Mostrando postagens com marcador antigos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador antigos. Mostrar todas as postagens

26 de fevereiro de 2013

Vem comigo

Vem comigo, vem.
Vamos acabar com isso tudo.
Vamos fazer tudo do nosso jeito.
Vamos rir da cara de todo o mundo.
Vamos sair por aí espalhando alegria.
Vamos nunca mais nos deixar atingir.
Vamos mostrar como é que são as coisas.


Vamos jogar na cara da vida que a gente finalmente entendeu.


da gaveta, abril 2006

13 de fevereiro de 2013

dissolvendo

Tenho que parar de tentar encontrar soluções.

Tenho que parar de inventar soluções.

Soluções são para fracos.
Os fortes bebem puro. De um gole só.

da gaveta de 2008

22 de janeiro de 2013

21 de janeiro de 2013

encontro

O lugar se parecia com a casa onde um dia morou, mas o dono da loja de doces ainda estava vivo.
Estranho...
De repente, vê chegando uma adolescente.
Cabelos longos, mochila nas costas, barriga de fora, guia do vestibular na mão.

- Você por aqui??
- É... Te conheço?
- Não sei. Às vezes acho que não mais...
- Nooossa...... Me desculpa! É mesmo. Eu... Você... É que ando tão distraída.
- Eu sei. Parece que você está fugindo cada vez mais rápido de mim...



da gaveta, maio/06 

12 de janeiro de 2013

Pássaro

[mexendo em backups, achei uma coleção textos antigos. 
desengavetando alguns.]


Por que assim?
Por que só eu sinto?
Por que as ondas do mar não vêm lamber minhas pernas? Por que não vêm salgar minha alma? Por que não vêm me lavar e fazer esquecer?
Só ouço ao longe o som das ondas quebrando nas pedras.

Queria ser pedra, mas fui condenada a ser pássaro. Daqueles que voam alto e já não sabem o que acontece no chão. Daqueles que voam sós. Dos que não podem dar um mergulho no mar.

Todos acham que os pássaros são livres, mas eles são condenados a voar.


RZ, julho/2006

4 de outubro de 2012

Isso deviam ensinar na escola.

(da gaveta de 2007)
Mas não ensinam.

Querem que a gente acredite que as árvores dão o ar que respiramos.
Que o homem foi à Lua.
Que as guerras acabaram.
Que as pessoas são boas.
Que se pode chegar ao fim do arco-íris.

Aí a gente sai em busca do nosso próprio arco-íris e não encontra.
Se tenta fazer um, não há matéria-prima pra ele nesse mundo.

E então descobrimos que tudo o que é bonito nesse mundo não existe – é só uma ilusão feita de luz.

30 de setembro de 2012

peças

(da gaveta de 2007)

Há os que fazem.
Há os que observam.
Há os que desdenham.
Há os que enaltecem.
Há os que só passam.
Há os que desenham.
Há os que se lembram,
outros que se esquecem.

Há os que notam que tudo continua igual.

E que somos apenas peças (repetidas)
da grande mesa de um banquete
que será devorado no final.


12 de abril de 2012

chuva

imagem: Chuva em Macondo (Cem anos de solidão)

E eu me lembro, lembro até muito bem, que era só sentir aquele cheiro de terra, começar a ouvir um ou outro pingo escapar do céu, que eu e minha irmã corríamos pra pedir: "pai, mãe, posso ir lá fora tomar chuva?".
Era tão simples. Tão bom, tão fácil (e nunca, nunca peguei uma pneumonia).

Mas algum dia, aí eu já não me lembro quando e nem me pergunto por quê... algum dia, não sei como é que foi que eu passei a ter medo de me molhar.

(da gaveta de 2008)

25 de março de 2012