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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

ECONOMIA. COMO FUNCIONA


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domingo, 27 de setembro de 2015

PAPA ALERTA PARA DINHEIRO, ECONOMIA, LUXO E PODER



O VIL METAL constitui amarras que sujeitam o ser humano como se fosse uma fera perigosa ou um salpicão, retirando-lhe o pensamento e a acção mais correctos no seu relacionamento com os seus semelhantes.
Civismo, no sentido de respeito pelos outros, tornou-se coisa obsoleta.
Para compreendermos as forças que estão a estrangular a humanidade, convém aplicarmos alguns minutos de reflexão aos seguintes três artigos publicados no Diário de Notícias:

Em 16-05-2013:
Papa denuncia culto do dinheiro e ditadura da economia

Em 22-09-2013:
Papa critica um sistema económico que idolatra o dinheiro

Em 04-02-2014:
Papa Francisco condena o luxo, o dinheiro e o poder

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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CAMPANHA ELEITORAL EXPLICA MUITO..


Como compreender as contradições das notícias que vêm a lume? Talvez a proximidade de eleições esteja a explicar muita coisa e a tirar certas dúvidas da sinceridade dos governantes.

Por um lado, «o primeiro-ministro e o seu vice alinharam os discursos que levaram ontem ao parlamento, colocando na "esperança" e num "novo ciclo"  as expressões-chave que deverão levar até às eleições de Maio.»

Por outro lado, «a dívida pública portuguesa atingiu 129,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do ano passado, segundo o último relatório da UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) do parlamento sobre endividamento». Assim, «2013 terá sido mais um ano em que a dívida portuguesa furou as metas previstas pelo governo e pelas instituições internacionais».

Também, «o produto interno bruto (PIB) português terá recuado 1,4% ao longo de 2013, segundo a estimativa rápida divulgada ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) - que contabiliza já 80% dos factores com relevância no apuramento do PIB. Os valores definitivos só serão conhecidos a 11 de Março.

Há quem diga que a proximidade das eleições seja a explicação para «nuvem de fumo» para iludir os portugueses. Também o comportamento das exportações foi pouco animador pois abrandaram face ao crescimento de 5,7% registado em 2012, tendo aumentado em 2013 apenas 4,6%.

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domingo, 15 de dezembro de 2013

GEOPOLÍTICA. DOMÍNIO E SUBALTERNIDADE


Transcrição de artigo de opinião. Atenção às frases com realce:

O gesto e a bota
Ionline. Por Fernanda Mestrinho. publicado em 14 Dez 2013 - 05:00

Obama cumprimentou Raúl Castro no funeral de Mandela. O improvável presidente dos Estados Unidos, como disse de si no discurso, apertou a mão ao presidente de Cuba.

Os republicanos mais radicais logo chiaram no Congresso por ele ter apertado uma mão manchada de sangue. Assim sendo, estes não podem tirá-las de baixo da torneira. Pinochet, xá da Pérsia, querem mais? E se houver um perfume de petróleo, estamos conversados.

Pela palavra e pelo gesto, também o Papa Francisco continua a alertar os poderosos do mundo para que a “economia mata”. Se João Paulo II viveu a ditadura comunista e a ocupação nazi, o Papa Francisco viveu ditaduras militares fascistas e o FMI que reduziu a Argentina à miséria. Um conheceu a “bota” da URSS, o outro, a ingerência dos EUA. João Paulo II contribuiu para a queda do Muro de Berlim, o Papa Francisco alerta para o capitalismo selvagem.

Assistimos a uma guerra económica. Putin não precisou de invadir a Ucrânia. Bastou ameaçar com o seu poderio económico. O povo veio para a rua em nome da sua livre soberania. A Grécia foi humilhada pela “bota” do FMI, CEE e BCE, mas também reagiu. Na torre de marfim dos seus gabinetes, os “generais” das finanças ficam indiferentes às “baixas”, mas não têm as mãos limpas.

Por cá, alguns têm gestos e outros engraxam a “bota” dos patrões da “troika”. Agora foi Rui Rio que falou numa ditadura sem rosto.

Os governos são eleitos pelo povo, e não mandatários dos mercados. Alguns esqueceram isso.

Jornalista/advogada
Escreve ao sábado

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domingo, 3 de novembro de 2013

A VERDADE ACERCA DA ECONOMIA


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terça-feira, 9 de julho de 2013

ACTUALIDADE OBSERVADA POR ECONOMISTAS NOTÁVEIS




Peocure encontrar mais uns minutos para ver outros quatro vídeos com interesse.



