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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A COMUNICAÇÃO SOCIAL DEVE RESPEITAR AS PESSOAS


Recordo que no início da década de 1960, após um suicídio de pessoa mundialmente conhecida e admirada, houve uma generalizada atitude de sensibilidade dos órgãos de Comunicação Social que se traduziu em reduzir ao mínimo as referências ao caso, tal como a crimes mais repelentes. Essa atitude foi estimulada pelas autoridades em temas psicológicos e sociológicos com preocupação de evitar o efeito de IMITAÇÃO que poderia ocasionar a multiplicação de casos semelhantes.

Esse sinal de RESPEITO PELAS PESSOAS CONSUMIDORAS da informação escrita oral e visual, hoje não é apenas inexistente, mas pior, verifica-se o oposto com a transformação de criminosos e marginais em heróis com presenças prolongadas durante horas, dias e semanas. E o resultado é precisamente aquele que os cientistas da psicologia e da sociologia pretenderam evitar com o esbatimento de tais situações. Por isso, hoje, há cada vez mais actos de violência doméstica, de homicídios, de violações de menores, de suicídios, de assaltos, de ataques a idosos, etc, etc. Cada caso deve ser comunicado de imediato às entidades que o devem averiguar, julgar e punir. Deve ser divulgada a punição para que sirva de lição e evite repetições, mas não deve ser badalado continuadamente. Os órgãos da Comunicação Social têm muito assunto construtivo, formativo, que contribua para entusiasmar as pessoas no sentido de melhorar a sua actividade familiar, social, profissional e, dessa forma, construir um MUNDO MELHOR.

Podem e devem martelar em temas enriquecedores e dar publicidade a quem se distingue pela perfeição, competência, bons resultados e que deve constituir exemplo a seguir. A evolução da sociedade precisa da colaboração de cada ser humano e, principalmente, da parte dos órgãos da Comunicação Social, pelo seu vasto campo de influência. Respeitem e ajudem aqueles que estão sob a vossa influência.

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sábado, 2 de janeiro de 2016

CANDIDATO CÂNDIDO FERREIRA RECUSA AMARRAS DA COMUNICAÇÃO SOCIAL



Em plena época de crítica crescente ao REGIME DE PEQUENAS «DITADURAS» com restrições de liberdades e condicionamento das mentes dos portugueses, é de sublinhar a atitude do candidato a PR CÂNDIDO FERREIRA de recusar aceitar a metodologia dos debates pré-eleitorais televisivos.

Dá um exemplo a ser seguido pelos portugueses: compreender as mordaças que lhes são impostas e recusar sempre que não concorde. A aceitação demasiado tolerante de coisas com que não concordamos e em que não vemos vantagens para o bem geral tem sido a causa da crise social em que temos vivido. Se, em democracia, a soberania pertence à Nação, isto é, aos cidadãos, estes têm o poder, o direito e o dever de exigir, ou através dos seus representantes eleitos ou contra estes, se não cumprem aquilo que prometeram e o que lhes é devido, em favor dos cidadãos.

;Basta de tanto sofrer, com sacrifícios de vária ordem. A Comunicação Social tem deveres para com a população e não pode deixar de os cumprir, com isenção e objectividade.

Ver:
http://www.dn.pt/portugal/interior/candido-ferreira-convida-outros-candidatos-a-recusar-debates-discriminatorios-4960174.html

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sexta-feira, 8 de março de 2013

São precisas muitas latas para combater a pobreza


Transcrição de artigo em que se destaca uma acção pouco conhecida da Comunicação Social, mais obsessivamente preocupada com coisas de somenos.

É preciso ter muita, muita lata
JN. 130308. Publicado às 00.01. Por Paulo Ferreira

A discussão sobre o número de dias em que Cavaco Silva se manteve sossegado no Palácio de Belém sem dirigir a palavra ao assustado povo português é deveras palpitante.

É fácil imaginar um agricultor a pensar, enquanto pega na enxada: "Que diabo! Mais um dia sem ouvirmos o senhor presidente". Ou um desempregado, na fila de espera para ser atendido no centro de emprego: "Isto é impossível. O senhor presidente não quer saber de nós!". Ou mesmo um empresário a congeminar, enquanto faz contas à vida: "E o senhor presidente não tem nada a dizer sobre o definhamento acelerado do tecido empresarial, ou sobre a falta de crédito? Que coisa estranha!".

