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domingo, 27 de outubro de 2019

Georg Trakl - poesia alemã

Delirium

Der schwarze Schnee, der von den Dächern rinnt;
Ein roter Finger taucht in deine Stirne
Ins kahle Zimmer sinken blaue Firne,
Die Liebender erstorbene Spiegel sind.
In schwere Stücke bricht das Haupt und sinnt
Den Schatten nach im Spiegel blauer Firne,
Dem kalten Lächeln einer toten Dirne.
In Nelkendüften weint der Abendwind.
(Georg Trakl)
Delírio

A neve negra que escorre pelos telhados;
Um dedo vermelho mergulha na tua testa,
No quarto despido afundam-se nevadas azuis -
Os espelhos mortos dos amantes.
Em pesados pedaços se desfaz a cabeça e contempla
As sombras espelhadas na nevada azul,
O sorriso frio de uma prostituta morta.
No perfume do cravo chora o vento da noite.

(Tradução de J. Carlos Teixiera – Georg Trakl in Gedichte, 1912-1914, aus dem Nachlass)

domingo, 18 de agosto de 2019

paisagem


Noite setembrina. Tristes, os gritos obscuros dos pastores
entoam através da aldeia que escurece.  O fogo faísca na forja.
Enorme, um cavalo negro empina-se; as tranças jacintinas da moça
perseguem o fervor das suas ventas purpúreas.
Silencioso, o grito da corça congela na orla do bosque
e as flores amarelas do outono
inclinam-se , mudas, sobre as faces azuis do lago.
Na chama vermelha arde uma árvore; os morcegos esvoaçam com rostos sombrios.

(Georg Trakl)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Georg Trakl, novamente

CALMA E SILÊNCIO

Pastores enterraram o sol na floresta nua.
Um pescador puxou a lua
Do lago gelado em áspera rede.

No cristal azul
Mora o pálido Homem, o rosto apoiado nas suas estrelas;
Ou curva a cabeça em sono purpúreo.

Mas sempre comove o vôo negro dos pássaros
Ao observador, santidade de flores azuis.
O silêncio próximo pensa no esquecido, anjos apagados.

De novo a fronte anoitece em pedra lunar;
Um rapaz irradiante
Surge a irmã em outono e negra decomposição.

(tradução: Cláudia Cavalcante)

domingo, 19 de julho de 2009

trakl

NACHTLIED

Des Unbewegten Odem. Ein Tiergesecht
Erstarrt vor Bläue, ihrer Heiligkeit.
Gewaitig ist das Schweigen im Stein.

Die Maske eines nächtlichen Vogels. SAnfter Dreiklang
Verklingt in einem. Elai! dein Anlitz
Beugt sich sprachios über bläuliche Wasser.

O! ihr stillen Spiegel der Wahrheit.
An des Einsaman elfenbeinerner Schläfe
Erscheint der Abglanz geíallenerEngel.

(Gerge Trakl)

CANÇÃO NOTURNA

O hálito do imóvel. Um vulto rígido
de animal no azul, sua santidade.
Poderoso é o silêncio da pedra.

A máscara da ave noturna. Um triplo
som morre num só. Elai! o teu vulto
dobra-se mudo sobre águas azuis.

Espelhos silenciosos da verdade!
Na fronte de ébano do solitário
surge o reflexo de anjos decaídos.

(tradução de Marco Lucchesi)

sábado, 5 de julho de 2008

Poema do dia

CANÇÃO NOTURNA

(TRAKL)

O hálito do imóvel. Um vulto rígido
De animal no azul, sua santidade.
Poderoso é o silêncio da pedra.

A máscara da ave noturna. Um triplo
Som morre num só. Elai! O teu vulto
Dobra-se mudo sobre águas azuis.

Espelhos silenciosos da verdade!
Na fronte de ébano do solitário
Surge o reflexo de anjos decaídos.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Trakl


Georg Trakl

Untergang

Über den weiβen Weiher
Sind die wilden Vögel fortgezogen.
Am Abend weht von unseren Sternen ein eisiger Wind.

Über unsere Gräber
Beugt sich die zerbrochene Stirne der Nacht.
Unter Eichen schaukeln wir auf einem silbernen Khan.

Immer klingen die weiβen Mauern der Stadt.
Unter Dornenbogen
o mein Bruder klimmen wir blinde Zeiger gen Mitternacht.

(1913)


Ocaso

Por sobre o lago branco
partiram os pássaros selvagens.
No crepúsculo sopra de nossas estrelas um vento gelado.

Por sobre os nossos túmulos
inclina-se a fronte despedaçada das trevas.
Sob carvalhos, balançamos numa barca prateada.

Sempre ressoam os muros brancos da cidade.
Sob arcos de espinhos
Oh, irmão, ponteiros cegos, escalamos rumo à meia-noite.

(Tradução Cláudia Cavalcanti)