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segunda-feira, 29 de abril de 2013

ALTERNATIVAS PARA A AUSTERIDADE


Ao contrário da teimosia obsessiva de Passos e de Gaspar, parece haver alternativas para evitar o agravamento repetitivo e demolidor da austeridade. Podem continuar as lutas partidárias e chamar demagogo a Seguro, mas para o crescimento de Portugal e para bem dos portugueses, não deixem de prestar atenção a soluções que aliviem o sofrimento que, há quase dois anos, nos vêm infligindo.

Eis o artigo do Económico:

Seguro propõe medidas para libertar 12,5 milhões
Económico. 29/04/13 00:06 Por Márcia Galrão

São 12,5 mil milhões de euros libertados para a economia com redução do rácio da solvabilidade dos bancos, contratos do BEI e fundos da recapitalização da banca. Para aqueles que nos últimos dois anos o acusaram de não ter propostas concretas, António José Seguro saiu do XIX Congresso do PS em Santa Maria da Feira com um programa de Governo recheado de medidas com uma única prioridade: "Emprego, emprego, emprego". Porque é "possível" renegociar o programa de ajustamento e sair da "espiral recessiva", Seguro tem um pacote que só em três medidas vale 12,5 mil milhões de euros, dinheiro que quer ver injectado na economia.

O líder do PS deixa assim claro qual é o caderno de encargos que exigirá ao Governo em matéria de crescimento e que em alguns aspectos é coincidente com o "memorando para o crescimento" apresentado a semana passada pelo ministro da Economia Álvaro Santos Pereira. Esta é uma das áreas para as quais Passos Coelho quer consenso com Seguro tendo já avançado com um novo convite para se reunirem esta semana sobre esta matéria. Seguro prometeu uma resposta para esta semana.

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

AUSTERIDADE AGRAVA A ECONOMIA


Manuela Ferreira Leite defendeu que o Governo trave a austeridade, sob pena de agravar um cenário económico cada vez mais débil. “Se as medidas tornam a ser cortes nos vencimentos na Função Pública e nas pensões, estaremos a trabalhar com o objectivo de aumentarmos a recessão”.

A antiga ministra das Finanças considerou ainda que o Governo não pode andar com avanços e recuos: “Há dias aprovou-se um projecto de crescimento. Dois dias depois, foi aprovado outro que anula o arranque para o crescimento. Isto é absolutamente bizarro”.

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

QUAL A RESPOSTA DE ÁLVARO E DE GASPAR ???


Rui Rio acusa Governo de "não entender economia" e de querer "fechar o país

Sendo Rui Rio economista, as suas palavras têm, certamente, razão de ser, credibilidade, pelo que esta afirmação, título de notícia, deverá dar origem a uma polémica de esclarecimento público.

Oxalá que assim seja e, como «da discussão nasce a luz», espero não perder a oportunidade de aprender um pouco dessa ciência misteriosa em que todos sabem muito e ninguém impede as crises nem resolve prontamente as que ocorrem. E além de todos os cidadãos ficarem a ter uma pálida ideia deste tema, será desejável que o Governo, com os seus incontáveis «sábios», fique a «entender» um pouco a economia e, se «fechar o país», que o feche pelo lado de fora, para ficarmos mais descansados e seguros.

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terça-feira, 2 de abril de 2013

MOEDAS, ECONOMISTAS E ESTADO SOCIAL


Notícia diz que o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, se reúne com o economista chefe Pier Carlo Padoan e outros altos responsáveis da OCDE para discutir as reformas sobre as funções sociais do Estado.

Esta notícia conduz a dúvidas e incertezas preocupantes. A economia foi criada para benefício das pessoas, para facilitar a gestão dos seus interesses, como seres vivos, em sociedade. Constitui, por isso, uma actividade que ultrapassa as capacidades dos economistas tradicionais que não resistem à tentação de se escravizarem ao jogo dos números, de modelos matemáticos, sem sensibilidade nem propensão para descer ao campo das realidades onde, por vezes, a aplicação dos cálculos matemáticos, dos modelos sofisticados, produz efeitos dramáticos. A economia é uma ciência demasiado complexa para ser deixada exclusivamente aos economistas.

