Publicado a 23-05-08
Aconteceu. Com uma razão aparente. Com uma sucessão de acontecimentos previsível. Com uma inevitabilidade inesperada. Com uma aceitação surpreendente mas natural. Aquilo que parece impossível e inalcançável, depois de vivido torna-se vulgar, simples, algo que já passou. Laura, Afonso, Sofia e Diogo estão prestes a adormecer. O corpo de cada um cede à exaustão. A mente conforta-se com a excitação e prazer consumidos. Mas na enorme cama de casal de um dos quartos do 2º direito, os dois casais trocam os olhares entre si antes de cerrarem as pálpebras. Num silêncio vagaroso, numa tranquilidade absurda, numa comunicação que dita o que já foi feito. Não há um sorriso, não há um pestanejar mais forte, não há um movimento que caracterize uma reacção. Laura olha para Afonso e depois para Diogo. Afonso cinge o olhar na sua namorada e em Sofia. Diogo fixa o olhar na mulher que o ama e perde-se lá. Sofia faz questão de olhar para os três parceiros sexuais. E cada um deles já tinha olhado antes deste silêncio para Gustavo. O homem, o quinto elemento nas noites apaixonantes dos dois casais já se rendeu ao cansaço. Adormeceu no lado direito da cama, com a certeza de que algo tinha ficado no ar. Sobrou uma sinistra ideia de como se pode desejar o que à partida parece proibido.
Sábado. O lar de Afonso e Laura respirava uma tranquilidade essencial. Sem rotinas adjacentes, sem compromissos por cumprir, sem a menina durante todo o fim de semana, o casal conseguiu receber os convidados numa ligeireza ambiciosa. Haveria tempo para tudo. Haveria espaço para tudo. Jantar preparado com dedicação por Laura. Sobremesa saborosa, com um beijo intenso entre Sofia e Diogo a lançar o resto do serão. No quarto onde Laura e Afonso reservam as suas noites intimas, tudo foi partilhado. A empatia entre os dois casais cada vez é maior. Afonso conhece os desejos de Sofia, Laura sabe exactamente como levar Diogo à loucura. E o casal convidado tem consciência dos limites que existem num envolvimento assim. Apesar de manterem um relacionamento intimo, os quatro adultos não pisam trilhos perigosos. Existe paixão, sem dúvida. Existe desejo pelo corpo que não lhe pertence. Mas a alma tem dono. Ou pelo menos está entregue a alguém. E sempre esteve estritamente proibido abrir portas aliciantes. Esta empatia começa a ser transmitida a Gustavo. O homem, antigo namorado de Sofia, novel amante dos dois casais, é um espectador. Um voyeur presente nos mais recentes momentos escaldantes. De tal forma que penetra na vida intima dos quatro amigos num jeito suave, subliminar, mas intenso. Também ele sabe as regras a respeitar. Também ele tem consciência da atitude a manter num relacionamento swinger. Também ele sabe o lugar que vai ocupando. E é inegável que o quinto elemento tem rompido alguns costumes na actividade intima dos dois casais. Ele é o objecto inteligente que quebra tabus e transmite ocultas sensações.