A ironia serve para dizer o seguinte: um país, como o nosso, que tem 29% das suas crianças em risco de pobreza e se embrulha, ou deixa embrulhar-se, num debate tão profícuo como é o do eclipse mediático do chefe de Estado é, verdadeiramente, um país de pernas para o ar. Bem sei: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Mas, convenhamos, entre as duas coisas, uma é séria e preocupante; a outra não é séria nem preocupante.

Contas feitas, são perto de 580 mil as crianças que vivem mergulhadas na pobreza, ou que estão lá perto. São jovens a quem o país está a negar o presente, a escurecer o futuro e a roubar a felicidade. Podemos engrossar este drama se trouxermos para a discussão os cerca de 2 milhões de portugueses que acordam, todos os dias, sem saber se vão conseguir alimentar-se decentemente. A taxa de risco de pobreza está a subir desde 2011, apesar da quebra generalizada de rendimentos trazer para baixo a definição de limiar da pobreza. Este, sim, é o drama que não pode ser alvo de um eclipse mediático.

É precisa muita bondade e muita ingenuidade para acreditar que esta vergonha perderá intensidade nos próximos anos. E é por isso que devemos prestar homenagem a quem, longe dos holofotes, faz coisas para, pelo menos, amenizar o sofrimento de algumas crianças.

É o caso de Denis Conceição, professor de Educação Física em Fajões, Oliveira de Azeméis. Ele é o impulsionador de um movimento que, juntando oito agrupamentos escolares, tenta matar a fome a quem mais precisa. Basicamente, as escolas puseram os alunos a levar de casa latas de alimentos (cheias). Com elas farão esculturas. Haverá uma exposição, finda a qual os alimentos serão entregues a pessoas carenciadas. Há centenas de professores e milhares de alunos e famílias envolvidos neste projeto tão singelo quanto estimável. São réplicas destes movimentos nascidos na sociedade civil - e, no caso, exponenciados em meio escolar - que podem ajudar a minorar a dor escondida no coração de quem já esgotou todas as possibilidades de ser feliz.

E, afinal, basta apenas ter lata. Ou melhor: muitas latas.

Imagem do JN

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Comunicação Social desvirtua a sua missão


Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Lazer
Destak. 06 – 02 - 2013 23.06H. Por João César das Neves

Uma coisa que sempre achei incompreensível é que o número de páginas dos jornais e minutos dos telejornais sejam iguais todos os dias. Dado que cada dia é diferente e as novidades verdadeiramente relevantes se acumulam em certas épocas e escasseiam noutras, seria de esperar uma variação contínua da dimensão dos noticiários.

Se os jornalistas fossem criteriosos e tivessem respeito pelo tempo dos seus leitores e ouvintes, deveriam considerar abaixo da sua dignidade profissional veicular informações menores, especulativas ou inúteis, só para encher. Nem sequer seria de excluir que em certas datas faltassem coisas de interesse a reportar, limitando-se o locutor a dizer: «hoje tudo normal».

Claro que isto é impossível. Tirando poucas revistas (sobretudo internacionais, como The Economist), a generalidade da comunicação social presenteia-nos todos os dias com, pelo menos, a dose canónica de notícias. A conclusão inelutável é que o que varia é o interesse.

Pior, todos sabem que boa parte do relatado foi criado pelos próprios jornalistas, comentadores, técnicos de comunicação e lobbies. Hoje a indústria de comunicação social tem cada vez menos de informação e mais de lazer e divertimento.

NOTA: Caro Professor. Este panorama que bem descreve não surpreende, pois a comunicação Social coloca acima da sua função de informar e formar, o interesse, tal como qualquer empresa, do lucro, do vil metal, dado que hoje o dinheiro é a pior droga, o deus adorado por todos em qualquer lugar da Terra e, para a sua obtenção, a maior parte das pessoas não olha a meios.

Imagem de arquivo

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Controlo psicológico da sociedade

Transcrição de artigo publicada em 30 de julho de 2010 no site do instituto joão goulart

Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Midiática

Classificado em Internacional - Imperialismo

O linguísta estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Imagem da Net.

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Controlo da Comunicação Social

Transcrição:

O ‘plano’ de Sócrates à beira das eleições
Por Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita
Face oculta

O SOL revela os despachos dos investigadores do ‘Face Oculta’, em que estes defenderam um inquérito ao mais alto nível: estava em curso um ‘plano’, com o primeiro-ministro à cabeça, para controlar a TVI e outros media.

