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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Extra-Campeonato: o final de uma era para as revistas masculinas

Há pouco mais de uma semana fui surpreendido com a noticia de que a Maxmen, a mais antiga publicação masculina de Portugal, iria fechar as portas, com efeito imediato, isto é, já nem iria sair neste mês de junho. Assim, os nove elementos que compõem a revista iriam para o desemprego e ao fim de dez anos - surgiu em março de 2001 - a sua aventura chegaria ao fim.

Estamos em crise, isso é certo. O panorama da imprensa nacional é negro, há mais publicações que fecham do que abrem, e ninguém se atreve a gastar o seu rico dinheiro em coisas dessas, pois não é viável. Nem para a imprensa, nem para qualquer negócio. São só os negócios mais ousados, diferentes ou inovadores é que podem ter esperança em resistir a mais de três meses de vida que qualquer pessoa tenha caso se lance em qualquer negócio sem apoios financeiros ou empréstimos no banco. Não há consumo que viabilize isto, os impostos são altos e nesta área, as revistas ou os jornais são os primeiros a pagar com a crise.

A Maxmen não foi a primeira a fechar as portas. Já tiveste a FHM, fechada em 2009 e no pano passado a Playboy, mas essa a história foi diferente, avidamente falada neste blog. Agora as coisas estão reduzidas a três: GQ, Penthouse e Men's Health, embora esta última esteja mais virada para a boa forma. Que claro contraste com as quatro ou cinco revistas que tínhamos em 2008, por exemplo!

Agora que os factos são conhecidos, que balanço se faz a isto? Pode-se dizer que há dez anos, quando a Maxmen chegou, era a tal "pedrada no charco" que as revistas precisavam. Foi um sucesso e foi o mote para que as restantes revistas chegasem a seguir. A GQ, Men's Health, FHM, vieram depois, alguns bem ou mal humorados, mais ou menos "descascados" mas vimos nessa década que passou um conjunto de raparigas, nacionais e estrangeiras, que deram a volta aos adolescentes e jovens adultos (como eu). As mentalidades mudaram e muita coisa aconteceu, houve edições memoráveis.

Quando a Playboy chegou, pensei que era o culminar de tudo. Não direi que era um sonho concretizado - teria sido se tivesse chegado em 2002 e não em 2009 - mas sempre tinha defendido que era tempo dela aparecer por estas bandas. Depois foi o pesadelo que se conhece: desconfianças, acusações de fraude e falta de pagamento à casa-mãe demonstrou que afinal de contas, aquilo era mais uma maneira "madoffiana" de fazer negócio do que propriamente profissionalismo. Enfim, águas passadas.

E agora, o que vai acontecer? Eventualmente mais uns tempos de longo Inverno. Estamos com o FMI por estas bandas, o aperto deve durar três ou cinco anos, senão mais, e voltar a crescer para que se criem empregos e se apostem de novo em projetos editoriais, vai demorar o seu tempo. Até lá, muitos emigrarão ou mudarão de profissão, e talvez não se tenha visto o fundo do poço. Ainda se vai esgravatar um pouco até lá chegar.

Quanto às revistas masculinas... creio que o seu tempo pode ter chegado ao fim. Alguns poderão voltar, novas revistas poderão chegar. Mas isso acontecerá quando as vacas voltarem a engordar, talvez na próxima década.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Extra-Campeonato: Deu asneira, acabou a Playboy Portugal

Confesso que esperava reacções sobre a capa de Julho, mas por esta não esperava. O jornal i anuncia esta tarde que a casa-mãe da Playboy rescindiu o contrato com a Frestacom, a detentora da licença para Portugal devido à capa deste mês. Após quinze edições, a experiência lusitana da revista mais famosa do mundo termina por aqui.

O jornal cita Theresa Hennessy, a vice-presidente da Playboy Entertainment, que afirmou que a publicação do ensaio com o J.C., em jeito de homenagem a José Saramago, constitui "uma violação chocante das normas" e não teriam sido publicadas se a Playboy tivesse conhecimento antecipado. Em declarações ao site norte-americano Gawker, a responsável garante: "Devido a esta e a outras questões com os editores portugueses, estamos prestes a rescindir o nosso acordo."

Gosto da parte "outras questões". Não deve ser tanto por causa da capa de Natal, onde colocaram um homem (mesmo que esse homem seja Ricardo Araujo Pereira), mas as outras questões que se diziam à boca pequena, como os atrasos nos pagamentos às famosas despidas, que em alguns casos deram processos em tribunal, devem ter colocado os responsáveis americanos de antemão com os cabelos em pé. E agora, esta capa deve ter sido uma espécie de "gota que fez transbordar o copo". Em suma, a ideia que fica é que um grupo de pessoas decidiu usar o nome da revista para abusar de certas liberdades.

Agora, fico espantado em saber que a Playboy tenha tido uma atitude tão puritana. A ideia que fica é que o lema deles lá pelos lados de Los Angeles é "Gajas nuas sim, anticlericanismo não", e esta razão soa mais a um bom pretexto para se livrar de uns tipos tão incómodos. Ao rescindir o contrato com a Frestacom, pode sacudir a água com o capote com este embaraço, mas mal ou bem, isto fica para a história.

Bom, tenho de correr para as bancas para comprar este exemplar. Sempre acreditei, por aquilo que tinha ouvido, que isto poderia ter vida curta. Mas esta razão que a casa-mãe deu entra mais no rol das desculpas esfarrapadas do que outra coisa... espero que o regresso seja breve. Espero.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Triste, mas real

Todos sabem da história de Ronnie Peterson, um dos mais talentosos pilotos da sua geração, que nunca ganhou um título mundial, mas que a sua rapidez inata (que escondia outros defeitos, como a sua incapacidade de afinar carros, por exemplo), que foi vice-campeão do mundo por duas vezes e que morreu num acidente na partida do GP de Itália de 1978. Sabia-se também que desde meados de 2008 que existia um museu dedicado em sua memória na sua cidade natal, Örebro, e era uma das atracções da cidade.



Contudo, o site Pitpass fala esta semana que o Museu fechou no final do mês passado, apesar de ter tido mais de 14 mil visitas desde a sua inauguração. A razão: desinteresse das autoridades locais em apoiar o projecto, que vivia até então de fundos privados. "Tivemos mais de 14 mil visitas, que geraram receitas a rondar as 1.8 milhões de coroas suecas. O apoio das autoridades locias foi de zero", afirmou Joakim Thedin, o presidente da Ronnie Peterson Museum Associtation ao site.



"As autoridades locais não compreendem como é que o Ronnie é admirado um pouco por todo o mundo. É por causa dele que Örebro é referido em revistas e livros. Tivemos visitantes de vários lugares do mundo, como o Brasil, Itália, Estados Unidos, Alemanha e Grã-Bretanha, bem como vários suecos, que geraram receitas para a cidade e a colocaram no mapa", prosseguiu.



Apesar do site continuar a funcionar, a associação pensa em novas soluções, que podem passar por colocar o museu noutra cidade, ou então de fazer uma exposição móvel, para ser mostrada em vários sitios, como no "paddock" de provas como o Swedish Touring Car Championship, ou noutros festivais, como o Goodwood Festival of Speed.


Uma coisa é certa: nem sempre há pessoas que respeitam a memória do automobilismo. Mesmo em países ditos "avançados", como na nordica Suécia...