenrola a mesma é pautada pela amizade, bem como pelos conselhos e pelo ambiente de boa disposição, companheirismo e humor.

Num cenário mais secundário destacam-se igualmente outras personagens que trazem brilho à narrativa pelas suas vidas, experiências, vivências e lutas, sendo que "Paixão Sublime" consegue aliar, de forma equilibrada, sensualidade e romantismo com mistério.

Em suma, a autora Lisa Kleypas volta a presentear o leitor com um romance sensual absolutamente apaixonante que pela sua riqueza histórica, conjugada com personagens cheias de personalidade e um enredo perfeitamente emocional agarra desde a primeira página, deixando o leitor mais curioso a suspirar pelo quarto volume da série.

CLASSIFICAÇÃO: 6. Excelente!


sábado, 18 de maio de 2013

"Refletida" (Sylvia Day): OPINIÃO!

Considero-me uma leitora inata e instintivamente curiosa e depois de ter lido "Rendida" ficou a vontade de ler o segundo volume da série Crossfire - "Refletida". Não que "Rendida" se trate de um prodígio da literatura,  pois convenhamos que os romances eróticos servem essencialmente o propósito de entreter, mas a verdade é que quis descobrir mais sobre as personagens Gideon e Eva, neste segundo volume.

Depois de ter arranjado "Refletida" numa troca iniciei a minha leitura, com expectativas é claro, e embora tenha gostado, fiquei mais encantada com "Rendida". 

A meu ver, em "Rendida" fiquei assoberbada pela paixão intensa, sensual e instantânea que se desenvolve entre Gideon e Eva e deixei-me levar pela euforia da paixão que todos nós leitores já alguma vez experimentamos na nossa vida: aquela fase inicial em que somos arrebatados e nos deixamos levar sem limites, sem censura e sem lógica.

Agora em "Refletida" deparamo-nos com um casal cuja relação não se insere nos padrões normais; casal esse a braços com os seus demónios interiores, os seus medos, os seus passados e segredos. Numa perspectiva de densidade emocional e psicológica foi deveras interessante ficar a conhecer mais detalhamente as personagens Gideon e Eva.  

Todo o backgound das personagens é denso, sendo que gradualmente vão sendo feitas revelações que nos permitem espreitar um pouco mais para o interior das personagens e compreender os seus comportamentos. 

Contudo, o seu relacionamento conturbado, instável e repleto de tensão suscitou em mim, enquanto leitora, uma dose acentuada de irritação. Na capa podemos ler "no doce limite da obsessão" e, é verdade que quando enamorados ou apaixonados todos gostamos de sentir que o nosso companheiro ou companheira nos quer só para ele/ela, que sente ciúmes, que quase "toma posse" de nós, mas não posso deixar de constatar que esse sentimento de posse em "Refletida" não é doseado de forma q.b.. 

O relacionamento muito peculiar entre Gideon e Eva, enche-se de contornos de verdadeira obsessão e possessividade, sendo que tal acarreta consequências na relação nomeadamente, na auto-estima de Eva que, embora se nos afigure como uma personagem feminina forte, também revela as suas fraquezas no que a Gideon diz respeito, mostrando um lado de vulnerabilidade e de dependência emocional e física deveras intenso e perturbador.

Durante a leitura de "Refletida" deparei-me várias vezes com a sensação de que o envolvimento físico e íntimo entre Giden e Eva é muitas vezes a forma de "festejar" fases boas e mais serenas da relação, bem como mecanismo para fugir a diálogos mais profundos, sinceros e reveladores. Simultaneamente, ficou em mim a percepção de que Eva expõe mais as suas fragilidades, não sendo o contrário verificado. Este desequilíbrio comunicacional em que a um "eu partilho tudo contigo" se obtém como resposta "os meus problemas são meus. Não quero preocupar-te com isso" provoca no leitor alguma inquietação e sem dúvida uma reacção emocional.

Por outro lado, é de mencionar o destaque que determinadas personagens secundárias ganham, trazendo para o enredo uma complexidade acrescida, bem como momentos de acção pautados pelo mistério e surpresas inesperadas.

Não obstante, "Refletida" reveste-se de uma aura de sensualidade e erotismo que cativam, sendo que a autora Sylvia Day volta a brindar-nos com uma escrita fluída e simples, que levam o leitor numa narrativa rápida e forte.

