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sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Citação do Dia (204)

"As minhas posições políticas inclinam-se cada vez mais para a Anarquia (filosoficamente compreendida, isto é, a abolição de qualquer controlo e não o anarquismo de homens barbudos a lançar bombas). Ou então para uma Monarquia sem fundamento constitucional. Eu prenderia qualquer pessoa que usasse a palavra Estado (em qualquer sentido que não fosse a referência abstracta à Inglaterra e aos seus habitantes, uma coisa que não tem poderes, direitos ou consciência).(...) Se pudéssemos regressar a usar nomes pessoais, isso faria muito bem. Governo é um substantivo abstracto que significa o processo de governo e deveria ser uma ofensa escrevê-la com letra maiúscula ou usá-la na referência ao povo.
Se as pessoas criassem o hábito de se referirem aos ´conselheiros do Rei Jorge, ou o Winston e o seu grupo`, isso faria maravilhas pelo clarificar do raciocínio e reduziria a assustadora vitória do ´poder dos Outros`. "

J.R. Tolkien, "Letter to Christopher Tolkien, 29 November 1934"

terça-feira, 17 de julho de 2018

Radar


Não é necessário (de todo!) ser defensor de Trump ou ter pelas suas ideias e conduta qualquer simpatia para reconhecer que se ele faz "mexer as entranhas" de quem opera por detrás das cortinas desta maneira, alguma coisa haverá de estar a mudar. Vejam-se as declarações públicas de um ex-responsável de topo da CIA e perceba-se onde está Trump a mexer. Efectivamente.

Sério. muito sério. E os media a fazer o seu papel (aqui).

quinta-feira, 8 de março de 2018

Citação do dia (203)

"Ao autorizar que o governo interfira, desumana e implacavelmente, com todas as opiniões que possam existir, estamos a ceder o direito de interpretar o pensamento e a permitir a extracção de conclusões. Para dizê-lo mais directamente, significa abdicar da razão e do raciocínio, que seriam aquilo mesmo que deveria ser a base da oposição ao governo.
Isto é equivalente ao rápido estabelecimento do despotismo."

Benjamin Constant, "On freedom of thought"

sábado, 16 de dezembro de 2017

Citação do dia (201)

"Fora do manicómio em que saltita boa parte da “opinião”, o problema da Raríssimas não é ser “particular” na designação, nos estatutos e na teoria: é não ser particular na prática."

Alberto Gonçalves, Observador, 16 de Dezembro de 2017

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Radar


A alegria e o optimismo entopem, por estes dias, as ruas de Lisboa. Mas só certas ruas, desengane-se o incauto.
Enquanto são frequentes, preocupantes e reveladores os episódios de eficiência estatal, o nosso primeiro navega, com sucesso e mestria, por entre as originais águas tecnológicas. E aproveita qualquer vento ou boleia para promover as soluções do costume.
"Discutindo" e concluindo pela necessidade de mudar o mundo. Para bem de todos.
Exagero? Veja-se o paternalismo:


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Democrático: o processo e o resultado

Foto: Reuters

Sem euforias, importa registar a importante vitória no referendo de ontem na Catalunha. E, não obstante as análises que se possam fazer do ponto de vista das contabilidades políticas e institucionais, é claro que a vitória que tem o sentimento de identidade e independência na sua base é inegável. E isso é de monta.
É um sinal promissor, especialmente porque foram várias as técnicas de condicionamento dos resultados. Fosse por parte do governo central espanhol, fosse pela elite dos tecnocratas europeus.
Ameaças de vária ordem visaram disciplinar esta vontade de mudança: fosse o congelamento de depósitos dos catalães pelo Banco Central espanhol, fossem as declarações e a conduta dúbia de instituições europeias. Ou a ameaça por parte do ministro dos negócios estrangeiros de que, caso o sim ganhasse, os catalães perderiam a nacionalidade espanhola.
Esta última é o exemplo de como, perante uma necessidade de mudança, quem tem medo de perder o poder o exerce de forma gratuita, neste caso mostrando como trunfo de negociação, como algo irrecusável e inquestionável, aquilo mesmo que importa questionar.
Nem a suspeita (entretanto negada) de que o Banco de Espanha teria retirado o ouro da Catalunha na última semana, chegou para perturbar a mente dos votantes.
Nada neste processo parece ter perturbado os democratas de causas nobres, sempre prontos a manifestar a sua indignação perante uma violação das liberdades democráticas.
A esses mestres do politicamente correcto importa perguntar: esta vontade, eleitoralmente confirmada, de secessão é democrática?