Meia-noite. A cama já tinha os lençóis usados. A actividade erótica e sexual era intensa. Laura já chupou os dois amantes, guardando um pedaço do seu desejo para o sexo de Afonso. Depois de gozar a masturbação feita pelo namorado da sua amiga, Sofia entregou-se à tesão do seu homem e de Gustavo. Um de cada vez. No topo da cama, entrou primeiro Diogo. Ela estava ainda com a rata a latejar, com a longa provocação dos dedos de Afonso. Estendida nua na cama, ela fixou o olhar no homem que a ama. A penetração sabia bem, mas ela já tinha alcançado um ritmo que exigia sempre mais. Inicialmente, os outros presentes assistiam com desejo à foda que o casal praticava. Os dois namorados sentiam-se vigiados mas isso excitava Sofia. Ele cedeu à pressão e apesar der dilatado o sexo da namorada, sentiu que o orgasmo podia ser libertado com demasiada antecipação. E isto sempre foi um jogo. Diogo deitou-se sobre o corpo da amante e segredou-lhe ao ouvido. Ela abriu um sorriso e beijou-o. Logo a seguir, Diogo sai de cima dela e entrega o lugar a Gustavo. O homem bissexual segurou as pernas da ex-namorada, abriu-a e com uma atitude de desejo carnal, entrou na rata de Sofia. Penetrações veementes. Gestos escaldantes por todo o corpo feminino. Mais penetrações vibrantes. O intimo de Sofia voltou a alcançar um êxtase surreal. Ela agarrou-se aos lençóis e cerrou os olhos. Não importa o que estava na sua imaginação. Ela sabe que tinha três homens a querer possui-la e a jovem mulher fez questão de degustar cada pedaço. Por esta altura, Laura e Afonso acariciavam-se mutuamente. A rata da mulher também foi estimulada pelos dedos dele. E Laura não podia negar que sentia o seu clitóris a inchar. E na cama de casal, na cama do par de namorados do 2º direito, na cama onde imensas coisas são permitidas, os cinco amantes deliciavam-se com uma noite que corria sensatamente excitante. Afonso oferecia um orgasmo sublime à sua namorada, Sofia pediu que fosse Diogo a sentir a explosão da sua rata e Gustavo tinha uma forma peculiar de assistir a tudo isto.
Ameno. Foi com uma madrugada tranquila e uma temperatura primaveril que o ambiente no quarto ameno caracterizou o auge da noite dos cinco adultos. A envolvência dos presentes intensificou-se. Laura entusiasmava-se. Ela sentia o espírito frenético que os corpos dos outros elementos carregavam. Nenhum dos cinco adultos podia negar que o seu corpo respirava sexo. Nenhum ousava confessá-lo, mas todos eles detinham uma vibração sensorial que precisavam de libertar. Surrealmente, era possível ouvir o tacto dos corpos a dançarem entre si. Impossível dizem os cépticos, transcendente dirão aqueles que conseguem imaginar. Sofia. Naquele instante, naquela posição, na sua delicada forma de ser, ela apresentava-se como o membro mais vulnerável aos desejos dos diversos amantes. Deitada com a barriga para cima, a mulher tinha uma das mãos do seu namorado a acariciar-lhe o seu seio esquerdo. Do seu lado direito, Afonso encostava-se a ela e apalpava o seio. Sofia olhava para ambos os homens quando sente Gustavo a acariciar as suas coxas. Mãos aventureiras, ternas, pacientes. Lentamente, o homem bissexual foi abrindo as pernas dela e roçou a palma da mão pelo sexo molhado da loira. O corpo dela já vibrava. Mas agora, Sofia sentia-se volátil. Libertava gemidos suaves e contorcia os membros. E quando ela vagueava os braços pelos lençóis, no topo da cama, encontrou o corpo de Laura. A amiga e amante estava a assistir às caricias masculinas, procurando perspectivar o que iria suceder. Ajoelhada na almofada, encostada ao topo da cama, colada à cabeça da loira, Laura sorriu para a amiga e deixou que as mãos dela invadissem a sua pele. Sofia apalpou as mamas da namorada de Afonso. Brincou com elas, sentiu-lhes o toque, transmitiu a tesão que pulava no seu interior. Por esta altura, Afonso já acariciava o rabo dela e roçava o pénis entre as nádegas. Diogo puxa com ternura o corpo da sua namorada e coloca-a de lado. Olhos nos olhos, o casal comunicava entre si. Ele percebia que Sofia estava excitada e que tudo poderia acontecer. Ela entendia que Diogo estava predisposto a que a noite fosse