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sábado, 5 de dezembro de 2015

Morre Marília Pêra


Publicado originalmente no site da Revista Veja, em 05/12/2015.

MEMÓRIA

Morre Marília Pêra

A atriz, de 72 anos, faleceu hoje pela manhã e deixa o marido e três filhos.

Morreu nesta manhã de sábado (5), aos 72 anos, a atriz Marília Pêra. Marília deixa o marido, o economista Bruno Faria, e os filhos Ricardo, Esperança e Nina.

No dia 12 de novembro, boatos de que a atriz estaria mal de saúde - a jornalista Hildegard Angel chegou a publicar em seu site que Marília estava respirando com a ajuda de um balão de oxigênio - preocuparam os fãs. A Globo, no entanto, esclareceu que ela apenas realizava exames de rotina em um hospital do Rio.

Em 2014, a atriz precisou se afastar por três meses das gravações da série Pé na Cova por conta de um "desgaste ósseo" no quadril. Muito ativa, ela era elogiada pela performance em musicais - protagonizou em 2013 a produção Alô, Dolly, do amigo Miguel Falabella. Em entrevista ao jornal carioca Extra, admitiu que "forçou a barra". "Me comportei como se tivesse 18 anos, fazia sessões duplas de quinta a domingo, subindo escada, pulando, colocando a a perna no alto", disse.

História.

Nascida no Rio de Janeiro em 1943, Marília Pêra fez dezenas de peças teatro, novelas e filmes. Filha de atores (Dinorah Marzullo e Manuel Pêra), optou primeiramente pela carreira de cantora e bailarina e desde adolescente atua em musicais. Sua estreia na televisão foi em 1965, na novela Rosinha do Sobrado, da Globo. Também integrou o elenco de Beto Rockefeller, Top Model, Brega e Chique, Lua Cheia de Amor, Rainha da Sucata, Mandacaru, e, mais recentemente, Cobras e Lagartos, Tititi, Loucos por Elas e Pé na Cova.

Nos palcos, deu vida à Carmem Miranda, Maria Callas, Coco Chanel e Dalva de Oliveira. Foi homenageada no último Festival de Gramado pelo conjunto da obra. Suas participações no cinema incluem filmes como Pixote, Central do Brasil, Garrincha - A Estrela Solitária e Nossa Vida não Cabe num Opala. Acumula mais de trinta prêmios de melhor atriz - entre eles, troféus dados pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, dois Kikitos de Ouro e os prêmios Sharp e Shell.

Marília Pêra foi casada com o músico Paulo da Graça Mello - pai de seu filho Ricardo -, com o ator Paulo Villaça e com o jornalista Nelson Motta - da união, nasceram as filhas Esperança e Nina.

Foto e texto reproduzidos do site: vejasp.abril.com.br

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Saudosas Memórias de Aracaju/SE., Cultuadas em Textos e Fotos

Cine Palace de Aracaju

O Cacique Chá, a Iara, a Grande Palhoça da Pracinha da Atalaia Velha, o Mirante do Salva Vidas da Praia de Atalaia, o Cine Rio Branco e o Cine Palace, o Parque Teófilo Dantas... são alguns espaços físicos emblemáticos, inesquecíveis de nossa cidade, que jamais poderiam ter sidos destruídos ou descaracterizados em suas reformas. Agora resta-nos cultuá-los em textos e fotos de saudosas memórias.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Memorial a Bandeira, Praça da Bandeira, em Aracaju-SE

Foto: reproduzida do blog apresentandoomundo.blogspot/judhá
Mais um bem público abandonado e destruído por falta de 
VIGILÂNCIA E MANUTENÇÃO.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Por Falta de Manutenção, Prefeitura Desmonta Vagão Biblioteca

Foto: Junior Gomes

Vagão Biblioteca instalado no Parque Teófilo Dantas, em Aracaju 
O retrato do descaso e da insensibilidade com o patrimônio cultural dos sergipanos, levado ao limite pela falta de manutenção.

Link de postagem referente a histórico do vagão, na época de sua inauguração:

Armando Maynard

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Parque Antigo, Feirinha de Natal, Aracaju Anos 60

Foto: acervo Junior Gomes. 
Reproduzida da página Facebook/Minha Terra é SERGIPE.

