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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Crianças malcriadas

Oi!
Sabe crianças?
São tão refletidas.
Creio que ao nascerem cada criança tem a sua essência e já nasce com sua personalidade, mas acredito com todas as minhas forças, que o seu responsável pode moldar seu "ser".
Para o bem, para o mal.

Malcriada, sim, mal criada, tem muitas.



Aquelas que são respondonas, que batem em seus pais/responsáveis, fazem birras, esperneiam, dão escândalos, se jogam no chão, jogam as coisas no chão, batem portas, xingam.




Esses são os efeitos colaterais. Receberam e agora expelem esses efeitos.




Bater?
Espancar?
Não, não, não pais, foram vocês mesmos que acharam bonitinho quando ele bateu com sua mãozinha no seu rosto.
Lindinho quando ele chamou o palavrão.
Engraçadinho quando ele ficou com raiva e jogou o brinquedinho no chão.
Deixou ela ser sempre o centro das atenções.
Deixou que ela comandasse o que assistiria, ouviria, faria.




Agora quer punir?
Com violência?
Procure ajuda de profissionais, é melhor. 
Reverter o que foi plantado enquanto ainda há tempo é o melhor a fazer.
Pra você e pra ele.
Não permita que sua criança cresça sem limites.
Que cresça arrogante.
Que cresça violenta.
É de miudinho que se educa.

Eduque ou sofra com ele as consequências.
Educar bem é um ato de amor, e quem tem amor, tem paciência, por que precisa de muita.


Mas terão crianças felizes e educadas


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Crianças que contam vantagens




É muito comum atualmente, ouvir uma criança contando vantagens, pois bem sabemos que é o reflexo de seus ensinamentos em casa.
Nossa sociedade vomita diariamente a idealização de uma vida perfeita com bens materiais como carros importados, belos apartamentos, casas de praia, casas de campo, entre outros. 

Assim como o corpo perfeito. 
Sem falar que as crianças "fazem" os melhores programas, assim como viajam para os melhores lugares.
Status é tudo para ser "o cara".
No meu espaço de trabalho, há crianças incríveis, mas há também aquelas que todos os dias chegam contando uma vantagem, uma aquisição especial, tal, tal.

Uma lástima, pois os seus colegas acabam por zombar dela.
Onde estão os verdadeiros valores?

Cadê?
Por isso que há tantos, crescendo sem uma verdadeira felicidade, aliás, não fazem nem ideia do que seja isso.
Que pena!
Somos tão mais felizes quando temos verdadeiros valores. Aqueles que a gente usa de verdade e faz por onde ser mais todos os dias.
Valores como o verdadeiro amor ao próximo.
A caridade.
O perdão.

A humildade.

domingo, 5 de julho de 2015

Divertida Mente

Julho
Férias
Crianças
Adolescentes
Na cidade, várias opções e começamos por um cineminha, com o filme Divertida Mente.

Sensacional!



Um filme que conta a história de uma garotinha de 11 anos que tem que lhe dar com várias emoções ao mudar de sua cidade para outra com sua família.
Dentro da sua cabeça vivem a Alegria, a Tristeza, o Medo, a Raiva, e a Nojinho. Esses são os personagens que fazem as emoções da garotinha.
Do meu ponto de vista, a Tristeza tem o papel principal. Ela proporcionou esse sentimento à garotinha, ao passar por mudanças difíceis e também a fez encontrar a volta para a felicidade.
As crianças, normalmente são defendidas pelos seus pais contra toda e qualquer tristeza, mas é de grande importância que elas tenham a oportunidade de passar por esse sentimento e crescerem sabendo que na vida existem dificuldades, perdas, mudanças e que vem normalmente junto com a tristeza.
É preciso entender que a tristeza também é saudável para o comportamento, o crescimento. Assim saberão lhe dar melhor com as decepções que aparecerem.



sexta-feira, 6 de março de 2015

Seu filho precisa mesmo ser tão feliz?