A explicação surge de forma simples e sem margem para dúvidas: surgiram «indícios muito fortes da existência de um plano em que está directamente envolvido o Governo, nomeadamente o senhor primeiro-ministro» , visando «a interferência no sector da comunicação social e afastamento de jornalistas incómodos». Isto a três meses das eleições legislativas e com «prejuízo» para a PT.

Os órgãos e as pessoas visadas nesse «plano» eram, em primeiro lugar, a TVI, José Eduardo Moniz e Manuela Moura Guedes. Mas mais: «resultam ainda fortes indícios de que as pessoas envolvidas no plano tentaram condicionar a actuação do senhor Presidente da República».

Estas são as palavras usadas pelo procurador da República e pelo juiz de instrução do processo ‘Face Oculta’ para fundamentar os despachos que deram, em final de Junho do ano passado, mandando extrair certidões para que fosse instaurado um inquérito autónomo ao referido «plano», que consideravam consubstanciar um crime de «atentado contra o Estado de Direito».

São estes despachos – até agora desconhecidos, do procurador João Marques Vidal e do juiz de instrução António Gomes – que o SOL revela e publica nesta edição. A sua leitura integral, bem como das principais escutas telefónicas que os suportam, permite perceber as razões por que dois magistrados consideraram que devia ser instaurado um inquérito que visaria directamente o primeiro-ministro e vários gestores da área do PS, alguns já arguidos no ‘Face Oculta’

Sobre isto o Gabinete do primeiro-ministro recusa reacção para já.

NOTA: Esta notícia ajuda a colocar as peças do puzzle que têm vindo a público. O confessado amigo de Sócrates e «cliente» do magalhães, pode eventualmente servir de modelo a seguir para a «estabilidade» política tão desejada por quem detém o poder.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Será cabala? Com tantos factos!!!

Tal como se cita de Constâncio, também fiquei «surpreendido» com tão grande lista de factos. Os jornalistas podem ser incómodos a quem tem telhados de vidro, mas há quem os saiba domar sem agressividade. Se Cavaco os hostilizou quando era PM, já Mário Soares sempre os acarinhou, lhes deu atenção e até lhes poupava trabalho dando-lhes as notícias em ponto de serem publicadas! Perante tais exemplos, os assessores e conselheiros do PM deverão pensar no alerta contido na última frase do texto do artigo que se transcreve.

Sócrates, o vilão
Correio da Manhã. 03 Fevereiro 2010. Por Domingos Amaral, Director da 'GQ’

Nunca pensei que o primeiro-ministro tivesse tempo para ver telejornais, quanto mais para os odiar e atacar!

Pé ante pé, com passos lentos mas firmes, José Sócrates prossegue a caminho de se tornar no primeiro-ministro mais odiado de sempre pela classe jornalística portuguesa. A lista de episódios já vai longa, e ao que parece não corre qualquer risco de chegar já ao fim. Tudo começou com um célebre congresso do PS, onde TVI e ‘Público’ foram eleitos os inimigos públicos número um do partido e do primeiro-ministro. Depois, na RTP, Sócrates lançou-se numa diatribe contra Manuela Moura Guedes e contra o seu ‘Jornal de Sexta’. Já na altura achei o episódio surrealista.

Alguém imaginaria Obama a vociferar contra um jornalista? Alguém consegue ver Sarkozy nesse papel? Berlusconi, sim, sem dúvida. Putin, obviamente, mas Sócrates?


Nunca pensei que o nosso primeiro-ministro tivesse sequer tempo para ver telejornais, quanto mais para os odiar e atacar! Mas, o erro foi meu. Não contente com essa excitação, Sócrates ganhou alento e prosseguiu. Atacou um cronista do ‘DN’, João Miguel Tavares, por este o ter vagamente comparado a Cicciolina. Depois, marchou alegremente contra José Manuel Fernandes, director do ‘Público’. A seguir, aumentou a pressão contra José Eduardo Moniz, ao fazer no Parlamento considerações nada abonatórias sobre a TVI. Com a tensão eleitoral ao rubro, Portugal inteiro percebeu que o primeiro-ministro queria ver o director-geral da estação fora dali, e depressa.

Infelizmente para nós todos, os jornalistas perderam sempre as guerras com o primeiro-ministro. Manuela foi tirada do ar, sem apelo. Moniz foi substituído na TVI, bem como José Manuel Fernandes, no ‘Público’.

