Perante a notícia do Expresso «Roma tapou estátuas de nus em sinal de respeito pelo presidente do Irão» surgem dúvidas e interrogações do género das seguintes:
COMO PODE A EUROPA ORGULHAR-SE DOS SEUS VALORES? Para que levaram o Presidente do Irão ao museu? Afinal para que têm no museu peças de arte que não podem ser vistas? É com cedências ridículas e atentatórias da arte, dos valores europeus, que os políticos europeus esperam vencer a invasão do EI? Temos que concordar que algo tem que mudar estruturalmente nos critérios usados para escolher governantes.Perante outros Estados, devemos ter orgulho nas nossas tradições, arte, cultura, etc. ou devemos ter vergonha e cobrir com burka o conteúdo dos nossos museus? Afinal para que temos museus? DEUS SALVE A ITÁLIA! E também a Europa.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
ARTE E CULTURA SÃO MOTIVO DE ORGULHO OU DE VERGONHA'
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
DINHEIRO É DROGA DIABÓLOICA
O dinheiro é o pior demónio da humanidade actual.
Infelizmente, A SUBSERVIÊNCIA AO DINHEIRO está demasiado fanatizada por todo o mundo que se deixou submeter ao vil metal, o qual faz desprezar a cultura da história, das tradições e da ética que muito bem foi definida por Cristo. Os valores que conseguiriam unir as pessoas, em cooperação, em harmonia social, para um desenvolvimento sustentável, equitativo, em paz, pelo diálogo e pelas conversações, dependem muito de um entendimento à margem dos interesses materiais.
Não rejeito a hipótese de uma amizade com o Irão, agora que o seu Presidente visita a Europa, recusando o consumo de álcool e outros pormenores, possa contribuir para que a Humanidade inicie um processo de reabilitação. Já está provado que esta não pode surgir por movimento surgindo de dentro, dadas as fraquezas dos dirigentes políticos mais afeitos aos vícios fiduciários com corrupção, lavagem de dinheiro, negociatas sonhadas mas nunca concretizadas que arrasam os ingénuos que nelas acreditaram, e todas as habilidades para aumentar a posse de dinheiro mesmo que já estejam num nível em que este não lhes falta para qualquer loucura ostensiva de financeirismo.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Concordam nas piores causas
Transcrição de artigo seguida de NOTA:
Unidos na barbárie
Jornal de Negócios on line. 30 Novembro 2012, 11:24 por Leonel Moura | leonel.moura@mail.telepac.pt
Uma votação no parlamento europeu deu, mais uma vez, conta do desfasamento que existe entre os nossos deputados e os seus eleitores. Na verdade, pouco se sabe do comportamento destes políticos que pretensamente nos representam em Bruxelas. Mas, quando se descobre o sentido do seu voto em determinadas matérias, fica claro que não merecem confiança. Explico.
Algures na Dinastia Ming, um cozinheiro obtuso decidiu inventar a sopa de barbatana de tubarão. Dados a superstições, os chineses acham que esta mistela lhes dá potência sexual, coisa de que se devem sentir muito necessitados. A raridade do ingrediente fez com que, durante muito tempo, a sopa fosse um acepipe só acessível aos ricos e poderosos. O enriquecimento da China levou, contudo, a um consumo desenfreado, tendo por consequência a quase extinção dos tubarões a oriente. Daí que se tenha começado a pescar esta espécie também nos mares europeus.
A técnica de pesca é atroz. Os tubarões são capturados, cortam-lhes as barbatanas e, ainda vivos, são de novos deitados para a água onde morrem lenta e cruelmente, já que ficam sem capacidade de locomoção.
É neste contexto que o parlamento europeu votou uma lei que proíbe o corte de barbatanas em alto mar. A lei, moderada, nem sequer é contra a pesca destes animais mas obriga a que os mesmos sejam "desmanchados" em terra. Foi aprovada com 566 votos a favor e 47 contra. Ou seja, 47 deputados acham legítima uma tal selvajaria. E quem são eles? Na sua maioria, espanhóis e portugueses. E, nestes últimos, quem votou a favor desta prática vergonhosa? Espante-se. Todos os deputados portugueses, de todos os partidos. Menos um, honra lhe seja feita, o deputado independente Rui Tavares. Sim, Maria de Graça Carvalho, Carlos Coelho, Paulo Rangel, Mário David (do PSD), Capoula Santos, Correia de Campos, Edite Estrela, Ana Gomes, Vital Moreira (do PS), Diogo Feio (do PP), Marisa Matias, Alda Sousa (do Bloco), João Ferreira, Inês Zuber (do PC), votaram em uníssono do lado errado da história e da civilização. Mostraram um raro momento de unidade das várias forças partidárias portuguesas. Só é pena que o tenha sido em defesa da barbárie.
