É necessária liderança e coragem para evitar crises
(Foi Publicado em O Diabo em 161025)
Ou há liderança assente na competência e na disposição para estudar os problemas e decidir, correndo o risco de sofrer críticas de quem pensa de forma diferente ou tem interesses a defender ou tem que se sujeitar a procurar sobreviver por entre as crises. Foi, por outras palavras, esta a previsão feita por um elemento da administração Obama em relação aos trabalhos que se apresentam a Guterres nas suas novas funções.
Ter qualidades de liderança e exercê-la, enfrentando as dificuldades inerentes à responsabilidade é mais salutar do que ser vítima, andando ao sabor das crises. Entre nós, tem faltado liderança suficiente para pôr termo a gastos abusivos do dinheiro público em actividades sem utilidade bem justificada e esclarecida para o interesse nacional, embora sejam apontadas de forma bem visível por pessoas de competência indiscutível, como alvos a eliminar ou nódoas a limpar.
Num documento que circula com o título «Indecoroso» e atribuído a Adriano Moreira, aparecem doze motivos de «vergonha» que devem impedir os deputados e ex-governantes de criticar o OE para 2017. Segundo ele, grandes buracos nas despesas públicas arrastam-se desde há muito e em crescimento crónico, em vez de terem sido podados, aparados ou até eliminados, mas faltou capacidade e liderança, até porque a decisão passa por quem está interessado e beneficiado por essa aplicação indevida do dinheiro público.
Além das fundações em que algumas podem não ter conexão com interesse nacional correspondente aos seus custos, há as dezenas de observatórios que, segundo tem vindo a público, chegam a ser duplicados, e muitos dos quais apenas servem para justificar a remuneração mensal da direcção. Mas há também a quantidade de assessores nos gabinetes que parece pouco contribuírem para serem evitados erros de governação, e originam obesidade da despesa pública e causam aumento de burocracia que contraria a desejada simplificação.
No referido documento que anda a circular são referidas 12 vergonhas: comparação da reforma de deputado com a de uma viúva; tempo de serviço para os deputados obterem a reforma; redução do IRS e cálculo da reforma; salários dos assessores comparado com técnicos qualificados; dinheiro para apoiar os partidos; ausência de prova de capacidade aplicada aos políticos para o exercício do cargo; custo de comida, de carros oficiais, de motoristas, de cartões de crédito; deputados gozam quase 5 meses de férias por ano; após saída do cargo recebem 80% do salário durante 18 meses; ex-governantes após cessar funções podem acumular dois salários do erário; há quem viva em Sintra e diz viver noutra cidade para receber ajudas e custo de deslocação à capital.
A manutenção destas mordomias e a tendência para a sua dilatação em valor e em número dos beneficiados, não passa despercebida dos populares mais atentos que poderão fatigar-se da sua tolerância e do seu silêncio e começar a esbracejar, sabe-se lá com que grau de violência. E a lista das vergonhas citadas no texto «Indecoroso» não se limita aos órgãos do poder legislativo e executivo, mas tem alastrado a autarquias, em graus mais ou menos preocupantes.
É urgente que se mostre com clareza aos contribuintes qualidades de liderança, e coragem para assumir a responsabilidade de gerir adequadamente os interesses colectivos dos portugueses, isto é, os interesses nacionais. Isso desagradará aos que estão a beneficiar de tais abusos mas é para isso que é necessária a capacidade e liderança e a coragem dos chefes.
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A João Soares
18 de Outubro de 2016
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
É NECESSÁRIA LIDERANÇA E CORAGEM PARA EVITAR CRISES
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A. João Soares
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segunda-feira, 10 de junho de 2013
É PRECISO UNIÃO SEM VACILAR
O Senhor Presidente da República, no início das comemorações do Dia de Portugal, exortou os portugueses a unir-se, como aconteceu nos momentos difíceis da nossa história para fazer face à "hora decisiva" que estamos a atravessar e em que não se pode "vacilar.
Senhor Presidente, para se conseguir UNIÃO, é preciso um íman, um polo congregador de vontades, um líder que apresente um objectivo, um projecto de acção, um fermento que faça levedar a massa, uma mola que inicie o movimento. Foi assim que ocorreram os Descobrimentos mercê da genialidade do Infante D. Henrique que levou Portugal a «dar novos mundos ao mundo». Foi assim que no tempo do Marquês de Pombal se desenvolveu a grande riqueza do Vinho do Porto. Também o vinho de mesa se desenvolveu com uma ideia «beber vinho dá de comer a um milhão de Portugueses». Assim se desenvolveu a agricultura com o slogan de «O Alentejo é o celeiro de Portugal»,.etc, etc.
O povo tem vontade positiva, mas que raramente é aproveitada, por haver governantes que lhe ignoram as expressões de dor, que desprezam as suas súplicas e sugestões porque se consideram senhores únicos da verdade e teimam obsessivamente em «projectos» desajustados com a arrogância antidemocrática do «custe o que custar». Neste momento, as sondagens e as manifestações de desagrado mostram que os portugueses estão unidos contra a austeridade excessiva e contraproducente, contra os abusos e a insensibilidade de governantes. Viu-se na grande manifestação de 15 de Setembro de 2012 e irá ver-se na de 27 de Junho. Nesta, até os trabalhadores sociais-democratas, apesar do medo e da «disciplina partidária» os poder impedir de uma adesão clara, afirmam que concordam com os seus pressupostos, com as motivações que a enformam.
