Depois de uma visita à casa-museu de Amália:
Prosimetron
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sexta-feira, 15 de julho de 2022
quinta-feira, 23 de julho de 2020
Marcadores de livros - 1685
Verso e reverso de um marcador que forma puzzle.
Versos e reversos de três marcadores.
Versos e reversos de dois marcadores.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2020
CANÇÃO DO CORSÁRIO
Lord Byron vestido de albanês (pormenor)
No fundo da minh’alma há um terno segredo,
solitário, perdido e que jaz repousado,
mas às vezes meu peito ao teu vai respondendo,
todo a tremer de amor, vibrando desesp’rado.
Ardendo em lenta chama, eterna mas oculta,
ergue-se no seu centro um fúnebre tocheiro;
parece que essa luz se não acende nunca,
nem para iluminar meu negro cativeiro.
Não me esqueças! Se um dia avistar’s o meu túmulo,
inclina sobre mim a flor de um pensamento.
A pena que eu jamais suportaria – a única! –
é pensar que em teu peito houvesse esquecimento.
Ouve-me, pois, então, as últimas palavras.
(Quem aos mortos irá negar esse favor?)
Dá-me… quanto pedi. Apenas uma lágrima
– única recompensa em paga deste amor!
Lord Byron
Trad. de David Mourão-Ferreira
Colóquio. Letras, Lisboa, Maio-Ago. 2003, p. 223
quinta-feira, 25 de abril de 2019
«Foram-te longe encerrar»
Abre hoje, finalmente, a primeira parte do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade na Fortaleza de Peniche. Às 18h00 será descerrado, na entrada interior da antiga prisão, um grande memorial onde estão inscritos os nomes dos 2510 presos políticos que, entre 1934 e 1974, estiveram aqui encarcerados.
Etiquetas:
Alain Oulman (1928-1990),
Amália Rodrigues (1920 - 1999),
António Borges Coelho,
Cadeia de Peniche,
David Mourão Ferreira (1927-1996),
Luís Cília
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
quinta-feira, 16 de junho de 2016
Marcadores de livros - 407
INSCRIÇÃO SOBRE AS ONDAS Mal fora iniciada a secreta viagem um deus me segredou que eu não iria só. Por isso a cada vulto os sentidos reagem, supondo ser a luz que deus me segredou. David Mourão-FerreiraIn: A Secreta Viagem
quarta-feira, 2 de março de 2016
Poemas - 94
Hebraico-mourisco, meu nome,
Não sei o que quer dizer.
Sei que não matas a fome
A quem me quer conhecer.
Quem me quiser conhecer
Tem que descer mais ao fundo
Do que o nome lhe disser;
por trás do nome, há um mundo.
Quem quiser é só descer.
- Um inédito de David Mourão Ferreira, datado de 12 de Janeiro de 1948 e publicado no Jornal de Letras .
Não sei o que quer dizer.
Sei que não matas a fome
A quem me quer conhecer.
Quem me quiser conhecer
Tem que descer mais ao fundo
Do que o nome lhe disser;
por trás do nome, há um mundo.
Quem quiser é só descer.
- Um inédito de David Mourão Ferreira, datado de 12 de Janeiro de 1948 e publicado no Jornal de Letras .
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
terça-feira, 6 de outubro de 2015
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Poesia de David Mourão - Ferreira
Canção amarga
Que importa o gesto não ser bem
o gesto grácil que terias?
--- Importa amar, sem ver a quem...
Ser mau ou bom, conforme os dias.
Agora, tu só entrevista,
quantas imagens me trouxeste!
Mas é preciso que eu resista
e não acorde um sonho agreste.
Que passes tu! Por mim, bem sei
que hei-de aceitar o que vier,
pois tarde ou cedo deverei
de sonho e pasmo apodrecer.
Que importa o gesto não ser bem
o gesto grácil que terias?
--- Importa amar, sem ver a quem...
Ser infeliz, todos os dias!
David Mourão-Ferreira
( faria hoje 88 anos)
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Aeroporto: Estação de Metro - 3
Raul Solnado e João Villaret
António Silva e Vasco Santana
Viana da Mota
José Saramago
Natália Correia
David Mourão-Ferreira
sábado, 7 de abril de 2012
Amália Rodrigues - Primavera
A Primavera parece ter entrado num pequeno intervalo, as temperaturas baixaram e a tão desejada chuva regressou nalguns pontos do país. Mas não é funesta, como Amália Rodrigues nos canta neste belo fado com letra de David Mourão-Ferreira.
sábado, 17 de março de 2012
Os sinais
V.I.T.R.I.O.L.