O argumento deste bando de trogloditas é simples. Prende-se com a razão económica. Os pescadores portugueses, coitados, com a nova lei não conseguem carregar tanto tubarão nos seus barcos, quantas barbatanas que é só o que lhes interessa. A defesa de um modo de pesca inqualificável sobrepõe-se a qualquer sentido de ética e decência humana. Estes deputados portugueses deram assim, à Europa e ao mundo, sinal de que somos um povo primitivo, atrasado e insensível a questões fundamentais do nosso tempo. Representam o quê? A mim não certamente. E, estou certo, nem a muitos outros portugueses que já vivem no século 21, alguns dos quais votaram neles.
Temos assim que a mesma razão económica que conduziu à desgraça social que se abateu sobre a sociedade portuguesa e que tantos deles dizem combater pouco tem a ver com reais diferenças de civilização. No fundo, estão todos de acordo no mesmo princípio de exploração dos recursos sem olhar a meios e sem que lhes toque o mais leve sentimento de humanidade. Aqui não há consciência ambiental, não há quem deseje um mundo melhor, quem se preocupe com a devastação que a humanidade provoca nas espécies animais e na própria natureza. Tudo se resume ao vil dinheiro.
De direita e de esquerda, moderada e radical, estamos perante uma classe política que merece o nosso desprezo mais absoluto. Imagino que alguns deles tenham filhos e gostaria de os ver explicar porque defendem que se corte barbatanas a tubarões vivos para gáudio de uns quantos imbecis que se deleitam com tão frívolos petiscos.
Os próprios chineses acabam de banir dos banquetes oficiais a sopa de barbatana de tubarão. Muitos hotéis e restaurantes na China e no Oriente também já o fazem. Pela mão destes deputados mostramos que estamos no fundo da escala da barbárie. É esta a imagem que queremos do nosso país?
Que se engasguem na barbatana é o que sinceramente lhes desejo. A todos sem excepção.
NOTA: Mas ainda havia dúvidas sobre as motivações e os valores que movem o funcionamento das mentes dos políticos, salvo eventuais excepções? Recordem-se da votação na AR da lei de financiamento dos partidos que acabou por ser vetada pelo PR, em fins de Abril de 2009, aprovada por unanimidade com a excepção de António José Seguro, referida no artigo O regresso ao tempo das malas cheias de notas
de José Manuel Fernandes, transcrito em E todos concordaram!!!.
Recorde-se também os fracassos no combate à corrupção e ao enriquecimento
Ilícito, no corte das gorduras do Estado, nas reformas para moralizar o regime, etc. etc.
Enfim merecem o nosso total desprezo e o VOTO EM BRANCO em qualquer tipo de eleições, dado que os candidatos que aparecem, salvo eventuais excepções, não têm valores morais para se dedicarem ao BEM colectivo, por terem interesses opostos aos interesses nacionais, dos seus eleitores.
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sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Valores éticos acima do dinheiro
Transcrição post de blogue:
Polémica na Casa dos Segredos
Associação Emergência Social, que combate a pobreza e exclusão, decidiu recusar uma ajuda financeira oferecida pelos produtores do programa “Casa dos Segredos”, alegando não se rever no perfil do “reality show” da TVI e sublinhando que “o dinheiro não é tudo”.
Os concorrentes estavam prontos para leiloar, cada um deles, duas peças de vestuário, com o objetivo de angariar fundos para aquela instituição particular de solidariedade social, mas os felizes contemplados já vieram dizer que rejeitam a iniciativa.
Num comunicado agora divulgado, a Associação revela que, numa primeira fase, concordou com a ideia, sem ter tido “o cuidado de saber de que programa se tratava”.
Alertada, depois, para a verdadeira natureza do “reality show”, a Emergência Social concluiu que “não se revê no perfil” da “Casa dos Segredos” e anunciou que “prescinde de toda e qualquer ajuda daí proveniente”.
“O programa ‘Casa dos Segredos’ não é um exemplo para as nossas crianças e jovens. Na nossa opinião, enquanto o dinheiro for mais importante do que o amor não será possível acabar com a crise de valores do mundo. O dinheiro não é tudo para nós…” – afirma-se no comunicado da Associação de Emergência Social.
Publicado no Blog O Povo, por Pedro Aguiar Pinto em 21-11-2012
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domingo, 1 de janeiro de 2012
Resolver a crise, pensando nas pessoas
No início de novo ano, é bom reiterar que neste espaço se continuará a defender a isenção e o apartidarismo, apreciando as ideias positivas, independentemente de quem as cite, como tem sido visto em posts que referem Paulo Portas, António José Seguro, Francisco Louçã ou Jerónimo de Sousa, além de governantes actuais e anteriores.
