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terça-feira, 17 de março de 2020

A quarentena trouxe-me de volta


Nos últimos tempos, tive que arregaçar as mangas para não deixar as nossas finanças afundarem de vez e voltei a tomar conta de crianças. Com horários diferentes, mais a lida da casa e os meus filhos, simplesmente deixei de ter tempo livre. O blog foi a primeira coisa a ficar para trás. Agora, os meus meninos estão em isolamento social voluntário com os pais e eu de quarentena também com os meus apenas. Pelo menos, até ao final do mês, será assim. Depois disso, não sei. Estamos todos na incógnita do que se vai passar daqui para a frente.

Em relação à crise que estamos a viver, confesso que, não sendo eu uma pessoa muito alarmista, não faço parte do grupo que varreu as prateleiras dos supermercados, mas calma... que também não me insiro naqueles que vão para as praias, bares e afins. Fiz as minhas compras na passada 6ª feira, um pouco maiores do que o costume para aguentar estes dias, mas nada de muito exagerado. Nem trouxe papel higiénico, vejam bem, que parece ser agora o bem mais essencial na vida dos portugueses! No entanto, a verdade é que tive que correr no supermercado, porque era impossível fazer as compras normalmente e com calma, porque via tudo a desaparecer a uma velocidade vertiginosa, tal era a ânsia das pessoas. Eu e o meu marido tivemos que nos dividir para conseguir chegar a tudo o que precisávamos e um de nós esteve sempre agarrado ao carrinho. Infelizmente, já tem havido pessoas a tirar coisas dos carrinhos alheios desde que começou esta corrida aos supermercados. Uma vergonha.

Que dizer? Após meses a tratar de crianças de manhã à noite, todas pequeninas, com diferentes horários, almoços, sestas, jantares, toda uma azáfama e não parar um segundo... agora só com os meus, isto parece peanuts. Estou ligeiramente preocupada com a questão da escola, não se sabe o impacto que isto vai ter, havendo no ar a possibilidade de não haver aulas no 3º período. Também com o orçamento familiar porque nós, não trabalhando, não recebemos. Mas, no fundo, o que quero é que tenhamos todos saúde e confesso que fico mais descansada se estivermos todos em casa. Neste momento, só o meu marido é que sai, porque é obrigado para ir trabalhar. Chega a casa e toca a despir, roupa para lavar, banho directo, andamos sempre a desinfectar e a lavar as mãos. 

Neste momento em que julgo que todos nós devemos estar a sentir-nos um bocadinho paranóicos, deixo-vos com esta foto maravilhosa dos meus pequeninos e votos de que todos por aí estejam bem e assim continuem. Por favor, fiquem em casa (dentro das possibilidades de cada um, claro...) e cuidem-se. #vamostodosficarbem

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Sweet Art

Com muita pena minha, não fui visitar o Sweet Art Museum quando esteve em Lisboa. Contudo, o Alegro Montijo trouxe-nos uma amostra e, apesar de ser apenas isso, uma amostra, não quis deixar de dar lá um saltinho e trouxe estas fotos amorosa de recordação.















quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Aquela teimosia...

Há coisas que julgo serem assim pontos comuns a todas (ou quase) as crianças e uma delas, que me irrita solenemente, é a embirrância com novos sabores. Há miúdos que aceitam provar tudo e estão abertos a conhecer comidas novas; outros, que julgo ser a maioria, nem tanto e fazem finca-pé. Das duas, uma. Ou não provam, de todo, porque se recusam e o que é que vamos fazer? Obrigá-los a comer? Abrir-lhes a boca à força? Ou provam, mas contra vontade e já com a ideia na cabeça de que não gostam. Penso que, mesmo que o sabor não lhes desagrade, vão dizer que não gostam logo à partida só porque foram pressionados a provar o que não queriam. O meu filho sempre foi um pouco avesso a provar as coisas. Agora, com 10 anos, a coisa melhorou um pouco. Ainda assim, apesar de já ir aceitando melhor, se estiver mesmo contrariado, o resultado é o mesmo...

domingo, 9 de junho de 2019

Abraçar durante uma birra

Li aqui que devemos abraçar os nossos filhos quando se portam mal, para que se sintam acarinhados. Porque quando fazem asneiras, sentem que não merecem carinho e amor e nós devemos mostrar-lhes o contrário. E que devemos insistir mesmo quando eles rejeitam o abraço, o que pode acontecer com mais frequência na pré-adolescência ou adolescência.

E eu não sei se concordo muito com isto. Talvez possa resultar em miúdos pequenos, que não sabem ainda muito bem como exprimir e lidar com as suas frustrações, que ainda estão a aprender como funciona o mundo. Talvez. Porém, em pré-adolescentes e, principalmente, em adolescentes, isto parece-me só parvo. Já têm idade para perceber que estão a fazer merda em muitos casos, sobretudo quando, muitas das vezes, as atitudes são propositadas para desafiar/testar a paciência e os limites dos pais (falo apenas em idades mais avançadas!).