A coisa parecia ter amainado, mas agora a vítima escolhida foi Mário Crespo, contra quem Sócrates parece ter uma embirração especial. Esperemos que o caso fique por aqui, e que a SIC não dobre a espinha ao Governo, mas seja o que for que aconteça nos próximos dias, os danos sobre a imagem de Sócrates já são irreparáveis. O primeiro-ministro será para sempre visto como um homem que aproveita o enorme poder que tem para perseguir quem, na televisão ou nos jornais, o critica. Demonstrando uma total ausência de "fair play", revelando que não consegue passar por cima ou esquecer os excessos ou as meras diatribes de quem não gosta dele, Sócrates parece ter como desporto preferido a tentativa de silenciamento de certas opiniões. E isso revela o quão próximo está de se perder...

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

100 dias, quantas palavras mortas?

Transcrição de post com igual título

Um amigo (o Nico) envia-me por mail a seguinte reflexão:
"O que é que têm em comum Sócrates, sócrates e Stalin - para além dos Ss. O facto de considerarem que uma palavra vale por mil imagens, e a importância que dão ao diálogo. O meu camarada Stalin, um homem que que apenas tinha o defeito de "querer com muita força", dizia que a palavra é perigosa. Com palavras mata-se, logo... há que matá-las antes que elas nos matem".
Percebo agora onde foi o nosso "querido líder" buscar a inspiração para a sua arte governativa.
Entre a palavra morta por Stalin, e a revolução bolivariana, versão Chávez, José Sócrates, esse produto do New Deal em versão portuguesa, vai impunemente amordaçando quem ousa questionar a sua visão política, que o personagem certamente julga proveniente de transcendental revelação.
Como bem refere o meu amigo que aqui citei "Pouco a pouco sócrates vai tentando matar uma ou outra palavra".
Manuela Moura Guedes, José Eduardo Moniz, José Manuel Fernandes, Pedro Lomba, João Miguel Tavares, Marcelo Rebelo de Sousa, agora Mário Crespo.
Enquanto o País se vai distraindo a discutir o túnel da Luz, as agências de rating, os casamentos gay,.... a rede tentacular socrática vai abafando as vozes incómodas, vai esmagando quem se lhe atravessa no caminho, vai "tratando dos assuntos", como terá sido referido na tertúlia comensal que arquitecta estes silenciamentos selectivos.
Mas o foguetório continua.
Celebram-se os 100 dias do segundo ciclo do poder socrático, o centésimo aniversário da República, enquanto anda para aí um um 'homem que cultiva uma perspectiva "eólica" da política e procura respostas no vento que passa' (gostei Nico!!) a debitar uns disparates sobre umas eleições que se vão disputar daqui a um ano e que elegem uma figura destituída de poderes reais (gostaram do trocadilho?).
Entretanto, em anestesia colectiva, ninguém se interroga acerca dos erros de cálculo do Ministro das Finanças, que conduziram a números obscenos o défice das contas públicas, acerca do assustador número de 600 mil desempregados (oficialmente; quantos haverá que não são "oficiais"?), da mordaça que se coloca em quem é incómodo a um poder que tudo corrói, servido por figurinhas que despudoradamente se servem. Mas que, definitivamente, não servem.
Para mais, um poder sem oposição.
No "laranjal" procura-se o dono do pomar. Os "populares", quais hienas, riem baixinho enquanto vão sacando os despojos do "laranjal". Os "bloquistas" já "fracturaram" e agora estão em descanso até nova "fracturação" (adopção por casais gay?). Os "camaradas" são olhados apenas como umas figuras pitorescas, reminiscências dos tempos revolucionários. E o rolo compressor vai matando, livre e impunemente, "uma ou outra palavra". Cem dias depois, quantas palavras mortas? E quantas mais para matar?


Publicada por Pedro Coimbra em Devaneios a Oriente

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O Fim da Linha, Mário Crespo

O Fim da Linha
Mário Crespo

Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa.

Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal.

Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder.

Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados.

Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre.

Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.

Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje (1/2/2010) na imprensa. Foi publicado no site do Instituto Francisco Sá Carneiro.

NOTA: Certamente, na lógica da classificação de «um profissional impreparado» Sócrates deve de imediato obrigá-lo a frequentar as «novas oportunidades» a fim de adquirir a preparação que lhe falta! O facto de ter sido professor na Independente não representa saber e competência, e nisso Sócrates sabe muito bem como é, pois bem viu aquela «universidade» quando lá foi aluno exemplar.