Neste momento, é oportuno realçar frases do Papa e do Bispo do Porto:
Do Papa:
Os jovens desejam receber «formação que os prepare de uma forma mais profunda para enfrentarem a realidade».
Os mais altos responsáveis políticos devem criarem condições no sentido que os jovens, os principais atingidos pela actual crise mundial por não terem perspectivas de um futuro melhor, não percam a esperança.
Há «necessidade e urgência de oferecer às novas gerações adequada formação educativa, formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual», «em particular a importância de educar para os valores da Justiça e da Paz».
Os jovens enfrentam sérios problemas como a «dificuldade de formar família e de encontrar um trabalho estável e a efectiva capacidade de contribuir no mundo da política, da cultura e da economia pela construção de uma sociedade de rosto mais humano e solidário».
Do Bispo do Porto:
Voltar atrás nos progressos na dignificação da mulher, pais, filhos e idosos seria dramático.
A crise não pode pôr em causa a instituição família sob pena de tal significar uma tremenda tragédia para os valores alcançados nos últimos séculos.
É preciso que a sociedade e o trabalho se organizem em função das famílias e da unidade, não pensando apenas no individual.
A crise só pode ser ultrapassada se houver um empenho ao máximo na educação e na transmissão de valores.
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terça-feira, 27 de setembro de 2011
Tenho Vergonha de Mim
O texto refere o Brasil, mas merece a atenção dos Portugueses e de outros povos. É preciso vencer as dificuldades, corrigir o que está mal, procurar novas soluções, desmontar do cavalo morto, saltar para fora do pântano, afastar as causas do mal...
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segunda-feira, 4 de abril de 2011
Economia, moral e política
Transcreve-se o artigo referente à entrevista do economista e conselheiro de Estado Vítor Bento, que contém um conjunto de ideias, sem palavras supérfluas, que merecem ser bem compreendidas. Depois da leitura, há que procurar o livro recentemente publicado.
Políticos foram os maiores culpados da crise, diz conselheiro Vítor Bento
Público. 04.04.2011 - 08:20 Por Lusa
A actual situação resultou de uma crise de valores morais.
Os políticos são os principais culpados da actual crise económica internacional, porque criaram as condições para ela se instalar, disse o economista e conselheiro de Estado, Vítor Bento, em entrevista à agência Lusa.
Vítor Bento, que apresentou recentemente o livro “Economia, Moral e Política”, publicado pela Fundação Francisco Soares dos Santos, considerou que a actual situação resultou de uma crise de valores morais, mas que os políticos falharam nas escolhas que fizeram. “No livro olhei para a crise internacional não apenas do ponto de vista estritamente económico, mas enquanto erupção de uma crise de valores da própria sociedade. Há muitos factores que contribuíram, mas uma delas é o facto de hoje vivermos numa sociedade onde os valores materiais são a referência comum, que quase toda a gente subscreve”, afirmou.
O economista considerou que, no caminho para a crise, uns têm mais culpa do que outros, destacando neste grupo de maiores culpados, “políticos, banqueiros, gestores em geral”, que tinham a obrigação de saber que as escolhas que faziam “conduziriam a caminhos errados”, além da obrigação de limitar a possibilidade dos indivíduos fazerem escolhas erradas.
“Em última instância, os políticos têm sempre mais culpas, porque têm a obrigação de gerir a casa comum, de ver melhor e mais longe. Enquanto os outros elementos privilegiam muito o seu interesse particular, os políticos têm a obrigação de colocar o interesse comum acima de tudo, de estar no cimo da torre com uma visão mais ampla e, portanto, limitar os estragos que os interesses particulares possam fazer”, afirmou.
“Os políticos que aparentemente surgem agora como quem tem que limpar a sujidade feita pela crise, foram grandes responsáveis na criação das condições que levaram à crise”, acrescentou.
Garantindo que não quer assumir o papel de juiz, “e muito menos de juiz da moralidade”, Vítor Bento disse que o livro que agora lançou é uma forma de arrumar as ideias, de “estruturar o conhecimento” num processo próprio de aprendizagem e reflexão sobre a relação entre a economia, a moral e a política.
“A forma de regulação económica, em si, é amoral, mas o comportamento das pessoas não é. Essa é que é grande questão. Não é a economia que se deteriora, é o quadro de moralidade de uma sociedade que aceita comportamentos que, de outra forma, não teria aceitado”, defendeu.
“Quando a economia leva por maus caminhos, é porque o quadro de moralidade permite esses caminhos”, disse ainda o professor de economia.