Não me parece que esta coisa dos abraços quando os putos fazem asneiras seja muito eficaz, pois não consigo ver como é que, a partir dali, eles vão perceber que estiveram mal. Vão sentir-se amados, claro, certamente, mas não sentirão também que os pais estão a validar as atitudes menos positivas? Acho que pode ser um pau de dois bicos...

sábado, 8 de junho de 2019

Criem filhos, não animais


Um pedido capaz de gerar polémica e de atiçar todos aqueles que não pretendem ter filhos. Não faço parte do rol, portanto não me sinto afectada. Contudo, devo dizer que é um bocadinho arrogante fazer um apelo destes. Se eu concordo que as crianças são infinitamente melhor que os animais? Sem a menor dúvida. Se eu acho que toda a gente tem que pensar como eu? Não, como é óbvio. Sou pela liberdade de escolha, sempre e em qualquer circunstância. 

Apesar de não perceber esta preferência, acho que qualquer pessoa tem o direito de tomar as suas decisões e viver tranquilamente com as escolhas que faz, sem se sentir pressionado para optar por um caminho diferente. Se querem viver sem filhos, porque não? Não conseguimos mudar a forma como alguém se sente em relação isso só pela força de vontade, portanto, a opção é ter filhos sem os querer verdadeiramente só para "garantir a continuidade da espécie"? Mais vale estarem quietos.

Nunca fui aquela pessoa que queria muito ter filhos, não fazia questão. Depois, aconteceu o Leo. E eu descobri com ele que a coisa de que mais gosto no mundo é ser mãe. Preenche-me realmente. Mas consigo perceber que haja quem não sente o mesmo. E não tento mudar isso, porque não me diz respeito. Porém, desde que os meus avós, neste último ano, deixaram de ser capazes de estar sozinhos, pergunto-me o que será, nessa altura da vida, das pessoas que escolhem não ter filhos.

E antes que se sintam tentados a dizer-me que há filhos que abandonam os pais, eu já sei. Mas também há aqueles, felizmente, como a minha mãe e a minha tia, que fazem tudo por eles. Não vos vou descrever a saga que tem sido desde que eles tiveram que sair de casa deles por já não poderem estar sozinhos, mas garanto-vos que não tem sido nada fácil.

O que acontece a um casal sem filhos nessa situação? Quem vai estar lá para ajudar? E quando um dos dois morre primeiro? Acho isso completamente assustador e é muito triste chegarmos ao fim da vida sozinhos e sem família. Será que essas pessoas pensam nisso? Não quero com isto mudar a visão de ninguém, mas tenho genuína curiosidade.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Conquistas


Quando fui mãe pela primeira vez, comecei a perceber o quanto é gratificante e satisfatório acompanharmos e assistirmos à evolução e ao crescimento dos nossos filhos. Sempre que o Leo conquista qualquer coisa, toda eu me sinto a inchar de orgulho. Uma mãe verdadeiramente babada e orgulhosa da cria. As melhores recordações que tenho na vida não são (apenas) as amizades de escola, as noites de farra, os jantares de família, ou o primeiro amor. Apesar de bastante boas e inesquecíveis, todas elas ficam um degrau abaixo das memórias que fui criando dos meus filhos. O primeiro passo, a primeira palavra, o primeiro dia de escola, o primeiro aniversário. As actividades que escolhem, a descoberta da escola, o momento em que largam as fraldas, o primeiro corte de cabelo.


Com a Alice, estou a recomeçar tudo e a adorar. Todas as pequenas grandes conquistas de um bebé são absolutamente deliciosas! O primeiro sorriso, a primeira gargalhada. Quando começam a aperceber-se de que têm mãos e pés! Quando começam a conseguir agarrar os brinquedos e a comer sopinhas. A gargalhada genuína quando lhes fazemos cócegas. O reconhecimento das pessoas que os rodeiam e que fazem parte da vida deles. A felicidade quando aprendem a chapinhar no banho. A descoberta de novos sabores e texturas e do mundo em geral. 

Os filhos, meus amigos, dão o maior trabalho do mundo, mas caraças, se vale a pena! Um trabalho de que se gosta? É muito bom. Uma família chegada? Espectacular. Bons amigos que estão sempre lá? Perfeito. Um companheiro que nos preenche? Óptimo! Mas os filhos... são TUDO. Aquele pedacinho de nós que nos faz transbordar de amor, aquele amor tão puro e incondicional que não acaba mais. A minha vida era boa e eu era feliz antes de os ter. Mas estava longe de imaginar que podia ser muito mais e do quanto eles podiam acrescentar-me.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Sem noção...

Há dias, fui lanchar com um grupo de mães que fizeram as aulas de preparação para o parto comigo e cujos bebés têm poucos dias de diferença da minha Alice. Uma delas estava com o bebé no colo, mas virado para ela, com a cabeça apoiada no ombro da mãe. Ou seja, quem estava na mesa de trás estabelecia contacto visual com o pequeno. 

Eu estava numa posição em que via a mãe enquanto conversava connosco, ao mesmo tempo que conseguia ver o que se passava na mesa de trás. Sucede que quem estava nessa mesa a lanchar era um casal mais velho, assim talvez na casa dos 70, e qual não é o meu espanto quando vejo a senhora a esticar-se toda com um pedaço de bolo na mão em direcção ao bebé. 

