Mostrando postagens com marcador Cinema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cinema. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 24 de março de 2009

Da Vida das Marionetes - Ingmar Bergman



A Versátil apresenta Da Vida das Marionetes, uma das obras-primas mais complexas e radicais do mestre Ingmar Bergman.
Peter Egerman é um executivo bem sucedido que vive um casamento conturbado com Katarina. Dias depois de ter um sonho no qual mata a esposa, Peter sai com uma prostituta e a mata. Qual seria a explicação dessa tragédia?
Em Da Vida das Marionetes, Bergman explora, com intensidade e ousadia, a mente de um homem levado ao extremo a partir da história de Peter e Katarina, casal que teve um papel secundário em Cenas de um Casamento.

Faça o Download mas não deixe de comprar o original.

...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Filme O Rito - Ingmar Bergman




E nos libertamos uns dos outros… É tudo.

Bergman se incomoda com o fato de que alguns de seus filmes não traduzem o que acontece com ele. É como se o diretor visse seus filmes como uma espécie de diário filmado, a idéia de que seus filmes pudessem ser vistos (por ele) como ficção não parece passar por sua mente. A idéia de tomar seus filmes como obras de ficção, onde poderia fazer colagens entre fatos de sua vida e elementos ficcionais, parece até mesmo irritar o diretor – exemplo disso seria Através de Um Espelho (1961).
Bergman conta que em O Sétimo Selo (1957) se encontram muitas recordações de sua infância . Como seu pai era pastor, Bergman guardou na lembrança os interiores das igrejas que visitou. Retábulos, crucifixos, vitrais, murais, todos os temas cristãos podem ser encontrados aqui, o cavaleiro jogando xadrez com a Morte é um deles. Bergman admite que O Sétimo Selo seja um dos poucos filmes que dirigiu que acalenta seu coração. Até esse momento, o diretor ainda mantém uma relação com a religião, acreditando que algum diálogo é possível com esse universo – a relação amistosa entre o cavaleiro, com sua crença religiosa, e o escudeiro, com seu racionalismo adulto, é prova disso. Ele ainda acredita que existe alguma salvação for a deste mundo. A família também receber neste filme um voto de confiança.
Até seus vinte anos Bergman tinha muito medo da morte, um medo muito ligado a concepções religiosas. A idéia de que existisse um limiar a partir do qual perdemos todo o controle sobre nós, sempre o havia amedrontado - em Fanny e Alexander (1982), o momento em que Alexander demonstra medo em se aproximar de seu pai moribundo. A criação da figura da Morte para O Sétimo Selo teria sido um primeiro passo contra esse horror da morte – que talvez culmine no comentário de Alexander, novamente em Fanny e Alexander: “Se há Deus, ele é um merda e queria chutar seu rabo”.
Acreditou que ao maquiar de branco o rosto da Morte, poderia trazer o universo dos palhaços. Para o personagem da Morte, Bergman criou uma síntese entre uma caveira e um palhaço . Ele conta que tinha dúvidas de que o público fosse identificar a Morte com aquele ator vestido de preto com o rosto maquiado de branco, mas tudo deu certo. O diretor afirma, “O Sétimo Selo é, definitivamente, a expressão de uma das últimas idéias e manifestações de fé que eu herdara de meu pai e que alimentara desde a infância. Quando fiz o filme, as orações eram realidades em minha vida. Rezar, para mim, era um ato absolutamente natural” . Foi a partir de Através de Um Espelho que essa fé deu lugar a uma forma mais fatalista de ver o mundo. A santidade está dentro de cada um de nós, santidade que está neste mundo e não fora dele. O deus-aranha de Karin não é um acaso. Este filme afirma a tese de que todo conceito divino é obra humana, e sempre é um conceito monstro. Um monstro com dois rostos, deus-aranha.
A incapacidade de colocar-se fora do alcance das pressões sociais que nos arrastam para longe de nós mesmos, e a conseqüente necessidade de viver protegido por trás de uma máscara, ainda que seja uma opção dilacerante. Eis aí o tema de O Rosto (1958), eis aí a transcrição para a tela de cinema dos sentimentos de Bergman na época. Bergman se transcreve no personagem Johan Spengel, ele é alguém que morre duas vezes e o primeiro a perceber as dissimulações do mágico Vogler. Spengel afirma que Vogler “é um charlatão que necessita esconder seu verdadeiro rosto” . Afirma também que nosso único movimento é em direção às trevas. Na época Bergman se sentia como uma prostituta em relação a sua função de direção do Teatro Municipal de Malmö, cuja demanda era apenas por dinheiro.
O tema é retomado em O Rito (1969), onde as personas em que Bergman se divide são três. Sebastian Fischer é um sujeito irresponsável, Hans Wikelman é um homem organizado e Thea é condescendente e tem necessidade de agradar . Nessa altura, Bergman deixa o cargo de diretor do Teatro Municipal em estado de raiva, pois apesar de ter tirado o teatro do anonimato só recebeu críticas. Os três personagens estão indissoluvelmente ligados, e só a partir de uma tensão entre eles cada um pode fazer alguma coisa. Nas palavras de Bergman, “Isto foi uma tentativa honesta de me dissecar a mim mesmo, de revelar como, no fundo, eu funciono. De expor as forças que mantêm a máquina de meu eu em marcha” .
Bergman segue em sua genealogia de personagens de si mesmo. Thea tem três irmãs, que habitam outros de seus filmes: Karin, de Através de Um Espelho, que atravessa papéis de parede e conversa com um deus-aranha; Agnes, de Gritos e Sussurros (1973), que está bloqueada entre a vida e a morte (como Spengel, ela também morreu duas vezes); Aman/Manda, de O Rosto, cuja sexualidade varia sem cessar. Como primo de Bergman, entra aí Ismael, de Fanny e Alexander, um garoto que é mantido num quarto fechado. Segundo Bergman, durante sua estada no Teatro Municipal, somente Hans Winkelman esteve presente, ou ativo. Uma fala de Thea traduz o sentimento de Bergman. Ela acha que está vivendo por demais em função dos personagens que cria em sua mente, então vai a um médico queixar-se:
“(…) [Ele] afirmou que não é bom nos afastarmos da realidade, como eu fazia. Então perguntei se a realidade era a idéia que a maior parte das pessoas fazia da vida, e se havia possibilidade de existirem vários tipos de realidade, todas elas igualmente reais. A tudo isso o médico respondeu que o que se deveria fazer era viver da melhor maneira possível. Depois, quando lhe disse que eu de forma alguma era infeliz, ele encolheu os ombros e começou a escrever a receita”.
Fonte do Texto:

