31 dezembro 2012
20 dezembro 2012
BOAS FESTAS
Um feliz Natal!
O espírito materialista e a obrigação associados à azáfama das compras dão mais
sentido ao Natal para a maioria de nós. No entanto, as pequenas surpresas
feitas todos os dias aos que realmente amamos, proporcionam o verdadeiro espírito
do natal todo o ano.
Esperamos que as vossas prendas sejam: paz interior, amor da vossa família e
amigos, vontade de sorrir, beijar, abraçar e saúde para desfrutarem ao máximo
cada momento bonito que esta vida nos proporciona.
O Natal faz-nos lembrar o ombro amigo que sabemos ter para dar e receber quando a luz ao final do túnel parece distante. A mão que recebemos e damos
para continuar a crescer por mais difícil que a caminhada seja.
Foz Côa Friends, Associação
17 dezembro 2012
Alto Douro Vinhateiro aposta na promoção e em novas actividades económicas
O Alto Douro Vinhateiro (ADV) está a
comemorar 11 anos de reconhecimento pela UNESCO como Património Mundial da
Humanidade.
A chefe de Projecto da Estrutura de Missão do
Douro (EMD), Célia Ramos, afirmou à Lusa que o balanço dos 11 anos é "muito positivo", pelo que o desafio é investir na sua
projeção.
E, disse, para
os próximos anos as metas são zelar pelos atributos que mereceram o
reconhecimento da UNESCO através do envolvimento da sociedade civil e das
instituições, trabalhar no próximo quadro comunitário abrangendo todos os
agentes da região e promover o desenvolvimento económico e social.
"O Douro é essencial na promoção da região, pelo que o desafio é investir no que lhe dá identidade e o torna singular para introduzir valor na cadeia de atividades existentes e atrair pessoas", frisou.
Para trilhar o
caminho da projeção, avançou, a administração central e local, promotores e
agricultores, têm de trabalhar em conjunto, porque o Douro é um activo
económico "insubstituível".
Nos últimos
anos, explicou a responsável, trabalhou-se a parte da oferta, sendo agora
necessário investir na procura através da inovação e internacionalização, mas
cientes que o ADV não vai conseguir resolver todos os problemas.
Numa altura em
que o Governo prepara o relatório final para entregar à UNESCO e garantir a
compatibilização desta classificação com a barragem, Célia Ramos salientou que
o Douro vai trabalhar 24 horas por dia para cumprir os objectivos.
A
classificação do ADV permitiu, segundo a presidente do conselho de administração
da Fundação do Museu do Douro, uma "visível"
evolução na região no que diz respeito à salvaguarda, consciência e valorização
de um património "único".
Elisa Babo
considerou que a aposta futura deve ser nas pessoas e na sua qualificação para
que invistam e se mantenham na região, pelo que é preciso reforçar a promoção,
divulgação e comunicação.
Para ser ainda
mais atractivo, na sua opinião, o Douro deve melhorar a oferta turística e as
suas inúmeras potencialidades, apostar em setores económicos tradicionais e
envolver de forma integrada todos os promotores.
"O Douro passou a estar na moda e é agora um atrativo
nacional", disse o presidente da Liga dos Amigos do Douro
Património Mundial, Armando Moreira.
Depois do
investimento nas instituições, infraestruturas e construção hoteleira é
necessário, ressalvou, apostar na produção de vinho.
O presidente
da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM - Douro), Artur Cascarejo, realçou
que o próximo passo deve ser manter o equilíbrio entre a conservação do bem e o
desenvolvimento regional.
"Além de qualificar o território, temos de qualificar
as pessoas com políticas coerentes porque, por exemplo, não podemos apostar
forte nas acessibilidades para o Douro e abandonar a ferroviária e a linha
aérea", afirmou.
Fonte: Jornal HARDMUSICA
11 dezembro 2012
Comemoração do 14º Aniversário da Classificação da Arte do Côa Património Mundial
Assinalando-se este mês o 14º aniversário da classificação da Arte do Côa como Património Mundial, a Fundação Côa Parque levará a cabo a apresentação do roteiro “Côa e Siega Verde - A Arte da Luz”, que decorrerá no próximo dia 15 pelas 16H30 no Museu do Côa.
Ao longo do dia decorrerá uma mostra de 3 pequenos filmes
relacionados com a Arte destes dois conjuntos artísticos classificados pela
UNESCO.