Pouco faltava para ele jogar a mão àquilo quando eu passei sinal à rapariga e ela se virou para dizer à senhora que não lhe podia dar aquilo que ele só comia da maminha ainda. Virou logo o bebé para a frente e fez-nos uma cara como quem diz "A sério que isto aconteceu?". 

Na realidade, o espanto não foi tanto assim, porque isto é até bastante frequente, esta falta de noção das pessoas no contacto com os filhos dos outros. A desculpa da idade da senhora não serve, porque o marido, da mesma faixa etária, não parava de lhe dizer para ela não dar o bolo ao miúdo. Alguém sensato...

Pessoas, não façam este tipo de coisas! Um bebé de 5 meses está a começar a alimentação complementar (alguns, aquele até estava exclusivamente a leite materno) e cabe aos pais decidirem o que lhes vão dar, não a mais ninguém e, certamente, não a estranhos. 

Em primeiro lugar, vocês não sabem se os pais autorizam esse tipo de coisas na alimentação da criança. Em segundo, não fazem ideia se eles têm alguma alergia, de maneiras que abstenham-se dessas ideias parvas, sim? Grata.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Novidades da princesa

A pequena Alice foi diagnosticada com luxação congénita da anca (ou displasia). Foi detectado cedo também porque ela ficou logo marcada para ser seguida, devido ao historial familiar. Eu, a minha irmã e o meu pai também o tivemos. Nós duas usámos aparelhos de correcção. E a Alice começou agora a usar também. 


Para quem não sabe, a displasia da anca acontece quando há um contacto insuficiente entre a cabeça do fémur e o acetábulo (a cavidade onde devia encaixar o fémur). O que o médico me explicou foi que o aparelho vai forçar a cabeça do fémur a manter-se no sítio certo, de forma a moldar a cavidade para que fique tudo bem encaixado futuramente. Se não for corrigido cedo, corre-se o risco de, mais tarde, desencaixar mesmo e ter que se partir para a operação (no meu pai foi descoberto apenas aos 11 anos e acabou por ter que colocar uma prótese na anca).

Apesar disto e de ela não achar muita graça no momento de colocar o aparelho, porque lhe estamos a prender os movimentos, no dia-a-dia, não se queixa e continua a ser uma bebé bem-disposta.


Já reage quando vê o biberão na hora de comer, a atitude dela muda logo, empina-se toda, arregala muito os olhos e joga as mãos ao biberão.

Já nos vai fazendo festinhas na cara quando nos aproximamos dela.

Também anda cheia de força na cabeça, quando está deitada de barriga para cima, tenta levantar-se, parece que está a fazer abdominais. E de barriga para baixo, também aguenta bem a cabeça.


A caminho dos 4 meses, tem sido uma aventura óptima, que me veio recordar o quanto eu tinha saudades disto. É tão diferente ser mãe de um menino de 10 anos e de um bebé de meses.

Os meus dois amores 💜

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Update

Quem diz que ficar em casa com um bebé é vida de dondoca, claramente, nunca passou por isso. Não me interpretem mal, eu adoro. Por mim, abdicava do trabalho para ser mãe a tempo inteiro. Mas que não nos deixa muito tempo livre, como a maioria das pessoas julga, não deixa. Pelo contrário, aliás.

Aos 3 meses, a baby Alice mede 59,5 cm e pesa 5,770 kg. Anda numa fase complicada, que, pelo que entendo através alguma pesquisa e conversas com outras mães, deve ser um pico de crescimento. Anda mais irritadiça, rabugenta, ralha com o biberão uma série de tempo até começar a beber o leite. Uma fase, espero. Mas está cada vez mais gira e mais conversadora. Na próxima semana, vai levar a 1ª dose das vacinas da gastroenterite e da meningite B.


A pensar que daqui a um mês, como ela bebe leite adaptado, já vamos introduzir a alimentação complementar, ando a pesquisar e deparei-me com o blog Na Cadeira da Papa. Tem uma imensidão de receitas e ideias para snacks e alimentação saudável em geral. Já me apoderei de uma série delas para tentar aplicar ao mais velho também. Decidi que está na altura de começar a reduzir a quantidade de açucar que ele consome, porque, por muito que tentemos controlar os doces, os produtos que lhe damos aos lanches e pequenos-almoços estão carregadinhos: sumos, iogurtes, cereais, leite com chocolate, bolachas... Não me vou debruçar sobre esse assunto neste post, mas irei falando sobre as mudanças que vou fazendo e se estão a correr bem!


Como sou a maluquinha da organização e uma das minhas mais recentes resoluções foi obrigar-me a fazer mais sopas, decidi olhar para as receitas de várias sopas, munir-me do que preciso para fazê-las e cortar os legumes todos para guardar em sacos de congelação, já pré-preparadas com uma etiqueta a identificar para que sopa servirá. Assim, quando se acaba uma, só preciso tirar do congelador e despejar para a panela!


Resolvi também começar a fazer em casa os meus próprios caldos de culinária, já que deixei de usar Knorr há algum tempo. Aquilo é um veneno. E eu usava muito, pelo que decidi experimentar. Os primeiros que fiz foram caldos de carne. Guardei-os em doses individuais, para usar em cubinhos, em couvettes de gelo com tampa.


