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sábado, 8 de setembro de 2018

Crepúsculo

Cores invadem a translúcida atmosfera,
subvertendo a calmaria daquela hora,
exaltando o brilho da nuvem que evapora,
então o coração do enamorado acelera.

Existe certo conluio entre a fauna e a flora,
cujo resultado, parece, não se espera;
é a conjugação que faz o verde e a fera,
porém, no horizonte o fulgor não demora.

Esse crepúsculo de natureza rara,
se faz acompanhar de silvos e gritos,
de pios e sussurros que trazem ternura.

Que só quando a noite se veste seu véu, pára,
e nada demonstra este crepúsculo contrito,
o qual prenuncia uma noite bem escura.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Chegada da noite



Pois, astro rei lentamente adormece o dia,
então, trevas substituem o sol prostrado;
num processo tanto lento como calado,
e perde colorido toda a serrania.

Agora é a vez duma atmosfera sombria,
a qual adormece qualquer risada ou brado;
daí, o que parecia leve, está pesado,
enquanto o sol atrás dos montes alumia.

À frente nada se enxerga da velha senda,
que serpenteia pontiagudas montanhas,
tornando uma possível subida, horrenda.

Na escuridão as coisas se tornam estranhas,
ambiente propício de mitos e lendas,
com estórias horríveis de feias aranhas.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Pastichando Olavo Bilac

Radioastronômo, ouve estrelas por certo,
porém, ignorando tudo delas, no entanto;
mas algum astrônomo que se acha esperto,
se soubesse o que ouve o vate teria espanto.

Então, observando a negra noite, enquanto,
mantém aquele seu radiotelescópio aberto;
o vate, à mesma estrela oferece pranto,
pregando rima e versos em pleno deserto.

Portanto, direis, quem tem razão caro amigo,
quando cada um busca somente o seu sentido,
e ao outro dedica desdenhoso: nem ligo!

E ninguém jamais será capaz de entende-las,
quer as tenha visto quer as tenha ouvido,
porque é loucura definir as tais estrelas.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Ouvindo estrelas


Todo poeta é um bobo, vive sonhando,
e o caminho das estrelas é sua via;
onde vai sem questionamento: até quando?
e se fosse diferente como seria?

E no silêncio absoluto segue escutando,
estrelas! Que, diz ele, estão em romaria;
seguem no cosmos, aglomeradas em bando,
vão fazendo algazarra o poeta diria.

E lá com seus botões: no solo raso sigo,
prestando toda atenção neste chão também,
sem que repare nalguém andando comigo.

Mas, neste Planeta, todos vão como vêm,
bardo rola como pedra, não tem amigo,
porém, ouve as estrelas quando lhe convém.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Voar

Embalada nas nuvens singrando os ares,
aeronave na noite um tanto sombria;
navega num vento que sempre acaricia,
asas prateadas por brilhantes luares.

Envolve a nave aquela atmosfera fria,
pétrea escuridão tolhe quaisquer olhares;
muito bem navega-se, apesar dos pesares,
pois o avião na noite é bela ave tardia.

Voar não é forma de domínio na verdade,
é apenas um jeito gostoso de comunhão,
entre a máquina, o ar e alguma divindade.

Nada de especial faculta qualquer avião,
voar é somente sua finalidade,
e os ares seus meios ambientes são.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Sobre minha cabeça

Contemplo a abóbada desta praia escura,
enquanto a Selene seus véus de nuvens veste;
e meus olhos estão simplesmente a procura,
de algum imenso aglomerado celeste.

Deste firmamento estou, portanto, aqui a seus pés,
como todos os entes submissos ao seu poder;
a mercê de possível e telúrico revés,
sobre o qual, nós nada poderemos fazer.

O cosmos é dominante nesta tardia hora,
impondo-se de maneira a nos esmagar,
imensidão de hoje como desde outrora.

Então esse espaço de imensidão estelar,
detém toda verdade do que há lá fora,
e, dele, só temos visão rudimentar.


quinta-feira, 14 de junho de 2018

A noite e o poeta

Deslumbrado, a noite calma, o vate cultua,
fazendo seus versos esperando mais dela;
nas rimas, um profundo desvelo revela,
quedo, pensando e triste no meio da rua.

Tendo como única testemunha aquela lua,
refletindo na vidraça alta da janela;
a Selene tem completa noção que é bela,
enquanto no firmamento etérea flutua.