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sexta-feira, 4 de março de 2011
Para sair da crise - 8
Não se pode ajudar permanentemente se se fizer por eles aquilo que eles podem fazer por si próprios.
Abraam Lincoln
Viva uma vida boa e honrada. Assim, quando ficar mais velho e pensar no passado, poderá obter prazer uma segunda vez.
Dalai Lama
Ou vivemos todos juntos como irmãos ou morremos todos juntos como idiotas.
Martin Luther King
Uma garrafa de vinho meio vazia também está meio cheia. Uma meia mentira nunca será meia verdade.
Jean Cocteau
A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida, olhando-se adiante.
Kieckegoord
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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Para sair da crise - 7
Nunca se dá tanto como quando se dá esperança
Se eu quero mudar o mundo, tenho de começar por mim.
A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.
Olho por olho e o mundo acabará cego.
Felizes aqueles que cedo compreendem que a finalidade da vida é o aperfeiçoamento individual.
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Para sair da crise - 6
Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo quando está a ajudá-la a levantar-se
É preciso revitalizar o homem para depois pensarmos em revitalizar o Planeta
Uma transição ordeira tem que ser significativa, tem que ser pacífica e tem que começar agora.
A política é demasiado importante e complexa para ser entregue exclusivamente aos políticos
Em País em que não há governo, todos governam e, quando todos governam, todos são escravos.
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Gestão moderna é o inferno
Já há muito me tinha passado pelo Outlook este texto. Mas agora voltou e julgo não dever deixá-lo fugir. Eis esta maravilha, que me faz recordar, pelo contraste, o já antigo post «Quem sou?»
A morte da executiva bem-sucedida
Foi tudo muito rápido. A “executiva bem-sucedida” sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou-se. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso Portal.
Ainda meio tonta, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava a acontecer, a “executiva bem-sucedida” abordou um dos passantes:
- Enfermeiro, eu preciso voltar com urgência para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque o meu seguro de saúde é Platina, e isto aqui está a parecer-me mais a urgência dum Hospital público. Onde é que nós estamos?
- No céu.
- No céu?...
- É.
- O céu, CÉU...?! Aquele com querubins, anjinhos e coisas assim?
- Exacto! Aqui vivemos todos em estado de graça permanente.
Apesar das óbvias evidências, ausência de poluição, toda a gente a sorrir, ninguém a usar telemóvel, a “executiva bem-sucedida” levou tempo a admitir que havia mesmo batido a bota.
Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável. Porque, ponderou, dali a uma semana iria receber o bónus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa.
E foi aí que o interlocutor sugeriu:
- Talvez seja melhor a senhora conversar com Pedro, o coordenador.
- É?! E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
- Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
- Assim? (...)
- Quem me chama?
A “executiva bem-sucedida” quase desabava da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.
Mas, a executiva tinha feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu logo:
- Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma “executiva bem-sucedida” e...
- Executiva... Que palavra estranha. De que século veio?
- Do XXI. O distinto vai dizer-me que não conhece o termo 'executiva'?
- Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.
Foi então que a “executiva bem-sucedida” teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
- Sabe, meu caro Pedro. Se me permite, gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para essa gente toda aí, só na palheta e andando a toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para dar um upgrade na produtividade sistémica.
- É mesmo?
- Pode acreditar, porque tenho PHD em reorganização. Por exemplo, não vejo ninguém usando identificação. Como é que a gente sabe quem é quem aqui, e quem faz o quê?
- Ah, não sabemos.
- Percebeu? Sem controlo, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar em anarquia. Mas podemos resolver isso num instante implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
- Que interessante...
- É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização e um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.
- !!!...???...!!!...???...!!!
- Aí, contrataríamos uma consultoria especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do Grande Accionista... Ele existe, certo?
- Sobre todas as coisas.
- Óptimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, parece-me extremamente atractivo.
- Incrível!
- É óbvio que, para conseguir tudo isso, teremos de nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias da praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho a certeza de que vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar num Turnaround radical.
- Impressionante!
- Isso significa que podemos partir para a implementação?
- Não. Significa que a senhora terá um futuro brilhante... se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque acaba de descrever, exactamente, como funciona o Inferno...
Max Gehringer
(Revista Exame)
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
O futuro está nas nossas mãos
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domingo, 5 de dezembro de 2010
Valores para uma boa Liderança
Segundo o artigo abaixo transcrito, uma escala de valores do género das virtudes militares é imprescindível para o êxito de uma boa liderança, em qualquer organização de qualquer dimensão. Recordo que os conceitos aqui expressos no post «pensar antes de decidir» foram retirados de literatura militar relativa ao «estudo da situação» que mais não é do que a preparação da decisão que deve ser tomada a cada momento sobre cada problema. Quando diz que «em situações de grande crise um líder deve ser "militar"», não quer dizer que seja um general, mas um gestor com mão firme chefiando a equipa segundo as exigências que refere e explica no texto. Compare-se o texto com as realidades nacionais, de leis mal feitas que logo são criticadas, alteradas, adicionadas de excepções e/ou anuladas e substituídas por outras também carentes da devida preparação. Veja-se o funcionamento da equipa em repetidas contradições entre o chefe e os membros da equipa e entre estes.