CLASSIFICAÇÃO: 4. Bom!

quinta-feira, 7 de março de 2013

S.E.C.R.E.T. (L. Marie Adeline): OPINIÃO

Depois de um bloco vermelho chegar com a enigmática frase "Não antecipe nada. Viva apenas cada momento. Aceita o desafio e o Primeiro Passo?", veio uma pulseira com a frase "Já aceitou o Primeiro Passo e conquistou o direito de usar a pulseira. O próximo desafio: aceita os restantes passos?" e, por fim, uma caixa misteriosa que continha finalmente S.E.C.R.E.T.

A curiosidade era tanta que logo iniciei esta leitura suspeitando que iria desvendar o verdadeiro mistério nas páginas deste livro.

A expectativa aliada à sinopse deste livro levaram-me a embrenhar-me furiosamente nesta leitura que desde o início sabemos ser de cariz erótico. Só que este S.E.C.R.E.T. destaca-se dos demais livros eróticos/sensuais que li anteriormente. 

S.E.C.R.E.T. conta-nos a história de Cassie, uma empregada de mesa cujo marido faleceu há alguns anos e que desde então se deixou levar pela rotina, desleixando-se e levando uma vida sem novas aventuras, conhecimentos ou relações. Em suma, uma mulher adulta que se fechou aos outros emocional, física e intimamente.

Só que a vida de Cassie muda completamente quando uma cliente sua esquece um diário. A curiosidade leva a melhor e Cassie espreita o diário que contém detalhes muito íntimos repletos de desejos e fantasias.

Depois desta leitura curiosa, Cassie acaba por tomar contacto com uma sociedade secreta que se dedica a ajudar mulheres a realizar as suas fantasias sexuais mais loucas e íntimas.

A narrativa é deveras fluída e a escrita desavergonhada, erótica e sem pudor. 

Deixei-me prender por uma leitura pautada pela sensualidade e pelo erotismo, onde a autora L. Marie Adeline, consegue brindar-nos com uma personagem feminina que, através desta sociedade secreta e da concretização das suas fantasias, se consegue descobrir a si própria, descobrir o seu Eu e adoptar uma nova atitude perante a vida.

Ao ler S.E.C.R.E.T. não pude deixar de sorrir por finalmente ver uma mulher no comando! A autora L. Marie Adeline destaca-se sem dúvida de outros autores do género que invariavelmente nos trazem uma jovenzinha inexperiente, ingénua e submissa que se apaixona pelo belo sedutor dominante.

Ler S.E.C.R.E.T. foi refrescante por ver a mulher no poder e a desfrutar da sua sexualidade, a saber o que quer e a ver as suas fantasias satisfeitas por um homem.

"Pela primeira vez, as mulheres estão no comando e sabem o que querem sobre sexo…
… E os homens fazem tudo para as satisfazer."

Ao mesmo tempo, este é um livro poderoso pelo processo de auto-descoberta que Cassie experiencia. 

Somos levados por um conjunto de dez passos (Rendição; Coragem: Confiança; Generosidade: Ousadia; Convicção: Curiosidade; Bravura: Exuberância; Decisão) envolventes e sedutores que permitirão a Cassie libertar-se das suas inibições e, consequentemente, levam-na num crescendo de confiança, auto-estima que a projecta para uma nova vida e, acima de tudo, uma nova forma de viver.

O restante núcleo de personagens também cativa pelas suas vivências e pelo impacto que têm na vida de Cassie. Além de um livro erótico, S.E.C.R.E.T. é igualmente uma leitura sobre sentimentos, relações, expectativas e descobertas.

Finda a leitura de S.E.C.R.E.T. ficou a imensa vontade de ler a restante série e descobrir como irá Cassie viver a sua vida daqui em diante.

Resumindo, S.E.C.R.E.T. da autora L. Marie Adeline afigura-se-nos como uma leitura sedutora, intensa e apaixonante à qual o leitor não consegue resistir, sendo que a leitora mulher consegue identificar-se com a personagem de Cassie em várias vertentes, conferindo autenticidade a esta leitura.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!

domingo, 30 de dezembro de 2012

"As Cinquenta Sombras de Grey" (E.L.James): OPINIÃO!