Os números oficiais que têm vindo a público são claros na persistência do agravamento da recessão, na ausência de sinais que justifiquem esperança em melhores dias. Mas o PM na sua obsessão patológica afirma arrogantemente que tem muito orgulho no trabalho que está a fazer e que quer dar a cara em 2015 e teima em afirmar que não se deixa influenciar pela opinião dos seus eleitores, dos portugueses e confirma a sua insensibilidade pelo sofrimento das pessoas mais indefesas. Curiosamente, quanto ao seu desejo de se recandidatar, as críticas são abundantes, em todos os sectores, mesmo dentro do seu partido, e apenas foi dada a conhecer uma concordância, a do ministro recentemente empossado Miguel Poiares Maduro.
Infelizmente a única união e fraca é dos detentores do poder, que acaba por criar divisão na população com o fomento do ódio à «peste grisalha» (deputado Carlos Peixoto) ou aos magrebinos (deputado Carlos Abreu Amorim). E o que é muito grave é que a referência à «peste grisalha» parece traduzir uma intenção do Governo de reduzir a quantidade dos cidadãos economicamente não produtivos (reformados, doentes e deficientes), a pesarem na segurança social e nos serviços de saúde. A «eutanásia» compulsiva, embora sem ainda ser declarada explicitamente, parece estar em marcha quer nos acrescidos custos da saúde, quer nos cortes que estão a ser aplicados e sucessivamente agravados.
Se na área do Governo pode haver a boa vontade de falar de união, isso não passa de intenções inconsequentes.
Das palavras do Senhor Presidente deduz-se que são precisos líderes com ideias patrióticas, objectivos e projectos bem definidos, claros, realistas, compreensíveis por pessoas pouco dotadas, aliciantes que atraiam os portugueses para acções positivas que tragam qualidade de vida ao povo e criem crescimento, por forma a recuperar Portugal e a auto-estima do povo que mais tem sido esmagado, pela austeridade.
Qual é o projecto que o Senhor Presidente propõe? Com a sua vasta e valiosa equipa de colaboradores não será difícil esboçar um projecto de moralização e de crescimento, bem explicado aos portugueses e apoiado por frases firmes e de significado claro liberto de más interpretações, estimulante, incentivador. Como aqueles que ficam subentendidos quando o Senhor cita a vitória sobre os momentos difíceis da nossa história.
Não podemos vacilar, mas também não podemos esperar que isso aconteça por geração espontânea, por milagre da Nossa senhora de Fátima ou de S. Jorge. Precisamos de um aluno de D. Afonso Henriques, um D. Dinis, um Infante D. Henrique, um Nuno Álvares Pereira, um Marquês de Pombal ou de outros mais recentes.
Não se pode perder tempo, porque este é um recurso irrecuperável.
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sexta-feira, 7 de junho de 2013
O MEDO É DA COR DA PRUDÊNCIA!!!???
O primeiro-ministro «garantiu», não ter medo nem das eleições autárquicas e europeias que se avizinham nem dos portugueses.
Recordei o que ficou escrito sobre o exemplo de famoso líder.
Acerca desta declaração do PM, o meu amigo AMF disse, no seu tom cauteloso, «tenho para mim que quem afirma que «não tem medo» está muito mais do que amedrontado, pois já está paralisado, cobardemente, no pensamento e na acção!...Diz-se também que «quem tem medo compra um cão»…
Mas um governante não precisa de comprar cão, pois tem garantida segurança por profissionais bem preparados, como se viu no mesmo dia na Amadora.
«As autoridades cortaram uma rua da Amadora por causa da presença do primeiro-ministro na apresentação do candidato do PSD à câmara local. Minutos antes da chegada do PM, a avenida Santos Matos já tinha sido cortada ao trânsito do automóveis e peões, o que impediu todos de passar em frente ao auditório onde Pedro Passos Coelho esteve.
Mas, se Passos foi exageradamente arrogante quando falo de medo, os serviços de segurança estão atentos e avaliam que o grau de ameaça aos ministros do Governo de coligação, é o mais elevado dos últimos 20 anos e procuram reduzir os riscos o mínimo possível
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domingo, 22 de maio de 2011
Para vencer a crise é preciso confiança
Segundo o bastonário dos psicólogos os políticos não estão a ajudar a vencer a crise. O fenómeno «crise» já está estudado e sabe-se que as crises, “são momentos que deixam as pessoas com demasiadas incertezas, e é essa incerteza que afecta psicologicamente, porque achamos que tudo está dependente dos outros”. As pessoas precisam ser estimuladas para sair delas. É preciso apontar-lhes caminhos a seguir, é preciso sugerir soluções.