Eis o artigo:
Em situações de grande crise um líder deve ser "militar"
Económico. 05/12/10. Por;Maria Teixeira Alves
António Horta Osório partilhou com uma plateia de gestores os factores críticos de sucesso de uma boa liderança.
"O mundo é global e está em constante e acelerada mudança. É fundamental prever a direcção dessa mudança: onde estamos e para onde o mercado vai, para onde se dirigem as grandes tendências macro antes do mercado lá chegar. As empresas que lá chegam primeiro conseguem vencer as batalhas". É desta forma que António Horta Osório começou a sua intervenção no debate subordinado ao tema 'Os novos desafios da liderança e gestão de talento', na terceira edição da conferência CEO Experience, organizada pelo Diário Económico e pela Accenture.
O indigitado presidente executivo do britânico Lloyds Banking Group, partilhou com uma plateia de gestores a sua visão de uma boa liderança, que requer "uma equipa em que o todo é maior que a soma das partes", uma inspiração da psicologia da Gestalt. Como é que isso se faz? Através de cinco tipos de valores: o exemplo dos gestores; a capacidade, ou seja não ter receio de atrair os melhores (em detrimento da escolha de ‘yes men'), frisa. "Compete ao líder ter um foco constante no desenvolvimento das pessoas. Apostar na cultura da exigência, e do mérito e na excelência. Potenciar ao máximo as potencialidades de cada um e reconhecer os êxitos das pessoas. Numa equipa bem gerida é fácil fazer acreditar que o ‘impossible is nothing'", enumerou Horta Osório.
Defensor do trabalho em equipa, Horta Osório destaca a importância do carácter, dos valores e da comunicação para fomentar a competência da equipa."É fundamental escolher as melhores pessoas para os melhores lugares", disse o banqueiro, aproveitando para elogiar estratégia e a equipa do Santander Totta, de onde veio.
"Fomentar o debate e a qualidade da decisão para depois as implementar de forma irreversível e sem segundos pensamentos", é o que deve ser um líder, diz Horta Osório.
Em situações de grande crise um líder deve ser "militar", ou seja, ter mão firme nas exigências e pôr a equipa a participar na gestão da crise, aconselhou. Nessas alturas, "as equipas mais do que esperar o que a empresa pode fazer por elas, devem reunir-se em torno do líder".
Ao contrário, em momentos positivos "o líder deve apagar-se mais e ser a equipa a sugerir os projectos e a realizar projectos em que esta acredite", acrescentou.
António Horta Osório aconselhou ainda as empresas a definirem a direcção correcta para avançar e ter as pessoas conscientes de para onde a empresa vai. "Isto é crucial para que a empresa possa crescer mais depressa e sustentadamente na direcção certa em relação aos concorrentes". E conclui que um factor crítico de sucesso de um líder é ter uma boa capacidade de comunicação porque "não há uma segunda oportunidade de criar uma boa primeira impressão".
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domingo, 3 de outubro de 2010
Esperança
Notícia do Público informa que Jorge Sampaio disse que «é preciso combater a falta de esperança». Sem dúvida que, como diz um ditado muito antigo, ela deve ser a última coisa a morrer. Mas, para eliminar a falta de esperança, é preciso, como em todos os males, descobrir as causas e combater todos os factores que estão na sua origem.
Pelo muito que tem sido dito e escrito, parece não haver muitas dúvidas sobre quais são os principais factores. Um deles é o abuso da mentira, por parte de governantes que, em vez da adesão pretendida conseguem um afastamento, uma aversão, recalcada que deprime e tira a esperança. Por outro lado, as deficiências da educação, a ausência de capacidades e de valores éticos dificultam o ressurgimento de esperanças bem fundamentadas.
A notícia de que o « Governo admitiu um professor por cada 38 reformados desde 2007» leva a crer que a esperança não encontra terreno propício para se desenvolver.
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quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Valores éticos e personalidade
A experiência terrena de alguns milénios centrou a atenção dos seres humanos no exterior. Provavelmente pela necessidade de sobrevivência, a que se terá seguido a necessidade de segurança, de relacionamento harmonioso com os reinos mineral, vegetal e animal e, sobretudo, com os outros homens.
