Luis Miguel Valente Rodrigues, nasceu a 26 de Novembro de 1971, em São Jorge de Arroios, Lisboa.
Personagem por demais conhecida no meio do futsal, está directamente ligado aos sucessos do CCD Reguengo e da ESTG.
Para além da Família e do Futsal é proprietário da NEWCAR, e ainda é perito do ramo automóvel.
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Começamos por querer saber como concilias tudo isto, e de onde vem tanta energia?Bem, antes de responder de onde vem esta energia, começo por uma frase que a minha Mãe me dizia há uns anos atrás "quando se quer há tempo para tudo", e daí o meu espirito. Claro que não é facil gerir todas estas actividades, mas quando temos gosto no que fazemos, torna tudo mais fácil.
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O facto de seres Treinador-Jogador, tem trazido alguma vantagem acrescida à equipa?
Para dizer a verdade, parece-me que não. Nunca fui muito apologista do treinador/jogador, isto porque principalmente quando estou a jogar, perco um pouco a noção de como está a correr o jogo. A vantagem que o CCD Reguengo poderá ter com esta situação, é sem dúvida a experiência que tenho, e por vezes conseguir vitórias com a experiência.
Onde e quando iniciaste a prática desportiva?
Já perdi a conta dos anos, mas o primeiro clube federado pelo qual me iniciei, foi o "Bairro Azul", quando tinha 13 anos. Era juvenil, e jogava futebol de 11 como médio esquerdo. Era uma pequena equipa da Cacém, em Lisboa, e que disputava os campeonatos distritais de Lisboa.
Que Clubes representaste?
Comecei no futebol 11, e só quando passei para o escalão sénior, fui dispensado do Sintrense e nessa altura comecei jogar futebol 5. Os clubes que me lembro foram: Bairo Azul, Sintrense, Estoril (Camadas jovens). Como sénior comecei por representar a Falagueira (Amadora), Ginásio da Damaia (1º clube do grande Rui Costa), Olimpico (clube que cedeu os direitos desportivos ao Benfica), Real de Massamá (onde fui Campeão da 2º Divisão Nacional). Depois quando vim para o alentejo, representei o Alegrete (futebol 11), Aldeia Velha (6º lugar na 3.ª Divisão Nacional), ESTG (ganhamos tudo no Distrital), Eléctrico da Ponte de Sôr, e por fim o CCD Reguengo.
Quais os Titulos e Troféus na vitrine e o que ainda anseias ganhar?
Em Lisboa fui Campeão Distrital da 3.ª e 2.ª Divisão Distrital de Futebol 5 pela Falagueira, Campeão da 2.ª Divisão Nacional pelo Real Massamá. Em Portalegre, ganhei o Campeonato Distrital de Futsal, Taça e Supertaça pela Aldeia Velha e pela ESTG. Em relação ao que anseio ganhar, gostava de me despedir do futsal com uma conquista (Campeonato ou Taça), vamos ver o que nos reserva o futuro.
Do todo o teu registo desportivo, o que jamais irás esquecer?
Os titulos conquistados, e principalmente todos os clubes por onde passei que me trataram de forma exemplar. Não posso também deixar de salientar todo o apoio e incentivo que os meus colegas do CCD Reguengo me têm dado, para que termine a minha carreira com muita dignidade.
Esta época, até onde pode chegar o CCD Reguengo?A postura do CCD Reguengo, é tentar ganhar o maior número de jogos. Não escondo que gostaria de ganhar o Campeonato, ou até mesmo a Taça, mas a nossa equipa está algo limitada com lesões, o que pode ser prejudicial para o desempenho da equipa. Vamos lutar até ao fim, e depois logo se vê.
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Estás no CCD Reguengo desde o inicio da secção de futsal. Quais os pontos altos e baixos?
Os pontos altos, são sem dúvida a união, o espirito e grupo que se vive nesta Instituição. Um grupo de trabalho muito unido, trabalhador e em que todos têm perfeita noção do espaço que ocupam na equipa. Pontos baixos, foi o meu abandono na última temporada devido ao anti-Fair Play a que fomos sujeitos numa deslocação a Campo Maior. Mas os meus colegas foram espectaculares e acabei por voltar à equipa.
O sentimento de União é muito evidente dentro do grupo. Qual o segredo?
Disciplina. Todos têm o direito de contestar as minha decisões, mas na altura certa. Gosto de ouvir a opinião dos meus colegas, e por vezes dou-lhes razão. Eu sou mais um num grupo de amigos, que se divertem a jogar futsal.
Equacionando a vitória no Campeonato, o Reguengo e a Cidade têm estrutura para ir disputar os Nacionais?