especial. As mãos de Gustavo procuravam masturbar a rata da ex-namorada, mas ele percebeu que a mulher já fazia parte de uma sanduiche humana. Pressionada entre o corpo dos dois homens, ela levantou uma das pernas, de modo a que os seus dois orifícios estivessem disponíveis. Primeiro entrou Afonso. Ele abriu as duas nádegas e com delicadeza penetrou no ânus da amante. Sofia solta um gemido seco. Cerra os olhos e finca os dedos da mão direita no pescoço do namorado. Depois entrou Diogo. A rata dela já estava suficientemente lubrificada para que fosse fácil para ele deslizar pelos lábios vaginais de Sofia e enterrar a picha no intimo dela. A mão esquerda da loira procurou segurar-se à mulher que a deixava tranquila perante três homens. Laura dá-lhe essa confiança. E a namorada de Afonso segurou a mão fina da amante, consciente de que Sofia precisava dela. Ao mesmo tempo, curvou as costas e pediu um beijo da boca da mulher. A língua de Sofia devorou a boca de Laura e as duas mulheres sentiam-se mais unidas que nunca. Gustavo achava-se perdido. Estava excitado e os corpos unidos deixava-o em polvorosa. Sofia estava ocupada. Demasiado envolvida na dupla penetração. Ele ajoelhou-se na cama e por cima da foda que ocorria entre os três elementos, ele pendeu o corpo para a frente e procurou Laura. Ela sorriu para ele e beijou-o. Trocaram um linguado excitante e deixaram que toda a envolvência em redor deles invadisse o seu desejo. Sofia era penetrada com vagarosidade. Ora penetrava Afonso, ora Diogo aproveitava o movimento das ancas da namorada para voltar a entrar na vagina dela. Quando Afonso segurou as nádegas da amante, puxou o corpo dela para si e sentiu o seu pénis a inchar dentro do rabo de Sofia. Quando Diogo pressentiu o sexo do amigo a foder bem fundo a mulher que ele ama, puxou a coxa dela para si e voltou a reivindicar a rata de Sofia. Era frenética a forma como eles partilhavam a paixão, não havendo um sinal que demonstrasse vontade para cessar tão cedo.
Infindável. A noite dos cinco adultos parece não ter fim. Cada segundo estende-se por largos minutos. Tudo é vivido com dedicação, desejo e gula. As mãos de Sofia continuavam a procurar a sua amiga. E Laura queria dar-lhe tudo. Gustavo deslizava por entre os corpos que se devoravam mutuamente. E quando procurava o seu lugar, encontrou-se deitado de lado, mesmo por detrás de Diogo. Sofia gemia e tentava controlar a respiração com a dupla penetração que lhe era entregue. Os pénis dos dois homens inchavam progressivamente e entravam na rata e no rabo da loira. E ela enlouquecia de tal forma com tamanha excitação, que se perdia ao tentar encontrar um jeito de suportar as investidas carnais dos seus amantes. Laura recebia a tensão da amiga. Com os joelhos fincados na almofada, a mulher abriu as pernas e aproximou a sua rata da face de Sofia. Ao dar de caras com uma visão intensamente excitante, a loira não hesita em libertar a sua ansiedade nos clitóris inchado de Laura. Ao mesmo tempo que levantava o queixo, esticava a língua e com uma mão segurava a coxa da amante pela virilha, Sofia sucumbia progressivamente à dupla penetração que a fodia exaustivamente. Afonso sentia o rabo da amante a ceder. Denotava que a dor provocada por cada entrada deixava a mulher sem forças. Ainda assim, ele levou a mão esquerda por entre as pernas da sua namorada e ajudou Sofia a lamber Laura. Era intensa a forma como todos se conseguiam envolver. Diogo ainda reservava forças para penetrar na sua namorada. Ela colocava a coxa em cima do seu corpo. No entanto, Sofia pressentia algo mais. Uma mão masculina invadia a cintura de Diogo. Por um instante ela abriu os olhos e assistiu ao abraço de Gustavo no corpo do seu namorado. E o homem que a fodia deixava que os braços do homem bissexual o envolvessem. Porque havia um pacto entre os cinco. Havia uma concordância em deixar seguir os sentimentos apaixonantes. Como uma corrente inevitável. Como uma expectativa que tinha que acontecer. Laura deliciava-se com a boca de Sofia e os dedos de Afonso. Mas ainda assim, ela já não conseguia desviar os olhos do que acontecia por detrás de Diogo. Colado às costas do namorado