José Malhoa - O Fado, 1910
Lisboa, Museu do Fado
«"[Malhoa] contou-me que perdeu muito tempo a encontrar o tipo de fadista [...] ao lado da mulher da vida esbandalhada e descomposta." Encontrou-os na rua do Capelão . Amâncio Augusto Esteves, rufia que fadistava, e Adelaide, conhecida por 'Adelaide da Facada', daí a inclinação exagerada da pose "esbandalhada". Era para ela tapar a face esquerda com uma naifada.~«A pintura, diz-se, atrasou um pouco porque por vezes Amâncio voltava de uma breve passagem pela esquadra e embirrava com a alça da blusa de adelaide, que na pintura descera mais do que os ciúmes dele permitiam. E lá tinha Malhoa de retocar um pouco menos de seio atrevido. Em 1910 o quadro estava pronto. está lá tudo, a chinela no pé, o Senhor dos Passos, a lamparina de querosene, o pote de manjerico, um cigarro nos dedos dela, a garrafa de vinho e os olhos avinhados dele, amis a banza...»
José Ferreira Fernandes - Martim Moniz: Como o desentalar e admirar. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2023, p. 73-74
Letra de José Galhardo; música de Frederico Valério.