Imagem daqui
No meu tempo de criança, os pais eram pessoas esforçadas pelo sustento da família. Com ostentação ou sem, as pessoas eram mais preocupadas com o trabalho do que com ser feliz. Talvez por isso, já que filhos querem sempre fazer tudo diferente dos pais, agora todo mundo quer fazer o filho feliz, acima de tudo. Isso explica os valores escandalosos que se paga hoje em dia por uma festa de aniversário, a quantidade de brinquedos que as crianças têm e o número enorme de brasileiros indo para a Disney, às vezes para passar o final de semana. Claro que existe a culpa de muitos pais que trabalham demais e tentam compensar os filhos de alguma forma. Mas reflexo da culpa ou não, as crianças de agora nasceram para ser felizes. Será que está certo isso?

Vamos lembrar da nossa infância. Eu pelo menos, era muito feliz. Brincando com minha amiga que morava na casa ao lado, passávamos horas penteando o cabelo uma da outra, ou fazendo comidinha com as plantas do jardim. A maior aventura de que me recordo era brincar de pega-pega com o meu cachorro. Muito básico para você? Acontece que meu cachorro se transformava em uma onça que na verdade era uma Medusa, então em um simples olhar, ele poderia nos transformar em pedras. Por isso estávamos sempre equipadas com frascos vazios de shampoo cheios de água que explodiam como granadas quando caiam no chão. Pois é, criança vem com imaginação de berço. Por isso não precisa ir até Orlando ver os espetáculos de fogos de artifício para ficar maravilhada. Aliás, cá entre nós, já estive na Disney 3 vezes (2 em Orlando e 1 em Paris) e nunca vi tanta criança triste em um parque. Chorando, cansadas, angustiadas, com as mães e os familiares estressados. Claro, já viu o tamanho do lugar? E a quantidade de informação? E de sorrisos maquiados, brilhos, alegria explosiva? Gente, somos humanos. Isso não é um filme. É vida real. Não somos super heróis, nem princesas. Seu filho vai comer aquela salsicha processada junto com aquele pão velho de uma lanchonete linda com várias coisas girando, e pode ser que passe mal. E ai? Não! Não pode passar mal na Disney. Tem que curtir. Tem que ser feliz.

Eu trabalhei para a Disney traduzindo todos os materiais para português durante 4 anos. Sou encantada com a empresa e com o negócio em si, gosto de ir porque moro a 300 quilômetros de distância, temos o passe anual então é um programa barato em um lugar super organizado e bonito na maioria das vezes. Só estou usando de exemplo porque sei que é uma viagem muito cara para se fazer do Brasil mas isso não está impedindo cada vez mais brasileiros de fazerem. Minha pergunta usando este exemplo é: será que precisamos fazer tanto pelos nossos filhos? (Viagem de 8 horas de avião, filas intermináveis, kilômetros e mais kilômetros de parque de diversão) Eu suponho que não. E que está errado os pais sentirem que são responsáveis por fazer dos filhos, pessoas felizes. De onde tiramos essa ideia maluca?

O que eles precisam na verdade é de adultos para educá-los. E como adultos é claro que estamos ocupados. Com a família, com o trabalho, com as funções da casa. Se nessa lista se somar “a felicidade do(s) meu(s) filho(s)” alguém vai ficar muito sobrecarregado e frustado. Talvez seu filho, talvez você, talvez todo mundo. É chato tentar e não conseguir. Já pensou como sente os pais que pagaram a viagem em 6 vezes, passaram 8 horas na lata de sardinha, mais 1 hora em um brinquedo se o filho sair do brinquedo chorando?

