la nostalgie...
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
sábado, 26 de dezembro de 2009
2009 - O ANO QUE NUNCA ACABA!
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
O bom e velho "pé atrás".
Ele não disse e nem precisava ter dito, ainda que quisesse, que essa idéia/conselho, serve mesmo só para as coisas. Não tente dar a volta inteira numa pessoa com a intenção de conhecê-la. Não tente a volta inteira, nem meia volta, nem de lado, de ponta cabeça, não tente virar do avesso! Não vire, revire, não aperte, não pressione.... Não importa quanto esforço faça. Não importa quanto saiba, não saiba ou pense que sabe, não adianta omitir-se, deixando que o avesso seja espontâneo. Não importa..... sempre, sempre, (sempre) haverá a possibilidade de encontrar uma passagem secreta, areia movediça, fundo falso, buraco negro no espaço do desconhecido do outro ou da própria expectativa!!!
Não pule de cabeça... qualquer das opções acima, pode ter metros e metros surpresa de queda livre no abismo.
E eu não falo de amor e nem poderia.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Solução?!
[...]
C. Lispector in A Paixão Segundo G.H.
sábado, 22 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Companheira, Insônia.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.
[...]
Insônia - Álvaro de Campos.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
os bons amigos!
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Conclusões sobre o omisso.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Runaway!
Aqueles dias em que a gente não se ajeita no sofá, não acha posição na cadeira, a cama é muito fofa, o travesseiro muito duro, o carro muito quente, a casa muito vazia, a rua muito cheia e todas as pessoas que conhecemos enjoadas e cansativas!
Esses são os dias de querer sumir, correr, fugir, viajar... pra qualquer lugar onde tudo seja novo e não dê tempo de se entediar com nada.
Viajar é preciso! Ou seria renascer?
.
"...Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisar viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
[Amyr Klink]
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Para atravessar AGOSTO...
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir. Dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons deixam a vontade impossível de morar neles; se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos, de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzsche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos.
Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos - ou precauções - úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia, categoria originalidade... Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo zap!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um.Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún, ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à luz da lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se ou lamuriar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informação para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas - coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo; evasão, escapismos. Assumidos, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter demais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.
Sugestões para Atravessar Agosto.
Caio Fernando Abreu.
(O Estado de São Paulo, 06/08/95).
domingo, 3 de agosto de 2008
.
se planto me basto, valho mais que dois
quando a água corre, a vida multiplica
o que ninguem explica é o que vem depois... "
Ney Matogrosso
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Vive La France!
Dá-lhe viiiiinho!
Brincadeiras a parte, depois de alguns dias de silêncio... aquele meu silêncio, o sempre necessário à senhorita Lula Molusco... aqui está a tua pequeníssima homenagem, meu anjo-amigo-irmão. O único que entende o abajur cor de carne e que seria capaz de viajar um quase total de 20 horas de carro comigo (ou melhor, eu com ele) para SP e ainda afirmar que eu não causo nenhum tipo de overdosagem.
A resposta ao teu post sobre amizades desinteressadas e mais importante ainda, despreocupadas quanto a palavras ou níveis de demonstração afetiva, acontece diariamente.
Amo-te.
;)
terça-feira, 8 de julho de 2008
...
Quando a criança era criança
andava balançando os braços
e não sabia que era criança
queria que o riacho fosse rio
que o rio fosse torrente, e poça d’agua, mar
e tudo era cheio de vida
e a vida era uma só.
Quando a criança deixou de ser criança
o mar já se transforma em rio
e o rio em poças e as poças em gotas d’agua
e as gotas d’agua no vento seco do deserto
e desapareceram as asas e houve o regresso
ao único átomo e suas derradeiras partículas
e a criancinha loura então aprendeu a dançar.
E quando a criança não era mais criança
ficou imóvel com os braços e o sorriso
e não acreditou mais que o riacho era rio
e o rio torrente e a torrente era o mar
e viu que nem tudo era cheio de vida - e também
que já tinha hábitos e opiniões e sabia dançar
e a vida, enfrentando-a, não era uma só
e já não havia mais nem asas nem a magia do tempo.
Álvaro Pacheco, in Asas de Criança.
.
Arte de Kelly Vivanco.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Que venham as novas janelas!
Alegria, sorte, mudança, esperança, sorrisos, muitos sorrisos em El Salvador!
.
Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos – voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
– Ó vida futura! Nós te criaremos.
terça-feira, 17 de junho de 2008
Alguém disse...
Lagoa da Posse
Livro do Desassossego - Bernardo Soares (Fernando Pessoa).
segunda-feira, 16 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Feliz Dia dos Namorados!
André Gorz e Dorine.
A história faz valer a pesquisa.
.....................................
"Quando eu estiver contigo no fim do dia, poderás ver as minhas cicatrizes, e então saberás que eu me feri e também me curei".