A minha sede de organização traz-me algumas ideias jeitosas e uma delas foi forrar e reutilizar as latas vazias do leite que a Alice bebe. Para já, estou a usar para isto, mas dá para as mais variadíssimas coisas (massas, bolachas, canetas, lápis, saquetas de chá... é só usar a imaginação!).


E é isto. Espero conseguir manter-me mais activa aqui pelo cantinho!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Crendices

Isto de ter filhos é das melhores coisas para ouvir todo o tipo de superstições. A minha filha, durante o sono, ri-se muito e revira os olhos, mas, segundo sei, é um comportamento comum à maioria dos bebés. E as pessoas adoram dizer-me que ela está com a lua. Mas o que é isso de ter lua, senhores? Não se pode andar com o bebé ao luar, a roupa não pode ficar estendida durante a noite... porque a criança não dorme, ou não come, ou fica rabugenta, ou adoece, ou diabo a quatro. Francamente... Até descobri que existe uma oração para oferecer o bebé à lua. Muito bom! 😂

Eu sou muito céptica por natureza. E acho um bocadinho ridículo a ideia de que a roupa a secar sob o luar possa influenciar o bebé que a vai vestir. Não faz sentido nenhum, parece-me totalmente absurdo e custa-me perceber como é que pessoas que eu até vejo como esclarecidas e inteligentes acreditam neste monte de tretas. 

Contudo, são crenças, não se explicam de facto e eu evito dar a minha opinião sobre isto quando não é solicitada (excepto aqui, porque é para isso mesmo que serve um blog pessoal!), mas, por favor, não me tentem convencer a acreditar nessas histórias da carochinha. E, sobretudo, não me venham "ralhar" porque estou a fazer algo que vai contra esses mitos em que acreditam, porque aí é que está o caldo entornado. Era o que faltava...

sábado, 24 de novembro de 2018

Amor de irmão

O meu filho é um mano babado. Adora ver a irmã tomar banho, vem sempre a correr dar-lhe um beijinho quando chega da escola, fica todo contente quando o deixamos pegá-la ao colo e farta-se de falar com ela, dar-lhe miminhos e até cantar para ela. Os meus meninos são o meu orgulho.😍



 


quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Obrigar as crianças


Ainda não tinha visto as declarações tão polémicas deste senhor, mas, ao ver tanta crítica dura ao homem, decidi ir ver o vídeo. E caiam-me lá em cima, se entenderem, mas eu concordo com ele. Os argumentos de quem discorda, dentro e fora do programa, são que os beijinhos aos avós não são violência nenhuma e que é uma questão de respeito e educação, bem como de normas na sociedade. Mas desde quando? Porque raio é que temos que ensinar aos nossos filhos que é OBRIGATÓRIO cumprimentar seja quem for, até familiares, com beijos? Pá, não. O respeito e a educação passam por cumprimentar as pessoas, dizer olá, sorrir, acenar. Se ela quiser dar um beijinho, óptimo, se não, porque é que isso é uma falta de educação? Se um adulto não quiser cumprimentar com um beijo, ninguém o obriga. E está tudo bem com isso. Porque é que querem obrigar os miúdos? E quem está mal são aqueles que dizem que as normas da sociedade ditam que deve ser assim. Mas que raio? Ditam que se seja educado e se cumprimente! Isso não inclui um beijo. Forçar a criança com certeza que a faz pensar que, se um adulto exige que ela tenha essa intimidade, ela é obrigada a dizer que sim. E, sendo criança, que não tem maturidade para distinguir as coisas tão bem como um adulto, se um dia acontecer de a quererem forçar a coisas piores, ao ver que é um adulto e, principalmente, se for familiar, ela também vai sentir que tem a obrigação de dizer que sim! É disso que se trata. O corpo da criança é delas, não é dos pais. Ensinem-lhes respeito, a cumprimentar as pessoas que estão à sua volta, a responder quando as cumprimentam a elas. Ensinem que uma forma de cumprimento é o beijinho na bochecha, mas, por favor, não as obriguem a beijar ninguém. Ensinem-nas antes que, se algum contacto físico as faz sentir desconfortáveis, têm todo o direito de dizer que não. É mais importante para vocês que o adulto não se sinta ofendido com esse comportamento ou que a vossa criança saiba que tem a liberdade de dizer que não a qualquer intimidade que a incomode? É uma questão de prioridades. Para mim, o meu filho está acima de tudo, incluindo a opinião dos outros sobre a educação que lhe dou.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Voltar sozinho da escola

Neste tema, vejo que as opiniões se dividem muito. Eu faço parte do grupo que não é capaz de deixar o miúdo andar sozinho na rua. Já ficou em casa durante 10 ou 15 minutos sozinho, assim já crescidinho, quando já podia ligar para nós ou bater à porta de um vizinho, se precisasse de alguma coisa. Já o deixo ir à mercearia comprar pão diariamente, mas a loja é no prédio ao lado do meu, portanto, literalmente, a dois passos de casa. E, na loucura, deixei-o ir uma ou duas vezes a um take away ali do outro lado da estrada, sempre com mil avisos e a vigiá-lo da janela.