O CCD Reguengo não tem claramente condições para ir disputar os campeonatos nacionais, quer financeiramente, quer a nível de jogadores. O campeonato da 3ª divisão é bastante superior ao distrital, e se não formos bastante apetrechados, com jogadores mais valiosos, arricamo-nos a sofrer pesadas derrotas. Quanto à cidade, também não me parece ter condições estruturais para ter uma equipa nos nacionais. Não há tempos no pavilhão para treinar, logo, inviabiliza qualquer equipa a participar no campeonato nacional. Na minha opinião, Portalegre tem jogadores para participar na 3ª divisão, mas teriam de estar juntos na mesma equipa e não dispersos por 3 ou 4 equipas.
Na época passada eram 6 as equipas que faziam de Portalegre a sua "casa". Este ano são só 3. Que leitura fazes?
Este ano há muitas equipas de futebol de 11, houve muitos jogadores a "fugir" para essas equipas. Depois, este é o único distrito em Portugal onde não há camadas jovens de futsal, o que prejudica e muito a categoria de seniores. Ter uma equipa no distrital, também é bastante caro, inscrições, arbitragens e policia, e os apoios cada vez são menos. E o futsal não é minimamente divulgado, as pessoas que assistem aos jogos são unicamente familiares e amigos dos jogadores. É muito pouco!!
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Para quando o pendurar das sapatilhas? E depois o que se segue?Penso que já esteve bem mais longe!! Mas eu custumo dizer, enquanto as pernas aguentarem, vou jogando. Em relação ao que se segue, para dizer a verdade estou bastante indeciso. O meu tempo não abunda, e esta pode ser a condicionante para o abandono total do futsal.
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O nosso Amigo Vitor Barreto atesta que é dificil treinar e gerir uma equipa. Além disso ainda jogas e fazes golos. Nesta última jornada marcaste 3 golos, além desta, que resposta dás a quem te acha "velho" para jogar?
Amigo Vitor, tudo isto se deve à grande vontade de vencer que faz parte de mim. Concordo contigo quando dizes que é dificil gerir tudo isto, mas o espirito ganhador que incuto nos meus amigos jogadores, ultrapassa toda esta dificuldade. Toda a gente, inclusive eu, sabe que estou velho para jogar futsal. Aos 38 anos nunca pensei estar ainda a jogar, mas o que me dá moral para continuar, são sem dúvida os golos que ainda vou marcando e as vitórias que todos juntos vamos conseguindo.
Na tua opinião, quais as qualidades necessárias para se jogar futsal?
Inteligência é fundamental. Velocidade, rapidez de execução e muita tranquilidade e frieza na altura de fazer golo. Espirito de grupo e muita garra, são também extremante necessários.
Existe muita reposição de bola lateral mal feita. Pressão do jogo ou falta de conhecimento?
Mais a segunda opção. Tenho noção que há muita gente, inclusivé árbitos, que não sabem todas as regras do futsal.
Em relação às Entidades que organizam as provas ao nível distrital, na tua opinião o que funciona bem e menos bem?
Não me vou pronunciar muito sobre este assunto. Digo só, que a única vez que vi alguém ligado à Associação de Futebol de Portalegre a ver um jogo de futsal, foi na final da Taça e a da Supertaça, e é porque têm de ir lá entregar os troféus.
O que consideras ser necessário para se melhorar o desporto em Portalegre?
Condições para as equipas treinarem. É impossivel uma equipa ser competitiva com 2 treinos de 45 minutos por semana. Na classificação nota-se quem tem pavilhão para treinar o tempo que fôr preciso.
Em relação ao comentário do Emanuel Baleizão, tenho a seguinte resposta: Tenho de te pedir desculpa pelo que aconteceu há uns anos atrás, quando te disse que iria abandonar o futebol. Mas a vontade de jogar e a paixão que tenho pelo futebol é tão grande, que ainda continuo a praticar. Tu sabes bem como é a minha forma de ser e de estar. Aproveito também para te agradecer tudo o que me ensinas-te, principlamente a questão do espirito vencedor que incutes nos teus jogadores, é sem dúvida uma mais valia. Desejo-te as maiores felicidades, e estou certo que vais ser um excelente treinador reconhecido a nível internacional. Esquece lá a cena do Mourinho da Ponte de Sôr, e passa a ser o Emanuel Baleizão o treinador maravilha. Um abraço para todos os meus amigos da Ponte de Sôr.
Agradece-se desde já a disponibilidade do Miguel para esta "conversa" e para a dinamização que provocou neste mesmo espaço, em que colocou todo o seu conhecimento à nossa disposição.
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