A humanidade, focada no exterior, conseguiu um domínio esmagador de tudo à sua volta, procurando condições de vida material cada vez mais favoráveis. Ressalta, porém, alguma insatisfação da generalidade dos seres humanos.
Insatisfação provavelmente proveniente do egoísmo humano, que foi desprezando os valores universais e ferindo, em seu proveito, os diferentes reinos da Natureza, de forma evidentemente desarmoniosa. Mas, insatisfação também resultante do exagero da atenção que os seres humanos têm dedicado ao exterior, esquecendo-se de focarem a atenção no seu interior.
Parece que só uma profunda análise interior, na busca de uma maior compreensão de quem somos e de quais os nossos reais objectivos na experiência terrena, nos permitirá sentir a dor e a alegria dos outros, compreender o nosso papel no Todo Universal, desenvolver a sensibilidade, a tolerância, a compaixão e a sabedoria que nos possibilite um superior grau de realização. Impõe-se, então, um maior trabalho interior de auto-análise, de abertura de consciência, de compreensão mais profunda de quem somos.
O facto de biliões de seres humanos continuarem a sofrer de pobreza, fome, opressão, humilhação e brutalidade parece tornar imperiosa a substituição do objectivo central da experiência humana da sobrevivência para o crescimento espiritual. E o crescimento espiritual consiste em criar uma compreensão mais profunda do nosso eu, percebendo como pelo nosso pensamento podemos introduzir melhorias em nós próprios e como essas melhorias podem ter impacto no mundo.
NOTA: O desprezo pelos valores éticos e pelo crescimento espiritual, tem levado a graves agressões ao ambiente, ao esgotamento dos recursos naturais à poluição, às catástrofes e à fome que aflige quase meio mundo naturais.
Este assunto tem sido aqui abordado por várias vezes. Os seguintes links apresentam temas convergentes com o deste artigo:
- Dinheiro não é o essencial
- O Steve Jobs da publicidade fartou-se do capitalismo?
- Dinheiro não dá felicidade
- Mark Boyle: Há um ano sem dinheiro
- Lição de vida dada por um Tuareg
- Dispensar excessos, consumismo e ostentação
- O Homem sensato e a Avestruz
- Simplicidade de vida e justiça social
- A Simplicidade é louvável
- Milionário desfaz-se da fortuna que o faz infeliz
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domingo, 14 de março de 2010
Valores éticos são pilares da sociedade
Começa a levantar-se um coro bem audível em defesa do ressurgimento do respeito pelos valores morais e éticos e, neste espaço foram publicados entre outros, recentemente o post Ressuscitar os valores éticos e, em relação á indisciplina e violência nas escolas, os Futuros cidadãos no Portugal de amanhã e Professores educadores.
Hoje, António Freitas Cruz publicou no Jornal de Notícias ao seguinte crónica que se transcreve na íntegra
Crise, sim: de valores
É porventura a palavra que mais anda na boca dos portugueses: crise disto e crise daquilo. Ora, crise há, sim, mas é de valores e de princípios - valores e princípios que, entre sorrisinhos, são associados ao conservadorismo de quem os invoca.
Mas princípios e valores que consubstanciam justamente o que nos falta hoje.
Por exemplo, a verdade.
Mente-se muito nos nossos dias. Sem pudor. Vergonhosamente. Descaradamente. Não se trata da pequena aldrabice de feira. Muito menos da mentira piedosa disfarçada de boa acção.
Não! Do que se trata é da mentira objectiva, destinada a obter um efeito desejado por meios desonestos. Meios ilícitos que se chamam fraude.
Dar exemplos é, infelizmente, a tarefa mais fácil deste tempo no espectáculo diário da mentira. Daí, de modo irresponsável e grotesco, a destruição da credibilidade das pessoas e das instituições, cuja principal obrigação é falar verdade - sejam quais forem as consequências.
Duas pequenas, mas expressivas, ilustrações.
Há menos de seis meses, tudo estava bem na economia, para Portugal eram boas as notícias: os portugueses foram a votos sem saberem que, pelo contrário, tudo estava mal e só havia más notícias.
Vem agora o Programa de (duvidosa) Estabilidade e (inexistente) Crescimento e todos os dias nos dizem que os impostos não aumentam. Mas vamos pagar mais.
É indispensável? No ponto a que nos conduziram, parece que sim. Então, porque mentem?
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Elvis Presley
Festeja-se agora o 75º aniversário do nascimento de Elvis Presley. Dentro de poucos anos acontecerá o mesmo em relação a Michael Jackson. São deste género os ídolos das multidões de hoje.
