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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Maternidade


Hoje, a maternidade da Guarda esteve de novo na ordem do dia. Porque o ambiente é de desconfiança em relação ao seu futuro, que decorrerá da nova carta hospitalar que se espera que brevemente seja apresentada pelo Ministério da Saúde; e porque nesta altura existe sempre alguma curiosidade relativamente ao "bebé do ano" - como convencionou chamar-se ao primeiro bebé nascido na maternidade em cada novo ano.
Ouvi mesmo na rádio a Directora do Serviço de Obstetrícia referir-se à maternidade, às suas instalações, à equipa, ao número de partos, etc. Sobre as instalações, não podia estar mais de acordo com ela: estão longe de ser as ideais, mas como o Hospital vive uma fase de transição para novas instalações - que faço votos que ocorra em breve - esse é um aspecto que deverá ficar resolvido. Quanto à equipa, já não estou tão de acordo com ela...
Tenho da Maternidade do Hospital da Guarda uma ideia diferente da maioria das pessoas. É óbvio que quero que a Guarda tenha uma Maternidade. Que as mulheres da Guarda possam ter filhos na sua terra. Essa é uma questão de saúde, de identidade até! Mas não quero a Maternidade que temos actualmente; quero a Maternidade a que temos direito: com instalações adequadas; com uma equipa profissional; com um serviço que realmente valha aquilo que custa. Porque o meu óbice relativamente à Maternidade da Guarda é este: é demasiado cara para aquilo que oferece. Pelas instalações de que dispõe, desde as enfermarias às casas-de-banho, tudo é desadequado aos objectivos que serve. Mas também a equipa: não basta serem simpáticos; não precisam sequer ser demasiado afetuosos; basta que sejam muito profissionais. E se alguns o são, isso não faz com que a equipa o seja!
Alguém já se preocupou em perceber por que é que há mulheres que vão ter os seus filhos a outro Hospitais, mesmo aqui ao lado? Não me refiro a ter uma vaga ideia do caso A ou B; refiro-me a falar com as pessoas - ou um grupo significativo delas - e realmente estudar o assunto. Desde a última vez em que se falou do fim da Maternidade e a população saiu à rua para exigir - e bem! - a sua manutenção, alguma coisa mudou nas práticas, na dinâmica da equipa, etc.? Daquilo que conheço, não. E é pena...
É certo que a Guarda precisa e quer a sua Maternidade. Mas também os profissionais que lá trabalham têm a responsabilidade de contribuir para a melhoria do serviço e captar assim cada vez mais parturientes - da Guarda, e até das zonas limítrofes. De as envolver e fazê-las participar de um grande momento. Estou convencido que o futuro da Maternidade da Guarda passa por aí. O futuro ou a sua ausência...


sexta-feira, 1 de abril de 2011

De novo... eleições!


E pronto, concretizou-se o cenário que desde há um ano e meio estava anunciado: o Governo demitiu-se, a Assembleia da República foi demitida e foram convocadas eleições para daqui a cerca de 2 meses.

Deixando de fora a campanha eleitoral, não sei muito bem o que esperar até lá.

Mas bem escusam os partidos da oposição de vir agora pressionar o Governo a tomar determinadas atitudes, alegando que está em plenas funções. Não está! É um Governo demissionário, cuja legitimidade para tomar determinadas opções é muito condicionada. Pensassem nisso antes. Agora, é cruzar os dedos até às próximas eleições, porque só depois delas teremos (espero eu) um Governo com plena capacidade para tomar as medidas que já deveriam ter sido tomadas há pelo menos 2 meses atrás...

Para o bem e para o mal, o Primeiro-Ministro-demissionário é um Homem obstinado. Não remodelou, quando pressionado a fazê-lo; não pedirá ajuda externa, apesar de todas as pressões nesse sentido. Disso estou inteiramente convicto.

