Mostrando postagens com marcador Vasco Costa Marques. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vasco Costa Marques. Mostrar todas as postagens

domingo, 29 de março de 2009

1948 José ferreira Monte


Não desgosto da devota que passa cá por casa,
(Este verso, amigos, é de António Nobre?)
dando às palavras um tom vago, pobre,
e aos gestos velados uma forma rasa!
Mas se me vê, levanta o braço em asa
e diz: «salve-o Deus, pêlos seus pecados!» Descobre
do chaile negro a outra mão e — sino que dobre! —
pede para sentar-se à lenha em brasa!

Ao quente, com os dedos enlaçados no rosário,
ora sem descanso, por este mundo, ao de lá...
(Eu continuo com Junqueiro e com Cesário...)
Os últimos sermões descreve-mos depois...
Entretanto, beija o pão e bebe o chá...
Para si, o outro e meu pai são Deus, os dois!