III
Indócil testemunha a Lua comparece
a quem abre sinal no cartório do Sol.
V
É quando o Sol galopa no teu ventre
que de súbito a Lua te esporeia
VII
Brilha nas mãos do Sol o gume de um cutelo
O pescoço da Lua é que há-de ser o alvo
X
As pegadas do Sol nem sempre a Lua
lentamente as desfaz quando se oculta
XIV
Lunático é o Sol deixando-se queimar
Bem mais sólida é a Lua apesar de sonâmbula
XVI
Os subúrbios do Sol são quase sempre
o que a Lua me aluga por momentos
XIX
É tão fácil dizer-te ó Sol que te agradeço
Tão raro confessar-te ó Lua que te esqueço
David Mourão-Ferreira
domingo, 27 de novembro de 2011
Alain Oulman
segunda-feira, 21 de março de 2011
À Primavera
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Alegoria à Primavera
Pintura proveniente da antiga Stabiae.
Nápoles, Museu Arqueológico Nacional
Quem de noite soltava essa turva serpente
que os puros calcanhares das Musas perseguia?
Era Abril, era Maio, era o raio de um vento,
filtrado pelo mar, com disfarces de brisa…
Era o grande impostor, o meigo proxeneta
que em cada ano exibe a jovem Primavera:
dos reinos infernais três meses a ausenta,
e a cúpida avidez dos homens a entrega.
Que virás cá fazer, que nos atormente,
de ramos coroada, ó rameira sagradal!?
Mas quando o Sol te doura ou a Lua te enfeita
(nos cabelos da noite, a madeixa de prata…),
Já nem sei se hei-de amar-te ou crivar-te de pragas,
ó verde confusão que os músculos me rasgas!
David Mourão-Ferreira
In: Obra poética: 1948-1988. 5.ª ed. Lisboa: Presença, 2006, p. 89-90
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
FOLHA
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http://inet.sitepac.pt/FolhaOutono02.jpg
Era uma folha pousada
no cotovelo de vento:
e pairava, deslumbrada,
entre morte e movimento.
Era uma folha: lembrava,
de tão frágil,o momento
em que a vida me ficava
escrava do teu juramento.
Era uma folha: mais nada.
Antes fosse esquecimento!
David Mourão-Ferreira
In: Obra poética: 1948-1988. Lisboa: Presença, 2006, p. 109
D. M.-F. faria hoje anos.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Toada de Natal
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Carl Larson (1853–1919) - A véspera de Natal
Aguarela, 1904-1905
Estocolmo, Museu National
Um pássaro a cantar na laguna estagnada
Frutos no capitel de uma coluna exangue
É assim que o Natal se pousa na alma
É assim que o Natal tem um gosto a laranja
Do gira-discos sobe um concerto de Bach
Que importa que lá fora o vento se levante
É assim que o Natal habita a nossa casa
É assim que o Natal desperta a nossa infância
Mas penso no que seja a noite de hoje em Praga
Vais a dizer a Jesus E dizes Vietname
É assim que o Natal nos dilacera a carne
É assim que o Natal nos aprece um alfange
E ficamos os dois de mãos entrelaçadas
E filtramos a luz e a sombra deste instante
É assim que o Natal nos vai enchendo a taça
É assim que o Natal nos aperta a garganta
1968
David Mourão-Ferreira
In: Cancioneiro de Natal. Lisboa: Verbo, 1971, p. 39-40
Um pássaro a cantar na laguna estagnada
Frutos no capitel de uma coluna exangue
É assim que o Natal se pousa na alma
É assim que o Natal tem um gosto a laranja
Do gira-discos sobe um concerto de Bach
Que importa que lá fora o vento se levante
É assim que o Natal habita a nossa casa
É assim que o Natal desperta a nossa infância
Mas penso no que seja a noite de hoje em Praga
Vais a dizer a Jesus E dizes Vietname
É assim que o Natal nos dilacera a carne
É assim que o Natal nos aprece um alfange
E ficamos os dois de mãos entrelaçadas
E filtramos a luz e a sombra deste instante
É assim que o Natal nos vai enchendo a taça
É assim que o Natal nos aperta a garganta
1968
David Mourão-Ferreira
In: Cancioneiro de Natal. Lisboa: Verbo, 1971, p. 39-40
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