Uma vez eu li o livro Encantador de Cães e fiquei fascinada com o raciocínio simples que o genial Cesar Millan escreve ali. Ele diz que cães só vão obedecer quem eles respeitam. E para ganhar respeito, é preciso ser a autoridade, é preciso colocar ordem antes do amor. Agora tente trocar a palavra “cães” por “filhos”, dá no mesmo. Autoridade é o contrário de democracia. Os pais não podem estar sempre abertos “o que querem comer, o que vamos fazer hoje, onde vamos passar as férias”. Entende como é complicado para a criança ouvir isso? Sentir que não existe uma ordem. Ela no auge dos seus 4 anos (ou por volta disso) é que precisa saber, querer e lidar com seus desejos. Meu Deus, está tudo errado ai. No meu tempo de criança, minha mãe interrompia a brincadeira trazendo uma bandeja com uma limonada fresca e biscoitos Maria. Sempre que lembro dessa cena (que aconteceu várias vezes) ela aparece iluminada como uma fada. O que eu sentia era: Nossa, ela é mágica! Como ela sabe que estamos com fome e com sede? Teria sido bem diferente se ela tivesse aparecido e perguntado: querem lanchar? vão querer sorvete ou pode ser biscoito mesmo? Estava pensando em fazer uma limonada, vocês vão beber? Ou é melhor eu trazer um suco de uva?

Infelizmente não estou escrevendo isso porque já aprendi a lição depois de ler o livro. Estou tentando aprender. E só estou escrevendo sobre isso porque descobri que tenho errado bastante. Desde que nos mudamos para Miami, fico com pena e compaixão por qualquer expressão de sofrimento que meus filhos tenham. Porque sei que é difícil para eles. E até esqueço que é difícil também para mim. Minha vida mudou completamente. Mas nem lembro disso. Só penso neles. A consequência? Minha filha de 4 anos cada dia faz uma coisa para me irritar. E então percebi que ela está fazendo isso porque eu estou irritando ela. E porque? Porque estou aberta todos os dias para ouvir, para entender o lado dela. Não parece errado à princípio, certo? Mas está errado. Criança precisa de adulto, alguém que tenha um norte, e ela acompanha o caminho, se frustando, entendendo seus limites e entendendo, porque não, que a vida não é um parque de diversões cheio de pessoas fantasiadas sorrindo para você o dia todo. A vida é para evoluir. Vamos tentar evoluir como pais antes que eles cresçam. Já pensou como deve ser frustante a adolescência de uma criança que sempre teve uma, duas, ou mais pessoas prontas a atender seus pedidos? Como deve ser difícil perder para um adulto que passou a infância sempre ganhando? Nem que a custa de 12 sofridas prestações para os pais?

Educar dá mais trabalho do que servir o sorvete antes do jantar, já que seu filho está querendo tanto. Educar envolve mais compromisso do que pagar as 6 parcelas da viagem mágica. Educar é coisa de gente grande. Deve ser por isso que crianças não podem ter filhos. Porque filhos precisam de adultos. Parece que esse é o grande problema da minha geração, não queremos ser adultos. Outro dia vi um post sobre a crise dos 25 anos. Levei o maior susto! A maioria das pessoas que conheço estão nessa crise aos 35 (ou mais). Está na hora de dar esse passo. Parar de focar só na diversão e na felicidade e evoluir, amadurecer. Todo grande passo na vida acontece quando a gente faz aquilo que é desconfortável. Já aprendemos muito sobre diversão e entretenimento, que tal agora aprender a viver?

Por Cris Leão
Fonte: http://antesqueelescrescam.com/2013/11/21/seu-filho-precisa-mesmo-ser-tao-feliz/

Me identifiquei com esse texto, por pensar parecido.
Está havendo um conflito dessa geração adulta com seus filhos, pois como a tecnologia está avançando rapidamente o modo de viver das pessoas também está mudando.
E as novas crianças já nascem nessa "onda", coisa que nós adultos estamos nos adaptando.
E é somente o encanto da tecnologia que faz uma criança feliz?
Penso que elas podem ser mais felizes com o acesso a simplicidade e com a atenção dos seus responsáveis. 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Rótulo infantil

Imagem daqui


O rótulo infantil é o que há de pior para bloquear a inteligência de cada criança. Seja positivo ou negativo.
Todos sabem que quando depreciamos as atitudes e a forma de ser de cada um, é um incentivo para desestimulação.
Coisas do tipo, "você é burro", "você não aprende", entre outras.
Mas o que muita gente não sabe, é que elogio demais também prejudica.
Isso mesmo, quando você elogia demais uma criança, ela tende a ficar limitada naquilo em que é bom e fica com "medo" de encarar novos desafios. 
Ora, se eu já sou excelente no que faço, por que irei fazer outra coisa?
Aí está o problema.
Se a criança concluiu um trabalho e foi muito bem, merece elogio sim, e deve-se incentivar os novos desafios, os novos trabalhos, assim ela desenvolverá tudo o que é capaz.

