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As respostas Vitor Barreto


O treinador de futsal Manuel Vitor Saldanha Barreto, é natural de Elvas, e esteve nas últimas cinco épocas dedicado por inteiro à modalidade. Em jovem foi atleta de futebol nos Clubes da sua cidade, tendo atuado nos palcos da 3.ª Divisão Nacional… O futebol de sala há anos que faz parte da sua paixão. Tendo vindo a participar em vários torneios, onde conquista recentemente como federado o Campeonato Distrital de Futsal Sénior... considera esta conquista como o alcançar “da cereja no topo do bolo”?
Sem dúvida que sim que é "a cereja no topo do bolo" depois de quatro épocas a disputar o campeonato e em duas épocas nas quais tivemos o pássaro na mão e conseguiu fugir por entre os dedos nas outras duas não conseguimos estar tão bem.

Quais eram as expectativas no início da época?
No início da época era obter a melhor classificação possível sabíamos das dificuldades que íamos encontrar e tinha-mos conhecimento que existiam equipas candidatas a serem campeãs e não podíamos ter muitas expectativas porque a nossa equipa é formada com muitos atletas que trabalham por turnos e outros com a vida profissional fora de Elvas, nunca sabia com que jogadores podia treinar ou até convocar portanto não podia ter muitas expectativas de ser campeão, sabendo que tinha uma equipa com muito valor.

Face aos resultados que foram obtendo ao longo da época, em que momento da competição entendeu que eram de forma inequívoca os candidatos à conquista do Titulo?
Nunca pensamos em sermos candidatos ao título, mas a seguir ao jogo contra o Arenense em nossa casa, comecei a pensar que podíamos alcançar o título. Sabia que a equipa tinha muitas capacidades, o grupo estava unido, muito forte e com muito querer.

Na caminhada para o Título de Campeão Distrital... Qual ou quais as fases mais complicadas com que a equipa se deparou?
Tivemos duas fases complicadas, uma no início do campeonato sabia que a equipa não estava bem fisicamente e com várias ausências e não sabia como conseguia reagir nos primeiros jogos e outra já na fase final do campeonato onde começou aparecer o desgaste físico e novamente muitas ausências, mas conseguimos terminar em primeiro e sem derrotas.

Ao longo da época, quais foram os pontos fortes da sua equipa?
A humildade, amizade, o grupo forte que se formou, o querer, nunca darem um jogo por perdido até ao apito final e a maioria dos atletas jogarem juntos á muito tempo.

Como resume os jogos e os resultados da Final da Taça e Supertaça, com a Soujovem?
Os jogos da Taça e da Supertaça contra o Soujovem chegaram na sua segunda fase complicada da nossa equipa, mas foram bem diferentes no da Taça ganhou quem foi mais feliz, no da Supertaça a Soujovem foi superior.

Este ano, pudemos ver que a base da equipa foi constituída pela maioria dos atletas que integraram os primeiros tempos da SIR. Considera que a maturidade destes atletas foi um dos grandes trunfos para a equipa?
Claro que sim, com mais maturidade e pelo conhecimento que existe entre eles no modo de jogarem de cada um e sabem como eu quero que eles joguem, tudo isso nos ajudou.

De que forma foi determinante o regresso de José Coelho à equipa, em relação aos objectivos delineados no início da época?
Foi importante sem duvida o José Coelho é uma mais valia e foi mais a fortalecer o grupo sem precisar de adaptação aos colegas e aos métodos de jogo.

O regresso de José Coelho à equipa… de que forma foi determinante para alcançar a vitória final do Campeonato?
Quando pensamos no José Coelho sabíamos que nos trazia garantia e mais uma solução no aspecto de finalização sector que não tinha muitas soluções e foi mais um ajudar para sermos campeões.

Vamos viajar um pouco ao passado… Como surgiu a possibilidade de integrar o projecto de futsal federado da SIR?
Alguns atletas já faziam torneios pela SIR, então as pessoas que pertencem á parte desportiva e eu em conjunto com o Luís Pires pensamos na possibilidade de avançarmos com um projecto que passava pelo Distrital de Futsal e assim aconteceu. Foi o regresso da SIR ao Distrital porque já tinha participado na época 2002/03.

Neste primeiro ano, por certo que ultrapassou todas as projecções iniciais, na recta final da prova perderam na conquista do Título Distrital. Se o tivessem conquistado, o Clube tinha condições para participar nos Nacionais?
É verdade, ultrapassamos os objectivos em todos os aspectos, pena não termos sido campeões na minha opinião foi a melhor época das equipas que orientei. As condições seriam as mesmas que temos hoje ou mais portanto penso que tínhamos conseguido participar no Nacional.

Como adepto, que leitura faz das perdas e ganhos nos últimos anos dos Clubes Campeões que não aceitaram subir aos Nacionais?
Quando as equipas que são campeãs não sobem fico com a ideia que o Distrito e a modalidade perde muito e passamos a imagem que só temos intenção de jogar o distrital, o que faz pensar novos atletas e equipas a participarem ou não no futsal.

Na percepção do(s) adepto(s), o segundo ano de competição da SIR ia ser o da conquista de mais títulos… neste sentido, porque aceitaram a transferência do José Coelho para o SC Campomaiorense? O que ganhou o Clube?… e o que perdeu o Treinador/equipa?
Não aceitamos a transferência do Coelho porque o processo foi mal conduzido, nós tivemos conhecimento pelo atleta e tudo tentamos para que ele ficasse até ao mês de Dezembro, mas entendemos a posição dele quando o convidaram ofereceram-lhe alguns euros como subsidio e na nossa equipa praticam a modalidade por gosto. O clube foi compensado.
Claro que a equipa e eu com responsável pela mesma ficamos a perder.


O mister Barreto não frequentou os recentes/últimos cursos para Treinadores de Futsal Nível 1, ministrados em Portalegre, o que o levou a não apostar na obtenção desta formação?
Não frequentei o curso de Treinador de Futsal Nivel I, porque o mesmo me ficaria bastante caro, com o valor de inscrição elevado mais as deslocações e como não tenho como objectivo ser treinador remunerado ,nunca teria o retorno da importância despendida.

A ACD Belhó e Raposeira, inscreveu-se para participar nas novas provas dos escalões de formação, na AF Portalegre. Atendendo que a captação de atletas por parte deste clube começou com muita antecedência, porque é que não participaram nas competições?
A captação foi feita e tinhamos a equipa formada, mas quando os miúdos tiveram conhecimento que não podiam jogar futebol 11 e futsal por equipas diferentes, optaram pelo futebol modalidade que já praticam á muitos anos.

