Sergio Niculitcheff
Árvore de Natal.
Feliz Natal!
Feliz Natal!
Na árvore de Natal
De minha infância,
Pedrinhas-estrelinhas
De brilhantes,
Geradas nas entrelinhas
Da rua do bosque
De mim criança,
Refazem sonhos de ternura doce,
Como se fossem
Brilhos mágicos de estrelas cadentes...
De repente,
dependuradas,
Apontadas felizes, sorriem.
E de mãos dadas...
De viés pro meu olhar,
Alimentam meu anjo solitário,
De harmoniosa convivência amorosa.
Se derramam em gestos solidários...
Se olham, se abraçam, se beijam,
Transformam a mais pura solidão,
No mais aconchegado coração...
E na rua do bosque de mim agora,
Jeito novo de olhar, cantar, dançar,
Jeito novo de aceitar...
Acolher...AMAR...
Gaiô
Cida Gaiofatto
Sobre mim.
......Em compasso de silêncios, entremeando acasos, destinos e destinação, vou indo e vindo, no outro, na vida, em busca de mim...
Já me vale a sensação de estar aqui a cada instante, sem definições precisas, pois que nada sou, a não ser a luz e a escuridão que se alternam na busca do ser...no estar...aqui...em qualquer lugar...
Educadora aposentada, cidadã paulista de Ribeirão Preto, S.P., três filhas e João, meu grande incentivador, de modo a ir em busca de mim mesma através da expressão artística. Pedagoga pós graduada, me trouxe ao mundo sensível das Artes Visuais cuja formação me despertou ao desenho e pintura, escultura com as quais participei de várias exposições e premiações enquanto cursava a faculdade.Entretanto a educadora e mãe, impossibilitada de perseverar nesta busca, acabou se afastando da participação ativa das atividades pertinentes às expressões plásticas, a não ser no exercício de artista da vida no convívio familiar.Complementando, textos poéticos sempre acompanharam suas Artes e aposentada, se viu envolvida, mergulhada na poesia que a tem fascinado. Participou da Antologia Mar de Versos, Ed. Pensata, tendo saído faz pouco, a publicação da Antologia Poética - Volume I - "Vozes da Alma".
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Niculitcheff declara-se essencialmente um pintor que trabalha a pintura sem ter vergonha de ser pintura. O que ele busca é a construção da imagem e a organização das formas. “Sou adepto da manutenção de valores da representação, não me interessa o rompimento de modelos nos quais haja a supressão da imagem. Baseio-me em valores da tradição da pintura; não busco quebra de paradigmas e não me interesso por nenhum tipo de desconstrução da forma, por rupturas da técnica ou de materiais”, explica. Os vários objetos, entre eles aparelhos telefônicos, isqueiros, folhas secas, que compõem uma das instalações, mostram que as lembranças, como diz o próprio artista, são elementos essenciais da poética de Niculitcheff.
Texto de Maria Alice da Cruz
Cenas da Vida de um Pintor.
Fêz-se o percurso da arte,
em pintura tecida de vida...
Poeta das cores-luz magia respira,
escuta o silêncio...a poesia...
Universo de busca, de si o verso,
de dentro, viscerais caminhos
meditam, oram no ser.
Dialogam, sem precisar o que.
Travessia de um rio de história,
cotidiana memória,
deixa pra trás outra margem.
Da vida unifica e define
desejos de evolução.
Das asas do circo, o teatro,
Fantásticas formas de mitos,
carrega na alma, deuses alados,
imagens bordadas de sonhos.
Revelam refino e nobreza,
Toda a beleza acesa em detalhes,
nascente de um coração.
Perscruta brancas paisagens
que falem do indefinido-in,
substância simples imagem,
claras almas diluidas...MIRAGEM!
Transcendendo aflora essência,
densidade pictórica
dilui, toda idéia do irreal
que do nada faz-se tudo
consistência, flui a mão.
Celebra o criador a experiência
manifesta do artista em percorrer,
no horizonte infinitude
que se abre...
antecede, preconiza,
ele sabe...
Amplitude em ser...
Gaiô.
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Sem entender...
Pudera eu entender...
a carícia de brisa de presenças ,
que não vejo, pouco ou nada quase sei,
de mim também não sabem,
Somos...e só...Só?
Algo de eterno, carentes,
alma insiste, fala,
musicalmente...
E quando tudo parece se esvanecer,
esta delicada harmonia,
casa com o entardecer...
MINHA BEM AMADA TARDE,
transcende de amor premente
àquele que vive só...
Submerge em sol poente...
Do que somos ,
ouro em pó...
O melhor
de nós...
Gaiô.
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Insaciável ser.
Ferida viva a vida
gasta em desejos,
podres poderes dispersos,
imensuráveis quereres,
contida no mar diverso
do insaciável ser...imerso.
Um coração rasgado,
de ansiedade dilacerado.
Expecta a consciência,
toda a demência, adere
retalhada em carência
dói na razão,
carne exposta, alma e pele
de toda essa vastidão...
Gaiô.
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Teimosia.
Tem dia que a pobreza é tanta,
que chega a doer...
Olhar embaçado,
de escuridão,
insiste em se refazer.
Percorre em desalinho todo e qualquer desatino.
Coisas do destino...
E desvela sonhos idealizados,
quase sempre dourados
pra encantar seus dias.
E no desencanto, outro tanto,
de perdidas alegrias,
sem fantasia e pranto.
Sente e regurgita a clareza de toda torpeza
que fere, pra não vomitar a beleza
mesmo dura, feia e triste...que queria.
Desfaz-se em desilusão...
E não desiste...
Teimoso, insiste.
Teimoso, insiste.
Gaiô.
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Murmúrios da Língua.
Uma fala e um sentimento, despertos.
Te reverencio, ó Nome!
Te dignifico! Feliz!
O universo fala! Pressinto o que a língua diz
Sons inaudíveis ao mundo,
vida secreta murmura
ritmos, rimas ritmadas ao coração
sonante, dissonante, possíveis,
poéticos poemas dilui ruídos,
resíduos despertam em segredo o mistério.
À borda das coisas visíveis,
desperta o espírito,
Textura e tensão da presença,
faz toda a diferença...
Eis o NOME!
Adentremos
a palavra
ESSÊNCIA!
Gaiô.
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Multi faces da Percepção...
Fora do quadro, não se enquadra a harmonia no todo
que primeiro unifico visualmente.
E prudente, observo a arquitetura
corrompida de equilíbrio,
assimétrico universo...já não meço.
Me rendo ao Belo, à perfeição
desfigurada da vida-magia que tanto queria.
Des-enquadrada, não me perco,
Sou soma em torrentes de poesia.
Respeitado, preservado,
quero os seres desta terra
onde o ar se junta ao fogo, mar,
céu e terra faz a ponte no horizonte
de nós mesmos,
Ganho asas, transcendência pro divino.
Faz silêncio, emudece o anoitecer.
Se entrega...entristece...
Faz-se amor...pulsa a vida
mesmo pulsando na dor.
Gaiô.
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