A austeridade que tem estado a destruir a actividade económica, depois de retirar quanto pôde às famílias, constitui um exemplo muito claro do fracasso dos economistas, que lesaram a economia em benefício de interesses da alta finança.

Se o interesse de Carlos Moedas é realmente obter opiniões, conselhos, e sugestões para a Reforma do Estado Social, não deve deixar de ouvir sociólogos, psicólogos e pessoas generosas com experiência de contactos com cidadãos mais carenciados que procuraram apoiar como, por exemplo, da direcção da Cáritas e os altos elementos da Igreja.

Se olhar apenas para os números e os utilizar nas gélidas calculadoras, corre o risco de aplicar a eutanásia a todos os cidadãos que não trabalham e aí correria o risco de não deixar de olhar para os seus ascendentes, familiares e amigos e pensar na sua própria vida dentro de poucos anos. A dignidade humana deve ser respeitada e, por outro lado, como político que é, não esqueça que a maioria dos votos é proveniente dos não activos, daqueles a quem um seu «brilhante» camarada de partido chamou «peste grisalha». Procure temperar o seu entusiasmo jovem com a maturidade e a experiência amontoada durante muitos anos pelos mais «grisalhos».

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sexta-feira, 8 de março de 2013

PM teimoso e fantasista

Em resposta à proposta socialista de aumento do salário mínimo, o PM «chegou a dizer que, dada a actual conjuntura, o “mais sensato” seria fazer o oposto». Teimou que “quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, a medida mais sensata que se pode tomar é exactamente a oposta.”. ‘Explicou’ que o governo não deixará de “discutir o aumento do salário mínimo”, mas numa altura em que “o tecido produtivo tenha condições para o fazer”, caso contrário isso só trará “mais desemprego”. Reiterou que, na actual conjuntura, um aumento do salário mínimo seria um "sobrecusto" para as empresas e uma "barreira" ao emprego.

Mas as ‘explicações’ do PM não foram credíveis nem consistentes, mas saíram eivadas de fantasia, não convencendo nem os mais ignorantes nem os mais doutos e não tardaram notícias a elucidar. Por exemplo o presidente do Conselho Económico e Social, Silva Peneda, afirmou que a revisão em baixa do salário mínimo é um "erro e um disparate" político, económico e social e que "não é uma forma para criar mais emprego".

Por outro lado, a contrariar que o aumento do SMN descapitalizaria as empresas e obrigaria muitas a encerrar e aumentar o desemprego, surgiu a posição completamente diferente do Presidente da República, no encerramento do encontro "Jovens e o futuro da economia",. "Nunca pensem que é nos baixos salários que se garante a competitividade das empresas.

Outra notícia afirma que «mesmo num país ensombrado pela crise há empresas que mantém as suas políticas de aumentos salariais. Em sectores como a química, farmacêutica, vidro ou metalurgia, os colaboradores vão ter este ano um aumento no vencimento que varia entre 1% e 3%».

Como não há regra sem excepção, poderá haver casos em que seja dada razão aos argumentos do PM, mas quando se olha atentamente para os portugueses, que são o pilar fundamental do Estado, não se pode ser sadicamente teimoso, com os olhos fixados apenas em números e o pensamento em fantasias muitas vezes irrealizáveis, como o foi a maioria das intenções manifestadas em quase dois anos. Os portugueses continuam a esperar que lhes seja explicado em linguagem simples, compreensível e verdadeira que benefícios obtiveram em resultado dos sacrifícios que têm sido obrigados a fazer.

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

FMI trava teimosia obsessiva do Governo ???


A notícia Directora do FMI defende equilíbrio entre ajustamento e efeitos na economia evidencia que a teimosia obsessiva da austeridade, que tem vindo a ser agravada sucessivamente, sob o lema «custe o que custar», tem que ser travada porque tem acarretado graves efeitos negativos sobre a economia e a vida dos cidadãos.

Christine Lagarde, directora do FMI, diz que «"A política económica em Portugal precisa manter um difícil equilíbrio - fazendo progressos no necessário ajustamento fiscal, mas também evitando tensões indevidas na produção e no emprego", afirma, acrescentando que "estes princípios são o guia de trabalho da equipa do FMI" durante a sétima avaliação, que está a decorrer em Lisboa.» … «o objectivo desta visita é "avaliar as circunstâncias económicas e, muito importante, assegurar que o equilíbrio necessário está a ser mantido".»