Que características técnicas mais aprecia num atleta e num guarda-redes de futsal?
Que seja um jogador de equipa e não individualista, bom caracter, a recepção e o passe. Num Guarda Redes, bom caracter e que comunique com os colegas porque está numa posição chave, concentração e valentia.

O que considera ser o mais importante numa equipa?
Serem humildes, a união, amizade e o querer.

Que evoluções verifica no nosso futsal distrital?
Na minha opinião notasse que os atletas a cada época que passa praticam a modalidade com mais gosto, mais noção da mesma e com mais características de jogadores de futsal, os treinadores e responsáveis das equipas possuem mais conhecimentos, na minha óptica a AFP, Clubes e Arbitragem na sua própria organização não conseguiram acompanhar a evolução da modalidade.

Na sua opinião quais foram os atletas que mais se destacaram esta época?  
Não posso ter uma opinião muito concreta, porque não vi jogos das equipas adversárias sem ser quando jogavam contra nós, mas pelo que consegui ver existem miúdos com futuro na modalidade.

Caso considere que existe um número reduzido de equipas inscritas no campeonato. O que sugere para se alongar a competição?
Sugeria que se fizesse um torneio de encerramento e em cada pavilhão se realizasse uma jornada completa poderia ser uma maneira de divulgar, desenvolver e captarmos mais atletas para a modalidade.

Que opinião tem sobre o actual quadro competitivo do futsal nacional e sobre a extinção da 3.ª Divisão Nacional no final da época 2013/14?
Com os regulamentos que existem não discordo muito dos campeonatos da II e III divisão, já no campeonato da I Divisão terminava com os Play-off. Na época 2014/15 ao acabarem com a III Divisão e pelo conhecimento que tenho é para serem elaborados Séries que favoreçam os Clubes economicamente nas deslocações, se assim for a minha opinião é favorável.

Como “vê” o futuro do futsal no Distrito de Portalegre?
Penso que se deve arranjar uma plataforma entre Clubes e AFP para que uma vez por todas a modalidade consiga dar o pulo que merece, se isso não acontecer muito dificilmente o futsal conseguirá ter muito futuro na AFP.

Qual o potencial do Distrito de Portalegre na modalidade?
O potencial na modalidade passa essencialmente pela formação, mas mais uma vez temos que encontrar uma solução onde os miúdos possam praticar o futebol e o futsal por Clubes diferentes, o futuro passa pelas camadas jovens. Nos seniores a AFP terá sempre uma palavra importante, tentando motivar o regresso dos Clubes e que outros a adiram ao Futsal.

O que nos pode revelar hoje, quanto à possibilidade da ACD Belhó e Raposeira participar no Nacional da 3.ª Divisão da próxima época?
Posso revelar que a possibilidade de participar no Campeonato Nacional da III Divisão é quase uma realidade.

Qual o sistema de jogo que gosta de ver a sua equipa praticar?
O sistema de jogo que mais gosto que a minha equipa pratique é o 1-2-1.

Que episódio(s) jamais irá esquecer em todo o seu trajecto desportivo?
Tenho muitos, mas o que mais me marcou foi num Torneio em Espanha num jogo de uma Final onde um jogador nosso saiu lesionado e o jogo foi a grandes penalidades até ao ponto de todos marcarem e o arbitro obrigou o nosso jogador que saiu lesionado a marcar um penalti e se não o fizesse perdíamos o jogo, ligamos o pé ao atleta, marcou o penalti e fez golo… e ganhamos o Torneio.

O Vitor Barreto enquanto treinador de futsal, que objectivo(s) pretende ainda alcançar?
O objectivo que tinha no pensamento foi alcançado com muita alegria e satisfação agora se for possível, gostava de ter a experiência de um Campeonato Nacional que poderá ser a última época, mas só o tempo vai ou não confirmar se a próxima época será a última como responsável por uma equipa, mas espero ficar ligado ao Futsal.


Para terminar, quero agradecer ao meu amigo João Valente pela oportunidade que me deu e agradecer em meu nome e da ACD Belhó e Raposeira pelo muito que fez e continua a fazer pelo Futsal no Distrito de Portalegre.
Não quero deixar passar esta oportunidade para agradecer a todos os atletas que fizeram parte das equipas que eu orientei e dar mais uma vez os Parabéns aos atletas da minha equipa da presente época pela humildade, pelo grupo e pelo querer.
Aproveito para felicitar todos os Clubes, responsáveis e atletas de todas as equipas que participaram e participam no Campeonato de Futsal desejando que todos juntos possamos fazer do Futsal uma grande modalidade no Distrito.

Um abraço
Vitor Barreto

 
O blog Pixeis de Desporto agradece a disponibilidade do Mister Vitor Barreto para a elaboração deste artigo.

À conversa com...



Convidamos o Mister Vitor Barreto (ACD Belhó e Raposeira) para nos contar como foi a sua caminhada até ao Título de Campeão Distrital da AFP 2012/13 – futsal, e nos dar a conhecer melhor a sua equipa. Aproveitamos também a oportunidade para ir ao baú rever algumas das histórias, bem como saber algumas das perspectivas futuras.
 
Desde já fica este post à disposição dos Seguidores do blog, para que possam colocar as suas perguntas.

As respostas de Luís Papança

Luís Filipe Brasão Cabrita Lopes Papança, treinador de futsal, natural de Évora, tem aos 39 anos um percurso desportivo bastante extenso… em que entre as muitas qualificações que possuí, a dedicação é um dos atributos que se observa nas entrelinhas do seu curriculum… Entre os imensos Títulos que já conquistou (individuais e colectivos), das inúmeras formações em que já participou… começamos por destacar uma que deu recentemente em 2011…

Dar formação para Treinadores de Futsal (Nível I), na qual participaram indivíduos em iniciação bem como indivíduos já com experiência na modalidade. Neste sentido gostaria de saber se para além de ensinar também aprendeu?
- Estamos sempre aprender qualquer coisa e eu normalmente procuro sempre ouvir atentamente novos e velhos, é na troca de idéias que vimos por vezes que há sempre mais qualquer coisa a acrescentar, o misto de experiência e inexperiência às vezes leva-nos a reparar em pormenores que antes não tinhamos reparado.


Considera que existe potencial em Portalegre para termos treinadores para altos patamares nacionais?
- Avaliar os treinadores de Portalegre sem conhecer as suas idéias a sua forma de treinar, modelo de jogo etc é complicado, pelo que conheço existe gente capaz de bons trabalhos pelo seu carácter e conhecimento da modalidade que já se começam a destacar.