Ainda no mesmo dia mas da parte da tarde o Museu do Côa
oferecerá músicas do mundo ao vivo, aos seus visitantes.
O roteiro em questão “é um convite para uma experiência de
visita ao Parque Arqueológico do Vale do Côa (Portugal) e ao Sítio Arqueológico
de Siega Verde (Vale do Águeda, Espanha), que nos mergulham 30 mil anos no
tempo, através da arte rupestre ao ar livre classificada pela UNESCO como
Património Mundial”.
Fonte: Fundação Côa Parque
09 dezembro 2012
Os 125 anos da ligação Porto - Salamanca - Europa
O dia 8 de Dezembro de 1887 ficou gravado a letras de ouro na história ibérica e, em particular, na história da região norte de Portugal.
Nesse dia memorável ficou estabelecida a ligação ferroviária que manteve o Porto em contacto com o resto da Europa durante 97 anos até que, a 1 de Janeiro de 1985, essa ligação foi incompreensivelmente suprimida. Refiro-me, claro está, à ligação ferroviária via Barca D'Alva.
A construção deste eixo fundamental para o noroeste da península padeceu de enormes vicissitudes, de avanços e recuos mas, apesar de todas as contrariedades, a obra avançou e foi concluída.
Importa aqui realçar o empenho dos empresários Portuenses que se uniram em defesa da concretização desta empreitada. De igual modo, a história da construção desta via não pode olvidar as centenas de operários que contribuíram com a força do seu trabalho para a execução do "caminho impossível". Houve vítimas mortais cuja memória é da mais elementar justiça recordar. A todos eles é devido o eterno agradecimento das gerações seguintes entre as quais nos incluímos. A magnitude da obra e os benefícios proporcionados às gerações posteriores justificam plenamente esta gratidão.
Durante esses 97 anos esta via tornou-se num elemento fundamental para o desenvolvimento das regiões que servia, tanto em Portugal como em Espanha. Houve localidades que beneficiaram em larga medida deste importante eixo ferroviário. um dos exemplos mais paradigmáticos é Barca D'Alva que, como estação fronteiriça, teve um crescimento exponencial com a chegada do comboio. De facto, para suporte deste enclave ferroviário houve necessidade de ali estabelecer vários serviços, nomeadamente o das alfândegas. Estima-se que em Barca D'Alva trabalhassem nessa época mais de meia centena de pessoas envolvidas nas operações ferroviárias e alfandegárias. Mas não foi apenas Barca D'Alva que beneficiou desta nova infraestrutura de comunicação. Também o Pocinho e todo o concelho de Vila Nova de Foz Côa saíram a ganhar com a ligação a Espanha. Do outro lado da fronteira os benefícios foram semelhantes. Passando do contexto local para o contexto regional, toda a região do Douro ganhou com esta ligação. O Porto, em particular, passou a poder exportar para toda a Europa, e com menores encargos, o mais emblemático produto que ostenta o nome da cidade, o vinho do Porto.
Por tudo isto, quando hoje se fala em exportar a preços competitivos, não se compreende como é que este eixo continua encerrado.
Ponte internacional Autor desconhecido |
Estação de Barca D'Alva Autor desconhecido |
Estação de Barca D'Alva Autor desconhecido |
Estação de Barca D'Alva Autor desconhecido |
Viaduto de Barca D'Alva Autor desconhecido |
Cocheiras na estação de Barca D'Alva Foto: Martin Dieterich |
Estação de Barca D'Alva Locomotiva Diesel Portuguesa e Ferrobus Espanhol lado a lado Foto: Martin Dieterich |
Estação de Barca D'Alva Ferrobus Espanhol Foto: Martin Dieterich |
Barca D'Alva - Ponte Internacional Foto: Martin Dieterich |
Estação de Barca D'Alva Autor desconhecido |
Estação de Barca D'Alva Autor desconhecido |
Estação de Barca D'Alva Autor desconhecido |
Estação de Barca D'Alva Autor desconhecido |
Estação do Côa Foto: Foto Felizes |
Foto: Emílio Biel |
Viaduto do Vale da Veiga Autor desconhecido |
Estação do Pocinho Foto: Martin Dieterich |
Estação do Pocinho Foto: Martin Dieterich |
Estação do Pocinho Foto: Geoff Plumb |
Estação do Pocinho Foto: Geoff Plumb |
Estação do Pocinho Foto: Geoff Plumb |
Estação do Pocinho Foto: Geoff Plumb |
Pocinho Foto: Geoff Cryer |
Pocinho Foto: Geoff Cryer |
Pocinho - Comboio de partida para Barca D'Alva Foto: Geoff Cryer |
Nota:
Desconhecem-se os autores de algumas das fotos que foram recolhidas da internet em várias páginas do facebook.