…«o mandato da delegação do FMI tem como missão procurar um "equilíbrio correto" entre o ajustamento orçamental e os efeitos na economia e no emprego é "da maior importância".»

Esta opinião está em conformidade com palavras já antigas da mesma entidade e de outros conceituados pensadores, observadores e políticos nacionais e estrangeiros, mas que foram desprezadas pelos «eruditos do Governo». Vejamos agora se o problema começa a ser encarado com lucidez e sentido de Estado, pensando na vida dos cidadãos, isto é, na economia nacional. É preciso reconhecer que não é missão fácil para os actores da obsessão que tem reinado, pois a correcção de erros é sempre mais natural e fácil por quem não esteve na sua génese.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A austeridade agrava as patologias psíquicas ???


As dificuldades impostas aos portugueses desde há cerca de 20 meses, de forma obsessiva, «custe o que custar» seguiram a pior alternativa no combate á crise, segundo críticas argumentadas, desde o início, e poderá ter arrastado o país para um abismo dificilmente recuperável, não apenas no aspecto económico mas também nos aspectos sociais, morais e de saúde física e psíquica.

Os casos de violência doméstica, nomeadamente contra menores estão bem claros nas seguintes notícias:

- Mãe atira filho de 12 anos de janela de hotel e segue-o em seguida
- Proibição do tribunal de estar sozinha com os filhos levou à tragédia
- Mãe tenta atirar-se da ponte Luís I com os dois filhos bebés
- Mãe que matou os filhos fica em prisão preventiva
- Mulher suspeita de matar os filhos foi detida quando "andava às compras"
- Mulher procurada pelo homicídio dos dois filhos já foi capturada
- Relatórios confirmam que irmãos mortos pela mãe eram vítimas de violência
- Morte em Oeiras: Segurança Social apoiou retirada das crianças à mãe
- Encontrado corpo de mãe de irmãos que estavam mortos num carro em Oeiras
- Mãe suspeita de matar os dois filhos em Alenquer fica em prisão preventiva
- Mulher procurada pelo homicídio dos dois filhos está detida na PJ
- Ateou o fogo, saiu. E ligou à sogra a confessar que tinha matado os filhos
- Há mais uma criança morta pela mãe. Será que os media estão a ajudar?

Por outro lado, a crise tirou «trabalho» à prostituição, mas aumentou o abuso de menores como referem as duas notícias seguintes:

- Reportagem. A crise chegou à prostituição
- 808 menores abusados, em 2012, só no distrito judicial de Lisboa 

É imperioso que os governantes, na sua difícil função de serviço público, olhem atentamente para a sociedade que deles depende de forma abrangente, não descurando qualquer dos sectores em que incidem as suas decisões, mesmo as que parecem simples, fáceis e intuitivas. Os seres humanos não são simples máquinas.

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Regresso aos mercados


Transcrição de post publicado por António Horta Pinto em Ponte Europa seguido de NOTA:

Portugal “regressou aos mercados”. Ou “os mercados” regressaram a Portugal.

Não sei ainda se será boa ou má notícia.

O governo e a coligação que o suporta embandeiraram em arco, embora não lhes caiba minimamente o mérito da “proeza”. Como se sabe, tal regresso deve-se sobretudo a uma mudança de política do Banco Central Europeu, que também se refletiu noutros países, e à decisão do Eurogrupo de nos conceder mais tempo para pagar a dívida, coisa que o governo português sempre disse que não queria.

Os banqueiros rejubilaram, o que não é propriamente um bom augúrio. Para eles deve ser bom. Mas será bom também para a generalidade dos portugueses?

Não sou perito em economia, mas não me sinto diminuído por isso. Os economistas também não são. É notório que são incapazes de fazer previsões. O próprio Miguel Beleza disse um dia que um dos seus melhores professores americanos dizia aos alunos: “nunca façam previsões! Mas se alguma vez tiverem de as fazer, então procurem fazer duas ou três, que assim pode ser que acertem nalguma delas!” Contundente, disse M. Sousa Tavares que eles eram peritos em autópsias: só depois de morto o doente é que eram capazes de explicar “cientificamente” porque tinha ele morrido. Enfim, para usar linguagem desportiva, só são capazes de fazer “prognósticos” depois do jogo.

Para já, o regozijo dos banqueiros e da comissão liquidatária que faz as vezes de governo só me leva a desconfiar.

