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domingo, 4 de novembro de 2012

Monster High 2 - Os Zombies do Lado, Lisi Harrison [Opinião]




Título Original: Monster High – The Ghoul Next Door
Autoria: Lisi Harrison
Editora: Contraponto
Nº. Páginas: 214
Tradução: Irene Guimarães


Sinopse:

Cleo está furiosa com Frankie e Melody: não param de lhe roubar o protagonismo e estão a passar a sua reportagem de moda para segundo plano, com um filme em que os DAR vão ser os protagonistas. 
Frankie deixou-se levar por Brett uma vez e jura a si mesma que isso não vai voltar a acontecer. A verdade é que não tem outra opção, pois Bekka continua agarrada ao ex como película aderente. Contudo, quando Brett surge com um plano que podia ajudar os DAR a obterem a liberdade, as faíscas entre os dois soltam-se e Bekka não olha a meios para apagar as chamas... mesmo que isso implique destruir toda a comunidade de monstros.
O relógio não pára... Melody tem um prazo limitado para salvar o namorado, Jackson, de ser denunciado por Bekka, desejosa de vingança. No entanto, Cleo está a dificultar as coisas aos DAR... um grupo com o qual Melody suspeita ter mais em comum do que alguma vez pensara. 


Opinião:

Quem nunca desejou ser diferente?
E quem nunca ansiou por um pouco de normalidade?
Seja como for, o importante é sermos capazes de aceitar cada uma das nossas peculiaridades, e aprendermos a viver com todas elas. E é nesse aspecto que acredito que este livro atinge a sua maior amplitude, ao lançar pequenas mensagens, pequenos ensinamentos e reflexões sobre como é ser-se distinto bem no centro de uma comunidade onde tudo o que não é comum, tudo o que não é conhecido ou popular, tem necessariamente de ser errado.

Monster High – Os Zombies do Lado trata-se da electrizante continuação de uma série que veio revitalizar a palavra «monstro», dando-lhe uma conotação tanto divertida quanto, no mínimo, peculiar. Acompanhando as consequências dos acontecimentos ocorridos no volume anterior, o leitor vê-se agora a par com o frenesim imparável de uma Melody que luta pela segurança do seu namorado, com o egoísmo e decréscimo de protagonismo de uma Cleo que prefere concentrar as suas atenções nas jóias da família, e com uma tomada de atitude por parte de uma Frankie tímida e contida, que vê finalmente surgir a sua oportunidade de revelação.
Lisi Harrison possui um estilo muito próprio e inconfundível, ao abordar a adolescência de forma directa e até algo enigmática, o que cria uma certa dinâmica bastante apreciada que, por sua vez, permite a um público ligeiramente mais velho e maduro desfrutar, em igual medida, desta leitura. O seu humor é delicioso e o modo como conjuga, na perfeição, drama, romance e suspense é de se louvar, tendo em conta o género e a camada de leitores que se pretende alcançar.

Grande parte do interesse deste romance com laivos de sobrenatural reside, precisamente, na extensa e espectacular comunidade DAR que vem agraciar um universo sem dúvida juvenil com uma perspectiva singular de como a vida deve ser encarada – principalmente quando se é diferente –, e do que estão dispostos a fazer, a ceder, para serem respeitados e aceites por todos. Lutando pelos seus direitos, ainda que sem revelarem o seu verdadeiro eu, estes fabulosos seres irão não somente surpreender o leitor com todos os truques e maravilhas que escondem dentro da manga como, e em igual medida, irão espicaçar a curiosidade do leitor, deixando-o sequioso por saber o que irão eles fazer a seguir, como serão as suas reacções face as últimas novidades escandalosas e até que ponto conseguirão manter-se unidos, fortes, contra uma realidade poderosa em preconceito e escrutínio. Em concordância com os DAR encontram-se os NUDI, uma pequena associação de humanos que valoriza estas criaturas e que luta pela harmonia entre as duas espécies mas, infelizmente, a sua voz não é suficientemente clara, suficientemente audível para quebrar as frustrações, medos e decepções que, de uma forma ou de outra, atacam por todos os lados.

A linguagem é outra das componentes mais atractivas nesta obra, apelando ao lado mais jovem que existe em cada leitor. As várias referências à cultura pop voltam a preencher o enredo de forma fantástica, e a própria locução desinibida das personagens, a par com a narração, somente vem conferir hilaridade a uma história que na sua essência se constrói por observações mistificadas da realidade actual. Contudo, a recta final de Monster High – Os Zombies do Lado deixa uma certa sensação agridoce pelo simples facto de não existir um desfecho em concreto. Temos uma situação que deixa uma série de questões em aberto e, de um momento para o outro, é lançada uma segunda bomba arrebatadora que deixa o leitor em comoção antes de a última página ser voltada e o fim do segundo volume ganhar dimensão face a curiosidade e a necessidade de mais informação que fica estática, que fica em suspenso, por parte do leitor.