de Sofia, Gustavo entregou um beijo no ombro de Diogo. Ele reage e retira a mão da coxa de Sofia para depois transportá-la até às nádegas de Gustavo. O sinal estava dado. O desejo era assumido. E apesar de haver uma boa dose de loucura insane em tudo o que era feito naquela cama, os cinco adultos estavam cientes de que permitiam com consciência o que ia acontecendo. Gustavo penetrou em Diogo. Laura cortou a respiração. Sofia libertava gritos de prazer. Afonso enterrou o pénis no rabo de Sofia. Diogo sentiu sentiu o mesmo prazer que a sua namorada. Uma sensação nova. Uma sensação diferente. Uma sensação excêntrica. Toda a gente ouviu. Toda a gente sentiu. Mas ninguém largou uma palavra sobre o assunto. Gustavo agia com calma e sensatez. Laura mexia as ancas e gemia do prazer que lhe era concedido. Sofia vinha-se com duas pichas dentro de si. Afonso libertava o seu gozo pelas costas da sua amante. Diogo cerrou os olhos e tentou percepcionar a nova experiência de uma forma que só ele conseguirá explicar. Mas todas as atenções estavam centradas ali. A envolvência sexual mantinha-se. A dupla penetração, o sexo oral, as caricias, os toques, os olhares. Mas tudo acontecia com o propósito de tornar especial e relevante o passo que foi tomado. Porque era um novo nível. Para todos eles. Gustavo tinha relações sexuais directas com um homem que desejava, segurando as nádegas dele e tentando tornar a penetração o mais confortável e prazeirento possível. Laura encaixava a ideia de que finalmente acontecia aquilo que ela tinha a certeza que iria ocorrer. Sofia estava perdida num mundo surreal, onde obtém o prazer divino, uma dor excitante e a sensação de ver o seu namorado ser fodido por um homem. Afonso apertava os braços nas mamas da amante e procurava acreditar que diante de si, dois homens uniam-se numa acção apaixonante. Diogo controlava a sua mente, respirando fundo e deixando o sexo do amante penetrar com benevolência dentro de si. Afinal, aquilo estava mesmo a acontecer. A orgia dos cinco elementos ultrapassou uma nova fasquia.
Memorável. Há uma sensação sinistra nos dois casais. Gustavo cedeu ao cansaço e ocupou o seu lugar. Deitou-se no lado direito da cama e procurou entregar-se ao sono. O silêncio é a palavra de ordem. Depois de terem olhado para o amante bissexual, os quatro adultos comunicam entre si. Ninguém quer falar. Ninguém que sequer ousar dar um comentário sobre o que aconteceu. Foi bom. Sofia recebeu um prazer demolidor. A dupla penetração fez explodir o seu corpo de prazer e ainda teve forma de distribuir a paixão que vulcanizava do seu interior. Deliciou Laura com a sua boca e deu-lhe um reflexo do que recebeu. Nunca até este momento, a mulher loira tinha sido possuída daquela forma. Afonso fez parte disso e não obstante ter sentido a fúria do orgasmo dela, conseguiu ter nas mãos parte do prazer da sua namorada. Mesmo que Laura sinta que se tornou uma mera espectadora de tanta penetração, ela sabe que é a melhor testemunha do que aconteceu. Ela olhou para a relação homossexual de uma posição única. Ainda assim, ela guarda dentro de si o que sente. Só o seu olhar é que não consegue desmentir o fascínio pelo que a sua mente assistiu. Diogo está diferente. Como se depois de ter sentido Gustavo vir-se dentro de si, algo o transformasse. Mas ele é um homem maduro e consciente. Sabe o que aceitou. Entende o que desejou. Interiorizou o que lhe foi dado. E ninguém poderá dizer que se sentiu desconfortável com o que foi partilhado nesta cama. Nem Diogo. Nem Laura. Nem Afonso. Nem Sofia. Muito menos Gustavo. O quinto elemento voltou a ser um dinamizador das noites intensas dos dois casais. A anfitriã aninha-se entre os dois elementos do seu casal amigo. Encosta a cabeça no peito da mulher e olha para o seu namorado, sabendo que ele está muito próximo de si. Todos eles estão colados. É um abraço uniforme. Os olhos vão cerrar-se e sonhos distintos vão transformar a mente de cada um dos presentes. O que se vai passar amanhã é uma incógnita. Mas hoje, com a firmeza da maturidade que eles reconhecem mutuamente, os dois casais e Gustavo partilham a tranquilidade de uma noite. Aconteceu.