 
Para quem possa querer iniciar-se ou actualizar-se na modalidade… o que aconselha?
- Dando o meu exemplo: iniciei-me na internet onde há tanta coisa para procurar, depois procurei literatura e dvd´s mas o que me enriqueceu foi ver in-loco muito futsal e trocar idéias com alguns treinadores, ao principio copiamos tudo e achamos que conseguimos fazer tudo mas em confronto com a realidade ajustamos as nossas ideias ao que os jogadores conseguem fazer.

 
Vamos dissecar o seu curriculum desportivo… de 1985 a 1993 foi atleta de futebol. Que boas recordações guarda desta fase (do escalão Infantis a Seniores)?
- Do futebol guardo essencialmente coisas boas como o convívio o treinar á chuva ao frio mas acima de tudo o gosto pela modalidade, tive bons e péssimos treinadores mas eram todos boa gente, ainda tenho amigos com que joguei nos infantis, pertenci a uma geração de bons jogadores que nos tempos de hoje com melhores condições tinham dado muito ao futebol em Évora mas estavamos numa altura em que a aposta nos jovens era muito pouca, hoje felizmente estamos um pouco melhor.

 
De 1995 a 2000 é árbitro de futebol 11… o que o levou a ser árbitro? E o que reteve com esta experiência?
- A Arbitragem para mim será sempre uma paixão mas infelizmente as cabeças iluminadas deste mundo tem formas de pensar diferente, posso dizer que nalgumas associações temos árbitros que são treinadores, mas em Évora é tudo muito complicado, é de facto uma frustração pois era um bom árbitro …

 
Os cartões de árbitro estão arrumados de vez?
- Não definitivamente, talvez um dia me farte do futsal …..  já tive desses dias.

 
De 1997 a 2001 foi Treinador de Guarda Redes de futebol 11 – feminino. Que notas tira dessa passagem? Sendo o guarda-redes uma posição que requere uma atenção e um cuidado especial, diga porque é que no geral este tipo de treinamento é tão descurado?
- Foi fantástico esse trabalho pois como atleta era guarda-redes e sentia a necessidade de treino diferenciado, é também uma das minhas paixões, esta posição sem trabalho especifico não tem sucesso. A nível de futsal neste momento não me preocupa pois tenho um excelente treinador de guarda-redes em quem confio. Relativamente ao descurar desta posição tem mesmo a ver com a carolisse no futebol, cada vez há menos e alguns dos que há pensam apenas em fazer remates á baliza mas há tanto para fazer e de forma tão simples, basta um pouco de pesquisa para fazer um trabalho razoável.

 
Na época 1999/00 tem a primeira experiência como Treinador principal de futsal (Casa do Benfica em Évora – seniores masculinos) … como surge esta oportunidade?
- A oportunidade surgiu com um grupo de amigos que jogava em torneios de verão, nessa época fomos campeões com 9 atletas que nem sequer treinavam em conjunto.

 
Em 2000 – resolve experienciar uma nova modalidade, tirando o Curso de Treinador de Futsal - Nível I em Leiria, e em paralelo, volta a ser atleta nesta modalidade. É aqui que o futsal ganha espaço para se tornar “um amigo inseparável”?
- Tirar o curso em Leiria foi o primeiro passo para ser o que sou hoje, foi o primeiro curso realizado em Portugal, e fi-lo com um grande amigo que hoje por outros motivos já deixou a modalidade. Os cursos de treinador surgem daquilo que penso ser um notório interesse por aprender sempre mais e não me encostar à bananeira, posso dizer que em quilometros já foram muitos e continuam a ser, este ano já estive em formação em Leiria, Barreiro, Setúbal e já marquei presença em Coimbra, Seixal e Alcochete pois acho que aprendemos sempre alguma coisa.


Em 2004 (AF Algarve) e em 2005 (FPF) obteve os Níveis II e III de Treinador de Futsal, respectivamente. São muitos quilómetros… o que o fez “correr”?
- Quanto ao que me fez fazer estes quilómetros, primeiro em Leiria, depois Algarve e por último Rio Maior foi sem duvida o facto de não haver cursos em Évora, fiz o primeiro curso de treinadores de Nível I em Portugal, depois fiz o Nível II no Algarve e por último o Nível III em Rio Maior, fi-lo por gosto e porque na altura o podia fazer, hoje não voltaria tirar o último curso pois não vale a pena, existem regulamentos mas as associações não os cumprem nem obrigam as equipas a ter treinadores qualificados.


Ganhou o prémio de Melhor Treinador de Futsal Feminino pela AF Évora por 3 vezes (2009, 2010 e 2012) a par de ter ganho todas as competições internas… por 4 anos consecutivos.
“Hoje” consegue entender e explicar-nos porque não ganhou o prémio de melhor treinador em 2011?
- Uma palavra bastava “AZIA”. O regulamento é desajustado e implica a votação dos treinadores, podemos votar em qualquer um, nesse ano fiquei em 3º lugar e este ano devo voltar a não ganhar, mas não é por isso que no Futsal Feminino em Évora vou deixar de ser o melhor, as minhas atletas sabem e isso basta-me. Há formas mais correctas de o fazer e estou disponível para dar ideias.

 
Ser treinador é algo que o realiza pessoalmente?
- Sim, sinto que neste momento sou um bom treinador mas continuo a trabalhar para ser excelente, ainda tenho várias lacunas a colmatar para lá chegar.

 
Actualmente encontra-se a treinar na Associação Académica da Universidade de Évora, um projecto que se iniciou esta época 2012/13. Que objectivos lhe foram colocados? E quais as condições de trabalho oferecidas?
- Ninguém nos colocou objectivos, esses foram traçados por nós e foram cumpridos, o que vier a mais é um ganho. As condições são as necessárias para um tabalhao de sucesso e está á vista.

 
No entanto, a ligação à AAU Évora já vem desde 2001 como Selecionador/Treinador Universitário. Como descreve esta experiência e que resultados desportivos tem obtido?
- Voltei a estar ligado este ano, no período anterior estive presente em duas fases finais na vertente feminina sem sucesso (apesar da presença na fase final já ser um sucesso), registo a vitória á Lusófona equipa que nessa altura não perdia um jogo á 3 épocas.


Este ano, com a conquista do Campeonato Distrital… é Penta Campeão. Que significado tem para si este Título?
- Significa que ninguém tem trabalhado como nós e por isso é de todo merecido, mas é claro que significa muito por ser o primeiro da AAUE e pela aposta que fizeram em nós sem exigências.