Tagore
sexta-feira, 6 de junho de 2008
......
Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
muitas há que não vi.
Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
de tudo quanto é misto
e que odiei ou senti.
Nem Fausto nem Mefisto,
à deusa que se ri
deste nosso oaristo,
eis-me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui,
mas não sou eu, nem isto.
- Sonetilho do Falso Fernando Pessoa
Carlos Drummond de Andrade
In Claro Enigma, 1951.
Figura: Pessoa por Almada Negreiros
terça-feira, 3 de junho de 2008
O (des)encontro.
Causava-lhe estranheza e até certo desprezo, quando percebia nos outros uma carência “naquilo”... Aquilo que não existindo, era para ela como não ter uma orelha ou uma perna... que em seu entendimento se tinha naturalmente, era como peça original de fábrica. Para ela não era motivo de preocupação, nem de dispêndio de energia ou esforço. Exauria-lhe, ao contrário, ficar ouvindo as queixas alheias sobre esta baixa e os queixosos por vezes não acreditavam nela ou tomavam-na como arrogante, quando afirmava nunca ter sentido tal ausência. Afirmava nunca ter...
E passou tanto tempo sem precisar lidar com a não existência do “buraco”, que quando aconteceu do buraco se abrir, ela foi engolida por ele... era para ela, terreno há muito (todo) tempo desconhecido.
O curioso é que o que iniciou a abertura do buraco foi estar diante da materialização personificada de um conjunto enorme de características humanas, que até então ela julgara como ideais ou próximos do que com muito descuido se chama de perfeição.
A utopia em forma de gente, germinou nela a inédita dúvida sobre todas as certezas que sempre tivera sobre si mesma. A criatura, a perfeição inventada, talvez fosse nada mais que a projeção dela mesma ou do que apreciaria ter como seu... e vendo existir, fora de si, de carne e osso, ficou escancarado que o que ela julgara ideal durante tanto tempo, era muito diferente do que verdadeiramente via no espelho todos os dias... Foi assim que se deu o (des)encontro.
.
"Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….” - Friedrich Nietzsche
Pintura: Edgar Hilaire Germain de Gas / Edgar Degas - Before de Mirror 1885 - 86.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Vontade de Poesia!
De onde ela vem?! De que matéria bruta
Vem essa luz que sobre as nebulosas
Cai de incógnitas criptas misteriosas
Como as estalactites duma gruta?!
Vem da psicogenética e alta luta
Do feixe de moléculas nervosas,
Que, em desintegrações maravilhosas,
Delibera, e depois, quer e executa!
Vem do encéfalo absconso que a constringe,
Chega em seguida às cordas do laringe,
Tísica, tênue, mínima, raquítica ...
Quebra a força centrípeta que a amarra,
Mas, de repente, e quase morta, esbarra
No mulambo da língua paralítica
A Idéia - Augusto dos Anjos.
Foto: Gregoria Correia.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Planos para a Ansiedade?!
Sendo ansiedade o meu sobrenome, pensei: para um ansioso, fazer planos piora ou melhora o sintoma??
Fazendo planos, traça-se uma linha, uma meta, um objetivo. A ansiedade vai trabalhar com expectativa focada. Não fazendo planos, ficando sem foco, a ansiedade vai massacrar na procura por ele ou por mil e uma soluções, metas, objetivos e caminhos soltos e bagunçados.
Traçando um objetivo e chegando ao final do processo de ansiedade e expectativa focada sem sucesso, virá a frustração, afinal, foi uma linha bem determinada, pensada, esperada, cuidada. Sem planejar nada, frustra-se pela incapacidade de determinação, pela clara impossibilidade de finalizar algo que nem teve um pré-projeto ou pelos vários projetos (sem pré-projetos) que iniciam-se, mas nunca são finalizados.
E agora? ........Lexotan?
Pintura: O grito - Edvard Münch.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Reformulando as conclusões de domingo...
- Pessoas parecem gostar mais das pessoas que mentem;
- Quem é boa pessoa comigo, mas trata mal o garçom, não é boa pessoa.
domingo, 18 de maio de 2008
Conclusões......
- Homens parecem gostar mais das mulheres que mentem;
- Quem é boa pessoa comigo, mas trata mal o garçom, não é boa pessoa.
sábado, 10 de maio de 2008
O amor só é bom se doer!?
O homem que diz "dou"
Não dá!
Porque quem dá mesmo
Não diz!
O homem que diz "vou"
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz "sou"
Não é!
Porque quem é mesmo "é"
Não sou!
O homem que diz "dou"
Não dá!
Porque ninguém dá
Quando quer
Coitado do homem que cai
No canto de Ossanha
Traidor!
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor...
[...]
Canto de Ossanha
Vinicius e Baden Powell
quarta-feira, 7 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
A Bailarina.