A criança adora ouvir apenas elogios, pois é bom para seu ego, mas não para o desenvolvimento de sua inteligência.
Costumo dizer que todas as crianças são inteligentes e são capazes de realizarem qualquer coisa, mas cada uma no seu tempo, sem comparações.

Um texto que li há muito tempo e vi novamente na página de um amigo:

Gabriel é um menino esperto.
Cresceu ouvindo isso.

Andou, leu e escreveu cedo.

Vai bem nos esportes.

É popular na escola e as provas confirmam, numericamente e por escrito, sua capacidade.

“Esse menino é inteligente demais”, repetem orgulhosos os pais, parentes e professores. “Tudo é fácil pra esse malandrinho”.

Porém, ao contrário do que poderíamos esperar, essa consciência da própria inteligência não tem ajudado muito o Gabriel nas lições de casa.

– “Ah, eu não sou bom para soletrar, vou fazer o próximo exercício”.

Rapidamente Gabriel está aprendendo a dividir o mundo em coisas em que ele é bom, e coisas em que ele não é bom.

A estratégia (esperta, obviamente) é a base do comportamento humano: buscar prazer e evitar a dor. 
No caso, evitar e desmerecer as tarefas em que não é um sucesso e colocar toda a energia naquelas que já domina com facilidade.

Mas, como infelizmente a lição de casa precisa ser feita por inteiro, inclusive a soletração, de repente a auto-estima do pequeno Gabriel faz um… crack.

Acreditar cegamente na sua inteligência à prova de balas, provocou um efeito colateral inesperado: uma desconfiança de suas reais habilidades.

Inconscientemente ele se assusta com a possibilidade de ser uma fraude, e para protegê-lo dessa conclusão precipitada, 
seu cérebro cria uma medida evasiva de emergência: coloca o rótulo dourado no colo, subestima a importância do esforço e superestima a necessidade de ajuda dos pais.

A imagem do “Gabriel que faz tudo com facilidade” , a do “Gabriel inteligente” (misturada com carinho), precisa ser protegida de qualquer maneira.

Gabriel não está sozinho. São muitos os prodígios, vítimas de suas próprias habilidades de infância e dos bem intencionados e sinceros elogios dos adultos.

Nos últimos 10 anos foram publicados diversos estudos sobre os efeitos de elogios em crianças.

Um teste, realizado nos Estados Unidos com mais de 400 crianças da quinta série 
(Carol S. Dweck / Ph.D. Social and Developmental Psychology / Mindset: The New Psychology of Success), 
desafiava meninos e meninas a fazer um quebra-cabeças, relativamente fácil.

Quando acabavam, alguns eram elogiados pela sua inteligência (“você foi bem esperto, hein!) 
e outros, pelo seu esforço (“puxa, você se empenhou pra valer hein!”).

Em uma segunda rodada, mais difícil, os alunos podiam escolher entre um novo desafio semelhante ou diferente.

A maioria dos que foram elogiados como “inteligentes” escolheu o desafio semelhante.

A maioria dos que foram elogiados como “esforçados” escolheu o desafio diferente.

Influenciados por apenas UMA frase.

Se você tem um filho, um sobrinho, ou um amigo pequeno, não diga que ele é inteligente. 
Diga que ele é esforçado, aventureiro, descobridor, fuçador, persistente.

Celebre o sucesso, mas não esqueça de comemorar também o fracasso seguido de nova tentativa.

Fonte: http://www.updateordie.com/2012/04/17/o-que-acontece-quando-voce-fica-elogiando-a-inteligencia-de-uma-crianca/

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Alfabetização





O dia mundial da alfabetização foi 08 de setembro.
Legal ter um dia para comemorar a alfabetização, mas na verdade alfabetizar é muito mais que ensinar a ler e escrever. 
É um ato de amor.
Quem realmente ensina com prazer, sabe do que estou falando.
Ver o ser aprendendo, balbuciando as primeiras leituras, escrevendo. 