Em 2042 (6 de Setembro) será igual aniversário de José Sócrates, mas suspeita-se que não haja à volta do aniversário a mesma festança. A política não entusiasma as massa populares. Os valores da cultura moderna estabelecem prioridades pouco consentâneas com as responsabilidades das pessoas em relação aos seus concidadãos ou aos cidadãos do mundo.
Será que a actual escala de valores irá permanecer por muitos anos? Ou será passageira e, dentro em breve, haverá outra ainda mais inexplicável?
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quinta-feira, 11 de junho de 2009
As sete maravilhas
Divulgar as maravilhas que os portugueses de antanho construíram pelo mundo além constitui uma boa promoção para o turismo de cada um dos Países onde elas se encontram. Também contribui para encher o ego balofo dos portugueses de hoje e, é preciso dizê-lo, em consonância com os principais discursos de ontem, que tabém vem criar frustração nos portugueses que usam livremente o sua capacidade de raciocinar, porque constatam que hoje, em comparação com os séculos XV e XVI, somos uns inválidos que vegetamos alegremente em ostentações voláteis e em consumismos de imitação competitiva, sempre com os olhos no subsídio nacional ou da UE.
Ao dedicarmos muita da nossa atenção às glórias dos nossos antepassados, sem lhes seguirmos os bons exemplos podemos não estar a «resistir à tentação de nos apropriarmos do passado e dos heróis, a fim de desculpar as deficiências contemporâneas», como referiu ontem António Barreto. Seria mais útil ao Portugal de hoje e de amanhã fazer um esforço sério para recuperar a perenidade das grandezas da nossa história.
Mas que vemos hoje? Um «Rei» a ocupar o seu tempo de oratória numa conferência intercontinental do mais alto nível, a fazer propaganda de um mini computador que de português pouco mais tem que o nome e a mão-de-obra da montagem, em vez de fazer um discurso de elevada importância geopolítica e geoestratégica em defesa dos interesses de Portugal, o que era o seu dever, porque a propaganda devia ser feita por um dos seus marinheiros de terceira (usando a comparação com os descobrimentos).
Se nos descobrimentos foi levada a língua lusitana a todas as partes do mundo, hoje tal exemplo não é seguido, hoje vemos esse exemplo esquecido e menosprezado assistindo a um alto representante da Nação fazer no país vizinho um discurso num linguajar que era uma mistura de portunhol com espanholês, não entendido por ninguém, mas aplaudido por todos pelo inusitado ridículo.
A divulgação das grandes obras realizadas outrora, na mesma data em que se homenageia Camões deveria servir «para melhor ligar o passado com o futuro», para clarificarmos os bons exemplos daí extraíveis e reabilitar os valores esquecidos, porque «os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais», de «sermões», de «declarações solenes», de «discursos pomposos».
São precisos exemplos de pessoas altamente colocadas capazes de «constituir um estímulo, uma prova de que somos capazes de vencer, mesmo perante os maiores desafios ou as piores adversidades» como disse o PR, mas vencer com honra e dignidade e não como muitos ex-políticos que na ânsia do enriquecimento rápido enveredaram por negócios escuros e ilícitos.
É urgente que se difunda a cultura do mérito e da excelência, que se dê a conhecer as maravilhas que foram construídas pelos idos no rectângulo e o que tem sido feito em variados sectores, por forma a estimular os jovens de hoje a seguirem os melhores exemplos de gente séria e muitas vezes anónima que vive num envelope de humildade, sem alarde, a fazer obra válida para os vindouros. Se a Comunicação Social for pelo interior, encontra muitos casos altamente positivos, alguns dos quais foram referidos aqui, aqui e aqui, além de outros.
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A. João Soares
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Etiquetas: ética, Exemplo, maravilhas, pátria, valores
Restaurar a Pátria
Autor: Herlander Duarte (recebido por e-mail)
A decantada crise económica não é mais que um tumor de fixação de um mal generalizado e profundo. Efectivamente do que se trata é da contumaz e desabrida subversão de uma ordem. Verdadeiramente o que está em curso é a destruição ignominiosa dos fundamentos e dos valores de uma Civilização. A crise não é propriamente de economia, mas de doutrina e de autenticidade.
O despudor hedonista, a ânsia materialista, o desaforo consumista, tornaram o Ocidente ocioso, guloso e balofo; a adopção desse filho espúrio que é o existencialismo ateu justificou a alienação do seu sentido, da sua missão, do seu destino; com o mesmo efeito, a promoção da versão eufemista e anestesiante de existencialismo, aquilo a que hoje se vai chamando humanismo para significar-se o homem referenciado a si próprio.
Descambou-se numa civilização do comprimido e do botão, símbolos míticos da renúncia ao sofrimento e ao esforço; de renúncia ao merecimento. Vivem-se as falácias do progresso e do bem-estar como simples frutos de reivindicação e, como resultado, as frustrações que geram o niilismo que se afirma e massifica. Impera o pacifismo, mitificação da paz, para justificar a desmobilização que nos prepara para ser presas fáceis de qualquer paz que não é a nossa.