Mas pensando mais no umbigo - neste caso, na Guarda - confesso que aguardo com alguma curiosidade as listas de candidatos; e mais curiosidade ainda tenho em saber o que dirão os candidatos do PS, os mesmos que na última campanha disseram à Guarda que não haveria portagens nas Auto-Estradas que nos servem e que agora votaram favoravelmente a medida, sem nunca se terem preocupado em justificar-se perante as pessoas da Guarda. Ah, e se se vier a confirmar que o Governo não pode introduzir as portagens por estar demissionário, isso não vale como desculpa alguma, uma vez que a medida foi votada na AR e - este ou outro Governo - deverão implementar as portagens a coberto dessa medida.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

É Carnaval...


Pela minha parte, começo a levar um bocado a mal...

A Câmara vai organizar novamente, no Carnaval, um desfile com os Jardins de Infância e escolas da cidade... na rua. Parece que não bastou no ano passado terem tido que adiar o desfile previsto quase até à Pascoa para perceber que não é lá grande ideia organizar desfiles de rua em Fevereiro na Guarda. Que levassem as crianças para o Rio de Janeiro, ainda vá lá....

Todos sabemos que o Inverno na Guarda é rigoroso, com muito frio, nevoeiro, chuva e neve. E nestas condições, francamente, não acho muito sensato planear desfiles pelas ruas da cidade de crianças entre os 3 e os 10 anos. Eu até sou dos que acho que as crianças devem habituar-se a andar na rua, gosto que os meus filhos brinquem na neve e quantas vezes os não obrigo a largar o quentinho e a televisão para sairem um pouco, nem que seja meia-hora e caminhar na rua. O que é muito diferente de passarem uma tarde inteira de Fevereiro a andar pelas ruas da cidade em marcha-lenta...

Penso que têm de se encontrar novas formas de celebrar o Carnaval na Guarda; acho muitíssimo bem que a Câmara promova esta celebração e um desfile onde se juntem as crianças da nossa cidade, mas das duas uma: ou escolhe outra altura (mais Primaveril) e com outro pretexto, ou outro "figurino" para a celebração (num sítio coberto).

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Processo



Vim a saber que José Albano Marques, Presidente da Federação Distrital do PS e deputado da Nação, eleito pelo círculo eleitoral da Guarda processou por difamação Carlos Baía, a propósito de uma crónica deste emitida pela Rádio Altitude. A história está explicada neste post do blog "Café Mondego", pelo que não vale a pena alongar-me aqui mais sobre o assunto.
Todavia, gostaria de manifestar aqui a minha opinião sobre este assunto, já que a Crónica que veio a dar origem a todo este processo me tocou especialmente. Assim, abaixo reproduzo um comentário que deixei ao post que referi acima do blog alimentado por Américo Rodrigues:

"Recordo bem a polémica que deu origem a este caso. E tudo o que Baía referiu na sua crónica - para mim uma das melhores emitidas durante a temporada da RA - foi dito e redito por outros órgãos de comunicação social e até por outros comentadores da praça. Obviamente, não com a acutilância de Baía que, apareentemente, não esteve para pôr paninhos quentes sobre o sucedido e resolveu mostrar a sua indignação. E a indignação não se mostra de outra forma que não seja com firmeza e frontalidade. Foi isto que vi e que me agradou na crónica de Baía. Não a achei especialmente ofensiva nem um ataque pessoal; apenas uma opinião séria e fundamentada sobre um (triste) caso.
Não conheço pessoalmente Baía; mas não posso deixar de manifestar publicamente a minha solidariedade com ele pela sua frontalidade, e repudiar aquilo que considero uma tentativa soez de o calar, de o intimidar. Cidadãos com a dimensão de Carlos Baía fazem-nos demasiada falta para que agora assobiemos para o lado fingindo não perceber o que se está a passar ou que não é nada connosco. "



PS: na foto, uma imagem do filme de Orson Welles "O Processo", uma adaptação da novela homónima de Franz Kafka.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Escape (pouco) Livre


Em reunião de Câmara realizada ainda em 2009, os vereadores eleitos pelo PSD na Câmara da Guarda questionaram a atribuição de subsídios a entidades que alcançaram alguma autonomia financeira (com mérito próprio). A questão foi levantada a propósito da atribuição ao Clube Escape Livre de (mais) um subsídio.