 
Tanto se fala de competitividade (ou na sua falta), entende que manter uma competição com equipas filiadas na AFE e na AFP, é a solução ideal para o problema?
- Penso que tem sido muito positiva para ambos, mantém a competitividade e prolonga o período competitivo, falta alterar o formato da competição, na minha óptica o campeonato regular com um play-off até á final á melhor de 3 seria muito vantajoso para todos.


De forma resumida, como foram as participações da sua equipa na Taça Nacional? O que se pode esperar para este ano?
- Foram sempre a melhorar, este ano com este novo formato não sei mas se ficarmos nos dois primeiros lugares no nosso grupo subimos ao Campeonato Nacional o que seria um grande prémio para esta equipa, infelizmente os iluminados da FPF em conjunto com as Associações mais fortes colocam este ano o 2º lugar a disputar este acesso, de outra forma já lá estavamos.


O “sua equipa” transitou toda de um outro Clube da cidade de Évora. Qual o segredo para manter a união?
- Não há segredos, todos gostamos de futsal e queremos continuar a evoluír.


Quando e onde foi a última derrota (ao nível das competições distritais)?
- De cor não sei mas penso que em Março de 2008 daí para cá temos tido “sorte”.


Em relação às médias, que valores apresenta por época de golos marcados e sofridos?
- Nestas cinco épocas com este grupo marcamos 1028 golos e parece-me que sofremos 214.


Este ano, curiosamente existe uma equipa a quem não conseguiu ganhar (por duas vezes). Esta equipa é agora finalista da Taça e vão também disputar a Supertaça da AFE, com a AAUE. Prognósticos?
- Curiosamente não ganhamos mas por demérito próprio e não mérito do adversário apesar da qualidade do mesmo fomos sempre superiores, no primeiro jogo fomos a uníca equipa a querer ganhar mas corremos sempre contra o prejuízo, no segundo tivemos o pássaro na mão mas deixamo-lo fugir a 4 segundos do fim. É costume dizer que os mais fracos galvanizam-se com os mais fortes.


Que tipo de análise prévia faz ou consegue fazer, sobre as equipas adversárias (incluindo as da Taça Nacional)?
- Vamos jogar com a Quinta dos Lombos com quem nunca pontuamos e com o Padernense com quem equilibramos a partida mas ao qual ainda não conseguimos ser superiores, posso dizer que vão ser jogos muito competitivos e vamos jogar cada jogo como se fosse uma final.


Qual o sistema de jogo que gosta de ver a sua equipa praticar?
- Gosto de ver a minha equipa jogar em 3:1, neste momento estamos a trabalhar uma variante com o Pivot Rotativo mas no futuro quero ver a equipa a jogar em 4:0, temos condições só ainda não o pusemos em prática pois no nosso campeonato com equipas muitos fechadas não é concretizável fazê-lo.


O final desta época marca o início de uma nova competição em Portugal para 2013/14, no futsal sénior feminino. Peço a sua explicação para melhor se perceber, o que vai acontecer após o final do Campeonato Distrital?
- Esta época marca o inicio de uma nova era para o futsal feminino com grandes jogos no Campeonato Nacional e a aliciante Taça de Portugal para todas as equipas nacionais. O Apuramento é feito por 24 equipas, as campeãs distritais e os segundos classificados das associações com mais equipas, na primeira fase são compostos grupos de 3 equipas e as 2 primeiras sobem ao campeonato nacional. Quanto ao campeonato distrital permanece igual.


Como define a modalidade – futsal?
- Futsal é paixão, critaividade, emoção e uma grande riqueza tática que o futebol não tem.


O que é jogar futsal? 
- Essa pergunta é para atletas mas eu continuo a gostar de jogar.


Já treinou equipas de futsal masculinas e femininas. Quais as diferenças e semelhanças?
- Ui são tantas é melhor não pormenorizar mas elas são muito sensíveis a qualquer alteração na vida.


Desde a época 2006/07 até 2011/12 que acumulou a gestão técnica de duas equipas seniores em simultâneo. Como conseguia fazer esta coordenação?
- Ao contrário do que pode parecer durante essas épocas não foi difícil mas ocupava-me toda a semana, quem corre por gosto não cansa muito menos quando há resultados positivos.


Temos Campeonatos competitivos, equipas com excelentes prestações na UEFA Futsal Cup, Selecções Nacionais que alcançam excelentes resultados, temos atletas e treinadores portugueses no estrangeiro (e a ganhar provas) e até Selecionador Nacional português noutro País. Na sua opinião quanto vale o “nosso” futsal?
- Na minha opinião tanto os treinadores como os jogadores(as) portugueses(as) são muito criativos, só nos falta mesmo condições financeiras se as houvesse Benfica e Sporting teriam muitas dificuldades em vencer outras equipas pois com mais horas de treino seria mais fácil melhorar e crescer .


O futsal (que “entrou no nosso País” na época de 1985 e chamava-se ” Futebol de Sala”) tem ao longo dos anos vindo a evoluir. A par com o seu trajecto enquanto Treinador, o que lhe apraz assinalar?
- Apraz-me dizer que ainda há muitas barreiras a ultrapassar eu penso que ainda tenho muito por onde evoluir nos métodos de treino, de ano para ano vou melhorando a minha forma de ver o treino e o desenrolar do mesmo.


O dirigismo também evoluiu? Ou ainda há quem queira ganhar Títulos e que se trabalhe “de borla”?
- O dirigismo está igual, grande parte trabalha de borla eu troco esse valor por condições para as atletas foi o que pedi á AAUE.


A modalidade já teve uma Federação própria (actualmente está sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol…) considera que é um assunto que tem de ser repensado?  Porquê?
- Fazia todo o sentido que acontecesse pois o futsal deve ser envolvido de pessoas “crescidas” no meio, neste momente a FPF tem algumas dessas pessoas mas na minha opinião é melhor esperar 3 a 4 anos para ver o que nos trás o novo plano estratégico da FPF para o Futsal e depois podemos tirar conclusões.


A modalidade – futsal, está em franco desenvolvimento ou é apenas uma frase cliché?
- Penso que de alguma forma ainda estamos em desenvolvimento, a reorganização das competições vai trazer mais retorno e penso que nos próximos anos pode voltar a evoluír.


Enquanto Treinador, que momento(s) jamais esquecerá?
- São tantos que torna-se difícil enumerar, espero ainda por aquele que mexa comigo mas por enquanto não consigo colocar nenhum acima de outro, felizmente tenho muitos que não esqueço.