Quanto à escola, eu sei que ele sabe perfeitamente o caminho. É a poucos minutos de casa e há miúdos aqui na zona circundante que vão e/ou voltam sozinhos. Mas preocupa-me muito que ele se esqueça de olhar para os lados ao atravessar a estrada. Ou que olhe, mas, ainda assim, por descuido de algum condutor, aconteça uma desgraça qualquer. Ou, ainda, que alguém o leve. Isso assusta-me imenso. Sinto-me doente e com dores de estômago só de pensar numa coisa dessas. Acho que seria incapaz de deixá-lo fazer esse percurso sem estar sempre com o coração nas mãos. Sem o ver entrar na escola, saber que ficou lá seguro.

Antigamente, andávamos mais à vontade na rua. Eu sei que sim, tenho essa noção e é nisso que algumas pessoas se baseiam para se permitirem fazer o mesmo com os filhos. Ganham alguma responsabilidade, sentem-se mais crescidos e ficam mais autónomos. Isso é tudo muito verdade, mas nada disso me vai descansar o coração se algo lhe acontecer nesses minutos. E tenho sempre a sensação de que agora há mais perigos à espreita do que há 20 ou 30 anos. Penso que também influencia esta decisão o sítio onde se vive. Eu não vivo numa cidade grande, mas também não moro numa aldeia onde toda a gente se conhece. É uma vila com movimento suficiente para me causar estes medos.

E por aí qual é a opinião?

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

O melhor que se pode dar a um filho

Hoje, nas aulas de preparação para o parto, contámos com a presença de uma psicóloga e ela levantou algumas questões que nos põem a pensar (é parte do objectivo, afinal). Um dos exercícios era pensarmos no que é que de melhor uma mãe/pai pode dar a um filho. Acho que a resposta óbvia, que vem à cabeça de toda a gente em primeiro lugar, é amor. Se uma criança se sentir amada, à partida, será uma criança mais feliz. Mas pensando para além disso, que mais? 

Uma mãe respondeu que era a tranquilidade. E eu concordo com ela. Uma criança que vive num ambiente tranquilo, sem sobressaltos, sem conflitos sente-se, provavelmente, mais segura, mais protegida. Uma segurança que também pode ser proporcionada pela criação de rotinas, pois ao ter uma, ela sabe, mais coisa menos coisa, como se passam os seus dias, o que se segue e isso fá-la, certamente, sentir-se mais descansada e, daí, tranquila.

Obviamente, podemos acrescentar bons valores e princípios. O bom carácter forma-se baseado naquilo que é incutido na criança e, a longo prazo, irá sentir-se bem e orgulhosa de si mesma se aprender a fazer o que é mais correcto, a pensar nos outros, a lutar pelo que quer, a não se deixar pisar. Ensiná-la a aceitar a diferença, seja ela qual for, sem fazer julgamentos, sem maldade.

Uma das coisas importantes a passar será a capacidade para lidar com as desilusões da vida. Isto a propósito da publicação da S* sobre ser-se mãe-galinha/mãe urso. Dar ferramentas aos nossos filhos para que estes se tornem independentes e desenrascados é, indiscutivelmente, melhor do que fazer tudo por eles e tentar protegê-los de tudo o que há no mundo. Irão crescer aprendendo a cuidar de si mesmos. Irão perceber que não se lida com os obstáculos fazendo birra, passando por cima dos outros ou desistindo à primeira dificuldade. E isso irá transformá-los em adultos mais capazes.

No fundo, acho que há uma lista interminável de coisas boas que podemos e devemos dar aos nossos filhos, para que se tornem adultos de quem nos possamos orgulhar. O que acrescentavam?

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Quando os filhos crescem

Eu era novinha quando engravidei e não tinha a vida organizada, pelo que foi um caminho que percorri à medida que o pequeno foi crescendo. Porém, agora que estou empregada, mais velha, casada e com um filho de 9 anos, penso que vou começar tudo de novo, desta vez com o pai do bebé ao meu lado e com um mais velho que também vai precisar de atenção. Vai ser tudo diferente, porque já não estou em casa dos meus pais, já não sou uma mãe solteira e desempregada. Já não sou aquela miúda que saía à noite quase todos os fins-de-semana e que não se sentia à vontade a lidar com tudo o que ser mãe implicava. E agora que tenho outro a caminho, penso muitas vezes no crescimento do meu filho. Nunca obcequei muito com isso, como sei que há pais que não conseguem evitar fazer. Sempre acompanhei o desenvolvimento do meu filho naturalmente, aproveitando cada fase e sem pensar muito naquilo em que ele se iria tornar no futuro, talvez porque sinto muitas vezes que cresci com ele. Contudo, agora, penso como será quando ele atingir a adolescência. Não quero que o tempo passe a correr, não quero mesmo, mas confesso que tenho alguma curiosidade em saber como será o meu filho adolescente, como irei ser capaz de lidar com isso; será que ele se irá sentir à vontade para falar comigo? Terá uma namorada cedo? Irá contar-me? Irei saber por outras pessoas? Como será a primeira vez que ele apanhar uma bebedeira? Saberei? Serei aquela mãe com quem os filhos se sentem à vontade, como os meus pais foram para mim? Terá curiosidade em experimentar drogas? Será que vai continuar a ter boas notas? Quererá seguir para a faculdade? Que profissão irá escolher? Quererá sair de casa cedo? Será o tipo de miúdo que sai muito à noite? Talvez seja por estar de baixa e ter muito tempo livre para pensar agora, mas são tudo questões que me assaltam com frequência...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