Se com este “regresso aos mercados” o desemprego diminuir, a miséria desaparecer, a pobreza se reduzir, o salário mínimo aumentar, as pensões mais baixas deixarem de chegar só para a farmácia; se desistirem de destruir o serviço nacional de saúde e a escola pública, se deixarem de espoliar os trabalhadores e os reformados, se as pequenas e médias empresas que ainda sobrevivem escaparem à eminente falência; se os jovens deixarem de ter de procurar sustento no estrangeiro; se deixarem de atentar contra a Constituição; então também aplaudirei.

Entretanto, acho mais prudente não deitar foguetes e manter o “malefício” da dúvida!

NOTA: É oportuna a referência preocupada ao feudalismo dos grandes grupos económicos e à troika num curto mas destacado parágrafo. Faço um pequeno reparo a dizer que as pequenas pensões já não chegam para as farmácias, onde os doentes aviam apenas uma pequena parte da medicação por falta de dinheiro e escolhem os «genéricos» mais baratos. As condições em que o autor dará o seu aplauso, correspondem aos interesses da quase totalidade dos portugueses, só não interessando aos «senhores» do tal feudalismo.

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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013. Marques Mendes deseja

Extracto de frase do artigo Votos para 2013

Espero e desejo que em 2013 o Governo não se limite a fazer cortes. Claro que cortar na despesa do Estado ainda é necessário. Mas necessário também é começar a construir. A construir sobretudo um novo modelo de fortes incentivos à atracção de investimento, nacional e estrangeiro. Para criar riqueza e gerar emprego, as reformas em curso e as exportações são decisivas. Mas não chegam. É preciso uma política agressiva de atracção de investimento. Ou seja, a par de uma política financeira, precisamos também de uma política económica. Não é um slogan. É mesmo uma necessidade.

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sinais de esperança ou de preocupação?

Extracto de notícia do Público (para a ler tudo faça clic no texto entre aspas):

«Dados cedidos ao PÚBLICO pelo Instituto Informador Comercial (IIC), uma empresa de gestão de crédito que compila as insolvências publicadas em Diário da República e no portal Citius (do Ministério da Justiça), mostram que entre 1 de Janeiro e 26 de Dezembro de 2012 foram declarados falidos 18.627 empresas e particulares, a um ritmo de 52 casos por dia. Um número que compara com os 11.515 processos registados no ano passado e que, face a 2010, representa um acréscimo de 174%.»

Realmente, esta notícia vem provar que este «não foi o Natal que merecíamos”, depois de tantos sacrifícios e privações desde há mais de ano e meio. Precisamos de um raio de esperança que surja de entre as núvens escuras que nos impedem de ver um futuro, no mínimo, condizente com um passado não muito distante.

Oxalá os governantes sejam capazes de nos satisfazer, proporcionando-nos esse raio de esperança, concreto, viável, racional, sem fantasias nem falácias. Por favor, tornem o próximo ano melhor do que aquele que agora termina sem deixar saudades.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Procurar assegurar o futuro

É costume dizer-se tanto mal da Comunicação Social, que devemos elogiar a iniciativa do Correio da Manhã, com este alerta para se procurar assegurar o futuro de PORTUGAL, já hoje em condições muito idênticas às de protectorado e que, se não se arrepia a recessão e se desenvolve a economia, poderá ter de sofrer a extinção completa.
Transcreve-se o editorial de hoje, com uma formatação que se pretende mais didáctica a fim de ser melhor assimilada pelos políticos, normalmente pouco dados à leitura:

Resgatar o futuro
Correio da Manhã. 21-11-2012. 1h00. Editorial

Os dados estatísticos confirmam que a demografia portuguesa caminha rapidamente para o precipício.

Um país cada vez mais envelhecido, com cada vez menos crianças e onde os jovens emigram, é um país sem futuro, em vias de extinção.

O poder político, submerso pelo caos da dívida e do défice, esquece-se do futuro e não sabe que a economia não passa da temperatura da demografia.

Esta bomba demográfica vai rebentar numa crise económica ainda maior, num país de velhos sem dinheiro para reformas e sem activos para trabalhar. É preciso inverter a tendência para salvaguardar o futuro.

O CM lançou este ano uma campanha simbólica de incentivo à natalidade nos concelhos do Interior mais despovoados. O ‘Viva a Vida’ é um grito de alerta. Mas é preciso mais, e o poder político tem um papel determinante.