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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Pressões na Comunicação Social

Já tinha sido muito falado na Comunicação Social sobre a pressão de pessoas ligadas aos governantes sobre a Justiça no caso Freeport. Agora surgiu a entrevista de José António Saraiva, director do semanário ‘Sol’, revelando que o Governo o pressionou para não publicar notícias do Freeport e que depois passou aos investidores, criando ao Jornal uma situação crítica que o entrevistado resume na frase "Não falimos por um milagre”. (Fazendo clic neste link pode ler a entrevista publicada).

Perante isto, a «ERC averigua se o Estado interfere com os media».

Como todas as averiguações em casos que tocam com o Poder, ou o Estado como lhe chamam, acabam por ser inconclusivas ou apresentar conclusões evasivas, espera-se e deseja-se que a ERC averigúe de forma isenta e independente, não sucumbindo a falsos deveres de obediência ao Poder ou ao receio de qualquer represália com cortes de mordomias, como se tem visto noutros casos e noutros sectores. Quando se diz que o Estado não se resume ao Poder é com base na definição de que Estado é a Nação num território bem definido, politicamente organizada. Portanto o Poder polític0 é apenas um dos três pilares do Estado segundo esta definição.

É preciso não se atemorizarem com os autores dos modernos conceitos de "assassinato político", de "assassínio de carácter", de "homicídio de carácter", de "homicídio por audiovisual", e de «tentativa de decapitação do Governo».

Oxalá, as averiguações da ERC, deixem a Nação (os portugueses) mais tranquila e aliviada de tantas suspeições a que a falta generalizada de transparência a conduziram e que lhe perturbam a tranquilidade em que gostaria de viver.

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Para uma democracia melhor

Transcrição de um interessante post do blogue Sustentabilidade é acção

Sustentabilidade sem Democracia, é possível?!

Quem pensa que em Portugal se vive em Democracia, desengane-se. Portugal deixou há já muito tempo, de ser um País Democrático, perdeu sem se aperceber, a Liberdade de expressão.

Agora podem dizer-me, que não passo de uma pessoa com febre, atacada pelo vírus AH1N1. Mas eu digo porque sustento esta ideia: Perdemos um Direito que nos assiste em Democracia, o Direito à informação, o mais imparcial, transparente e verdadeiro possível, dos factos que se passam no Mundo. Aqui há uns tempos pensei, que a invenção da caixa mágica, a TV, seria esse o fim que serviria, independentemente dos meios para lá chegar. Bem me enganei!... a TV, como todos os Media, não passam de instrumentos de manipulação de massas, com o fim de servir interesses de uma meia dúzia de senhores que governam o Mundo, os LOBBIES, esses todo-poderosos.

Os mensageiros da verdade, os jornalistas, vivem cada vez mais situações de precariedade, impossíveis de ultrapassar, que põem em causa a liberdade de expressão.
Se não temos informação, se não sabemos os factos, como poderemos fazer juízos de valor, para construirmos uma sociedade baseada no civismo e cidadania?! Não podemos, porque não somos esclarecidos, pelo contrário, somos manipulados, levados a pensar que está tudo no rumo certo, enquanto o mundo se desmorona em injustiças.

Os Media pertencem a 3 ou 4 grupos empresariais, que decidem o que pode ou não ser publicado. Assistimos assim passivamente, ao descalabro económico e social, a que este tipo de censura levou. Que liberdade de expressão poderemos ter, se nos foi sonegado o Direito à Verdade e Informação?!

Caso flagrante, foi o 5º canal televisivo, Telecinco, de que tanto se falou, ter sido "chumbado" sem motivos válidos. Neste caso seria um canal livre, apenas se obedeceu aos seus patrões, os homens (não posso dizer os nomes, senão vou ver o sol aos quadradinhos) que destruíram a Liberdade de informação. Eu comparo-os a uma mistura de lesma gigante, pela maneira como se deslocam sem serem notados, com os tiranossauros rex, pelos estragos que fazem por onde passam, mandam nas publicações europeias... vejam lá o poder!... e teriam de ser portugueses!
Outro facto flagrante, é o de existir um INDEX ou lista negra, onde são apontados os nomes de jornalistas, que de boa fé queriam ser mensageiros da informação real e mais transparente possível e por isso votados ao desemprego. Nunca mais conseguem arranjar emprego, naquilo em que são bons, passar a informação dos factos reais; para isso serve o INDEX.