A gravidez e o tabaco


Sei que os médicos dizem que a ansiedade causada pelo acto de deixar o tabaco pode fazer pior ao bebé do que o próprio cigarro. Mas confesso que me faz alguma confusão e não consigo deixar de ficar com uma certa sensação de aflição quando vejo uma grávida a fumar. Eu já deixei de fumar mais do que uma vez. Inclusivé uma das vezes foi quando descobri que estava grávida do meu filho. Porque deixar de fumar depende apenas da força de vontade... É um vício; sim, é. Mas não acho que, se quisermos mesmo, não seja possível largá-lo. A mim o que me deixava verdadeiramente ansiosa era a ideia de que podia estar a fazer algo de prejudicial para o meu bebé! Qual cigarro, qual quê, a prioridade era a saúde do meu bebé. Como já deixei de fumar de um momento para o outro, sei como isso é e palavra que não consigo entender que a necessidade de pegar num cigarro seja maior do que o medo de fazer mal à criança. Há tanta coisa que pode correr mal quando fumam durante a gestação: aborto espontâneo, parto prematuro, baixo peso à nascença... reduz o oxigénio disponível para o bebé, aumenta a frequência cardíaca, aumenta o risco de morte súbita e a possibilidade de o bebé nascer com problemas. Não pesa a consciência? A preocupação não supera a ansiedade pelo tabaco? Estão a fazer mal ao vosso próprio filho e isso não é suficiente para não fumarem? Peço desculpa se ferir susceptibilidades, mas parece-me só irresponsável e egoísta. E acho que muitas gestantes se agarram ao argumento de que a ansiedade é pior que o cigarro para limpar a consciência. Já li testemunhos de grávidas a dizer que se sentem muito mal e culpadas cada vez que fumam, então pergunto-me... porquê?! É a saúde do vosso bebé que está em causa...

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Qual seria a tua escolha?


Toda a vida sonhaste em ter filhos. Ser mãe/pai; ensinar o teu filho a respeitar a diferença, mostrar-lhe as pequenas coisas boas da vida, cantar-lhe uma música de embalar para ele adormecer. Toda a vida pensaste como seria um filho teu, se seria teria os teus olhos, o teu tom de pele, se iria ter o teu mau feitio ou partilhar o teu gosto pela música. Desde cedo quiseste segurar o teu bebé nos braços, jogar à bola com ele, amparar-lhe as quedas e ajudá-lo a enfrentar o mundo.

Um dia, surge na tua vida alguém especial. A pessoa que tu decides que queres na tua vida, aquela que toca em todos os teus botões e que tu sabes que só pode ser ela a partilhar a vida contigo, porque não faz sentido que seja mais ninguém. Uma pessoa que te ajuda a ultrapassar medos, que te apoia nas tuas decisões, está ao teu lado sempre e incondicionalmente. A pessoa que tu tens a certeza que precisas ter na tua vida para partilhar todos os acontecimentos.

Vão viver juntos, a vossa relação vai de vento em popa, são felizes, pensam em casar. Até que surge a conversa dos filhos. E a pessoa diz-te que, simplesmente, não os quer ter. Que a vida que têm é perfeita e que se imagina num futuro duradouro contigo ao seu lado, mas que filhos não fazem parte desse cenário. E que não há forma de mudar de ideias. O que fazes? Como se toma uma decisão destas? Estarias disposto a abdicar do teu sonho, do teu desejo mais profundo pelo amor e pela vida perfeita a dois? Ou deixas ir a pessoa que te completa como ninguém porque não te pode dar aquilo que desejas mais?

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

10 conselhos para mães de primeira viagem


Quando engravidei, não estava preparada para tudo o que isso implicava, acho que ninguém está a 100%. Assim, deixo aqui os conselhos que podia ter recebido quando estava à espera do meu filho e já depois, ao longo do crescimento dele.

1 - Criem um sistema para se organizarem no que respeita às questões médicas
O meu filho é uma criança frágil e doente, com um sistema imunitário lixado, que facilmente vai abaixo com qualquer coisa, por isso é acompanhado a toda a hora por vários médicos. Assim, comecei a sentir necessidade de apontar tudo, ter uma espécie de agenda, onde faço o registo de sintomas, diagnósticos, tratamentos, medicação, consultas, exames médicos, alergias e resultados de análises. Dá imenso jeito, inclusivamente para dar informações sobre precedentes aos médicos que atendem a criança.

2 - Registem os antecedentes clínicos
No seguimento do primeiro tópico, já que também está relacionado com a saúde, aconselho-vos a tomar nota (eu fi-lo na primeira página do caderno que uso para os assuntos médicos do meu filho) dos antecedentes clínicos da família, de forma a poder esclarecer os médicos nesse campo, pois muitos deles colocam estas questões, que podem ser bastante úteis em despistes de doenças.