Se algum dos nossos leitores conhecer o autor de algumas das fotos agradecemos que nos informem.
Se algum dos nossos leitores conhecer o autor de algumas das fotos agradecemos que nos informem.
07 dezembro 2012
Outra forma de fazer turismo
No passado mês de Agosto/2012 fomos surpreendidos no Pocinho por este casal de turistas pouco convencionais.
Por volta das 13 horas o sol impiedoso queimava a pele como fogo mas, estes "beduínos" da era moderna não se coibiram de meter os pés ao caminho.
Ouvindo-os falar em francês perguntámos-lhes se poderíamos fotografá-los e eles anuíram.
Depois perguntaram-nos como é que poderiam ir para o rio. Indicámos-lhes o caminho e fizemos-lhes um esquema num papel que lhes entregámos.
Perguntaram se podiam acampar. Dissemos-lhes que sim.
Ficámos sem saber de que país vinham e o que os levava a fazer uma viagem desta maneira.
O Pocinho é, desde sempre, um ponto de passagem de viajantes de várias procedências.
No tempo dos comboios a vapor vinha gente de toda a Europa fotografar as locomotivas ao Pocinho.
Hoje as locomotivas a vapor já não andam mas, a julgar pelas imagens seguintes, o Pocinho mantém a tradição de ponto de passagem.
05 dezembro 2012
Férias Activas – Natal 2012
PERÍODO: 17/12 A 28/12 (20€) COM ALMOÇO
PERÍODO: 17/12 A 2812 (15€) SEM ALMOÇO
Ficha de inscrição em Fozcoactiva.
03 dezembro 2012
LINHA DO DOURO - 125 DE VI(D)A
A Tod@via - Associação de Fronteira por uma Via Sustentável,
criada e integrada por portugueses e espanhóis, deseja comemorar os 125 anos da
conclusão da Linha do Douro, o caminho-de-ferro que ligou as cidades do Porto e
Salamanca entre 1887 e 1985, sendo nesta última data encerrado o troço entre La Fuente de San Esteban – La Fregeneda / Barca d’Alva
e em 1988 o de Barca d’Alva – Pocinho. O percurso desactivado do lado espanhol
foi entretanto no ano de 2000 classificado como Monumento Cultural, o que
permite que esta via-férrea continue a unir os habitantes desta região da raia
e que poderá tornar-se num verdadeiro motor para gerar riqueza.
Somos
parte da sociedade civil, não politizada e, nessa qualidade, convidamos à
participação desinteressada tanto dos cidadãos como das instituições locais.
Agradecer-lhes-íamos se difundissem a informação relativa a esta actividade
cultural e nos honrassem com a vossa presença no acto do “beijo das máquinas”
ou contribuíssem de forma activa na organização da efeméride, fazendo-se a
colaborar na animação desta jornada festiva através do vosso folclore e outras
manifestações culturais.
Programa
(sábado, 8 de dezembro de 2012):
(Hora Portugal)
10:30h -
Beijo das máquinas (Ponte internacional)
11:00h -
Partilhando as nossas músicas (Barca d´Alva)
13:00h -
Tempo para merendar
14:30h - Projecção do vídeo
"Pessoas e paisagens nas últimas viagens” (Vega de Terrón)
15:30h + x
- (Vega Terrón)
16:30h -
Abraços
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Beijo das
máquinas (Ponte internacional):
Foi há 125
anos inaugurada a conclusão desta linha-férrea, através de um acto simbólico
mas cheio de significado, durante o qual, duas locomotivas, uma portuguesa e
outra espanhola, se encontraram e tocaram, de frente, no meio da ponte
internacional, que se encontrava engalanada com bandeiras dos dois países e que
os jornalistas da época descreveram como um “beijo”. No próximo dia 8 de
dezembro, para festejar o acontecimento, todos nos converteremos em passageiros
de outros tempos. Convidamos por isso os participantes para que compareçam
envergando trajes do passado, representando a sociedade em geral mas também as
várias categorias de ferroviários, ou seja, tanto aqueles que tornaram possível
esta infraestrutura, como os habitantes da zona que acompanharam a sua
construção e os passageiros que nela viajaram.
