Mostrar mensagens com a etiqueta S. Valentim. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta S. Valentim. Mostrar todas as mensagens

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Pour toi mon Amour

Je suis allé au marché aux oiseaux
Et j'ai acheté des oiseaux
Pour toi mon amour
Je suis allé au marché aux fleurs
Et j'ai acheté des fleurs
Pour toi mon amour
Je suis allé au marché à la ferraille
Et j'ai acheté des chaînes
De lourdes chaînes
Pour toi mon amour
Et puis je suis allé au marché aux esclaves
Et je t'ai cherchée
Mais je ne t'ai pas trouvée mon amour.


Jacques Prévert

domingo, 8 de fevereiro de 2009

E depois de tudo, só resta o AMOR...

A propósito do dia de S. Valentim, data que todos os alunos apreciam e fazem questão de participar, resolvi dar-vos a conhecer as belas palavras de um cantor francês que descobri quando lia algo relacionado com a cultura francesa e aspectos civilizacionais de França. Nada mais apropriado para nos deliciarmos com a finesse e o bom gosto dos franceses. Espero que gostem tanto como eu gostei. É um sucesso em França e recebeu mesmo um prémio que se costuma atribuir às boas músicas actuais.

Se não gostarem, não leiam mais que uma vez. Se gostarem, reflictam e releiam, pois merece a pena. Nos dias que correm esta palavra Amor está muito deturpada, mas este jovem regenera-a. Aqui está.

Il y a je t'aime et je t'aime

Certains disent tout leur amour
Leur envie que ça dure toujours
C'est un crime comme on embrasse
Un défi au temps qui passe.
D'autres sont jetés au vent
N'importe comment
Ils ne comblent que le silence
Et retombent dans tous les sens.
Il y a je t'aime et je t'aime
Je t'aime trop, je t'aime bien
Il y a je t'aime et je t'aime
Je ne t'aime plus que je t'aime loin.
Certains parlent du lendemain
Ils font mal ou font du bien
On les chante ou les murmure
S'ils nous mentent ils nous rassurent.
D'autres n'osent pas dire qu'ils cachent
Tant de choses qui se détachent
Ils demandent et toi tu aimes
Ils attendent qu'on les retiennent
Je t'aime 6x
Je t'aime et je t'aime
Il y a ceux qui brûlent et blessent
Et puis ceux qui hurlent et cessent.
Il y a ceux qu'on n'oublie pas
Surtout ceux que tu dis toi.
Je ne t'aime plus
Je t'aime loin
Je t'aime
Je t'aime trop
Je t'aime bien
(Je t'aime trop
Je t'aime bien).
Il y a je t'aime et je t'aime
(Et je t'aime 6x
Je ne t'aime plus
Je t'aime loin).

Quentin Mosimann
É um verdadeiro hino ao Amor e àqueles que sabem o verdadeiro significado do verbo amar. Daí que, não quero deixar de vos dar a conhecer, ainda relacionado com o Amor, uma obra acabada de sair, publicada pela Bertrand, "Cartas de Amor de Grandes Homens", onde estão incluídas algumas cartas dos nossos expoentes máximos da literatura, como é o caso de Eça de Queirós, Fernando Pessoa, etc. Aquela que me seduziu foi mesmo a do nosso eterno Eça, actualíssimo e verdadeiro. Reparem na forma como é escrita, a beleza do discurso, a cortesia das palavras para com a sua amada. Além disso, o conhecimento que este escritor tinha do mundo das línguas e a capacidade de jogar e brincar com os idiomas, não alterando o sentido do discurso e transmitindo a beleza, o frisson que devem provocar as cartas de amor. Desfrutem desta preciosidade da literatura epistolar e como se escreve uma carta (coisa que hoje está a cair em desuso)!

"Minha Adorada Noiva,
Ontem, depois de lhe escrever, tornei a ler a sua carta - e não fiquei pouco surpreendido ao verificar que ela não continha a single little loving word. Reli-a novamente. Sacudi o papel pensando que the little word teria ficado emaranhada nas linhas entrecruzadas; rebusquei sobre a mesa, que ela não se tivesse extraviado entre os papéis; procurei pelo tapete; olhei o tecto que, ao abrir o envelope, ela não tivesse voado e pousado no estuque; esquadrinhei os cantos do sofá; voltei para fora o bolso do peito, não a tivesse eu distraidamente guardado no coração - Hélas! The poor little loving word was not to be found! (...).

Estou esperando outra carta sua, possa ela chegar e trazer-me the little loving word.

My little word é sempre a mesma - que a amo e que, quanto mais penso neste amor, nais sinto a sério e grande. Il mérite un peu de retour. Não que isso seja necessário para que ele viva, e mesmo para que cresça - mas enfim, como recompensa de ser verdadeiro, num mundo e num tempo em que quase tudo é postiço. São sempre difíceis de acabar as minhas cartas - porque não ouso escrever os finais como os sinto.

J'ai peur de vous effaroucher. E depois a sua proud reserve assusta-me um pouco. E assim só digo que te adoro, meu querido amor."
Eça de Queirós (1845-1900) para Emília de Castro (sua noiva e futura mulher)

Isto é um must, simplesmente delicioso! Hoje já não há cartas de amor? Parece que existe assim uma canção... O que é certo é que sabe bem ler mensagens destas. A literatura conjuga-se muito bem com os sentimentos e tudo o que há de puro e irónico num povo.

Tinha de partilhar tudo isto convosco. Mas há mais. Leiam o livro!