É pura emoção.
Não sou professora de sala de aula, meu trabalho é mostrar aos meus alunos o quanto que eles são capazes de fazerem muito.

Sem concorrências e com paciência a gente conclui nosso objetivo. 
Mas sem amor, sem carinho, fica mais difícil.
A pouco alfabetizei uma criança de 8 anos que já deveria saber ler e escrever. 
E na escola, foram logo dizendo para a mãe que ele repetiria o ano. 
Vê que absurdo! 
Então isso me deu mais força ainda para trabalhar com essa criança e com muito esforço e ajuda da família, conseguimos. 
Ele lê, escreve, faz continhas de matemática. 
Agora temos outro caminho, que é acompanhar a turma até o final do ano.
Vou em frente porque ele é um aluno que quer, e trabalhar com quem tem interesse é muito mais fácil.

Parabéns para a alfabetização e que todos que alfabetizam, façam sempre seu trabalho com amor e carinho.

A imagem desse post foi retirada do Google

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Amigo secreto ambiental



Olá!
Trago aqui uma ideia maravilhosa, que o nosso meio ambiente agradece.
Amigo secreto ambiental.
Isso mesmo!

Semana passada meu caçula chegou em casa dizendo que precisava comprar uma muda de planta para levar pra escola, para fazerem lá na turma dele, um amigo secreto ambiental.




Cada um confecciona seu jarro reciclável, plantam a mudinha e fazem a troca.
Legal, não é mesmo?

Então, ele pegou uma garrafa pet, cortou ao meio, passou base de tinta, escolheu as cores das tintas e com uma esponja deu seu toque.


A muda de planta que ele escolheu foi de morango. Achei uma graça, pois a criançada normalmente gosta, mas a primeira opção dele foi uma muda de pimenta.

Com essa ideia, vou propor no final do ano para todos que gostam de participar de amigo secreto.


E viva a natureza!



sexta-feira, 25 de abril de 2014

Escola da Ponte

A Semana Santa foi de muita leitura pra mim e dentre os livros que li estava um de Rubem Alves:

"A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir".



A Escola da Ponte em Portugal em Vila das Aves

Assim como o autor, eu também sempre achei que não poderia existir uma escola assim.
Assim como?

Sem barreiras, sem classes. 
Onde todos aprendem com todos. 
Onde não há turmas por faixa etária.
Onde há cooperação da família.
Um sonho.

Penso que aqui no meu querido Brasil, não há condições em ter uma escola como esse modelo.
O caminho é longo e trata-se de reforma educacional e de educadores bitolados as exigências superiores.
Uma escola democrática aqui é algo quase impossível.

Rubem Alves, foi visitar a escola e quem o levou para mostrar toda a escola foi uma criança de 9 anos, preparada e sem cerimônias.

Um dia visitarei e apreciarei essa escola, pois só assim terei o imenso prazer de ver crianças verdadeiramente felizes com a aprendizagem.

"Na Escola da Ponte não há programas. 
Isso não quer dizer que a aprendizagem aconteça ao sabor dos desejos das crianças. 
Imagine um homem do campo, que só conheça as comidas mais simples: polenta, feijão, abobrinha, picadinho de carne. Imagine que ele venha à cidade e seja levado por um amigo a um restaurante. 
"Que é que o senhor deseja?", lhe perguntaria o garçom. Ele certamente responderia falando de polenta, feijão, abobrinha, picadinho de carne, pois esse é o seu repertório de pratos. 
Aí, o amigo lhe diria: "Quero sugerir que você experimente uns pratos diferentes.
"Assim acontece na relação entre professores e alunos. 
Os professores sabem mais. É por isso que são professores. E uma de suas tarefas é "seduzir" as crianças para coisas que elas ainda não experimentaram. 
Eles lhes apontam coisas que nunca viram e as introduzem num mundo desconhecido de arte, literatura, música, natureza, lugares, história, costumes, ciências, matemática. "A primeira tarefa da educação é ensinar a ver", dizia o filósofo Nietzsche. 
Não é obrigatório que elas gostem do que vêem. Mas é importante que seus horizontes se alarguem."