Mas não é com subsídios que se resolve o problema.

As famílias precisam de receber fortes deduções em IRS por cada filho.

Por outro lado, a resposta social tem de ser mais eficaz, a oferta pública de creches deve ser maior, mais flexível e mais barata para as famílias.

É preciso haver infantários que estejam abertos à noite e aos fins-de-semana, quando milhares de mães e de pais são obrigados a trabalhar.

É preciso começar hoje a resgatar o futuro.


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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Economia financeira vs economia real

Transcrição:

Um canhão no cu
Dinheiro Vivo. 24-08-2012. por Juan José Millás

Este artigo incendiou a Espanha. Publicado a 14 de Agosto na secção de cultura de El Pais, em poucos dias tornou-se a peça mais lida de sempre naquele jornal e além disso teve milhares de acessos no Facebook. O autor é um escritor espanhol comprometido com os anseios do seu povo. Leia também a sua entrevista "Tornámo-nos uma colónia da Alemanha" em Dinheiro Vivo.

Se percebemos bem – e não é fácil, porque somos um bocado tontos –, a economia financeira está para a economia real assim como o senhor feudal está para o servo, como o amo está para o escravo, como a metrópole está para a colónia, como capitalista manchesteriano está para o operário superexplorado. A economia financeira é o inimigo de classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de uma criança num bordel asiático. Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de a teres semeado. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, ainda que vás à merda se baixar. Se o baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que tenhas caído, ainda que não haja nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.

Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta geralmente compra é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspectiva do terrorista financeiro, não é mais do que um tabuleiro de jogos no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.

A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o carácter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país, este no caso, pouco importa, e diz "compro" ou diz "vendo" com a impunidade com que aquele que joga Monopólio compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.

Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno de milhares ou milhões de pessoas que antes de irem para a labuta deixaram no infantário público, onde ainda existem, os seus filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas superprotegidos, é claro, por essa coisa a que temos chamado de Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres são desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres.

E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, desviam-se num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro. Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem infantário ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos agora mera mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.

A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com rupturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas acções terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.

A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A actividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.

Aqui alteram o preço das nossas vidas a cada dia sem que ninguém resolva o problema, pior, enviando as forças da ordem contra quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as forças da ordem empenham-se a fundo na protecção desse filho da puta que te vendeu, por meio de um roubo autorizado, um produto financeiro, ou seja, um objecto irreal no qual tu investiste as poupanças reais de toda a tua vida. O grande porco vendeu-lhe fumaça com o amparo das leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.

Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e facturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passe a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do seu sequestrado.

Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.

O original encontra-se em El País
e a tradução em  Dinheiro Vivo   (foram efectuadas pequenas alterações)
em Resistir
em Movimento Novos Rurais

NOTA: Há uma grande diferença entre o feudalismo agrário e o financeiro. No agrário, o «senhor da terra» tinha consciência da importância das pessoas que, como mão de obra, deviam ser alimentadas e ter saúde para produzir, enquanto no financeiro, as pessoas não contam senão como ferramentas que produzem onde se vão tirar impostos e, de quando em quando, exigir o voto, com promessas desleais, e que perdem interesse logo que deixam de produzir.

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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A Economia está a Recuperar !!!

É bom para a nossa tranquilidade, ou para redução da ansiedade e do temor pelo futuro, dar realce a boas notícias que surjam na Comunicação Social. É o caso de Porto de Leixões atinge novo recorde mensal de contentores em Julho, em que consta ter-se verifica, neste mês, um crescimento de 28% em termos homólogos face a 2011.

Segundo a mesma notícia «as exportações efectuadas através de Leixões “continuam a crescer a bom ritmo com um aumento” até Julho de 16%, destacando-se Angola na lista de principais destinos com um aumento de 27%, em particular na categoria de ferro e aço, que cresceu 53%.

Estes dados são sinais de que a economia parece estar a sair da crise, assim os próximos meses confirmem esta tendência.

Mas, entretanto, a travar o optimismo, outra notícia diz que Venda de gasóleo cai quase 10% no primeiro semestre de 2012, o que pode ser sinal de que as pessoas passaram a ser mais contidas na utilização dos seus veículos, mas também pode significar que a economiaainda está muito parada não havendo necessidade de grandes movimentações de mercadorias.

Convém, estarmos atentos, sem pessimismos doentios mas também sem optimismos exagerados por falta de sustentação segura e continuada.