3 - Carreguem sempre com vocês um kit viagem para a criança
Rapidamente me apercebi que andar fora de casa com uma criança implica necessitar sempre de coisas das quais nem sempre nos lembramos quando somos só nós. Na vossa mala ou uma malinha/mochila específica para a criança (quando são maiorzinhos até ficam orgulhosos de transportar as coisas deles), tenham sempre uma garrafa de água, toalhitas, lenços de papel, umas bolachinhas e/ou um iogurte, uma muda de roupa (até uma certa idade), um casaco e uns pensos rápidos. Acreditem, vai dar-vos jeito.

4 - Não comprem um carregamento enorme de produtos da mesma marca
Fraldas, toalhitas, cremes, loções, produtos de banho... pode parecer aliciante fazer um enxoval destas coisas antes da criança nascer, adquirir tudo em grande quantidade ainda durante a gravidez para não ter que dispender esse dinheiro posteriormente. Contudo, mesmo sendo coisas de marcas boas e reconhecidas, os produtos podem causar alergia ao vosso bebé. Recomendo antes que o dinheiro que iam gastar nessas coisas, o vão pondo de parte para quando descobrirem qual a marca que o vosso bebé tolera.

5 - Não comprem muitas roupinhas tamanho 0
Muitos bebés são demasiado grandes para esse tamanho e, mesmo quando serve, acabam por mal as usar. É dinheiro um bocadinho mal gasto, especialmente se comprarem todo um guarda-roupa tamanho 0. Vão crescer num instante e não chegam a usar todas as peças que vocês lhes compraram. É preferível comprar ligeiramente maior, ficar mais folgadinho ao bebé e servir durante mais tempo.

6 - O pequeno desenvolve-se ao seu próprio ritmo
Uma das coisas que me afligia era quando o meu filho não correspondia às expectativas que eu tinha dos acontecimentos. Por exemplo, o meu bebé não acordava durante a noite para comer e eu preocupava-me porque toda a gente me dizia que os bebés acordavam de 2h em 2h ou 3h em 3h para mamar. Levantava-me da cama a meio da noite para ir ver se estava tudo bem com ele. Não se preocupem. O vosso filho vai acordar quando tiver fome. Os primeiros passos, os dentes a romper, o primeiro dente a cair, o desfralde... ele vai fazer tudo isso a seu tempo.

7 - Optem por sandálias fechadas
O meu filho ainda usou sandálias abertas; porque, apesar de já ter tomado conta de muitas crianças, nunca é o mesmo quando são os nossos e há conhecimentos que vamos adquirindo com as experiências. Eventualmente, quando ele já andava e corria bem, acabei por começar a comprar sandálias mais fechadas à frente, para proteger os dedinhos, que acabavam muitas vezes esfolados. Sei que isto já é uma opção de cada pai/mãe, claro. É só uma sugestão.

8 - Façam um calendário para o vosso filho
À semelhança do caderno dedicado ao registo das questões de saúde, é bom terem uma espécie de agenda (eu tenho mesmo uma agenda, personalizada por mim, inspiradíssima em ideias do Pinterest) para apontarem acontecimentos da vida do vosso filho. A minha serve para apontar tudo, relacionado com afazeres e coisas minhas e do B., mas podem ter uma só para o vosso filho, onde tomam nota das datas de festas de aniversário para as quais ele é convidado, por exemplo. Isto revelou-se muito útil a partir do momento em que ele entrou para a escola, para me lembrar de coisas como comprar máscaras de Carnaval e Halloween para as festas dessas épocas, as datas das festas escolares, das férias, das fichas de avaliação, fazer listas de coisas que precisam comprar para ele, seja roupa, sapatos, sapatilhas de ginástica, flauta para a aula de música. Ajuda-vos a organizarem-se.

9 - Registem os marcos que eles ultrapassam
Quando era mais miúda, perguntava à minha mãe quando é que me tinha acontecido isto ou aquilo e ela dava por ela a tentar lembrar-se de algumas coisas e não conseguir situá-las no tempo. Assim, comecei a registar momentos dos quais acho que vou gostar de me lembrar no futuro: quando deixou as fraldas e a chucha, quando lhe nasceu o primeiro dente e quando caiu, quando começou a tomar banho sozinho, a limpar-se sozinho quando vai ao WC, quando começou a dormir e a comer sozinho... todo o tipo de coisas que quiserem garantir que não esquecem sobre o desenvolvimento dele.