Rubem Alves 



Citação no livro:
"Uma escola sem classes, sem turmas, sem níveis estanques e com programas à medida de cada aluno parece uma utopia. Em Vila das Aves, na Escola da Ponte, há quem acredite que o sonho comanda a vida e o resultado é uma escola aberta, onde se trabalha em equipe e os pais fazem parte de um projeto".
(Cf. "Escola da Ponte: Um ensino sem paredes", Território Educativo, revista trimestral da Direção Regional Educação do Norte, nº 2, dezembro de 1997).


Depois de ler esse livro comecei a ler um pouco mais, assim partilho aqui.
Sei que há muitas pessoas que já ouviram falar, outras conhecem pessoalmente, mas eu engatinhando vou procurar mais, ver mais. 


Então, o que acham de uma escola assim?

Um bom resumo clique aqui.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Escolha da escola




Falando em escolher a escola para o filho, a primeira orientação é saber o que eu(mãe) quero e o que o meu filho necessita.
Em seguida é como eu quero criar meu filho.

A partir daí é que saberemos qual escola escolher, sabendo que não vamos achar a escola ideal. 
Não existe.
Os profissionais podem ser bons, mas a didática não corresponder.
O material pode ser bom, mas o professor não sabe usar.
O espaço é agradável, mas há superlotação.
Enfim, temos uma série de pré-requisitos a serem vistos antes de escolher a "escola para meu filho".

Essa escolha é muito complexa, mas se partir do que "eu" quero, o que "eu" posso e o que "eu" aceito, então vai ficar um pouco mais fácil.
Mas leve em consideração que a questão é a escolha para o filho e não para si.


Indico o link abaixo, onde há critérios para escolher a escola do seu filho por profissionais qualificados e experientes de 2009, mas atual. 

Educar para Crescer

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Rede social de verdade

Achei maravilhoso o comercial dos biscoitos Treloso da Vitarella.
A ideia de brincar com a rede social fez da propaganda o que pouco se vê, porém a necessidade de resgatar as brincadeiras, a diversão, longe das redes sociais.

As crianças captam que existe rede social real.

Show de bola.


Assistam aí:








Vitarella é o nome fantasia da empresa Inústria de Alimentos Bomgosto Ltda, que é uma empresa especializada na fabricação de produtos alimentícios, no ramo de massas e biscoitos. Fundada em 1993 em Jaboatão dos GuararapesPernambuco a Vitarella teve a totalidade das quotas de seu capital adquirido em 2008 pela M. Dias Branco S/A - Indústria e Comércio de Alimentos, sediada no Ceará, passando a integrar o Grupo Dias Branco, controlado pela empresa cearense. No dia 27 de dezembro de 2013 a Indústria de Alimentos Bomgosto Ltda foi definitivamente extinta por sua controladora M. Dias Branco S/A, que a incorporou, integrando a sua estrutura e operações as marcas, instalações, produtos, unidades industriais e comerciais, clientes e equipes antes pertencentes à Vitarella.(Wikipédia)





quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Compra de amizade infantil

Isso mesmo, compra de amizade infantil.
Normalmente é feita pelos pais, até que a própria criança aprenda e compre por si só.
Como é isso?
Simples, se eu tenho isso, aquilo e aquilo outro, fica fácil de comprar a amizade.
Entendeu?
Não?
Então vou explicar melhor.
Cada vez mais, os pais proporcionam aos seus filhos o que há de melhor em brinquedos, jogos, passeios, entre outros. E há também aqueles que não dispõem de tanto, quanto gostariam, aí é que vem a questão da compra. O que pode, que tem mais, se sente feliz em ter uma quantidade de amiguinhos interesseiros.
Acontece muito com aquelas criança que é rejeitada, ou tem algum problema, ou não vai bem na escola, ou é feia, ou é gorda, ou isso, ou aquilo, ou isso, ou aquilo. Assim, essas mesmas crianças conquistam com suas posses, por indução de seus pais.
E aquelas que não podem, infelizmente ou felizmente, contam apenas com a amizade sincera.