Assistimos agora ao escândalo dos Media, três semanas antes de um acto eleitoral. Há quem lhe chame sabotagem, há quem lhe chame Chavização (termo hoje muito utilizado) por parte do Governo, tudo suspeitoso, todos desconfiados e revoltados, quando não passam de jogos de poder entre os Masters dos Media. Atropelam tudo e todos, dissolvem assembleias, "sabotam" eleições, o diabo a quatro, que quando dois monstros lutam, levam tudo o que está à frente... até a estabilidade de um Governo ou País. Convém, aliás. Por isso andamos num círculo vicioso há mais de 30 anos...

Em 2004, ficou a lucrar um Partido, em 2009, ficou outro à espera dos "restos" da "prisa", como hiena esfomeada, já repicam os sinos de glória... só visto! Um alarde!
Isto vem acontecendo há vários anos e o País tem vindo a deteriorar-se a olhos vistos. Enquanto impera a instabilidade e a desordem, eles actuam na penumbra...

O escândalo provocado pela TVI, é digno de uma ditadura como a China ou a Venezuela. Ser posta em causa, a seriedade de eleições legislativas, a 3 semanas das eleições, demonstra bem o estado a que tudo chegou. É o vale tudo pelo poder! Diabos me levem... se não é verdade!
Não há País que resista a tanta predação sem ir à ruína.

Foi-me feito um desafio pela Teresa Santos do BlogCrónicasdaTeresa que consiste na atribuição de um cartão vermelho a comportamentos, pessoas ou factos, com os quais não estejamos de acordo, considerados errados ou negativos para os outros e para com a sociedade em geral. A decisão de justificação é facultativa. Ora como bem me conhecem, nunca deixaria, de forma nenhuma, de justificar os cartões atribuídos! Voilá!

Por isso e porque me foi feito este desafio, entrego os 10 cartões vermelhos a:

1 - Donos dos Media
2 - Entidades Reguladoras - As que obedecem ao poder económico
3 - Os Magistrados cooperantes, porque a Justiça deixou de existir em Portugal.
4 - Os políticos cooperantes e incapazes de defender o Direito e a Democracia,
5 - Os médicos cooperantes - através da imposição do medo, como meio de negócio
6 - As farmacêuticas cooperantes - através da imposição do medo como meio de negócio
7 - Os advogados cooperantes - promovem muitas vezes a corrupção, tentam impedir o novo Bastonário, Marinho Pinto, de agir em função da Justiça.
8 - Lobbies económicos de grande peso, como Banca, EDP, GALP, Construção e outros.
9 - Todas as pessoas que tratem os animais como se fossem menos que o humano, sem compaixão.
10 - Todos os Cidadãos que não exerçam os seus deveres de cidadania, colocando os outros, os que exercem, em perigo de deixarem de ter acesso, aos seus Direitos e Liberdades e todos aqueles que se calam por medo ou comodismo.(Para ler mais siga o link do título)

Publicada por Fada do bosque em «Sustentabilidade é acção»

NOTA: Ao fazer esta transcrição quero reiterar a ideia que deixei expressa em comentário Admiro a intenção da Fada do Bosque, qual D. Quixote de La Mancha a zurzir neles. Parece o ministro que decidiu malhar nos principais adversários do seu partido.

Mas receio que lutar contra alvos tão dispersos e diversificados seja pouco eficiente, sendo mais eficaz malhar em cada adversário por sua vez. Se os unirmos todos contra nós seremos nós os esmagados. A união faz a força. Se queremos vencer com o nosso ideal devemos conjugar e concentrar os nossos esforços contra um adversário de cada vez. Dividir para reinar, segundo o «deus» de Paulo Rangel, Nicolau Maquiavel.

A Comunicação está destinada a conduzir o rebanho, a humanidade, docilmente e, por isso, é a principal arma do Clube Bilderberg, de que o único português membro permanente é Pinto Balsemão, por ser o maior empresário da Comunicação Social do País.

Por outro lado, a obsessão do cartão vermelho e a ausência de «cartão verde», isto é, criticar apenas os erros sem elogiar o que esteja bem é uma táctica de «bota-abaixo», sistematicamente demolidora, de forma generalizada, o que não me parece bem. Há também que ser construtivo, elogiando o que houver de positivo, apontar o caminho correcto, os objectivos válidos. O bem raramente é intuitivo às pessoas sujeitas a interesses egoístas e a vícios e manhas anti-sociais. E preciso esclarecer.