E também tá aqui: http://www.monicapiloni.com
Nesse trabalho o ícone absurdamente feminino da bailarina idealizada foi esquartejado, membro a membro, e cada parte presa em mini-vitrines. Essas vitrines formam caixas transparentes que possibilitam seu empilhamento e dão ordem e sentido à anatomia em pedaços. São suportes eficientes de sutentação, suficientemente visíveis para criar sutis rupturas verticais e horizontais entre finas molduras que envolvem, protegem e distanciam, elevando seu conteúdo de músculos tencionados ao estado de intocável.
A imagem tradicional da bailarina carrega um caráter dramático e emotivo apesar de incansavelmente explorado e consumido, que a torna um ser quase irreal em um ideal de imaterialidade. Nesta escultura ela foi representada em tamanho natural com um tratamento realista. O desmembramento anatômico acentua a carga dramática. Poderiam estar espalhados e sem vida sobre o chão, mas recebem uma falsa alma de estrutura artificial.
Bailarina /2007.
resina, cabelo, próteses oculares
pintura, tecido, acrílico.
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Pois é...
De tanto levá frechada do teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
Táuba de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde furá
Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno estriquinina
Que pecheira de baiano
Teu olhar mata mais que atropelamento de automover
Mata mais que bala de revorver
quarta-feira, 30 de abril de 2008
"Cagando" para a Literatura!
Uma das notícias mais faladas na internet nos últimos dias, trata sobre a empresa espanhola que está lançando rolos de papel higiênico com trechos de clássicos da literatura mundial. O argumento do empreendedor da idéia, é levar os livros aos banheiros, para aproximar a literatura das pessoas... (???)
Perdoem meu jeito conservador de ver a coisa, mas será que ninguém consegue pensar em algo com um pouco mais de bom gosto para incentivar a leitura?
A intenção - e somente ela, olhando bem lá no fundo, com muito esforço - pode até não ser de todo má, mas a idéia prática final é tosca e de certa forma, desrespeita e ridiculariza a literatura.
Imagine só o orgulho dos autores em saber que as pessoas estão limpando a bunda com suas obras!
Alguém realmente acredita que quem nunca teve gosto pela coisa, vai adquiri-lo justamente desta forma... sentado em casa, no seu "aconchegante" vaso sanitário???
Quer apostar que se essa moda pegar, provavelmente será com aquelas pessoas que já possuíam o hábito de ler este tipo de livro e que o rolo de papel higiênico vai virar é peça de colecionador, indo parar novamente na estante?
E o resto da população, que segundo o brilhante criador desta idéia, seria o público alvo, não vai fazer nada mais do que CONTINUAR cagando para a literatura....
Imagem: site da BBC BRASIL.
Das Leben der Anderen.
Procuro quem tenha este filme e queira fazer a gentileza de gravar para mim.
O filme é alemão e em português ele leva o título de: A Vida dos Outros - 2006.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Sem José!
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora?
e agora?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora?
E agora?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
...e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha!
...para onde?
José (sem José) - Carlos Drummond de Andrade.
domingo, 27 de abril de 2008
PARA NÃO ESQUECER!
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
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Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos.
- Fernando Pessoa in O Livro do Desassossego, 324.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Retratos Femininos.
Música por: Yo-Yo Ma, interpretando Bach's Suite No. 1, BWV 1007 In G Major- Sarabande.
A seqüência dos quadros, com o nome dos mesmos e de seus respectivos pintores, pode ser vista aqui: http://www.maysstuff.com/womenid.htm
sábado, 19 de abril de 2008
O IMPOSSÍVEL II.
.
Aqueles são o impossível."
[...]
O escrito é de: Othon d`Eça, o irmão.
A imagem é do russo: Vladimir Kush.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Qual o nome do filme?
Pistas:
- a música toca na última cena;
- o nome da música é também o nome do carro que leva os personagens durante quase toda a história;
- o slogan do filme era: "alguém disse: vivam a vida.... e foi isso que elas fizeram...";
- ali na JUKEBOX do blog, a música: The Ballad of Lucy Jordan, também está nesse filme e trilha uma cena noturna num lugar muito bacana.
P.S.: Aproximadamente até os 00:45, no ápice da cena em questão, a música arrepia até os cabelos que eu já perdi... conectem com ela... é linda!
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Quem nunca foi um chato trágico, levanta a mão!