Uma imagem histórica da época das Feirinhas de Natal e que registra também uma estátua do PARQUE ANTIGO, como a que se vê do lado direito da foto. É incrível a falta de sensibilidade dos gestores com suas reformas que não preservam a memória e saem destruindo tudo, que para eles é velho e antiquado. É claro que é preciso revitalizar, reformar, consertar, mas mantendo e preservando os monumentos que fazem parte da História da Cidade. Certamente, mais uma reforma virá por aí. Torço para que Dr. João Alves Filho preserve o que ainda resta do PARQUE ANTIGO, como córregos, ponte...
Mais adiante - com a foto aumentada - pode-se ver outro monumento em forma de banco continuado e interrompido por umbrais, que era também um marco do PARQUE ANTIGO e que também foi destruído...

Armando Maynard

domingo, 8 de julho de 2012

Quando a História Vira Poeira

Foto Jornal Gazeta de Sergipe nr. 8.618 - 03/08/1987. Extraída do blog aracajuantigga/José de Oliveira B. Filho.

Antiga residência de Dr. Augusto Leite, que infelizmente a Caixa Econômica Federal de Sergipe não preservou. É um filme reprisado de tempos em tempos, com imagem imprópria aos mais sensíveis: Na cena se vê a força do dinheiro passando por cima da HISTÓRIA e fazendo a MEMÓRIA virar poeira. E assim a vida segue...

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Saudades do Meu Fusquinha

Como era difícil ouvir música em um Fusquinha, pois o barulho do motor invadia o interior do carro pelo encosto do banco traseiro. Tenho saudades do meu, que uma vez quebrou eu indo para o Mosqueiro. Lembro que fiquei impressionado pela quantidade de pessoas que logo se aproximaram para ajudar, todos querendo meter a mão para consertar, já hoje, os carros são computadorizados, ninguém sabe mexer em nada e o pior, quebram com muito mais facilidade, já o fusca, fazia raiva aos mecânicos, pela demora de suas visitas à oficina.

Armando Maynard

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Planta "Comigo Ninguém Pode"

Outra planta que se tinha muito em Aracaju, era a "Comigo Ninguém Pode" (Dieffenbachia pictada), uma das plantas ornamentais mais perigosas em ambiente urbano... Por ser uma planta de ampla toxidade, ela é responsável por muitos acidentes com intoxicações, principalmente as crianças, que têm costume nato em pôr na boca tudo o que encontra pela frente..." (MD com site plantasonya).

Brincadeira de Criança - "Planta Dormideira"

Ainda sobre plantas, lembro de uma que faz a festa da garotada, ela se fecha quando se toca em sua folha.
"Sismonastia ou tigmonastia é uma nastia provocada pela ação de um golpe ou sacudidela, como se observa na dormideira (Mimosa pudica), cujas folhas se fecham imediatamente após uma batida. Dessa forma, a cada toque que a planta recebe (que seria recebido como ameaça) ela se fecha, pois alguma célula, localizada na base de cada folha consegue perder água rapidamente. O cálcio e o potássio, elementos que estão presentes nesta planta - são responsáveis por direcionar a água para alguns espaços entre as células, causando o tal fechamento, ou encolhimento. Este processo dura pouco tempo, depois as folhas abrem novamente". (Fonte: Wikipédia).

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Calçadão da Rua João Pessoa

Calçadão da Rua João Pessoa

Na foto, o início do mesmo - logo depois de sua inauguração - quando tinha esse ornamento que homenageava o artista Beto Pezão, além dos aquários, diversos bancos tradicionais de madeira, jardineiras, bancas de revistas em blindex, iluminação com postes ornamentais. Mas deixaram tudo se acabar... E pensar que tempos depois até o piso ORIGINAL arrancaram. É o modo de administrar sem MANUTENÇÃO, sem sensibilidade para preservar. Por que não seguem o exemplo da Europa, como se vê na Itália, onde fontes luminosas e balaustradas de pontes  já duram séculos. Já aqui,  deixam que tudo se acabe, para depois reconstruírem tudo outra vez, jogando a memória arquitetônica no lixo, além de desperdiçar o dinheiro público, como foi o caso do Parque dos Cajueiros... Do Parque Teófilo Dantas, que já foi RECONSTRUÍDO mais de uma vez... 

