São muito apreciáveis tosos os comentários e pareceres sobre estratégias e desígnios eleitorais...
Há neles duas realidades incontornáveis, primeira a de que ninguém lê os programas eleitorais, já que 95 % da população não tem competência para o fazer e, em segundo lugar, ninguém lhes dá qualquer atenção porque, sejam eles quais forem, não passam disso mesmo, programas para estarem em vigor até ao dia das eleições. No dia seguinte, são atirados para o lixo ou arrumados num canto para serem retomados ou refeitos nas próximas eleições.
Repare-se que ninguém fala no interesse do país, mas apenas no acesso ao poder, trampolim para as negociatas e compadrios...O eleitor português vive, pois, na realidade de ter de optar constantemente pelos outros, o velho rotativismo que desgraçadamente nos persegue... Desta feita, as coisas tornaram-se bem mais fáceis. Face aos anos de prepotência, arrogância, mentira, descaramento e ódios acumulados em todos os sectores sociais ninguém, no seu juízo perfeito, irá colocar a cruz no quadrado que conduza à continuação da opressão, vigarice e charlatanice...
Restam, portanto, aos senhores do Rato os interessados e habituais comensais da gamela rosa e os labrêgos que ainda não compreenderam que os partidos não são clubes de futebol e que, por essa incompetência lusa de distinguir as coisas, tudo para eles é como o futebol e que, por terem o cachecol daquela equipa, não tencionam mudar até ao fim das suas vidas. Ah! Abençoados, será deles o reino dos céus, na qual entrarão pela porta destinada aos pobres de espírito...
Conclusão, uma vez mais, estamos à beira do abismo e iremos dar dois passos em frente, um nas legislativas o outro nas autárquicas... Olha-se para as possibilidades de escolha e são todas iguais... Resta escolher uma qualquer, que não seja a que se traz vestida...