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

A comunicação social

Há a história do Rei que mandava matar o mensageiro para eliminar a notícia. Há a frase tapar o o sol com uma peneira e o caso do miúdo que exclamou «o rei vai nu». O jornalista está espelhado nestas imagens. Se diz a verdade que conhece pode ser acusado por incómodo, mas para lançar a boa imagem tipo propaganda é idolatrado, bajulado e muito querido'.
Os maiores escândalos nacionais. Os processos que foram motivo de mais conversas só existiram porque a comunicação social trouxe à luz do dia os respectivos crimes. Por isso, não podem ser ignorados quando se pretende a transparência democrática. Nestas condições, tem aqui lugar o artigo seguinte.

Essa coisa chata chamada comunicação social
DN. 090715. por João Miguel Tavares

Eu, que faço parte dessa terrível agremiação a que se costuma chamar "comunicação social", pergunto-me se haverá algum mal do país do qual esteja inteiramente inocente. Segundo as altas patentes da nação, a resposta é negativa. Fazendo uma breve compilação das suas queixas concluímos que o aumento do crime violento se deve ao excesso de cobertura do crime violento.
Que os sucessivos desastres na justiça se devem à falta de respeito pelo segredo de justiça.
Que os resultados das últimas eleições europeias se deveram à proliferação de sondagens falsas nos jornais e nas televisões.
Que o declínio da popularidade do primeiro-ministro se deve ao Público e à TVI.
Que os casos no futebol se devem ao excesso de programas sobre futebol e de diários desportivos.
E agora - esta confesso que nunca tinha ouvido - parece que os maus resultados nas provas de Matemática se deveram ao facto de a comunicação social ter andado para aí a dizer que os exames eram favas contadas, convidando os alunos portugueses - conhecidos pelo consumo frenético de notícias - a um ócio que se revelou trágico. Pelo andar da carruagem, só falta mesmo Maria de Lurdes Rodrigues vir queixar-se de ter deixado queimar o arroz do jantar de sexta-feira por causa de Manuela Moura Guedes.

Lembram-se daquele desagradável "chega para lá" da ministra da Educação aos jornalistas na noite das eleições europeias, à porta do Hotel Altis? Ele é sintomático da relação atribulada da senhora com a comunicação social, que é transversal a todo o Governo mas particularmente visível no Ministério da Educação. Não se trata aqui de defender a inocência angelical dos jornalistas. Quem já foi alvo de notícias - e eu fui-o recentemente, por causa do processo de José Sócrates - sabe que em metade dos casos há erros, citações enviesadas, imprecisões irritantes. Decerto que um ministro sente isso na pele, e nem sempre será fácil gerir situações que os próprios interpretam como grandes injustiças.

No entanto, eu também fui editor da secção de Sociedade deste jornal durante os primeiros anos do Governo Sócrates, e na altura o ministério de Maria de Lurdes Rodrigues batia todos os recordes de indelicadeza na sua (má) relação com os media. Os jornalistas telefonavam aos assessores de imprensa com as dúvidas mais singelas - da aclaração de um qualquer decreto à tentativa de obter uma reacção - e o que invariavelmente recebiam do outro lado era o silêncio ou a má educação. Ou seja, há ali um evidente problema cultural, uma dificuldade manifesta em lidar com o trabalho dos jornalistas, que me parece indesculpável - para não dizer patológica. É uma pena que não se vendam comprimidos de democracia nas farmácias. Quando as dificuldades apertam, há quem precise mesmo muito de os tomar.

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sexta-feira, 6 de março de 2009

O Cristo da política portuguesa

Transcrição de um artigo de opinião que devia dar muita polémica, principalmente da parte do «malhador» de serviço. Perante textos deste género, compreendemos a apetência pela domesticação da Comunicação Social, traduzida na frase "Não podemos consentir que a democracia se torne o terreno propício para as campanhas negras."

José Sócrates, o Cristo da política portuguesa
João Miguel Tavares, Jornalista do DN

Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina. A intervenção do secretário-geral do PS na abertura do congresso do passado fim-de-semana, onde se auto-investiu de grande paladino da "decência na nossa vida democrática", ultrapassa todos os limites da cara de pau. A sua licenciatura manhosa, os projectos duvidosos de engenharia na Guarda, o caso Freeport, o apartamento de luxo comprado a metade do preço e o também cada vez mais estranho caso Cova da Beira não fazem necessariamente do primeiro-ministro um homem culpado aos olhos da justiça. Mas convidam a um mínimo de decoro e recato em matérias de moral.