Armando Maynard

Preservação de Ornamentos Públicos

Foto reproduzida do Google

Antigo Postal da Cidade de Aracaju, Parque Teófilo Dantas com seus adornos (pedestais com jarros), como me lembro disso...
Parece bobagem, coisa de VELHO SAUDOSISTA, mas custava preservar certos objetos ornamentais, a exemplo desses jarros (mesmo que alguns os considerem feios e de mau gosto), como é que eu não os esqueci, acho até que encontros foram combinados, usando-os como um marco. São simbologias, coisas emblemáticas que ficam no consciente, na memória de uma população, é a história de uma cidade, de um povo... Mas nada disso é considerado, entra um novo administrador, manda fazer um projeto arquitetônico "moderno" e aí metem a picareta na memória... (Armando Maynard).

domingo, 10 de junho de 2012

Prédio "Norcon Shopping Center" Década de 70

(...) Lembro que escrevi algo... , quando da inauguração em Aracaju na década de 70, de prédio construído pela Norcon, o qual se chamou, ou se chama ainda? "Norcon Shopping Center", no primeiro trecho da Rua João Pessoa, vizinho a antiga Loja P. Franco. Nessa época, acho que foi a primeira vez que ouvi o nome "Shopping Center", de lá para cá a coisa só aumentou e olha que naquela época nem se falava em Globalização. Já hoje, se vai ao Shopping Center, assistir filme no Cinemark, e lanchar no McDonald's...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Inseto Soldadinho, Brincadeira de Criança

 Quem é que não lembra quando criança, da brincadeira com o inseto soldadinho?

‘Nome cientifico: Membracis foliata’
“Isso é uma cigarrinha . A fase inicial dele é um musgo branco, quando ele faz a postura”, No fruto atingido é possível ver duas fases do inseto. O inseto adulto é preto e branco, e se costuma chamá-lo de “soldadinho”. É ele o responsável pela postura dos ovos. Mas o que causa estrago é o inseto mais jovem, que tem formato e cor diferentes. “Esses insetozinhos brancos são os sugadores, que atacam as florzinhas e os ramos novos. Eles chupam a seiva e provoca a queda do frutinho. Quando o inseto ataca no fruto, ele deixa manchas, em função de ter sugado aquela parte”. (Flickr.com/foto Galeria de Dr. GORI).

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Vagão Biblioteca de Luiz Antônio Barreto

Quando LUIZ ANTÔNIO BARRETO foi Secretário do Município, pediu a Rede Ferroviária vagões de trens em desuso, para que fossem aproveitados como Bibliotecas, esse da foto, era instalado no Parque Teófilo Dantas, que depois foi ABANDONADO pelos insensíveis gestores públicos, como foi o Carrossel do Seu Tobias e outros bens culturais e históricos da nossa cidade.

Aproveito para chamar atenção para o MUSEU DA GENTE SERGIPANA, o qual fui informado por familiares, que vários aparelhos tecnológicos já não funcionam. É preciso que os funcionários acompanhem mais de perto os visitantes e que os responsáveis pela MANUTENÇÃO não deixem acumular problemas, procurando fazer uma manutenção permanente.

Armando Maynard

No Tempo das Muriçocas

Houve uma época em Aracaju, em que todos dormiam de cortinado, conhecido também como mosquiteiro. É que a cidade foi invadida por uma onda de muriçocas.
* Você lembra desse tempo?
* Seu Bairro tem muriçocas?

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Água de Moringa


Sou do tempo que água gelada era conseguida com moringa na janela e quando se queria ela mais gelada ainda, se colocava na boca uma bala de hortelã dulcora. 
E você, é desse tempo?
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‎"A água contida numa moringa de barro é mais fresquinha. Não é só uma sensação física, a temperatura dela é realmente alguns graus centígrados menor que a temperatura ambiente. Por que isso acontece? O barro cozido com que é feita a moringa é porosa à água, ou seja, a água atravessa lentamente a parede de barro. Isto faz com que a parede da moringa esteja sempre úmida. Por sua vez, essa umidade da parede externa está sempre evaporando e a moringa vai lentamente perdendo a água armazenada em seu interior. Como a água para passar do estado líquido para o gasoso necessita de calor (lembre da água fervendo), do mesmo modo, a evaporação da umidade das paredes da moringa requer calor. Esse calor necessário a evaporação é obtido da água do interior da moringa. Como a água do interior da moringa perde calor, a temperatura dela diminui, ficando, assim, mais "fresquinha".
Termodinâmica aplicada à moringa de barro: água fresca sem precisar de geladeira. Era assim que antigamente as pessoas conseguiam água "fresca". Isso já não ocorre, por exemplo, num jarro de vidro ou de cerâmica vitrificada, coisas "modernas". Isto também explica porque a terra de vasos de planta que utilizam vasos de barro "secam" mais rápido que vasos de plástico, mantêm as raízes mais "fresquinhas" e não morrem encharcadas por excesso de água". (Contribuição de Cláudio Shida). Fonte: http://www2.bioqmed.ufrj.br/ciencia/Agua.htm