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domingo, 12 de agosto de 2012

Inocentes? Quem?

Há textos que merecem ser guardados para mais tarde recordar. É o caso do artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso (recebido por e-mails de dois amigos) que estimula a reflexão de pontos de vista sobre a actual situação sem se preocupar com o «politicamente correcto» ou com subserviências, por vezes cáustico e duro, mas com sugestões lógicas e práticas, assim haja coragem dos governantes para as implementarem. Brevemente sentiremos vontade de o voltar a ler.

HÁ ALGUNS INCOMPETENTES, MAS POUCOS INOCENTES
por Miguel Sousa Tavares – no Semanário Expresso.

Como caixa de ressonância daqueles que de quem é porta-voz (tendo há muito deixado de ter voz própria), o presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso, veio alinhar-se com os conselhos da troika sobre Portugal: não há outro caminho que não o de seguir a “solução” da austeridade e acelerar as “reformas estruturais” — descer os custos salariais, liberalizar mais ainda os despedimentos e diminuir o alcance do subsídio de desemprego.

Que o trio formado pelo careca, o etíope e o alemão ignorem que em Portugal se está a oferecer 650 euros de ordenado a um engenheiro electrotécnico falando três línguas estrangeiras ou 580 euros a um dentista em horário completo, é mais ou menos compreensível para quem os portugueses são uma abstracção matemática. Mas que um português, colocado nos altos círculos europeus e instalado nos seus hábitos, também ache que um dos nossos problemas principais são os ordenados elevados, já não é admissível. Lembremo-nos disto quando ele por aí vier candidatar-se a Presidente da República.

Durão Barroso é uma espécie de cata-vento da impotência e incompetência dos dirigentes europeus. Todas as semanas ele cheira o vento e vira-se para o lado de onde ele sopra: se os srs. Monti, Draghi, Van Rompuy se mostram vagamente preocupados com o crescimento e o emprego, lá, no alto do edifício europeu, o cata-vento aponta a direcção; se, porém, na semana seguinte, os mesmos senhores mais a srª Merkel repetem que não há vida sem austeridade, recessão e desemprego, o cata-vento vira 180 graus e passa a indicar a direcção oposta. Quando um dia se fizer a triste história destes anos de suicídio europeu, haveremos de perguntar como é que a Europa foi governada e destruída por um clube fechado de irresponsáveis, sem uma direcção, uma ideia, um projecto lógico. Como é que se começou por brincar ao directório castigador para com a Grécia para acabar a fazer implodir tudo em volta. Como é que se conseguiu levar a Lei de Murphy até ao absoluto, fazendo com que tudo o que podia correr mal tivesse corrido mal: o contágio do subprime americano na banca europeia, que era afirmadamente inviável e que estoirou com a Islândia e a Irlanda e colocou a Inglaterra de joelhos; a falência final da Grécia, submetida a um castigo tão exemplar e tão inteligente que só lhe restou a alternativa de negociar com as máfias russas e as Three Gorges chinesas; como é que a tão longamente prevista explosão da bolha imobiliária espanhola acabou por rebentar na cara dos que juravam que a Espanha aguentaria isso e muito mais; como é que as agências de notação, os mercados e a Goldman Sachs puderam livremente atacar a dívida soberana de todos os Estados europeus, excepto a Alemanha, numa estratégia concertada de cerco ao euro, que finalmente tornou toda a Europa insolvente. Ou como é que um pequeno país, como Portugal, experimentou uma receita jamais vista — a de tentar salvar as finanças públicas através da ruína da economia — e que, oh, espanto, produziu o resultado mais provável: arruinou uma coisa e outra. E como é que, no final de tudo isto, as periferias implodiram e só o centro — isto é, a Alemanha e seus satélites — se viu coberto de mercadorias que os seus parceiros europeus não tinham como comprar e atulhado em triliões de euros depositados pelos pobres e desesperados e que lhes puderam servir para comprar tudo, desde as ilhas gregas à água que os portugueses bebiam.

Deixemos os grandes senhores da Europa entregues à sua irrecuperável estupidez e detenhamo-nos sobre o nosso pequeno e infeliz exemplo, que nos serve para perceber que nada aconteceu por acaso, mas sim porque umas vezes a incompetência foi demasiada e outras a inocência foi de menos.