O Mister Luís Papança tem como objectivo ser…

… Seleccionador Distrital?  Não
… Treinador principal de uma equipa na nossa 1.ª Divisão Nacional?  Sim
… fazer parte dos quadros Técnicos da Selecção Nacional?  Não
… Treinador de uma equipa e/ou Selecção estrangeira?  Sim


Por fim...
O que posso dizer é que ninguém é mais sábio que os outros e que o confronto de ideias é muito importante para o crescimento da modalidade, felizmente troco ideias com alguns treinadores e evoluo com isso, não me considero superior a ninguém e não tenho vergonha de perguntar quando tenho dúvidas, ser treinador é estar sempre em actualização e só assim podemos melhorar , é também ouvir os atletas sem receio que muitas vezes eles tenham razão pois muitas vezes eles têm.



O blog Pixeis de Desporto agradece a disponibilidade do Mister Luís Papança para esta "conversa".

À conversa com...


Convidamos o Mister Luis Papança (AA Universidade de Évora) para nos dar a conhecer o seu (longo) percurso desportivo… projectos e aspirações. Vai também nos ajudar a perceber melhor o rumo do nosso futsal.

Fica aberta a sessão aos Seguidores do blog, para que possam também colocar questões.

As resposta de Francisco Beirão

Francisco Beirão, natural de Veiros (Estremoz), nasceu em Setembro de 1970. Desde de 2009 ligado aos escalões de formação do futsal, teve esta época a primeira experiência como treinador principal de seniores.

Começamos por querer saber todo o seu curriculum desportivo.
O meu curriculum desportivo é muito recente, comecei no futsal há alguns anos a convite de um amigo, a orientar uma equipa que participava nos torneios de Verão, quando na época de 2009/2010 me foi feito um convite para orientar a equipa de benjamins da escola do S. L. e Benfica de Sousel, onde participamos no campeonato distrital da A.F. de Évora. No início de 2010 inscrevi-me no curso de nível 1 de treinadores de futsal na A.F. de Setúbal, era meu desejo já algum tempo ter formação na área do futsal, já tinha tentado por duas vezes na A.F. de Évora, mas por falta de inscritos nunca se realizou o curso. Com o patrocínio da C.M. Sousel, e com grande sacrifício lá consegui tirar o curso. Na época seguinte, 2010/2011, continuei em Sousel a orientar a equipa de Benjamins, mas agora com as cores da Soujovem, já que a escola do S.L. e Benfica deixou de existir. Na época que agora terminou, estive a frente de um projeto ambicioso, a convite do Manuel Grosa, e posteriormente pelo Vice-Presidente do S.C. Campomaiorense, Nuno Travassos, onde o principal objetivo foi alcançado, ser campeão e onde vencemos a Super Taça da A.F. Portalegre. Sempre pratiquei desporto, mas a nível federado só no futebol 11, no já extinto F.C. Veirense no escalão Juvenil, no campeonato da INATEL no distrito de Évora.

Treinar uma equipa sénior de futsal federada, era um dos seus objectivos?
Claro que era um dos objetivos, depois de ter formação e alguma experiencia o percurso era esse, não esperava que fosse tão rápido, e logo numa equipa de topo do distrito como é o S.C. Campomaiorense. Um ano antes tinha sido sondado por outra equipa, do distrito de Évora, mas achei que ainda era cedo, e estava a adorar trabalhar com os miúdos em Sousel, por isso não passou de uma sondagem. Esta época, apesar de pensar, que talvez ainda fosse cedo para assumir uma equipa sénior, a confiança que as pessoas depositaram em mim, e os objetivos do clube, as condições de trabalho que me ofereceram e outros fatores que não interessa falar, levaram-me a aceitar o convite.

Era seguidor atento da competição sénior distrital da AF Portalegre?
Quando podia, tentava ver alguns jogos em Sousel, e através do blog Pixeis, ia tentando estar informado, como estava envolvido com escalão de formação, e competia noutro distrito, confesso que não era um profundo conhecedor da competição.

Agora que esteve envolvido de forma directa, que opinião passou a ter sobre a competição sénior distrital?
Um campeonato com 7 equipa, não se pode dizer muito. Um campeonato muito curto, com muitas paragens pelo meio, que não é benéfico para ninguém, desmotiva os jogadores que querem competição, prejudica o trabalho dos treinadores, que por vezes querem trabalhar nessas alturas, e não aparecem todos os jogadores fruto dessa mesma desmotivação, e naturalmente há quebras de competitividade. Outro ponto que acho importante para o crescimento do Futsal, são as arbitragens, o Futsal só cresce, se houver uma evolução de todos os agentes envolvidos, e nesta área há pouca formação. Não pode uma pessoa dirigir um encontro, quando não sabe as leis de jogo, e vi muitas situações este ano. Claro que a culpa não são das pessoas que são nomeadas para tal, mas sim da A.F. Portalegre, não tem recursos humanos que cheguem? Promova formações ao nível da arbitragem de Futsal, porque a modalidade tem que ser tratada com respeito, o Futsal não é um jogo de Futebol 11 com menos jogadores em campo.

O que conhecia do grupo de trabalho que ia encontrar?
Quando comecei a planear a época muito pouco, mas depois fui recolhendo informação que me foi muito útil no início dos trabalhos.

O que conhecia dos adversários (Clubes) e com que opinião fica agora?
A equipa que conhecia melhor, por motivos óbvios, era a Soujovem, sabia que tinham uma grande equipa e que eram candidatos a vencer o campeonato, das restantes equipas pouco sabia ao início, mas tentei recolher informações. À partida, juntamente com a Soujovem, a Belhó a Povoa, e nós, eram os candidatos ao titulo, havendo uma equipa que poderia provocar alguma surpresa, o Nisa, a Terrimponente e o Alter, por vários motivos, seriam as equipa menos fortes. A minha opinião não mudou muito, só a Belhó, pelo final de época é que surpreendeu pela negativa. E claro que tinha que salientar o feito da Terrimponente, ter conquistado a Taça, ao eliminar a Soujovem em Sousel e batendo a Povoa na final.

E de atletas, quem destaca?
Não gosto de individualizar ninguém, gosto de falar no grupo, e ai fomos fortes e conseguimos ultrapassar as dificuldades. Mas não ficaria bem da minha parte, se não elogia-se o Carlos Gil, neste caso não pelos resultando desportivos, esses são de todo o grupo, mas sim pela disponibilidade que demostrou, deixando situações difíceis da vida particular para trás em prol do grupo.