Quanto a mim, é sempre agradável ler um pouco mais sobre personagens tão apelativas e invulgares quanto Frankie, Cleo ou Lala, para nomear algumas, e embora esta seja uma série decididamente juvenil, com cenários e comportamentos próprios da camada estudantil, é com relativa facilidade que percorro estas páginas e me divirto com acontecimentos que tanto têm de inesperado quanto de interessante. Ainda assim, Monster High é uma leitura que recomendo maioritariamente à camada mais nova de leitores, no sentido em que muitas das mensagens contidas nas entrelinhas serão melhor empregues e assimiladas por aqueles que, diariamente, se deparam com o mesmo tipo de situações e dilemas que estas personagens.
Uma aposta inteligente e particular por parte da Contraponto que, sem dúvida, continua a pontuar pela diferença.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Monster High, Lisi Harrison




Título Original: Monster High
Autoria: Lisi Harrison
Editora: Contraponto
Nº. Páginas: 222
Tradução: Irene Guimarães


Sinopse:

MELODY CARVER

Nariz novo
— Paixoneta (para ser levada a sério) por Jackson, o novo vizinho geek-chic
— T-shirt vintage, calças de ganga pretas e Converse rosa

Melody e a família trocaram Beverly Hills pelo ar puro de Salem, Oregon. Depois de deixar para trás um nariz “bossa-de-camelo” e ataques de asma constantes, Melody é finalmente “uma menina bonita” em Merston High. Só é pena que se sinta uma fraude... até que conhece Jackson. Mas não estará também ele a esconder um segredo?
E poderá esse segredo estar relacionado com os bizarros rumores sobre... as visões de um monstro?


FRANKIE STEIN

—  Novo... bem, tudo é novo
— Sonhos com Brett — que tem uma namorada superciumenta
—  Conjunto de calça e casaco em tecidos ásperos (embora prefira minissaia e top de caxemira)

Frankie viver toda a sua vida em Salem — mesmo que isto signifique apenas quinze dias de existência. Sai então à conquista da escola, de rapazes e de lojas de roupa, precisamente por esta ordem. Mas infelizmente, as pessoas assustam-se com a cor de menta da sua pele, em vez de se deixarem impressionar pelo seu eléctrico sentido de moda. Se Frankie se quiser encaixar como uma pessoa normal em Merston High, terá de esconder um segredo monstruoso.
Mas em vez disso, ela prefere arriscar tudo por um beijo roubado — uma asneira que lhe pode sair muito cara.

Melody e Frankie vão tentar tornar o freak chic. Mas estarão os normais de Merston High preparados?

E poderá um monstro sobreviver num mundo normal?


Opinião:

Monster High – Uma Escola Diferente é, sem sombra de dúvida, um livro direccionado para um público mais juvenil. Contudo, tendo como base uma escrita divertida e até cómica, com inúmeras referências ao mundo das celebridades, música pop e cinema actual, torna-se difícil impedir um folhear compulsivo de página atrás de página.

A verdade é que parti para a leitura deste pequeno e visualmente atractivo livro quase sem expectativas, unicamente levada por um curto vídeo acerca das suas personagens encontrado no facebook da editora e uma sinopse de chamar a atenção, e talvez tenha sido por isso que terminei a narrativa com um gigante sorriso na cara e uma vontade imensa em descobrir o que vai acontecer a seguir, uma vez que a história sofreu o corte final num momento de puro deleite e curiosidade. Com uma ideia geral engraçada, movida por uma mensagem muito forte sobre a superficialidade da aparência exterior e a aceitação de todo e qualquer tipo de pessoa (seja aspecto ou personalidade), sem recearmos sermos quem realmente somos, Monster High acaba por ser uma via humorística e suave de introduzir, novamente, todos estes temas numa sociedade que, a cada minuto, peca mais pela ignorância e pelo egoísmo. Assim, encaro este livro não só como uma história gira e diversamente pontuada por gargalhadas ainda que direccionada a uma camada mais jovem da sociedade, mas também como um alerta para a comunidade em geral em que vivemos. E penso que tal chamamento não podia ter sido feito de melhor maneira, usando todos os pormenores importantes e misturando-os com uma narrativa suave, energética e inteiramente esclarecedora acerca da juventude de hoje em dia, do primeiro amor e dos anos de Liceu que já lá vão...

As personagens são simplesmente fabulosas. É nas suas caracterizações e personalidades tão distintas que vemos a real mestria de Lisi Harrison. É nelas que está a sua criatividade máxima, a sua juventude e o seu carisma. Com um leque tão vasto e distinto, é com muito prazer que devoramos as páginas em busca de mais acção, mais informação, mais destreza por parte destas pessoas imaginárias. Assim, temos presente duas personagens principais que acabam por ser um antagonismo uma da outra: por um lado temos Frankie Stein, descendente da linhagem do verdadeiro Frankenstein, com os seus parafusos e costuras, tom de pele verde menta e informação adquirida artificialmente, e por outro lado conhecemos Melody Carver, uma jovem normal, com os seus problemas de adolescente, o primeiro grande amor e a primeira operação plástica que a deixa totalmente nova e vazia. Adicionando elementos figurativos como uma múmia, uma vampira, uma monstro do lado, uma descendente dos homens lobo e um filho da medusa, só pode significar risada certa e é esse o segundo aspecto importante desta obra. Por ser tão leve e de rapidíssima leitura, com personagens diferentes daquilo a que estamos acostumadas (e ainda para mais todas elas juntas num só livro), esta pequena preciosidade de Lisi Harrison acaba por ser uma lufada de ar fresco. Gostei imenso deste livro e penso que aquecerá o coração de qualquer jovem e até, vou arriscar dizer, qualquer jovem-adulto/adulto. Simples, emotivo e emocionante ... é uma história a ler. 
Gostei muito. 
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