Honraremos
a VI(d)A que trazia VI(d)A.
Partilhando as nossas músicas e cantigas, daqui e de lá, alegremente
conviviam e bailavam porque o progresso havia chegado… Sonhavam. Tempos
difíceis mas onde a alegria imperava, como agora. Dancemos e desfrutemos com
essa partilha musical, valorizando o esforço dos músicos que de forma
desinteressada contribuirão para reforçar a sociedade civil. Somos portugueses
e espanhóis que queremos voltar a apanhar o comboio na estação da Barca d’Alva.
Merenda
campestre ou almoço num dos restaurantes da Barca d’Alva ou Vega de Terrón:
Projecção
do vídeo "Pessoas e paisagens nas últimas viagens": imagens tomadas
durante as últimas viagens e que nos recordarão as pessoas que fomos.
- Conclusão da jornada com as participações culturais
e/ou musicais.
Abraços
Despedir-se-ão os viajantes emocionados, à moda antiga, porque para o
ano que vem teremos que recuperar a VI(d)A que trazia VI(d)A.
Cordiais
saudações carrilanas
José
Andrés Herrero Sánchez
Presidente
da Associação de Frontera Tod@vía
www.todaviasostenible.org
todaviasostenible@gmail.com
01 dezembro 2012
Terras do Douro, Rota Ibérica - Reportagem SIC
Terras do Douro, Rota Ibérica - Reportagem SIC
Visualizar o vídeo seguinte a partir do minuto 22:04 até ao minuto 40:03
29 novembro 2012
A LENDA DA CAPELA DO ANJO - Parte II
(Continuação da parte I)
Ao final do dia – o segundo – lá desceram novamente à povoação para cearem e descansarem; alguns dormiram mal, tiveram pesadelos, que um Anjo lhes estava a deitar abaixo o que tinham feito e levado as pedras para junto das outras do dia anterior. E quando de madrugada começaram a subir o monte, iam contando os sonhos aqueles que os tinham tido e os outros, não tendo sonhado ou dos sonhos se não lembrando, mas todos iam com algum receio de que algo pudesse ter sucedido; e se chegarmos lá e tudo tiver sido deitado abaixo o que vamos fazer? Não pensem nisso, dizia um mas a confiança era nenhuma.
De facto ao chegarem viram que todo do dia anterior estava destruído e amontoado lá junto do outro do primeiro dia! Ora aí está o trabalho de dois dias desfeito em duas noites; o material diminuía no local – no estaleiro diríamos hoje – e ia aumentando na mesma proporção lá junto à ponta do rochedo, no tal local onde o ancião garantia ser ali que o Anjo queria a sua capela.
Resolveram não mexer em mais nada e irem falar com o pároco e lá foram, trazendo de Almendra a sugestão debitada pelo representante de Deus e dos Anjos na Terra, mais crente na maldade humana do que na palavra divina e que era a de retomarem o trabalho e no final do dia um dos pedreiros ficar de guarda, escondido, para de uma vez por todas o ou os responsáveis serem apanhados e em vez de desfazerem fossem eles a fazer tudo o que tinham estragado.
E assim fizeram. Desceram todos no final do dia, menos o destacado para montar a guarda, por sinal o único que era solteiro, não ficando assim mulher e filhos em sobressalto toda a noite ficaria a Mãe pois que Mãe tinha, mas esse não era pormenor que fosse tido em conta.
Comeu a ceia, bebeu o que era hábito e de varapau na mão e casacão abotoado que a noite ameaçava ser bem fria, sentou-se junto do que antes tinham acabado de alinhar e aprumar da parede da capela futura. Só que o pedreiro não é segurança e por isso não tem hábitos de estar acordado enquanto outros dormem e nem sequer tinha ido à tropa e não sabia o que era estar de sentinela, ainda não era meia-noite quando a moleza lhe atacou com força e pregou-se mesmo a dormir encostado à rocha escolhida para se apoiar.
Local da Capela do Anjo
Foto: Adriano Ferreira
Sonhou que estava na cama e que a rapariga de quem gostava tinha ido ter com ele, lhe fez sinal para não espantar e ali fizeram a primeira vez o que, pelo menos ele andava a magicar há muito. Foi uma noite inesquecível, não só pelo sonho, mas pela realização de outro que há muito lhe tirava o sono. Mas a noite ficaria inesquecível também por outro motivo, este bem menos sonho e bem pouco agradável.