Na caminhada para o Título de Campeão Distrital... qual ou quais as fases mais complicadas que a equipa teve?
Após o jogo com o Nisa, onde empatamos o jogo, onde fizemos cerca de 60 remates e marcamos um só golo, criou-se uma certa insegurança na finalização, e no jogo com a Belhó em casa, onde podíamos ter deitado tudo a perder, a Belhó com a vitória em nossa casa ficou só a depender de si para vencer o campeonato, um jogo onde entramos com os níveis de confiança demasiado elevados, e mais uma vez a falta de confiança na finalização.

O SC Campomaiorense ganhou o Campeonato e a Supertaça... entende que foi de forma inequívoca a melhor equipa em competição?
Para mim quem chega ao fim e vence, é sem duvida a melhor equipa, como quem ganhou a taça foram os melhores no percurso e na final.

Que aspetos entende que (ainda) vão ter de ser melhorados?
Não vou responder a essa questão, mais à frente vai entender o porquê.

Para um n.º reduzido de equipas em competição... justificava-se fazer play-offs, por exemplo com os 4 primeiros classificados?
Porque não, para dar mais competição às equipas, se fazem na 1ª divisão, acho que o poderiam fazer no distrital.

Que características técnicas mais aprecia num atleta de futsal?
O passe e a recepção sem duvida, no futsal são duas características fundamentais para um jogadores, já no GR é saber defender em defesa/baixa.

Como está a ser preparada a nova época?
Não estou a preparar a época, pois estou sem clube, o S.C. Campomaiorense comunicou-me que este ano vai suspender o Futsal.

Que futuro antevê para o nosso futsal?
Como já disse, sem formação dos agentes desportivos (treinadores, dirigentes, árbitros, etc) o Futsal não terá muito futuro, a criação de campeonatos de escalões de formação é essencial para o desenvolvimento da modalidade, e não sei se isso está a ser preparado. Quanto ao E.F.C. na 3ª divisão já é uma certeza, por isso prevejo mais uma boa época, com luta para a subida, só o clube saberá, mas este ano demostraram que tinham capacidade para subir.

De que forma actualiza os seus conhecimentos técnicos?
Na leitura de livro relacionados com Futsal, DVD e internet que é uma excelente ferramenta. Gostaria de tirar o nível 2, mas ir novamente para Setúbal ou Lisboa, é muito cansativo e dispendioso. As associações de Évora e Portalegre em conjunto podiam promover esse curso, de certeza que iriam ter candidatos suficientes.

Treinar os escalões de formação ou treinar seniores… qual lhe dá mais “gozo”?
Qualquer um me dá prazer, na formação, a evolução do miúdos é o mais importante, para mim é uma vitória chegar ao final e ver que valeu a pena trabalhar para o crescimento deles, e não ganhar jogos, porque quem trabalha escalões de formação, pelo menos até aos iniciados, a vertente competitiva tem que vir em segundo lugar. E no seniores é a parte competitiva, conseguir os objetivos traçado pelo clube.

Que episódio(s) jamais irá esquecer em todo o seu trajecto desportivo?
O dia que nos sagramos campeões, é o dia mais marcante desde que ando no Futsal, como é o 1º Título ficará marcado, e ainda mais pelo SCC que é um clube que sempre admirei.

O Francisco Beirão treinador de futsal...com o que sonha atingir um dia?
Eu não sou muito de sonhar com o futuro, tenho uma vida profissional que me ocupa muito tempo, e a disponibilidade não é muita, por isso o trajeto é traçado dia-a-dia, agora não tenho nenhum projecto, se aparecer algum irei estuda-lo e logo tomarei decisões, esse é o meu caminho no Futsal.


Por fim... queria agradecer ao Clube, neste caso ao Manuel Grosa e Nuno Travassos por terem confiado no meu trabalho e o apoio que me deram, a todo o grupo de trabalho, jogadores, massagistas, roupeiros, e aos que me sempre apoiaram, família e amigos.
Endereçar os votos de um bom trabalho, a todos os que vão estar envolvidos na próxima época, e que consigam os seus objetivos. E por último um muito obrigado ao João por esta oportunidade, e parabéns pelo excelente trabalho que tem desenvolvido.

Um Abraço,
Francisco Beirão


Agradecemos ao Mister Francisco Beirão a disponibilidade para esta "conversa", bem como o contributo que deu ao longo da época.

À conversa com...


Francisco Beirão - treinador da equipa de futsal do SC Campomaiorense. Natural de Veiros, tirou o Curso de Treinador em Setúbal. Este ano, pela primeira vez, integrou e liderou uma equipa federada no escalão de sénior.
Como habitualmente e apartir deste momento, fica aberta a sessão para quem quiser colocar questões.

As respostas de João Borrego

Começamos por te pedir que nos contes todo o teu percurso desportivo?
Desde cedo nasceu o meu amor pelo futebol. Desde de pequeno andava sempre com uma bola atrás. A carreira como federado começou aos 8 anos no clube da terra ao que sucedeu uma paragem de 3 anos até jogar novamente federado no Tolosa. Seguiram-se Alpalhão (infantis e 1º ano de iniciado), Desportivo de Portalegre (Iniciados e no fim da época chamado aos juvenis), novamente Alpalhão e Nisa (juvenis e juniores). Nestes anos ocorreram alguns convites para jogar a um nível mais alto (nomeadamente do Nacional da Madeira) mas infelizmente não se concretizou. Seguiu-se a passagem para os séniores onde integrei a equipa do Alpalhoense durante 7 anos, e apesar de quase todos os anos ter tido convites (alguns para ganhar um dinheirito nunca aceitei pois sempre fui muito bem tratado naquele clube e nunca foi por dinheiro que joguei futebol). Em 2009 tive um convite para ir treinar ao Lagoa da 2ªB, mas devido a compromissos profissionais acabei por declinar, pois também não era certo que ficasse no plantel. Devido a alguns atritos com o treinador e também por muita culpa minha a última época no Alpalhoense não correu como desejado e aceitei ir para o Nisa Futsal Clube onde passei os meus últimos 2 anos. A primeira época não correu de feição com algumas lesões pelo meio e adaptação ao jogo. Esta segunda época já correu melhor fazendo bons jogos e marcando golos, isto apesar da época não correr da melhor forma para a equipa pois tínhamos expectativas de mais e melhor. Na próxima época não sei se continuarei a jogar futsal ou se irá ocorrer um retorno ao futebol de 11, pois apesar de sermos amadores gosto muito de treinar e de levar as coisas mais a sério, algo que este ano não ocorreu, e daí alguns resultados menos positivos. Para falar da minha curta carreira de treinador tenho de começar por referir que comecei a treinar em Nisa o Andebol (com o Luís Andrade) e o Gira-vólei, onde conheci alguns dos jogadores que agora integram a equipa juvenil do Nisa Futsal Clube e desenvolvi o meu amor por trabalhar com jovens, e que este ano pediram para eu ser o treinador, algo que tive de aceitar e que me deixou muito orgulhoso. E foi uma grande experiência ter treinado estes jovens.