Como trabalho e convivo muito com crianças, percebo essas atitudes frequentemente por parte das crianças.
Esse comportamento vem de séculos, entre adultos e crianças, mas está cada vez mais explícita.
É quando me pergunto, a felicidade está aí?


"Pouco importa saberem 
em que parte do mundo 
nossos amigos se encontram 
se podemos sentir na alma 
que, dentro de nós e dentro deles, 
há um espaço reservado 
que nada mais poderá preencher."

(Leticia Thompson)












quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Acompanhamento escolar



O que exatamente é o acompanhamento escolar?
-Nada mais, do que orientar, verificar e dar importância as atividades escolares do aluno.

Mas como faço isso?
-Simples. Diariamente observando seu material e atividades a serem realizadas, valorizando e incentivando cada uma das tarefas. Assim o aluno se interessa diariamente por realizar suas obrigações escolares.

Estudar diariamente é o melhor crescimento escolar por parte do aluno, para isso basta que ele tenha o hábito de fazê-lo, tornando assim o aprendizado prazeroso, em etapas, sem se sufocar em vésperas de provas.

Dicas para os pais ou responsáveis:

- Definir um horário para iniciar as atividades diariamente.
-Um ambiente favorável longe de conversas e tv ligada.
-Demonstrar interesse e elogiar as tarefas realizadas.
-Não pressionar por notas nem prometer nenhum "presentinho" por notas altas. 
- Participar das reuniões escolares. Lá teremos sempre boas orientações.
-Ajudar em trabalhos, pesquisas, orientando e dando sugestões, mas a mão na massa, é do aluno.


A melhor forma de o aluno se sair bem nas atividades, na escola e em casa, são através dos estímulos e esses podem ser dados pela família. Com paciência e dedicação o resultado é certo.


Então, não deixem que o final do ano se transforme numa tortura para pais e filhos, vamos acompanhar diariamente nossos filhos.

Seja como for, acompanhar é fundamental.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Carta de um bebê de 3 meses para sua mamãe

Imagem retirada do Google


“Querida mamãe, Esta noite acordei estranhando o silêncio. Não havia barulho algum e pensei que o mundo tinha até acabado e você esquecido de mim. Coloquei a boca no trombone e você apareceu. Ainda bem. Fiquei tão feliz no calor do seu peito que acabei pegando no sono antes de mamar tudo o que precisava. 

Quando percebi que você ia me colocar no berço, chorei de novo. Mas não tente negar, você estava com pressa para ir dormir outra vez. Você me deu de mamar novamente, assim, meio apressadinha e depois resolveu trocar a minha fralda. Estava tudo calmo, um silêncio, nós dois juntinhos, tão legal que eu perdi o sono. Você até que foi compreensiva, mas começou a bocejar um pouco e resolveu me fazer dormir. Eu não queria dormir. Talvez eu precisasse de mais dez minutos ou meia hora, mas você estava mesmo decidida a dormir. 

Foi ficando bem nervosa e até chamou o papai e todos fomos ficando muito irritados. No final das contas, acordei a casa inteira cinco vezes. Pela manhã, nossa família estava com cara de quem saiu do baile. Acho que estraguei tudo. Imagina, você chegou a dizer para o papai que eu estou com problema de sono. Eu não! Você é que vem me dar de mamar com pressa e daí eu sinto que você não quer mais ficar comigo.

Os adultos têm hora certa para tudo, mas eu ainda não entendi essas coisas de relógio e tarefas estafantes que vocês precisam fazer. Quando meu corpo está com o seu, quero ficar do seu lado sem me separar nunquinha. Do alto dos meus três meses, ainda não descobri direito que você é uma pessoa e que eu sou outra. Um dia eu vou sair por aí, vou telefonar e posso deixá-la doida para saber o que ando fazendo e, então, você vai entender como me sinto agora. Mas não precisamos dessa guerra, mamãe. Até lá já podemos nos entender, inclusive pelas palavras. 