10 - Façam um backup das fotos dele
Isto serve para todas as fotos, obviamente, mas falo nas do filhote especificamente, porque é a pessoa mais importante da vossa vida e cujas recordações vão querer guardar sempre, sem risco de perder. Eu perdi as fotos digitais todas do primeiro ano do meu filho e ter-me-ia dado uma coisinha má se não as tivesse já imprimido todas. A partir daí, tenho as fotos todas no PC, mas também numa cloud, em CD e ainda em papel.

domingo, 5 de novembro de 2017

Decidir entre dois filhos


Tenho gostado muito de assistir à novela A Herdeira, nem que seja por me fazer reflectir sobre alguns aspectos da vida. Uma das famílias desta novela encontra-se num drama, que não imagino como será e que espero nunca vir a saber, mas que calculo ser uma coisa com a qual deve ser muito difícil lidar. Um casal com três filhos, um rapaz e duas raparigas. O rapaz sente-se invisível em casa, porque, na verdade, acaba por viver um pouco em auto-gestão, sendo esquecido, devido à doença grave de uma das irmãs, que tem lutado toda a vida contra ela. Essa filha vive frustrada, por estar sempre condicionada e não poder levar uma vida "normal", como os outros miúdos da sua idade. E a última, a mais nova, foi concebida por aconselhamento médico, para salvar a irmã mais velha. Fruto de uma concepção geneticamente controlada, tem levado toda a vida no hospital. Aos 13 anos, decide que não quer continuar a ser usada dessa forma e leva os pais a tribunal, pelo direito de poder decidir sobre o seu próprio corpo, após eles decidirem que ela tem que doar um rim à irmã. A miúda adora a irmã, mas não quer viver condicionada o resto da vida e está farta de sentir que só existe para salvá-la, sente-se uma "não-pessoa", alguém que não importa e que não tem outro fim que não esse. A irmã apoia-a e ao seu poder de escolha. O pai pende entre as duas, pois quer salvar uma, mas não quer fazer sofrer a outra. A mãe está irredutível e afirma que faz tudo o que for preciso para não deixar morrer a filha mais velha. No fundo, é uma guerra sem vencedores. Os pais tomaram uma decisão que eu sou perfeitamente capaz de compreender, que foi conceber um bebé para salvar um filho, mas esse bebé cresceu. Tem personalidade, vida própria, as suas ideias e vontades, não é um robô disposto a tudo, sem sentimentos. Como gerir este drama familiar? Como sujeitar constantemente um filho saudável a procedimentos cirúrgicos e a uma vida de hospital? Porém, ao mesmo tempo, como não fazer tudo para salvar um outro filho? Francamente, esta é daquelas situações em que afirmo que não sei o que faria. Não pode ser um cenário fácil...

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Não toquem nos meus filhos!

Quando se metem com os nossos filhos, pelo menos acho que todos os pais devem ser assim, e falo por mim, viramos bichos. Queremos fazer tudo para os proteger, para passar uma borracha pelas mágoas e problemas deles. Queremos defendê-los com unhas e dentes do mundo, mas nem sempre é possível. Agora, que sou mãe, sei o que é sentir isso. Mas quando era miúda, não sabia. O meu pai, no entanto, sabia; e julgo que para os homens é uma afronta que os faz cegar meterem-se com as meninas deles. Quando tinha 13/14 anos, estava de conversa com um amigo à porta do café aqui perto de casa e era mesmo só isso que éramos: amigos. Era um convívio inocente e estávamos sossegados até aparecer um grupo relativamente grande de gajos (miúdos entre os 14 e os 18 anos, mais coisa menos coisa), que começaram a meter-se connosco. Começaram por pedir uns trocos para beber café ao rapaz que estava comigo e, quando ele disse que não, pediram o telemóvel "emprestado" para ligar a não sei quem. Ele disse que não tinha telemóvel, mas via-se no bolso das calças, o que foi logo motivo para implicarem com ele. Depois, perguntaram se éramos namorados, o rapaz disse que não, mas não desistiram, começaram a dizer que era mentira, que estávamos ali sozinhos, que éramos namorados e para nos beijarmos... todo um filme. Lá acabaram por se cansar de nos intimidar e foram embora. Poucos dias depois, vi o mesmo grupo a passar à frente da rua onde eu morava, quando ia a sair. Não cheguei a sair, eles viram-me, eu dei meia volta e entrei em casa. Eles entraram na rua e passaram pela minha casa, mas, como não me viram, foram embora. Eu já tinha contado o episódio anterior aos meus pais e, nesse dia, disse-lhes que eram aqueles rapazes. O meu pai saiu de casa, a ferver! Só bem mais tarde, já mais velha, é que vim a saber que foi atrás deles. Encontrou-os no jardim aqui da vila e dirigiu-se ao mais velho, que já devia ter os 18 anos. Os outros estavam todos mais ou menos escondidos, mas o meu pai viu-os. No entanto, foi só para aquele que falou: "Vocês tiveram o azar de se meter com a minha filha já por duas vezes", ao que ele negou. Mas o meu pai cortou-lhe logo a palavra: "Nem vale a pena dizeres que não, porque eu sei que foram vocês. E eu estou a ver os teus amigos, ali, ali e ali e nenhum deles tem cara para levar uma chapada, mas tu já tens. Se tens o azar de acontecer alguma coisa à minha filha, que eu saiba, mesmo que não tenhas sido tu, vou atrás de ti e apanhas. Estás avisado". Foi remédio santo. Aquilo era um grupo de uma terra aqui perto, que andavam por cá naquela altura a chatear as pessoas, eu não fui a única. Aquela ameaça foi suficiente para irem chatear outra freguesia, porque não voltaram a aparecer por cá.

Caso Nuno da Silva

Sabem aquele concorrente do reality show Love On Top, o Nuno? Creio não ser novidade para ninguém, pois tem estado em todas as notícias e re...