"As Cinquenta Sombras de Grey" é o primeiro volume de uma trilogia que causou furor e colocou a autora E. L. James envolta num mediatismo relâmpago e intenso.

Toda esta excitação à volta desta trilogia suscitou-me curiosidade. Confesso que cheguei a questionar-me sobre qual o motivo de tanta agitação à volta desta trilogia quando o mundo literário está repleto de romances sensuais e eróticos.

Iniciei a leitura obviamente com curiosidade e deparei-me com a jovem estudante universitária Anastasia Steele que vê Christian Grey entrar na sua vida por obra do destino. A jovem Anastasia sente-se automaticamente atraída pelo deslumbrante e poderoso Christian Grey.

A autora E. L. James brinda-nos com um conjunto de páginas iniciais onde a tensão sexual e a atracção física é simultaneamente palpável e crescente.

Christian Grey aparece-nos como o jovem e poderoso dono de uma corporação internacional, enquanto Anastasia se nos afigura como uma jovem deslumbrada que sente dificuldade em resistir ao magnetismo de Grey.

Ultrapassada este fase inicial da leitura onde ficamos a conhecer esta dupla de personagens principais deparamo-nos com um Grey que não tem qualquer pudor em dizer o que pretende de Anastasia, enquanto que esta se debate com os sentimentos espontâneos por este desconhecido sedutor.

Grey e Anastasia voltam a encontrar-se novamente e a sua "relação" rapidamente evolui para um domínio altamente íntimo e explicitamente sexual onde a personalidade controladora e perfeccionista de Grey sobressai, enquanto nos é apresentada uma Anastasia ingénua e inexperiente. Tratando-se de uma jovem de vinte e um anos e atendendo à cada vez maior precocidade sexual da juventude actual, esta ingenuidade tão acentuada acaba por retirar credibilidade a esta personagem feminina.

É a personalidade intensa de Grey que prende o leitor e o faz embrenhar-se nas páginas deste livro onde a dinâmica relacional dominador/submissa enriquece a narrativa.

Somos confrontados por uma relação distorcida onde na sua base não estão sentimentos mas sim a necessidade de Grey em fazer Anastasia submeter-se aos seus desejos tendo para tal de assinar um contracto onde constam os direitos e deveres da submissa, bem como as regras e os castigos a aplicar quando uma regra é quebrada, sendo que estes castigos poderão surgir sob a forma de palmadas, chibatadas, entre outros.

"As Cinquenta Sombras de Grey" é indubitavelmente um livro de carácter sexual onde as descrições além de serem explícitas estão também carregadas de luxúria e onde a linguagem consegue atingir picos de obscenidade.

Tratando-se de um livro envolto num cenário de BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo) a linguagem acaba por não destoar do contexto, embora tenha de confessar que esperava deparar-me com comportamentos mais chocantes do que aqueles que encontrei.

E. L. James traz-nos uma escrita simples onde o enredo não prima pela riqueza e diversidade literária, tratando-se sim de um livro de entretenimento.

A dinâmica entre Christian Grey e Anastasia Steele mostra-se distorcida e pouco habitual o que permite ao leitor deparar-se com uma relação pautada pelo medo, angústia, dúvida e tensão onde cada uma das personagens tenta lidar com o papel que desempenha dentro da relação.

A meu ver E. L. James poderia ter criado uma personagem feminina mais rica a nível de personalidade. Quanto a Grey são inúmeros os adjectivos que o podem definir - dominador, magnético, sedutor, louco e perfeccionista - sendo de destacar o colorido que a autora conferiu a esta personagem ao levantar a ponta do véu das suas cinquenta sombras ou, por outras palavras, as suas várias nuances contraditórias.

Em suma, "As Cinquenta Sombras de Grey" é um livro que me abriu o apetite para descobrir o que acontecerá nos próximos volumes desta trilogia e para ver qual será o final deste casal, sendo que fico na expectativa de que nos próximos livros Anastasia Steele me conquiste e que Christian Grey me continue a surpreender.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

"Rendida" (Sylvia Day): OPINIÃO!