O que falta nestas alturas é confiança. Só vamos para um caminho novo se tivermos confiança”
Mas os políticos não têm capacidade de liderança, não têm o dom de conseguir levar as pessoas a acreditar, antes as levam para a incredulidade, a desconfiança. “Em vez de apontarem caminhos, repetem o discurso da crise e insultos” entre si. “Quando se confia no líder, deixa de haver incerteza, há mobilização”. Precisamos de líderes, porque “as pessoas não vão por novos caminhos se desconfiam de quem os guia”.
“Repetem até à exaustão as causas da crise, mas não apontam caminhos, falam na necessidade de se fazer sacrifícios, mas explicam pouco que consequências vão ter esses sacrifícios, que resultados vão dar, que caminho vamos seguir. E com este discurso as pessoas não se mobilizam, há muita incerteza, há desmobilização”.
Só havendo confiança, uma crise depressa deixará de ser uma situação desgostosa para se transformar em momento de oportunidade para melhorar deficiências estruturais que vinham do passado e evitar a repetição das debilidades.
É pena que a campanha eleitoral não esteja orientada segundo estes princípios e aponte caminhos, estratégias, projectos que inspirem confiança e atraiam as pessoas para a acção no melhor sentido, para bem de Portugal e dos cidadãos. Em vez disso, assiste-se à troca de insultos e de críticas nada edificantes que contrariam a conveniente criação de um clima de esperança que contribua para o necessário espírito construtivo.
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domingo, 5 de dezembro de 2010
Valores para uma boa Liderança
Segundo o artigo abaixo transcrito, uma escala de valores do género das virtudes militares é imprescindível para o êxito de uma boa liderança, em qualquer organização de qualquer dimensão. Recordo que os conceitos aqui expressos no post «pensar antes de decidir» foram retirados de literatura militar relativa ao «estudo da situação» que mais não é do que a preparação da decisão que deve ser tomada a cada momento sobre cada problema. Quando diz que «em situações de grande crise um líder deve ser "militar"», não quer dizer que seja um general, mas um gestor com mão firme chefiando a equipa segundo as exigências que refere e explica no texto. Compare-se o texto com as realidades nacionais, de leis mal feitas que logo são criticadas, alteradas, adicionadas de excepções e/ou anuladas e substituídas por outras também carentes da devida preparação. Veja-se o funcionamento da equipa em repetidas contradições entre o chefe e os membros da equipa e entre estes.
Eis o artigo:
Em situações de grande crise um líder deve ser "militar"
Económico. 05/12/10. Por;Maria Teixeira Alves
António Horta Osório partilhou com uma plateia de gestores os factores críticos de sucesso de uma boa liderança.
"O mundo é global e está em constante e acelerada mudança. É fundamental prever a direcção dessa mudança: onde estamos e para onde o mercado vai, para onde se dirigem as grandes tendências macro antes do mercado lá chegar. As empresas que lá chegam primeiro conseguem vencer as batalhas". É desta forma que António Horta Osório começou a sua intervenção no debate subordinado ao tema 'Os novos desafios da liderança e gestão de talento', na terceira edição da conferência CEO Experience, organizada pelo Diário Económico e pela Accenture.
O indigitado presidente executivo do britânico Lloyds Banking Group, partilhou com uma plateia de gestores a sua visão de uma boa liderança, que requer "uma equipa em que o todo é maior que a soma das partes", uma inspiração da psicologia da Gestalt. Como é que isso se faz? Através de cinco tipos de valores: o exemplo dos gestores; a capacidade, ou seja não ter receio de atrair os melhores (em detrimento da escolha de ‘yes men'), frisa. "Compete ao líder ter um foco constante no desenvolvimento das pessoas. Apostar na cultura da exigência, e do mérito e na excelência. Potenciar ao máximo as potencialidades de cada um e reconhecer os êxitos das pessoas. Numa equipa bem gerida é fácil fazer acreditar que o ‘impossible is nothing'", enumerou Horta Osório.
Defensor do trabalho em equipa, Horta Osório destaca a importância do carácter, dos valores e da comunicação para fomentar a competência da equipa."É fundamental escolher as melhores pessoas para os melhores lugares", disse o banqueiro, aproveitando para elogiar estratégia e a equipa do Santander Totta, de onde veio.
"Fomentar o debate e a qualidade da decisão para depois as implementar de forma irreversível e sem segundos pensamentos", é o que deve ser um líder, diz Horta Osório.
Em situações de grande crise um líder deve ser "militar", ou seja, ter mão firme nas exigências e pôr a equipa a participar na gestão da crise, aconselhou. Nessas alturas, "as equipas mais do que esperar o que a empresa pode fazer por elas, devem reunir-se em torno do líder".
Ao contrário, em momentos positivos "o líder deve apagar-se mais e ser a equipa a sugerir os projectos e a realizar projectos em que esta acredite", acrescentou.
António Horta Osório aconselhou ainda as empresas a definirem a direcção correcta para avançar e ter as pessoas conscientes de para onde a empresa vai. "Isto é crucial para que a empresa possa crescer mais depressa e sustentadamente na direcção certa em relação aos concorrentes". E conclui que um factor crítico de sucesso de um líder é ter uma boa capacidade de comunicação porque "não há uma segunda oportunidade de criar uma boa primeira impressão".
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