A paixão nos engaja numa difícil experiência do infinito. Como se sabe, ela tende ao “fazer-um-com-o-outro”, à metade perdida do hermafrodita de Aristófanes, à continuidade de Georges Bataille. Mas esta unidade se revela impossível, pois o permanente tender a um, o movimento constante em sua direção, o élan insofreável ruma para o que, contudo, não cessa de furtar-se. A paixão nos dá assim da unidade o vislumbre, talvez mesmo a doce ilusão, mas nunca o descanso, a satisfação plena. É aí que os apaixonados descobrem-se submetidos a compulsórias compulsões. Surgem as figuras do infinito. Falar ao telefone com a pessoa por quem se está apaixonado e, ao desligar, não importa depois de quantas horas de conversa, querer imediatamente ligar de volta. Sofrer uma espécie de ansiedade sem conteúdo quando da ausência dela. Mesmo na presença dela sentir como que uma estranha falta – a falta do um -, que o sexo busca a todo custo preencher. Vem daí também a figura do “eu te amo”, incansavelmente repetida no discurso passional. É que “eu te amo” ultrapassa seu significado à pura vazão: “eu te amo”, repetido inúmeras vezes, é o modo de a linguagem tender ela também ao infinito, tendência por repetição, como se a compulsão pudesse finalmente franquear o um. Se “eu te amo” fosse da ordem da comunicação, os amantes ficariam entediados logo na segunda vez que se pronunciasse a expressão. Mas não: “eu te amo”, no contexto da paixão, não sofre redundância, antes, pelo contrário, é surpreendente a cada enésima repetição, pois traz em si o vislumbre do um, sua promessa.
Se a paixão, mesmo quando recíproca, é uma experiência estruturalmente difícil (embora maravilhosa, e para muitos compensadora, pois a intensidade erótica e afetiva vale cada segundo de ansiedade), quando não correspondida, torna-se, todos sabemos, insuportável. Mas não me refiro aos casos em que alguém se apaixona e o objeto da paixão não corresponde de forma nenhuma. Ou àqueles em que um dos dois apaixona-se inadvertidamente, e o outro, que até manifestava certo interesse, perde-o de todo, pois o sujeito apaixonado, com sua demanda infinita, sofre uma brusca desvalorização aos olhos do outro, não-apaixonado. Estas situações são claras e, embora dolorosas, diante delas não resta outra coisa senão desapaixonar-se. Situação diferente é aquela em que um dos dois apaixona-se enquanto o outro ama, deseja, porém com medida, sem se apaixonar. Experiência dificílima para o apaixonado, pois configura uma impossibilidade espacial: o infinito não se compatibiliza com o finito, por maior que seja este amor – com medida, sem apaixonar-se, não se engaja no infinito, com todos os seus sintomas. E quem está apaixonado, por sua vez, não pode demandar do outro, nada menos que infinito. De nada adianta que o outro telefone, que demonstre desejo, até mesmo amor. Diante do infinito, toda medida, mesmo grande – é nada. Trata-se de uma questão matemática: relativamente ao Universo, a distância entre a Terra e o Sol é nada.
Dessa impossibilidade contingencial (a impossibilidade estrutural da paixão é o tender ao um impossível) decorre um acontecimento terrível. O apaixonado torna-se um chato, como se sabe, mais de uma espécie muito particular de chatos. Quem é familiarizado com os personagens de Dostoievski já se deu conta de que muitos deles têm esse traço exasperante: agem errado, sabem que estão agindo errado, e mesmo assim agem errado infinitamente, até a humilhação. Basta ler, por exemplo, Notas do Subterrâneo. Aí se encontra o que se pode chamar de uma chatice trágica. Sim, pois o que redime, da perspectiva do próprio chato, a chatice... é a ignorância de sua condição. Mas os chatos dostoievskianos são trágicos precisamente porque lúcidos. Sabem que estão agindo errado, que estão se afundando, mas mergulham no erro infinitamente. Chatice e lucidez é trágico, pois sofre-se duplamente: pelas conseqüências dos atos e pela nítida percepção, antecipadora, que se tem delas. É claro que os personagens de Dostoievski, agem assim porque são... passionais. Quando a paixão é recíproca, o fato de os dois amantes estarem engajados no infinito elimina em ambos o risco da chatice trágica, já que os dois desejam a demanda infinita um do outro; mas basta que o infinito tenha que medir-se com o finito, que a desmedida tenha que conviver com a medida, para que um desequilíbrio fundamental se instale e, com ele, o papel de personagem de Dostoievski que, inapelavelmente, o apaixonado tem que vivenciar.
O que podem fazer estes apaixonados que se vêem subitamente presos nas páginas de um romance russo? Procurar dar-se, talvez, alguma medida? Mobilizar a vontade contra o desejo? Empresa árdua, uma vez que se trata de uma guerra desigual – quase uma covardia -, e também porque não se abre mão da desmesura assim tão facilmente, já que nela o que está em jogo é o vislumbre do um, a promessa. Como no samba-canção de Caymmi: “não tem solução”. Mas passa. Tudo passa. E até mesmo, trágico maior, a própria vida: como diria o poeta, “de resto, sério/só o cemitério”.
Os chatos trágicos - Francisco Bosco in Banalogias.