Sinto a angústia da separação, pois acabei de passar por essa experiência. Você também, mas vive tudo isso como uma adulta consciente. Eu ainda estou vivendo no inconsciente. Eu não sei nada, tudo é tão novo para mim aqui fora. Mas eu tenho absoluta certeza de que eu vou aprender tudinho o que você me ensinar por seus sentimentos em relação a mim. 

Mamãe, você quer um conselho de bebê? Quando eu chorar à noite, não salta logo para o meu quarto desesperada como se o mundo fosse acabar. Espere um pouco, respire profundamente, ouça o meu choro até que ele atinja o seu coração. Sinta seu tempo, realmente acorde e venha me pegar. Me abrace devagar, não acenda a luz, fale bem baixinho e me dê o seu peito para eu mamar. Depois que eu arrotar, mais um pouco só de paciência pois, nós bebês, somos sensíveis aos sentimentos dos adultos. 

Se eu sentir que você está com pressa, sou capaz de armar o maior barraco, mas se você esperar o meu segundo suspiro, quando meus olhos ficarem bem fechados, minhas mãos e pernas ficarem bem molenguinhas, aí sim, pode me colocar de volta no berço que eu não acordo antes de sentir fome outra vez. À medida que você desenvolver sua paciência, mamãe, eu estarei desenvolvendo a minha tranqüilidade e nós não teremos mais noites infernais. Apenas noites de mamãe e bebê, que um dia passam, como tudo na vida.”

 Por Claudia Rodrigues – Jornalista e Terapeuta Somática. 


Li a pouco essa cartinha e achei bem interessante. 
A paciência é a forma maior de um bom relacionamento.

Abraços a todos que por aqui passam.


sábado, 10 de agosto de 2013

Por que sou ativista da amamentação



Participar dessas coletivas me dão um enorme prazer, e nesse caso, dizer por que sou ativista é uma forma de incentivar, mostrar a importância e participando em conjunto, é uma grande força para o amor.
No ano passado, quando participei aqui, eu falei que fui amamentada durante dez meses, e que meus filhos, infelizmente não chegaram aos seis meses.
Hoje, com tantas campanhas pela humanização do parto natural, a amamentação, sem dúvidas, faz parte desse conjunto, aliás, muito mais, pois mesmo o parto sendo cesárea, nunca dispensará a possibilidade de amamentação.
Tenho dois casos recentes, junto a mim. 
Uma mãe teve seu filhote cesariana e como se não bastasse, ignorou a importância da amamentação. Logo, em poucas semanas, talvez dois meses, ofereceu leite de lata ao seu bebê. Foi uma pena, pois essa poderia ter amamentado por muito mais tempo.
Outra mãe, teve seu parto totalmente humanizado e vai amamentando seu bebezinho com força total e não há previsão para parar.
Então, o que posso dizer mais sobre a amamentação, senão a importância da prevenção contra o câncer de útero e ovário pra nós mães e a certeza que damos o melhor e mais completo alimento nos primeiro ano de vida do bebê.

Mãe, 
amamente seu filho, pois essa é a melhor maneira de alimentá-lo saudavelmente e protegê-lo de possíveis doencinhas futuras, fortalecendo seu sistema imunológico, e também uma boa formação da arcada dentária,
além de ser uma grande demonstração de AMOR.

Blogagem coletiva, chamada por Luma, do blog Luz de Luma, yes party! 
Começando hoje, dia 10 até o dia 20 de Agosto.
A postagem pode ser feita no blog, e/ou no Facebook.
Participe!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Meu filho, você não merece nada

Esse texto mostra como as crianças estão sendo educadas. Totalmente despreparadas para enfrentarem o mundo, o mundo real, da vida real.
Crianças que vivem no faz de conta e tem tudo o que querem e desejam sem nenhum esforço e pais fazem de tudo para dar-lhes o que pedem. 

Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem.

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada.
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.