Download do Filme:
  1. PARTE01:
  2. PARTE02:
  3. PARTE03:
  4. PARTE04:
  5. PARTE05:
  6. PARTE06:
  7. PARTE07:
  8. PARTE08:
  9. PARTE09:
  10. PARTE10:
...

terça-feira, 3 de março de 2009

Filme A Fonte da Donzela - Ingmar Bergman



Direção: Ingmar Bergman
Roteiro: Ulla Isaksson
Produção: Ingmar Bergman, Allan Ekelund
Música Original: Erik Nordgren
Fotografia: Sven Nykvist
Edição: Oscar Rosander
Design de Produção: P. A. Lundgren
Figurino: Marik Vos
Maquiagem: Börje Lundh
Efeitos Sonoros: Evald Andersson, Staffan Dalin, Aaby Wedin
País: Suécia, Alemanha
Gênero: Drama
Prêmios: Academia de Hollywood - Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Globo de Ouro - Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Festival de Cannes - Menção Especial (Ingmar Bergman)

Sinopse

Na Suécia do século XIV, Töre e sua mulher Märeta formam um casal que tem uma propriedade rural. Cristãos fervorosos, incumbem sua filha única, Karin, uma bela adolescente virgem, de quinze anos, de levar velas à igreja do vilarejo próximo e acendê-las em louvor à Virgem Maria.
Com licença da mãe, ela veste seu mais valioso vestido e parte, a cavalo, através de uma floresta, para realizar a missão a ela confiada. Acompanhando-a, segue ao seu lado, Ingeri, uma criada tida como filha adotiva do casal Töre, que se acha grávida.
No caminho, ao passarem por um culto de magia, Ingeri diz à Karin que vai voltar, por achar que anoitecerá antes que elas consigam chegar à igreja. Decidida a atender ao pedido dos pais, Karin segue em frente sozinha. Enquanto isso, movida por um enorme ciúme que sente da jovem, Ingeri participa de um ritual do culto a Odin, com a intenção de que algo de mal ocorra à Karin. Em seguida, passa a acompanhá-la, mantendo uma certa distância da jovem.
Ao encontrar dois pastores de cabras e um garoto, Karin os convida para dividir uma refeição que sua mãe havia preparado para ela. Em seguida, é agredida sexualmente pelos dois homens, os quais, após estuprá-la, a matam com um porrete. Ingeri, impotente, assiste a tudo.
Quando a noite cai, ironicamente os criminosos vão pedir comida e abrigo aos pais de Karin. São recebidos cordialmente e, depois de acomodá-los, Töre lhes promete trabalho. Märeta mostra-se nervosa, pois a filha ainda não retornou da igreja, mas o marido tenta tranqüilizá-la dizendo-lhe que em outras ocasiões Karin dormiu no lugarejo.
O temor da mãe se concretiza quando um dos pastores, sem imaginar onde se encontram, tenta vender, à Märeta, um vestido que alega ter sido de uma irmã dele. Ela reconhece o vestido de sua filha e, controlando-se, promete-lhe pensar no assunto. Ao falar com Töre, os dois têm certeza do triste destino da filha, pois a peça acha-se suja de sangue.
Ao encontrar-se com Ingeri, Töre toma conhecimento dos detalhes do brutal ataque sofrido pela filha, que a levou à morte. A jovem pede-lhe perdão por se sentir culpada pelo ocorrido à Karin. Movido por um forte sentimento de vingança, Töre mata os criminosos.