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Saudades do Semanário “O Pasquim”

Lembrar do semanário “O Pasquim” é motivo de boas e tristes lembranças. Foi um jornal que ajudou muitos jovens a saírem da alienação, despertando sua curiosidade política, atiçando seu senso crítico, fazendo com que questionassem em casa, junto a seus pais o que realmente estava acontecendo com o Brasil. Era um jornal esperado ansiosamente nas bancas, pois havia sempre aquela expectativa de que sua edição fosse apreendida a qualquer momento, como aconteceu na época com as revistas “Ele & Ela” e “Realidade”. Possuía uma equipe de jornalistas talentosos que sabiam driblar todo tipo de dificuldades, como a falta de publicidade, uma gestão capenga, censura prévia na redação, perseguições políticas e prisões. Mesmo assim a “patota” se divertia trabalhando, como nas longas entrevistas etílicas e nas animadas sessões fotográficas. “O Pasquim” tinha uma turma unida e de muita coragem, inteligência, criatividade, bom humor e disposição para muitas farras. Editavam um semanário que se mantinha praticamente com as vendas em bancas e como vendia todos os exemplares, já garantia a impressão da próxima edição. Alguns talentosos jornalistas que fizeram parte de “O Pasquim”: O internacional Newton Carlos que trabalhou até pouco tempo na Rádio Bandeirantes, Jaguar o grande timoneiro, Ziraldo com suas charges e textos impagáveis, juntamente com o saudoso Henfil, Millôr Fernandes inteligência saindo por todos os poros, Sérgio Augusto grande intelectual, Ivan Lessa com seu humor sarcástico, Sérgio Cabral grande conhecedor da música, Ruy Castro escritor de mão cheia, Tárik de Souza crítico musical, Nani e os saudosos Paulo Francis uma cultura geral invejável, Tarso de Castro um primor de artigos críticos, Fausto Wolff inconformado e sempre indignado com as falcatruas e coisas erradas deste país. Poderia citar ainda muitos outros que honraram e honram até hoje a nossa imprensa. Todos eles viveram momentos de grande repressão e censura, em um período negro em que o país vivia na ditadura e ajudaram na volta da Democracia e da Liberdade de Expressão, luta esta que deve ser contínua e vigiada, agora em mais este meio fantástico que é a internet.

Armando Maynard

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Fascínio das Bancas de Revistas & Jornais