O pragmatismo que começou por ser uma tentadora filosofia do senso comum e prático e se converteu na confusão entre a prossecução da verdade e a prossecução do útil imediato. A tecnocracia que cingiu a avaliação dos custos dos bens de que gozamos a um cálculo económico-contabilístico imediatista e vem propor como objectivos para o destino das nações, números, taxas, e que se vangloria de atingi-los como se governar se reduzisse a gerir cifras.
Os governantes dos regimes que nos sujeitam não alcançam ou não querem assumir a responsabilidade que os legitimaria, ou seja, a defesa dos autênticos princípios e valores pátrios, o prescutar dos clamores abafados da nacionalidade, o apontar e dirigir objectivos de dignidade, de grandeza e de missão, o realizar de um destino.
Perdida a perspectiva da história, subalternizada a Honra, repudiado o Heróico, ficamos à mercê de um qualquer internacionalismo, ficamos satisfeitos com as aparências e devotos do comodismo. Esquecemos, fazemos por esquecer, que mesmo os bens materiais de que dispomos e em que as gerações de hoje se atafulham despreocupadamente são árduas afirmações civilizacionais, frutos de uma cultura milenária e de uma esforçada luta de conquista. Merecê-los – quando eles nos não dominam, nem diminuem, nem adulteram – não resulta só de ter moeda para dar em troca, mas também da disponibilidade para nos batermos. Nos tempos que correm pululam os exemplos de que assim é, e, triste sinal dos tempos, concomitantemente os exemplos de tibieza dos supostos primeiros responsáveis em defender uma herança e fazê-la prosperar. Crise de pensamento, crise de acção, crise de identidade; desordem nos espíritos, desordem na convivência, desordem nos objectivos; eis a degradação do Ocidente.
Assim, particularmente, está Portugal, país sem projecto, amputado no espaço, na população e na alma, cerceado na vocação, distraído do destino. Não se fale então em recuperar a economia, antes afirme-se o imperativo de restaurar a Pátria.
Herlander Duarte
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A. João Soares
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terça-feira, 14 de outubro de 2008
A crise financeira terminou?
Do muito que foi dito e escrito sobre a crise podem tirar-se várias conclusões, das quais, embora não seja especialista, mas como vítima dos erros dos decisores, penso poder salientar que ela resultou de erros sucessivos de particulares, empresas e instituições financeiras que, chegaram ao ponto de rotura, com a apatia dos poderes governamentais. O ponto comum de todos esses erros está na ausência de valores éticos, morais, cívicos e sociais, que podem integrar-se no conceito alargado de civismo. Ambição, endeusamento do dinheiro foram além dos limites do possível, graças à indiferença do poder controlador do Estado.
Viveu-se de ilusões e ingenuidades. Agora que surgiu um remendo heterodoxo com governos capitalistas defensores da economia de mercado, a intervir nessa mesma economia, com o dinheiro dos contribuintes, como se fosse dirigida pelo Estado Central. Um sinal de viragem nas ideologias de economia política?
Deu como resultado imediato: a alteração da ilusão dos agentes económicos mais ligados à finança. E ela ficou visível na subida das bolsas ontem, 13, e que o PSI 20 subiu 10,2% e hoje subiu, mas muito menos, 4,46%. É a especulação, ávida de dinheiro fácil a seguir as suas tradições. E quem comprou e originou tais subidas, venderá amanhã para realizar as mais valias de que se alimenta, e a bolsa cairá. Se não for amanhã, será nos próximos dias. E a ficção continuará, indiferente aos receios que sentiu nas últimas semanas.
Mas, infelizmente, não há sinais de uma análise séria das causas do fenómeno, não surgem poderes fortes decididos a introduzir nas finanças mundiais alterações que criem uma nova gestão financeira ajustada às condições da globalização e que garanta segurança impeditiva de crises frequentes e graves. É preciso muito saber e muita coragem porque os viciados no sistema actual hão-de lutar para impedir alterar aquilo que lhes deu fortuna, hão-de evitar que lhes matem a galinha dos ovos de ouro. Mas, se tais alterações não forem incrementadas, os ricos serão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres até que surja a «revolta dos escravos».
Por isso, não se pode dizer que a crise está vencida, mas apenas, com muito optimismo, poderemos concordar com o título de notícia do JN de que o «Socorro à banca deixa a crise em suspenso», apenas em suspenso e por tempo não definido.
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A. João Soares
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17:54
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Etiquetas: ambição, crise, ética, ideologias, valores