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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Absentismo no Estado

Periodicamente, por ocasião da divulgação de algumas estatísticas, nomeadamente da OCDE e da OIT (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e Organização Internacional do Trabalho, respectivamente), lá ouvimos falar do absentismo. Que em Portugal é relativamente elevado, que é preciso combatê-lo por forma a criar um sistema produtivo fiável, etc. Até aqui, de acordo.
Mas que moral têm aqueles rapazes de São Bento para nos imporem (aos portugueses, entenda-se) regras de combate ao absentismo, com os exemplos que vêm do lado deles?
Na semana passada o CDS-PP apresentou na Assembleia da República uma proposta de suspensão da avaliação dos professores. Talvez não de forma inocente, a votação foi agendada para sexta-feira passada. Contabilizadas as presenças, o cenário era o seguinte: o PS, dos 121 deputados tinha presentes 108; o PSD, do total de 75 tinha presentes 45; o CDS-PP, de 12 tinha presentes 9; o PCP tinha presentes 10 dos 11 deputados; o PEV tinha presente 1 dos 2 deputados e o BE foi o único partido que tinha presente a totalidade dos seus deputados: 8; estava ainda presente a deputada não-inscrita Luisa Mesquita. Contas feitas, de um total de 230 deputados, estavam presentes na votação 182, ou seja, o absentismo atingiu nesta ocasião a bonita cifra de cerca de 21%! Mais de um quinto! E isto num tema que tem feito títulos de telejornais, manchetes de jornal, das maiores manifestações que temos visto nos últimos anos!
Mesmo tendo em consideração que o trabalho dos deputados não se esgota nas sessões plenárias, é um número que não podemos deixar de ter em atenção. Eu sei que era véspera de fim-de-semana prolongado, e tal, mas a essa mesma hora a grande maioria dos milhões de portugueses que os elegeu e que lhes paga os salários também estavam no seu local de trabalho, cumprindo com as suas obrigações para com quem lhe paga o salário e, em última análise, para com o País. Deviam ter vergonha os líderes parlamentares e pedir desculpa aos portugueses.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Suspensão

Suspender: suster no ar, pendurar, interromper temporariamente, impedir de fazer, proibir durante certo tempo, fazer cessar, reter, conter, demorar, retardar, adiar (Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora).
Na luta que opõe Professores e Estado - não vamos ficar em meias-tintas e dizer que isto é só com a Ministra, porque se fosse ela já teria sido substituída - a razão não está definitivamente de um único lado: como quase sempre em sociedade, ambos os contendores terão as suas razões.
Mas há algo que tem sido repetidamente noticiado e referido pelos professores que se presta a muitos equívocos: não se percebe exactamente se as escolas (ou os professores, que não são uma e a mesma coisa) vão solicitar a suspensão da avaliação ou vão pura e simplesmente suspendê-la. E já agora, também gostava que me explicassem exactamente o que entendem por "Suspensão": "interromper temporariamente" ou "fazer cessar"? É que isto é muito importante para que todos possamos perceber do que estamos a falar. A menos que a manutenção da confusão aproveite a alguma das partes, para arregimentar apoios...