Difícil é passar por uma e não entrar. Tudo começou com a Bomboniére Chic, administrada pelo saudoso Moacir, pessoa afável e educada. Ficava na Rua Laranjeiras, anexa ao Ponto Chic, (na época, famoso restaurante da cidade, onde hoje funciona a Delegacia do Ministério do Trabalho, na esquina com a Rua João Pessoa). Depois mudou-se para o primeiro trecho da Rua João Pessoa, no Calçadão, transferindo-se em seguida para a Rua Itabaiana, onde permaneceu até o seu fechamento. Considerada o ponto de encontro dos amantes da leitura, políticos e intelectuais, tinha sua maior frequência por volta das 16:30 h., quando chegavam os jornais do sul do país – isto quando não extraviavam, só chegando no outro dia. Nessa época o jornal de maior circulação era o Jornal do Brasil, acompanhado de O Globo e O Estado de S.Paulo e, por ocasião das diretas já, da Folha de S. Paulo, que começou a ter destaque no cenário editorial, pelo seu engajamento político, chegando a concorrer com o Jornal do Brasil em termos de aceitação. Um dos habitués da Chic era o Professor “Zé” Cruz, intelectual, muito conhecido dos Sergipanos, que dizia jamais fazer assinatura de um jornal, pois o prazer estava em ir pessoalmente pegar seu exemplar na Chic. Lá também poder-se-ia encontrar Erotildes, que brincava com quem comprava dois jornais, a Folha e o JB, e perguntava “como você vai ler tudo isso?”. Das revistas semanais da época, destacava-se O Cruzeiro já em seus últimos dias, massacrada pela sua concorrente imediata a revista Manchete, em seu auge, pois com a TV ainda precária e em preto e branco, o Sergipano via o Brasil e o Mundo pela Manchete, com suas fotos grandes e coloridas. Nas famílias, quando o pai chegava em casa com a revista, era uma disputa para ver quem ia ler primeiro. Por ocasião do carnaval era editada a Manchete Especial que fazia a alegria dos patriarcas da época, para ciúme das recatadas e pudicas esposas de nossa querida “barbosópoles”. Em 1968 surgia a revista semanal de texto - como era chamada - a Veja, que viria forçar o fim da revista Visão. Depois, outras surgiram como a Isto É e Afinal. Também se destacavam a Senhor e a Revista Geográfica Universal. Nesta época, uma revista de grande sucesso junto aos leitores foi Realidade, várias vezes apreendida pela censura, por ousadia de suas reportagens. Outra que sofreu muito com a falta de liberdade de expressão foi a Ele & Ela, revista de nus femininos, voltada para o público masculino, mas com textos muito bons sobre costumes e comportamento, educando muitos jovens em sua iniciação sexual, papel hoje feito pelas revistas voltadas ao público feminino, a exemplo da Cláudia. Na chic, pela manhã, encontrávamos os jornais locais: Gazeta de Sergipe de Orlando Dantas, Diário de Aracaju de Assis Chateaubriand, A Cruzada da Arquidiocese, Jornal da Semana de Hugo Costa, Tribuna de Aracaju de Ribeirinho, Jornal de Sergipe de Nazário Pimentel. Todas as bancas e lojas que vendiam revistas e jornais localizavam-se no centro da cidade, com a exceção da banca do Mini - Golfe. No centro, destacava-se a banca de Roberto que ficava em frente à Ponte do Imperador, sendo aos domingos ponto de encontro de amigos, mudando-se depois para a Pça. Fausto Cardoso. A Banca do Coelho, ficava em frente ao Cine Palace, na Rua João Pessoa, já Calçadão, pois quando da construção do mesmo, foram instaladas três bancas em cada trecho, todas padronizadas e feitas de vidro blindex. Uma banca muito visitada era a que ficava ao lado da Igreja São Salvador. Existia uma loja de revistas na rua Itabaianinha, próximo ao Cinema Vitória, que fazia parte do programa, ir ao cinema e na volta passar na mesma. Em formato de corredor, as revistas eram empilhadas, facilitando muito a escolha e manuseio. Surgiram depois as bancas da Livraria Regina, espaçosas e organizadas, que se espalharam por todo o centro. A mais famosa era a que ficava na Rua Laranjeiras, chegando à Rua da Frente. Nessa época as coleções de fascículos eram uma febre,como “A História do Século 20” e a “Enciclopédia Universo”, que, depois de completadas a coleção, eram entregues lá mesmo para encadernar. Hoje, as bancas encontram-se espalhadas por toda a cidade, oferecendo grande diversidade de editoras e revistas segmentadas, apesar da redução das tiragens, causadas pela opção da internet, forçando-as à uma adaptação ao novo tempo sem, contudo, deixar de exercer o fascínio ante o prazer de uma boa leitura.

Armando Maynard

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Vai Começar a Sessão do Cine Palace de Aracaju

RITUAL MÁGICO E SAUDOSO DO INÍCIO DA SESSÃO NO CINE PALACE, NOS ANOS 60, EM ARACAJU-SE.