Na manhã seguinte, guiados por Ingeri, todos seguem até o local onde se encontra o corpo de Karin. Enquanto Märeta abraça-se ao corpo da filha, Töre, em sua crise de desespero, interroga Deus sobre os motivos que o levaram a permitir tamanha tragédia. A seguir, entretanto, ele implora seu perdão por seus pecados e promete construir, com suas próprias mãos, uma igreja no local, em penitência por sua vingança sanguinária.
Ao retirarem o corpo de Karin, surge milagrosamente uma fonte de água exatamente no local onde o mesmo se encontrava.


Download:

Parte01:
Download:
Parte 02:
Qualquer problema para abaixar o arquivo, post um comentário que tentaremos resolvê-lo....
....

Filme Gritos e Sussurros - Ingmar Bergman


O que falar sobre Gritos e Sussuros? Este filme é tão intenso que perdemos a concepção de coisa, não conseguimos defini-lo, adjetivá-lo... Séria um pecado descrevê-lo, perderíamos a intensidade e a tensão, perderíamos a dor, o amor, os conflitos, as paranóias... Perderíamos o que poderíamos chamar de ser... Bergman sem sombra de dúvida, conseguiu em uma película colocar em palavras, gestos, olhares o que realmente somos ele conseguiu capturar a alma humana, em um filme silencioso, com diálogos fortes e metafóricos... Sim, ele realmente conseguiu!!! Toda sua obra é fabulosa, inteligente, marcante, forte, mas este filme é ímpar, único, intransferível e perene....


Intragável ser
Naturalmente
Genial
Marcado para
Ampliar o pensamento
Racional e espiritual

Belezas
Espelhadas
Registradas em sua
Grandiosa e
Memorável
Alma Cineasta
Notória e penetrante.

...

Filme O Rosto - Ingmar Bergman



Depois de duas semanas de luta buscando programas para compactar meus DVDS e poder postá-los, eis que chega ao fim esse drama que corroia a minha mente. Conheci Ingmar Bergman há três anos mais ou menos, com o filme "Gritos e Sussurros", que vi posteriormente umas cinco vezes ou mais. Fiquei fascinada com os diálogos tão enriquecidos de significados e a sua forma particular de capturar em vídeo a alma dos personagens, podendo passar desde a fobia até a transcendência. Acredito que até as almas mais rudes não estão salvas da genialidade de Bergman, quando faleceu em 30 de julho de 2007, chorei como se alguém muito próximo estivesse partindo e mais ainda como se o cinema estivesse perdendo seu maior diretor. Na verdade perdeu, não satisfeito "Deus" buscou para si Michelangelo Antonioni, no mesmo dia... Parece até uma sacanagem divina... Dois diretores existencialistas, de temas humanos e de densa introspecção, se despediram do mundo no mesmo dia. Mas suas obras serão eternas, a morte levou o corpo, mas deixou a genialidade em seus filmes.

Resenha:

Vencedor do Prêmio da Crítica Internaciona no Festival de Cinema de Veneza, O Rosto é uma das grandes obras do mestre Ingmar Bergman nos anos 50. A versátil apresenta a versão restaurada do filme que resgata a beleza da fotografia de Gunnar Fischer.
Nesta obra Bergman faz uma reflexão sobre o embate entre o racionalismo científico e o inexplicável. No elenco, Max Von Sydow tem uma das grandes interpretações de sua carreira.

Download:

...