A época passada fizeste parte da equipa técnica sénior do Nisa FC. Esta época assumiste a de juvenis... de que forma essa experiência foi uma mais valia?
Todas as experiências são boas para nós, pois conseguimos sempre aprender coisas novas a cada treino e a cada jogo que passa. Sem dúvida que as experiências foram uma mais valia, devido à aprendizagem que tive sobre o jogo e sobre o treino (neste caso aplicação e aprendizagem de novos conhecimentos). Só tenho pena de não haver mais treinos semanais e assim haver uma melhor preparação das equipas para a competição, pois com dois treinos semanais torna-se complicado trabalhar tudo numa única semana fazendo com que os microciclos de treino terem de ser maiores e dificultar um pouco as coisas. Mas sem dúvida que foi uma experiência enriquecedora e que me acho um pouco melhor treinador e com um pouco mais experiência o que é muito bom para inicio de carreira. Foi sem dúvida alguma, muito bom ter sido treinador de futsal esta época.


Tens curso de Treinador de futsal? A experiência acumulada faz-te sonhar em um dia ser treinador dedicado à modalidade?
Ainda não tirei o curso de treinador de futsal ou de futebol de 11. Na nossa zona existem poucas possibilidades e isso dificulta e muito a nossa vida. Falo do futebol mas também posso dizer que noutras modalidades é igual, nomeadamente o andebol, onde temos de ir para fora para fazermos esses cursos, mas como não vivemos disto torna-se muito difícil conseguirmos fazer esses cursos. Isto talvez seja das coisas que as Federações têm de trabalhar mais e melhor. É muito importante que na nossa zona surgam essas possibilidades, pois é necessário começar a surgir novos treinadores neste distrito de forma a conseguirmos evoluir o nosso distrito. Sem dúvida nenhuma que gostaria de poder vir a ser um treinador dedicado ou ao futsal ou ao futebol de 11 ou mesmo ao andebol (algo que tenho gostado muito) mas sei que é uma tarefa muito difícil, pois existem muitas pessoas com esse sonho e com muito talento por esse Portugal fora e com as dificuldades que passamos muitos clubes vão deixar de existir e assim menos possibilidades iremos ter para se conseguirmos fazer carreira como treinador. Mas não podemos baixar os braços e lutar e trabalhar para atingir esses objetivos.

Como defines a modalidade?
A modalidade de futsal para mim é das que mais emoção tem, tanto ao participar como a assistir. A incerteza no resultado até ao final, a possibilidade de o jogo mudar de vencedor em poucos minutos, a maneira como se vive o jogo tanto da parte dos jogadores com dos adeptos, são alguns dos segredos para o sucesso e aumento de popularidade desta modalidade e que a meu ver irá continuar a aumentar tanto em número de adeptos como de praticantes. São estas coisas que acho fascinante nesta modalidade e que foram um atrativo para mim, para além do gosto enorme que tenho em praticá-la.
Como atualizas os teus conhecimento?
Atualizo os meus conhecimentos lendo na internet ou livros, vendo jogos, jogando, e falando com as pessoas ligadas à modalidade. Sem dúvida que este é um dos aspetos mais importantes para o nosso crescer como treinadores, pois quase diariamente surgem novas ideias sobre as várias componentes que constituem o treino e o jogo. Uma pessoa que me ajudou muito foi o treinador Carlos Ventura (treinador dos seniores) com o qual aprendi muito como jogador e tentei transmitir esses conhecimentos aos meus jogadores. Posso dizer que copiei algumas coisas e acho que não é vergonha nenhuma afirmar isso, quando achamos que é o melhor temos de dar o “braço a torcer” e aplicá-las.


Qual o sistema tático preferencial?
Este ano o sistema tático usado foi o 3x1, com grande movimentação por parte dos alas e do pivô (mais livre de movimentação) e em que o nosso fixo mantinha sempre a posição excepto nalgumas jogadas, sistema que também já vinha a ser usado por esta equipa nas épocas anteriores. Este sistema permitiu-nos sempre ter a nossa defesa mais resguardada (normalmente 2 jogadores), o que se tornou fundamental para sermos uma das melhores defesas do campeonato, e resistir a alguns contra-ataques das equipas adversárias. Não estou a dizer que é o meu sistema favorito mas acho que é aquele que é mais fácil de ensinar e de aprender por parte dos jovens e ao mesmo tempo de fácil execução, além de terem de aprender a fazer diagonais e paralelas durante todo este processo (algo que é muito importante na modalidade). O que é certo é que tivemos bons resultados, mas claro que não teve só a ver com o sistema tático, mas sim com outros fatores, como as estratégias ofensivas e defensivas (muita gente confunde com sistema tático), cantos, lançamentos laterais, marcação de faltas, posicionamentos, jogadas, entre outros e claro os jogadores.

Quantas vezes treinam por semana?
Treina-mos somente 2 vezes por semana (1h e 30 minutos) o que como já referi é muito pouco e acho que com 3 a 4 treinos semanais, talvez tivéssemos ido à final do campeonato. Tenho o exemplo do Andebol em que treinamos 3 vezes por semana com miúdos dos 6 aos 12 anos e o que é certo é que neste momento somos das melhores equipas de todo o Alentejo, só superada pela equipa de Évora que é uma equipa de cidade e tem muito mais recursos, praticantes e historial.


Os guarda-redes fazem treino especifico?
Sim os guarda-redes faziam treino especifico com o meu adjunto Carlos Felício. Já lá vai o tempo em que os guarda-redes apenas serviam para treinar os remates e para a mítica peladinha. Cada vez é mais importante trabalhar todas as características individualmente, e os treinos específicos de guarda-redes são muito importantes para o desenvolvimento dos mesmos.

