Agnes Boulloche
Dobrada
Vou inflada,
Vou de cores,
Que carrego muitas flores.
Vou sem nada
Desarmada...
Vou de paz
E mais nada...
Vou quietinha
Vou calada
Vou serena
Embalada,
Desenganada
Calculada, reformada
Calculista...
Não alienista,
Ser sua + terna e doce
Enamorada.
Kátia Torres Negrisoli
Agnes Boulloche
Lírios
Entre Lírios...
Não queiras roubar no teu abraço.
Não queiras quebrar no teu braço.
Laços feitos, presos em fitas.
Não queiras desfazer o dobrado,
O já dito, em partidos, ajeitados em nós.
Colorir, impingir a tua cor.
Qual é a cor do amor?
Vermelha, talvez, convenção?!
Rosa, ternura, atenção?
Não queiras colorir em único tom.
A cor emana da aura, a cor emana do amor.
E o amor quando puro e profundo não tem cor.
É ausente, enobrece, recolhe, escondido fica,
qual pedra preciosa, presa em laço de fita,
guardado numa caixa, uma caixa suntuosa,
chamada tão somente de Razão!
Acorda, é hora! Acorda, é tempo!
Apóia nas tuas mãos, na direita o cajado,
Na outra, o lírio dos abismos.
Kátia Torres Negrisoli
Agnes Boulloche
Achar-te em gosto multicor, em meu jardim
Alado de odor...
Quem me dera, ser você não mais quimera
Uma fantasia em gosto de heras
Um amor abotoado em flor,,,
Ah, quem me dera, fosse você minha surpresa constante
Dos amores, dileto amante,
Quem me dera...!!!
Kátia Torres Negrisoli
Agnes Boulloche
Coração e solidão
Dentro do peito do poeta
Quente bate, quieto pede
Paz e mansidão
Ah... este lugar
Ausente e permanente
Avisa aos inquietos
A hora certa de parar
A hora exata de buscar
Ou de deixar um tal lugar....
Kátia Torres Negrisoli