José Sócrates, no entanto, preferiu a fuga para a frente, lançando-se numa diatribe contra directores de jornais e televisões, com o argumento de que "quem escolhe é o povo porque em democracia o povo é quem mais ordena". Detenhamo-nos um pouco na maravilha deste raciocínio: reparem como nele os planos do exercício do poder e do escrutínio desse exercício são intencionalmente confundidos pelo primeiro-ministro, como se a eleição de um governante servisse para aferir inocências e o voto fornecesse uma inabalável imunidade contra todas as suspeitas. É a tese Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro - se o povo vota em mim, que autoridade tem a justiça e a comunicação social para andarem para aí a apontar o dedo? Sócrates escolheu bem os seus amigos.

Partindo invariavelmente da premissa de que todas as notícias negativas que são escritas sobre a sua excelentíssima pessoa não passam de uma campanha negra - feitas as contas, já vamos em cinco: licenciatura, projectos, Freeport, apartamento e Cova da Beira -, José Sócrates foi mais longe: "Não podemos consentir que a democracia se torne o terreno propício para as campanhas negras." Reparem bem: não podemos "consentir". O que pretende então ele fazer para corrigir esse terrível defeito da nossa democracia? Pôr a justiça sob a sua nobre protecção? Acomodar o procurador-geral da República nos aposentos de São Bento? Devolver Pedro Silva Pereira à redacção da TVI?

À medida que se sente mais e mais acossado, José Sócrates está a ultrapassar todos os limites. Numa coisa estamos de acordo: ele tem vergonha da democracia portuguesa por ser "terreno propício para as campanhas negras"; eu tenho vergonha da democracia portuguesa por ter à frente dos seus destinos um homem sem o menor respeito por aquilo que são os pilares essenciais de um regime democrático. Como político e como primeiro-ministro, não faltarão qualidades a José Sócrates. Como democrata, percebe-se agora porque gosta tanto de Hugo Chávez.

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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Uma nódoa na Comunicação Social

Costuma dizer-se que «no bom pano cai a nódoa», mas no caso referido neste artigo do Correio da Manhã, será necessário demonstrar que se trata de bom pano!

Sinto muito
Rui Rangel, Juiz desembargador

Sinto muito, mas a entrevista dada ao ‘Expresso’ por Azeredo Lopes, presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, não pode deixar ninguém indiferente, muito menos os senhores jornalistas. Mas, mais uma vez, a única voz que se ouviu foi a do silêncio. Não sei se foi por terem medo deste ‘patrão’, se foi por subserviência ou falta de consciência profissional e social.

A transparência e a qualidade da Democracia exigem mais destes actores que exercem uma profissão que, sendo nobre, não pode ficar condicionada na sua actividade nem ‘algemada’ no seu espírito crítico. O que se passou foi grave aos olhos do Estatuto dos Jornalista e das legis arte desta profissão, não tanto pela substância da entrevista, que não trouxe nada de novo, mas pela circunstância do entrevistado se ter dado ao luxo de vetar a presença de um jornalista do ‘Expresso’. O direito de informar e de ser informado, em suma a liberdade de expressão, mereciam mais respeito de Azeredo Lopes, quer enquanto cidadão, quer, sobretudo, enquanto presidente da Entidade que regula este sector.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social, que foi politicamente santificada e que pretende ser um poço de pureza ética, não pode dar este mau exemplo. Nesta fotografia, a preto e branco, todos ficaram mal vistos. Ficou mal visto Azeredo Lopes, que, embora tendo direito à palavra, era a última pessoa a ter o direito de escolher os jornalistas que iam fazer a entrevista (só faltou escolher as perguntas). Se já havia dúvidas sobre as qualidades e a eficácia do funcionamento regular desta instituição a que preside Azeredo Lopes, ao recusar falar com um jornalista, demonstrou que não acredita na regulação nem no seu papel. O direito à palavra nada tem que ver com a escolha dos jornalistas para uma entrevista.

A isenção e a independência que deveriam ser salvaguardadas pela ERC, ficaram à porta com o jornalista vetado. Ficou, igualmente, mal vista a jornalista do ‘Expresso’, Rosa Lima, que aceitou fazer o frete imposto pela sua direcção e conduzir a entrevista sozinha, sabendo que o seu colega de profissão, tinha sido ‘escorraçado’. Seria bom, antes de mais, ler o seu Código Deontológico, para ver se andou bem e se não foram violados os mandamentos da sua profissão. Também ficou mal visto o ‘Expresso’ que, com uma justificação irresponsável e absurda, aceitou fazer este ‘servicinho’. No fundo, o ‘Expresso’, Azeredo Lopes e Rosa Lima estão bem uns para os outros.

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