O que podemos nós pensar quando o ex-ministro Teixeira dos Santos ainda consegue jurar que havia um risco sistémico de contágio se não se nacionalizasse aquele covil de bandidos do BPN? Será que todo o restante sistema bancário também assentava na fraude, na evasão fiscal, nos negócios inconfessáveis para amigos, nos bancos-fantasmas em Cabo Verde para esconder dinheiro e toda a restante série de traficâncias que de há muito — de há muito! — se sabia existirem no BPN? E como, com que fundamento, com que ciência, pode continuar a sustentar que a alternativa de encerrar, pura e simplesmente, aquele vão de escada “faria recuar a economia 4%”? Ou que era previsível que a conta da nacionalização para os contribuintes não fosse além dos 700 milhões de euros?

O que poderemos nós pensar quando descobrimos que à despesa declarada e à dívida ocultada pelo dr. Jardim ainda há a somar as facturas escondidas debaixo do tapete, emitidas pelos empreiteiros amigos da “autonomia” e a quem ele prometia conseguir pagar, assim que os ventos de Lisboa lhe soprassem mais favoravelmente?

O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado? Como poderíamos adivinhar que havia uns contratos secretos, escondidos do Tribunal de Contas, em que o Estado garantia aos concessionários das PPP que ganhariam sempre X sem portagens e X+Y com portagens? Mas como poderíamos adivinhá-lo se nos dizem sempre que o Estado tem de recorrer aos serviços de escritórios privados de advocacia (sempre os mesmos), porque, entre os milhares de juristas dos quadros públicos, não há uma meia dúzia que consiga redigir um contrato em que o Estado não seja sempre comido por parvo?

A troika quer reformas estruturais? Ora, imponha ao Governo que faça uma lei retroactiva — sim, retroactiva — que declare a nulidade e renegociação de todos os contratos celebrados pelo Estado com privados em que seja manifesto e reconhecido pelo Tribunal de Contas que só o Estado assumiu riscos, encaixou prejuízos sem correspondência com o negócio e fez figura de anjinho. A Constituição não deixa? Ok, estabeleça-se um imposto extraordinário de 99,9% sobre os lucros excessivos dos contratos de PPP ou outros celebrados com o Estado. Eu conheço vários.

Quer outra reforma, não sei se estrutural ou conjuntural, mas, pelo menos, moral? Obrigue os bancos a aplicarem todo o dinheiro que vão buscar ao BCE a 1% de juros no financiamento da economia e das empresas viáveis e não em autocapitalização, para taparem os buracos dos negócios de favor e de influência que andaram a financiar aos grupos amigos.

Mais uma? Escrevam uma lei que estabeleça que todas as empresas de construção civil, que estão paradas por falta de obras e a despedir às dezenas de milhares, se possam dedicar à recuperação e remodelação do património urbano, público ou privado, pagando 0% de IRC nessas obras. Bruxelas não deixa? Deixa a Holanda ter um IRC que atrai para lá a sede das nossas empresas do PSI-20, mas não nos deixa baixar parte dos impostos às nossas empresas, numa situação de emergência? OK, Bruxelas que mande então fechar as empresas e despedir os trabalhadores. Cumpra-se a lei!

Outra? Proíbam as privatizações feitas segundo o modelo em moda, que consiste em privatizar a parte das empresas que dá lucro e deixar as “imparidades” a cargo do Estado: quem quiser comprar leva tudo ou não leva nada. E, já agora, que a operação financeira seja obrigatoriamente conduzida pela Caixa Geral de Depósitos (não é para isso que temos um banco público, por enquanto?). O quê, a Caixa não tem vocação ou aptidão para isso? Não me digam! Então, os administradores são pagos como privados, fazem negócios com os grandes grupos privados, até compram acções dos bancos privados e não são capazes de fazer o que os privados fazem? E, quanto à engenharia jurídica, atenta a reiterada falta de vocação e de aptidão dos serviços contratados em outsourcing para defenderem os interesses do cliente Estado, a troika que nos mande uma equipa de juristas para ensinar como se faz.

Tenho muitas mais ideias, algumas tão ingénuas como estas, mas nenhumas tão prejudiciais como aquelas com que nos têm governado. A próxima vez que o careca, o etíope e o alemão cá vierem, estou disponível para tomar um cafezinho com eles no Ritz. Pago eu, porque não tenho dinheiro para os juros que eles cobram se lhes ficar a dever.


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