Eu não encontraria melhores palavras para desmotivar qualquer pessoa a visitar a nossa cidade.
O artesanato, se outrora teve um papel marcante no quotidiano destas gentes, hoje é obrigação dos responsáveis, tudo fazerem no sentido de o incentivarem para que retome o lugar que merece (marcante e preponderante).
Pelo que me é dado saber, esta cidade contínua recheada de gente com imaginação, “saber” e “saber fazer”, faltará apenas e só, algum apoio para que lhes seja possível “pôr em marcha” as suas competências/apetências.
Por artesãos entende-se também, todas as pessoas fazedoras de produtos regionais, que sentem sempre muita dificuldade em escoar os seus artigos no mercado, motivo que os leva muitas vezes a desistir.
Eis um exemplo de como uma Câmara Municipal, de um Concelho também do interior, resolveu este assunto:
O Posto de Turismo disponibilizou um espaço onde os artesãos podem colocar os seus produtos à consignação. Os próprios funcionários do posto de Turismo ficaram responsáveis pela comercialização (dando sempre uma explicação sobre a sua elaboração) dos produtos que ali são colocados pelos diversos artesãos.
Responsabilidades do artesão:
1.Indicação do valor do seu produto
2.Reposição de stock
3.Levantamento da mercadoria (caso seja perecível), quando esta já não cumprir as condições exigíveis para ser comercializada.
4.Garantir a qualidade do produto que pretende comercializar.
Responsabilidades do Município:
1.Divulgar e apoiar o artesanato e os artesãos.
2.À semelhança do que já se faz, com as publicações municipais e de autores do concelho, disponibilizar uma área para a divulgação e comercialização do artesanato.
3.Pagar aos artesãos o valor respeitante aos produtos vendidos.
4.Garantir apoio técnico, quanto à rotulagem ou outras formalidades sanitárias exigidas por lei.
Esta forma de proceder, não acarretaria qualquer custo adicional ao Município e tornar-se-ia naturalmente um grande incentivo aos artesãos.
Este é apenas um exemplo de como se podem fazer “coisas” com poucos ou mesmo nenhuns custos.
Obviamente, que muitas outras formas haverá para que o artesanato fozcoense retome o lugar a que tem direito, diria mais, para que Foz Côa recupere um bem precioso, que lhe foi sonegado, por cegueira e incompetência – O SEU ARTESANATO.
Não aceito esta actual passividade e exijo que algo seja feito.
Para que tenhamos a noção de como o Município pode ou não influir nesta questão, aqui fica o que se pode ler no sítio da Internet (http://www.cm-meda.pt/turismo/Paginas/Artesanato.aspx) da Câmara da Meda:
““O concelho da Meda constitui, nas suas 16 freguesias, um verdadeiro painel onde se patenteia um artesanato variado e de qualidade. Entre os medenses há artistas de apreço e, como artistas que são, não repetem os seus objectos ou lavores, recriando-os em cada momento.
CESTARIA
Elegantes cestos, capachos e outros artigos que perduram durante os tempos.
MARCENARIA
Torneando colunas, decorando frisos, criando ou reparando móveis.
OLARIA
Cujos artífices nos proporcionam bonitos vasos, cântaros e outros utensílios.
SAPATARIA
Criando sapatos, botas de atanado, chinelas ou tamancos à vontade e gosto do cliente.
TECELAGEM
Numa variedade de cores e feitios são produzidos bordados, rendas, colchas de linho, de tecidos variados e mantas de vários feitios.
TRABALHOS DE ESCULTURA
Entre os medenses há artistas de apreço e, como artistas que são, não repetem os seus objectos ou lavores, recriando-os em cada momento, de que sobressaem figuras de santos, bonecos e outros.
PRODUTOS REGIONAIS
Fabrico artesanal de queijo, enchidos, azeite e azeitona de conserva.
CANTONARIA
Preciosos trabalhos de cantaria, onde tudo se torna possível, uma vez que há canteiros-artistas na Meda que do granito fazem o que querem (janelas, caixas de correio, sepulturas, varandas, etc.).
LATOARIA
Utensílios Domésticos e miniaturas, cântaros, caleiras, regadores, almotolias, e outros objectos.”
Algum Concelho do interior crescerá/sobreviverá, sem que se valorize o que de mais precioso tem?
Mãos à obra, por uma cidade mais viva, próspera e atractiva.