"Escrevo-lhes estas mal traçadas linhas"... Era assim que começava uma carta.
Escrever, enviar e receber cartas é uma das coisas mais prazerosas que existe.
Quando nos mudamos para o Rio de Janeiro, em 1955, minha mãe escrevia muitas cartas para a família e amigos que ficaram na nossa cidade. Era com muita ansiedade que esperávamos as respostas, pois demorava muito a chegar.
Minha mãe recebia tantas cartas, que o carteiro do bairro já sabia quando era lá pra casa, mesmo com o endereço incompleto. Bastava ter a indicação da cidade remetente e ele já reconhecia, e olha que nem tinha CEP naquela época. Pelo seu conhecimento, só a nossa família naquele bairro, recebia carta daquela cidade.
Este carteiro gostava de papear, e muitas vezes tomava um cafezinho lá em casa, ficou nosso amigo. Quando ele se aposentou passou as instruções para o que o substituiu e de vez em quando ia nos visitar.
Mas o tempo passou e tudo ficou urgente.
Veio a
internet, e já não se enviam cartas como antigamente, agora a
comunicação é rápida, veloz, rápida como um raio. Isso é bom, muito bom, mas quando
queremos mandar algum objeto, aí entra o bom e amável correio.
O Correio agora tem CEP e está informatizado... mas como se
atrapalha!
Atrasa e às vezes até perde o objeto postado, e já não
podemos resolver o problema diretamente com o carteiro, tem protocolo e espera
pra tudo. Fica-se à espera no telefone ou o sistema cai e o site não funciona.
Atualmente tenho enfrentado problemas de atraso na entrega de objetos e correspondências, mas desta vez sumiram com uma das minhas encomendas, não foi entregue e nem consta como postada. Fiz a reclamação e estou aguardando. Espero que a encontrem.
E o pior é que quando a gente coloca uma encomenda registrada, ainda dá pra reclamar, mas se colocar simples... esqueça, pois vai ficar por conta da sorte.
Este é o meu Brasil, este é o Correio Brasileiro...
Às vezes tenho saudades daquele correio vagaroso e desinformatizado.
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