Antes de a manhã começar a clarear pareceu-lhe ouvir um estranho ruído e, sobressaltado, acordou; não com a namorada a seu lado como sonhara mas sem toda a obra do dia anterior a que ele se comprometera guardar, estando todas as pedras juntas às dos primeiros dois dias lá mais adiante junto à ponta do penhasco.
Capela do Anjo
Foto: António José Ribeiro
O sonho transformou-se em real pesadelo pois não sabia o que iria dizer aos camaradas quando chegassem e como cabeça de pedreiro não foi treinada para grandes eloquências explicativas, isso é mais para outras profissões e muito menos para descaradas mentiras, essas também de outras profissões são apanágio, mas que estava preocupado lá isso estava.
Como é que não acordei com o barulho?! Tirar calhaus, alguns bem grandes, de mais de um metro de parede na altura com meio metro de espessura e com seis metros de um dos lados e cinco do outro e levá-los para cinquenta metros de distância, sempre deviam fazer tal ruído que daria para acordar, mesmo que o sono fosse profundo e o sonho ainda mais e não ter sido interrompido. Antes estivesse ainda a sonhá-lo do que estar aqui agora, com a cabeça a latejar e sem saber o que hei-de dar como desculpa.
Que me deixei dormir podia ser aceite por eles, mas todos sabem que eu tenho um sono leve e por isso ou também por isso fui escolhido, logo vai dar confusão eu não ter ouvido nada.
Também não posso dizer que o tinto me subiu à cabeça, sabendo eles que só fiquei com a quantidade habitual para a refeição e que nunca me fez mal!
Fonte: http://cienciadiaria.com.br
Assaltado também não servia, pois se o fosse não deixaria de me defender, não sou nenhum cobarde e sempre ficaria com marcas daqueles que fizeram a desobra, mas marcas não tenho; só as boas, do sonho!
Atirar-me pelo rochedo abaixo para ficar com marcas visíveis também me não parecia boa ideia, pois um trambolhão, mesmo que bem calculado, sempre podia dar para o torto e ir desta para melhor! Não, isso nem pensar!
Vou arriscar e dizer-lhes que me apareceu aqui o Anjo, exactamente como o da imagem que está na igreja à espera que acabemos a capela para se mudar para cá – de armas e bagagens não será uma vez que os anjos não usam armas nem costumam andar com bagagens - acompanhado por outros mais novos, todos com asas e me disseram que foram eles que retiraram as pedras do local onde nós as tínhamos colocado e as levaram para o rochedo e que não valia a pena insistirmos na construção neste sitio e muito menos montar guarda, pois só quando lá fizerem a capela e não aqui como teimam em fazer é que nós deixaremos de vos incomodar. Eles que acreditem se quiserem e se não quiserem que arranjem outro para ficar de guarda! Mesmo que tivesse a certeza de voltar a ter o sonho que tive eu não voltaria a ficar nem mais uma noite.
E assim foi quando eles chegaram.
Foto: António José Ribeiro
Uns gozaram com ele, outros diziam que ele tinha ido para casa dormir e bastou levantar-se um pouco mais cedo para chegar antes deles e pelo caminho inventar aquela fraca desculpa para o caso de se ter repetido a cena das duas primeiras noites. Danados estavam todos!
O mais calado, depois de ouvir tudo o que foi dito, sugeriu que o melhor a fazer seria irem novamente falar com o senhor prior, contar-lhe o sucedido e perguntar-lhe se ele não sabia do que se tinha passado ou assim constava muitos anos antes, talvez séculos, quando os que tinham deixado o Castelo Calabre e queriam construir o seu próprio castelo, ali na ponta do rochedo e o Anjo não deixou!
«Alguma coisa teremos de fazer; vamos ter com o senhor prior.»
A verdade é que ele não queria voltar com a palavra atrás quanto ao local da construção da capela, tanto mais que sabia que a construção na ponta do penedo iria ficar muito mais cara, mas como quem pagava eram os paroquianos disse que conhecia a lenda, que até acreditava nela, pois aparições são o que não falta por aí, só que umas são mais aparições que outras, pensou só para si, decidindo que ia à Guarda falar com o senhor bispo e depois daria a resposta. Até lá é melhor não mexer em mais nada, ou seja, suspende-se a construção.