A sinopse de "Rendida" da autora Sylvia Day, primeiro livro da Série Crossfire, deixa-nos logo o alerta para a possibilidade de termos pela frente uma leitura extremamente intensa e erótica, mas é só quando começamos a ler que percebemos o total alcance da escrita directa, arrojada, sem papas na língua e sem floreados desta autora.

A atracção física e sexual instantânea entre Eva Tramell que está no primeiro dia do seu emprego novo na área da Publicidade e Gideon Cross poderia dar o mote para um romance absolutamente normal, não fosse a autora brindar-nos com duas personagens complexas, com passados fortes e com uma atracção automática que rapidamente os une.

Gideon Cross afigura-se-nos como um homem absolutamente deslumbrante, de uma beleza estonteante, um homem cheio de sensualidade e poder, enquanto que Eva nos aparece como uma mulher bela, segura de si que vê o seu mundo tremer quando conhece Cross: os mundos destas personagens não voltarão a ser os mesmos.

A atracção entre estes dois é tão animalesca que a autora Sylvia Day não tem qualquer pudor em atirar-nos imediatamente para um livro sexual onde os actos de envolvimento íntimo físico nos são apresentados de forma directa e intensamente vívida e explícita.

A autora não se inibe de surpreender o leitor com uma escrita crua, directa e instintiva capaz de fazer corar qualquer um.

Imbuído de um clima e acção sexuais e quentes, o livro "Rendida" traz-nos também a dinâmica muito particular entre estas duas personagens tão marcadas pelo passado. Gideon Cross é um homem intenso, directo e poderoso que sabe o que quer e não se inibe de o expressar mesmo na intimidade enquanto que Eva, devido ao que sofreu no passado, se debate interiormente pois tem dificuldade em agir de forma submissa. Esta dinâmica de domínio/submissão faz com que a relação entre Gideon e Eva seja complexa e atribulada deixando o leitor expectante para ver a sua evolução.

O carácter arrojado, sensual e sexual de "Rendida" faz com que a narrativa flua rápida e facilmente. 

A autora Sylvia Day surpreendeu-me pela sua capacidade de nos presentear com duas personagens que para além do seu lado carnal têm personalidades psicologicamente intrincadas.

À parte da relação Cross/Tramell, o leitor é também envolvido por outras personagens dinâmicas e peculiares que acabam por se ver envolvidas na acção do casal principal.

O final de "Rendida" deixa-nos com curiosidade para saber o que acontecerá na sequência da Série Crossfire entre Gideon Cross e Eva Tramell.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"Entrega Total" (Cheryl Holt): OPINIÃO!

"Entrega Total" foi o segundo livro da autora Cheryl Holt que li (crítica de "Ligações Proibidas" aqui) e, como tal, já parti para a leitura suspeitando de que este fosse um livro repleto de sensualidade e de intenso erotismo e não me enganei.

Neste "Entrega Total" a autora dá-nos a conhecer Michael Stevens (irmão de James Stevens que ficamos a conhecer em "Ligações Proibidas") e Lady Sarah Compton que se vêem envolvidos por uma atracção quase compulsiva e inevitável.

Quando Lady Sarah viaja até uma festa numa casa de campo para relaxar desconhece que está a decorrer um evento no qual os membros da aristocracia podem realizar todas as suas fantasias.

É neste ambiente impregnado de sexo e erotismo que Lady Sarah vai conhecer Michael Stevens, um homem  intenso e provocador que a avisa que ela não é mulher para estar naquele sítio aconselhando-a a partir, conselho esse que Lady Sarah não acata, o que a acabará por levar para os meandros da intimidade, erotismo e desejo que até então desconhecia.

Michael tem a reputação firme de sedutor e lançando-se num jogo perigoso de conquista acaba por ficar irresistivelmente enfeitiçado pela beleza estonteante de Lady Sarah.

Cheryl Holt brinda-nos com uma leitura profundamente intensa onde todos os sentidos do leitor são despertados, ao mesmo tempo que nos leva por linhas marcadas pelo romance.

O magnetismo das personagens, os seus medos e anseios, os seus passados e segredos arrebatam o leitor fazendo-o ficar preso à leitura até ao fim.

A narrativa é ritmada, fluída e simples, ao mesmo tempo que a escrita é saborosa e quente, o que acaba por cativar o leitor que aprecie um romance com pinceladas fortes de tórrida sensualidade e sexualidade.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!