O vate assume as belezas como poderosas,
simplesmente todas, até as nebulosas,
que dominam firmamento em toda amplidão.

E, mesmo, ali está invadido pelo luar,
que, mesmerizante, obriga-o a versejar,
então chora, humilhado pela imposição.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

O sol e nós

Como a luz brilhante que refulgia,
que leves imagens claras entorta;
a noite que era escura virou dia,
quando o astro rei entra pela porta.

Até mesmo o calorzinho que havia,
sendo tão pequeno que não conforta;
foi levado embora pela ousadia,
do sol que alguma caldeira transporta.

Porém a luz ilumina a desgraça,
enquanto todo o esconso repele,
e mostra aquilo que se escondia.

Agora, luminosidade grassa,
e sentimos acariciar a pele,
tal como não esperada magia.


domingo, 6 de maio de 2018

Este Sol que nos ilumina

Quando, anunciando o dia, o sol se levanta,
e pássaros nos ninhos permanecem quedos;
momento mágico, expectativa é tanta,
que flutuam para o éter todos os medos.

Sabe-se que na luz não há eventos tredos,
mas, certamente existe neste brilho quanta;
verdade couber em palatáveis segredos,
coisas, as quais nosso senso comum espanta.

Porquanto o luz, ao contrário da noite fria,
a nós dá claridade como fosse cortesia,
e nem liga para o que da noite pensamos.

E, na verdade, o sol não deseja ser rude,
o que quer é, iluminar na sua plenitude,
este Planeta no qual todo nós moramos.

domingo, 25 de março de 2018

Aurora

Se de longe encanta-me essa aurora,
imagino de perto, outras vertigens;
festas de luzes, o dia comemora,
desvendando nuvens ainda virgens.

A noite despede-se, então vai embora,
recolhe-se ao berço de suas origens;
porque seu recolhimento tem hora,
enquanto o sol pinta-se de fuligens.

Certamente esta luz não é bizarra,
pelo contrário, esta manhã clareia,
e o sol rompe o dia com fanfarra.

E começamos esta vida cheia,
como à tábua de salvação agarra,
acreditando no canto da sereia.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Dia

A noite taciturna deu as caras
Com fisionomia bastante fria
E suas intenções não estão claras
Ante esse quadro tudo se admitia.

Poucas estrelas, na verdade raras.
Mesmo a lua grande esforço fazia
Para alumiar distantes searas
Encoberta trás de nuvem sombria.

E quando o sol desfez esta agonia
O dia nascente veio se abrindo
Então fez-se luz, o mundo existia!

Era o renascer de um dia lindo
Que com a noite terçara porfia
E pela humanidade tão bem vindo.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Elfos e quimeras

Pois o vate não busca a claridade
Onde esta lhe aparece de graça
Prefere uma escuridão que passa
E vai criando sua própria verdade.

Então, no escuro, pela cidade
Ele quebra da noite sua couraça
Naquele momento que os versos traça
Com bastante talento e humildade.

Tira rimas da dor escrusciante
E versos lhe vêm a qualquer instante
Através de rimas ricas e austeras.

Enquanto sente o poeta insiste
Compondo poema alegre ou triste
Habitado por elfos e quimeras.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Noite do poeta

Translúcido este céu constelado
Com estrelas que formam cascata
Num fundo negro de tom azulado
E com difusa luz que sabe a prata.

Então o poeta se põe deslumbrado
Numa admiração que nunca desata
No firmamento com olhar parado
Como que escutando airosa tocata.

Porquanto tais luzes fosforescentes
Adulam e cativam suas mentes
Através destas conjuntas razias.

Pro vate é uma transcendente fase
De poema definidora, ou quase
Cornucópia de grandes alegrias!

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A noite

A noite na escuridão mansa, nada
Nada diferente, pura rotina
Ainda que sequer esteja estrelada
Procura na terra uma bailarina.

E sem descanso, vara a madrugada
Quando o horizonte se descortina
Em flagrante, a noite então divaga
A luz do sol surge e a alucina.

Então, o blues lamenta-se na vitrola
Num compasso meloso bem dosado
Melancolia que ninguém controla.

Este som pesaroso deita e rola
Como se o mundo estivesse errado
O mal solto, a bondade na gaiola.