Ao som do prefixo musical "Ebb Tide" (Maré Baixa), algumas luzes da sala diminuiam a sua luminosidade gradativamente e outras, apagavam-se, permanecendo somente a tela iluminada com as luzes brancas. Soavam então, as três badaladas do gongo eletrônico. Todos ficavam em silêncio e, no palco, começava o jogo de luzes: para cada badalada, acendiam-se, dos dois lados do pequeno palco, fachos de luz nas cores verde, azul e, por último, vermelha, que iluminavam toda a tela. Havia uma fileira de lâmpadas, também vermelhas, na frente da mesma. Iniciava-se a projeção : primeiro, o Cine-Jornal. Lentamente, a cortina motorizada (acionada pelo projecionista na cabine), abria-se, de forma a permitir a projeção do Jornal. Já se podia visualizar, na tela, o Certificado de Censura. Só nesse momento, apagavam-se as luzes vermelhas, e a música do prefixo silenciava. Após a exibição dos traillers, quando do início do filme, abria-se mais a cortina, de acordo com o formato do mesmo: vistavision (adaptado) ou cinemascope. A abertura do ascope era feita lentamente, abrindo a lente aos poucos até ocupar toda a tela. Quando o filme dava mostras de que já ia terminar, e antes de surgir na tela o The End, as luzes vermelhas voltavam a ficar acesas, seguidas das luzes brancas do palco, e, finalmente, toda a sala ficava iluminada, quando a cortina fechava-se, lentamente, ao som da música Afrikaan Beat.
Armando Maynard

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Saudades da "Gazeta de Sergipe"

O Jornal de seu Orlando, o homem do terno de linho branco. A Gazeta de Sergipe foi criada pelo idealista Orlando Dantas em 1956, com o nome primeiro de Gazeta Socialista. Funcionava na popularmente conhecida Rua da Frente, ou seja, Av. Rio Branco, providencialmente, em frente ao Bar do Pinto, onde reunia-se a turma do jornal, que, entre uma cerveja e outra, pautavam as reportagens. A nata do jornalismo sergipano trabalhava na Gazeta, como Luiz Carlos Barreto – clicherista e fotógrafo, João Oliva Alves, Luiz Antonio Barreto, Pascoal Maynard, José Rosa, Ancelmo Góes, José Carlos Monteiro, Ivan Valença, Nino Porto, Diógenes Brayner, Ezequiel Monteiro, Alberto Carvalho, Fernando Maynard como revisor, Gilvan Manoel, Rita Oliveira, Cláudio Nunes, Paulo Brandão - neto de Orlando - e seu último diretor, Eronildes Nogueira, seu contador e gerente e Sebastião Chagas - o Lelê. Contava com colaboradores como Paulo Fernando Teles de Morais, Petrônio Gomes e Acrísio Torres. Nos tempos áureos da Gazeta, foram empreendidas várias campanhas, como O Petróleo é Nosso, pelo Porto de Sergipe e na da defesa de nossos minérios. Na época da revolução, por causa do seu conteúdo, editores e jornalistas eram chamados ao Exército para prestar explicações sobre as matérias. A segunda página do jornal era da dupla Zózimo Lima, com sua coluna Variações em Fá Sustenido e a Coluna de Ariosvaldo Figueiredo, dois intelectuais de peso, que engrandeciam o jornal. No meio da página, os Grandes Editoriais davam verdadeiras aulas de ética e política. Na quarta página o Informe GS, coluna de Nino Porto, trazia notas políticas com pitadas de bom humor. A Coluna Social com Lânia Duarte, Clara Angélica, Luiz Adelmo e, depois, Pedrito Barreto, contava os fatos da sociedade, enquanto a coluna de cinema de Ivan Valença relatava os festivais, como o de Cannes, ao qual compareceu. Diógenes Brayner com sua excelente coluna de análise política. E na últma página grande cobertura esportiva. Aos domingos havia o suplemento Gazetinha. O noticiário local era muito completo. Suas Grandes Reportagens na área policial acompanhava os crimes até a sua elucidação. Dois exemplos foram os crimes de Carlos Werneck, assassinado pelo sapateiro La Conga e do médico Carlos Firpo, casado com Dona Milena Mandarino. Na época das campanhas eleitorais, havia ferrenha disputa entre a Rádio Liberdade e a Gazeta de Sergipe. Quando deixou de circular, a Gazeta fez muita falta, ficando um vazio enorme, pois não tinha, na cidade, um jornal com a coragem e independência que eram a sua marca registrada. A Gazeta de Sergipe sempre fora um jornal combativo e ideologicamente comprometido com os problemas sociais, que afetam, até hoje, os pobres Sergipanos.
Leiam também nos comentários, importante depoimento da jornalista Clara Angélica Porto, lembrando dos tempos românticos e saudosos da nossa querida "Gazeta de Sergipe".

Armando Maynard