Dias mais tarde deu o dito por não dito e mandou alterar o projecto inicial e que a capela ficaria no sítio onde as pedras do dia foram depositadas durante a noite. Que não acreditava que o Anjo fizesse aquilo mas que também não custava experimentar, mesmo que no fim a obra ficasse mais cara.
Foto: António José Ribeiro
E em boa hora o fez. A capela está construída há tantos anos, outros padres vieram, muitas romarias foram feitas, o Anjo lá fica na sua casa e só desce ao povoado para tomar parte na procissão da Senhora do Rosário que era realizada no dia vinte e dois de Setembro de cada ano ou então para ser levado serra acima para a sua romaria, lá no alto, em cada segunda-feira de Pascoela.
No local do litígio existe ainda um pedaço da falhada construção primitiva e cuja pedra era grande demais para a força de tão frágeis Anjos.
A este ponto, agora encimado por uma pequena cruz, os contemporâneos passaram a designá-lo por Miradouro do Anjo.
Texto: Reis Caçote
Agradecimentos ao autor do texto e aos autores das fotos.
Local da Capela do Anjo Foto: Adriano Ferreira |
Sonhou que estava na cama e que a rapariga de quem gostava tinha ido ter com ele, lhe fez sinal para não espantar e ali fizeram a primeira vez o que, pelo menos ele andava a magicar há muito. Foi uma noite inesquecível, não só pelo sonho, mas pela realização de outro que há muito lhe tirava o sono. Mas a noite ficaria inesquecível também por outro motivo, este bem menos sonho e bem pouco agradável.
Capela do Anjo Foto: António José Ribeiro |
O sonho transformou-se em real pesadelo pois não sabia o que iria dizer aos camaradas quando chegassem e como cabeça de pedreiro não foi treinada para grandes eloquências explicativas, isso é mais para outras profissões e muito menos para descaradas mentiras, essas também de outras profissões são apanágio, mas que estava preocupado lá isso estava.
Fonte: http://cienciadiaria.com.br |
Assaltado também não servia, pois se o fosse não deixaria de me defender, não sou nenhum cobarde e sempre ficaria com marcas daqueles que fizeram a desobra, mas marcas não tenho; só as boas, do sonho!
E assim foi quando eles chegaram.
Foto: António José Ribeiro |
Uns gozaram com ele, outros diziam que ele tinha ido para casa dormir e bastou levantar-se um pouco mais cedo para chegar antes deles e pelo caminho inventar aquela fraca desculpa para o caso de se ter repetido a cena das duas primeiras noites. Danados estavam todos!
A verdade é que ele não queria voltar com a palavra atrás quanto ao local da construção da capela, tanto mais que sabia que a construção na ponta do penedo iria ficar muito mais cara, mas como quem pagava eram os paroquianos disse que conhecia a lenda, que até acreditava nela, pois aparições são o que não falta por aí, só que umas são mais aparições que outras, pensou só para si, decidindo que ia à Guarda falar com o senhor bispo e depois daria a resposta. Até lá é melhor não mexer em mais nada, ou seja, suspende-se a construção.
Foto: António José Ribeiro |
E em boa hora o fez. A capela está construída há tantos anos, outros padres vieram, muitas romarias foram feitas, o Anjo lá fica na sua casa e só desce ao povoado para tomar parte na procissão da Senhora do Rosário que era realizada no dia vinte e dois de Setembro de cada ano ou então para ser levado serra acima para a sua romaria, lá no alto, em cada segunda-feira de Pascoela.
Texto: Reis Caçote
Agradecimentos ao autor do texto e aos autores das fotos.
28 novembro 2012
Gravuras do Côa - Mais um reconhecimento internacional.
A Coca-Cola promove o património cultural português com o lançamento da coleção de latas «Património Revisitado», uma homenagem da marca mais conhecida do mundo a Portugal e à sua cultura. Trata-se da interpretação de três monumentos portugueses classificados pela UNESCO como Património da Humanidade: o Palácio da Pena, em Sintra, o Convento de Cristo, em Tomar e as GRAVURAS RUPESTRES EM FOZ CÔA.
Com uma nova lata, mais estreita e elegante, exclusiva para cafés, bares, restaurantes e hotéis de Portugal, a Coca-Cola pretende elogiar a nossa cultura e história, e o que há de mais belo em Portugal.
Fonte: Lux.pt