Como defines a competição e as equipas deste escalão?
A competição está muito bem organizada e decorreu sempre sem nenhum problema. Das equipas que participaram no campeonato gostaria de destacar a equipa de Alcaria, uma equipa muito bem organizada e com bons valores individuais. A nossa equipa a par da equipa do Retaxo eram as duas equipas que podiam fazer frente à equipa do Alcaria, infelizmente não foi a nossa que foi a final. As restantes equipas eram mais fracas que as restantes, mas como sabemos qualquer equipa em sua casa causa sempre muitos problemas e foi o que nos aconteceu e que nos criou algumas dificuldades para atingirmos os 4 primeiros.


O facto de competirem num distrito diferente daquele onde estão filiados…faz com que as deslocações sejam desgastantes?
Sem dúvida que é um fator de desgaste muito grande uma vez que cada vez que jogávamos fora os jogos realizavam-se de manhã o que fazia com que nos levantássemos muito cedo e ainda fazer algumas viagens longas. Fizemos 3 deslocações de mais ou menos 100 km e ter de levantar logo às 7 da manha, comer aquelas horas, chegarem aos jogos com fome mas não poder comer, fez com que se calhar alguns jogos corressem menos bem. Cada vez que jogávamos fora almoçávamos em Castelo Branco, em que cada jogador pagava a sua refeição.


O que houve de positivo e quais as maiores dificuldades encontradas esta  época?
De positivo tenho a destacar o desenvolvimento dos jogadores (no meu ver aprenderam muito, tanto os jogadores de campo como os guarda redes), o relacionamento com eles e sem dúvida o terceiro lugar alcançado. As dificuldades encontradas foram sobretudo relacionadas com o treino em que só fazíamos 2 treinos semanais, e também com alguns maus hábitos que certos jogadores tinham na véspera dos jogos, mas felizmente foram ultrapassados.


Este equipa na próxima época, em que escalão vai participar?
Se para o ano houver equipa, acho que irá participar no escalão de juniores.


Um comentário aos jogos entre o Nisa FC e ADR Retaxo, da meia-final para apuramento de Campeão.
Nos jogos da meia-final contra o Retaxo, penso que o jogo que o primeiro jogo em casa acabou por influênciar a eliminatória. No primeiro jogo até chegarmos à igualdade a 1 estivemos sempre por cima do jogo, a partir daí ouve um desmoronar enorme na equipa o que levou a ficar um resultado tão dilatado ao fim do jogo. Devido a este resultado jogámos um pouco com medo no segundo jogo e apesar de chegarmos empatados a 0 ao intervalo não conseguimos surpreender na segunda parte. Mas parabéns ao Retaxo que mostrou ser melhor nos dois jogos.


Para a modalidade ter em definitivo o seu espaço próprio, o que falta para se afirmar?
O que faz mais falta para ganhar ainda mais espaço no mundo do desporto é haver clubes que apostem nos escalões mais jovens e não digo a partir dos 12 ou 13 anos, mas sim desde os 6 ou 7 e só assim conseguiremos cativar mais pessoas para o futsal, e dai chegarem a séniores e quererem jogar futsal e não futebol de 11. Por exemplo quase todos ou todos mesmo, os jogadores que jogam no distrital de futsal de Portalegre fizeram formação no futebol de 11.


O que entendes ser necessário para haver mais escalões de formação e competição em futsal, no distrito de Portalegre?
Tal com respondi na pergunta anterior faltam clubes que apostem no futsal, mas também sabemos que a falta de verbas faz muita diferença.


(Fábio Vaz) A equipa poderá vir a ser uma grande referência no escalão sénior do Futsal Distrital de Portalegre daqui a uns anos. Gostava de saber se concordas comigo, e já agora de saber a tua opinião!?
Sem dúvida que poderá vir a ser um referência a nível distrital no escalão sénior do futsal, isto se continuarem a apostar neles, se eles não perderem o gosto pela modalidade, se quiserem fazer os sacrifícios necessários, trabalhar muito, querer aprender. Gostaria, e até acredito que 2 ou 3 podem chegar mais longe do que o distrital.

Para finalizar, gostaria de agradecer em meu nome e do Carlos Felício a todos os adeptos de futsal em especial os de Nisa que acreditaram em nós e também aos que não acreditaram. Gostaria de pedir à equipa que continue junta e que trabalhe muito para chegar aos seus objetivos. Por fim gostaria de pedir aos dirigentes que não deixem acabar uma modalidade que tem vindo a crescer e que tanto tem feito pelo nosso distrito.

À conversa com...


João Borrego - treinador da equipa de juvenis do Nisa Futsal Clube.
A equipa finalizou de forma brilhante a 1.ª fase do Campeonato Distrital na AF de Castelo Branco nos quatro primeiros classificados, pelo que agora está na luta pelo Título Distrital.
Como habitualmente nesta nossa rubrica, damos espaço a que os Seguidores do blog possam colocar questões...

Entretanto, convidamos o Mister João Borrego a fazer o balanço da 2.ª volta do Nisa Futsal Clube no Campeonato...  "Na segunda volta com a equipa mais compacta defensivamente e que ofensivamente não falhava tanto, os resultados apareceram e as boas exibições também. A forma de se verificar isso são os números e os números dizem que nesta segunda volta fizemos mais golos, sofremos menos, logo os resultados foram diferentes, uma derrota, dois empates e 3 vitórias, resultando 11 pontos contra apenas 5 pontos da primeira volta. Uma das coisas que conseguimos mudar muito foi a mentalidade dos jogadores, em que tentamos fazer-lhes ver que noitadas antes dos jogos resultam sempre em maus resultados. Isso verificava-se muito entre eles, mas felizmente mudaram e com isso os resultados também. Outra das coisas que melhoramos (apesar de nalguns jogos da primeira volta também se verificar) foi a entrega nos jogos, o querer deles em atingir os objectivos. Agora que os objectivos foram atingidos (ficar nos quatro primeiros), é tentar ultrapassar o Retaxo e chegar à final, algo que sabemos que só com muito trabalho e dedicação será possível de alcançar. Vai ser um jogo a duas mãos, primeiro em Nisa e depois no Retaxo. Jogando primeiro em casa e só depois no Retaxo, temos a possibilidade de trabalhar para um bom resultado, o que traria boas possibilidades para passar, apesar de sabermos que qualquer resultado não faz com que estejamos apurados ou eliminados. Acho que vai ser uma eliminatória equilibrada, tal como sucedeu no dois jogos do campeonato (2 empates). A equipa que cometer menos erros defensivamente ganhará certamente. Resta-nos trabalhar muito de modo a conseguirmos atingir o sonho de jogarmos a final."