Devo dizer que o princípio me parece justo e, numa lógica de escassez de recursos, ajustado. Devem apoiar-se as colectividades que mostrem ser relevantes para o Concelho (nas várias vertentes possíveis de intervenção na vida pública), nas sua fase mais crítica - a fase de nascimento - e ser progressivamente reduzida a subsidiação logo que tal colectividade alcance o equilíbrio das suas contas. Por princípio, sou absolutamente contra subsídios ad eternum, por não estimularem uma cultura de independência financeira. Como um Pai que ajuda (sustentando) um filho nos primeiros anos de vida, até ao dia em que este se veja capaz de subsistir pelos seus próprios meios. Um clube criado para receber subsídios anos e anos a fio não tem sustentabilidade e, portanto, deve ser revista a sua forma de financiamento, a não ser que apenas preste serviço público, o que não me parece que seja o caso.

Não está aqui em causa o mérito do clube, o contributo que tem dado para a divulgação da região. Esse é inegável e conhecido. Está em causa o princípio que enunciei acima.

Ora, sucede que o Clube Escape Livre, pela voz do seu Presidente da Direcção, manifestou-se muito agastado com as reservas levantadas, tendo chegado ao ponto de ser "deselegante" (veja-se aqui uma figura de estilo) com os vereadores em questão, que ali estão eleitos pelos Guardenses.
Portanto, sucedeu neste caso aquilo que sucede quase sempre: o subsídio, de tão repetido, já não é uma contribuição de ajuda ao clube, é uma obrigação por parte da Câmara.

E o que sabemos sobre o clube? Sobre as suas contas? Alguns dirão que não temos nada com isso. Pois, só temos de continuar a ver lá ser aplicado o nosso dinheiro.
Quantos sócios tem o clube? Vivo na Guarda há 37 anos e não me lembro nunca de uma campanha para angariação de sócios... Quanto do seu orçamento anual é coberto pela quotização dos sócios?
Interessam-me as respostas a estas perguntas, na medida em que, na gestão de dinheiro público, é bom que exista transparência. Nada mais...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mau tempo no Canil...


Na Guarda, estamos cansados de ser notícia apenas por maus motivos. Há algum tempo atrás diversos órgãos de comunicação social deram eco a um facto que já se comentava em fóruns e outras comunidades virtuais - o bom exemplo que constituía o Canil Municipal usar uma rede social - o Hi5 - para divulgar as suas actividades e potenciar o número de adopções, como forma de reduzir os abates necessários à prossecução dos seus objectivos em matéria de saúde pública, nomeadamente o controlo da população de animais errantes. Já em 2007 era possível ler nos jornais notícias relacionadas com o sucesso destas iniciativas (por exemplo aqui, no mês de Outubro). Todavia, como já havia referido, as coisas alteraram-se: a pretexto de uma reestruturação, acabou-se com a divulgação no Hi5, pasando esta a ser feita apenas num canto esconso do sítio da Câmara Municipal na Internet, que muito raramente é actualizado e sem nenhuma possibilidade de interacção; algo que está para a Internet, como um barco a remos está para as viagens intercontinentais...

E eis que o Canil volta a ser notícia pelas piores razões: hoje, a SIC passou uma peça sobre a forma como os animais são tratados no Canil Municipal. Que de resto já tinha sido dada a conhecer, nas semana anteriores pelo Jornal O Interior, aqui, aqui e aqui.

A subscritora da carta publicada pelo O Interior há 2 semanas é entrevistada dizendo aquilo que já tinha escrito. Até aqui, nada de novo para quem conhece a forma como o Canil tem funcionado. Mas quando confrontados com as denúncias de Luisa Campos, o tratador e o Director do Canil dizem que os animais são retirados das boxes quando estas são lavadas e que alguns cães se molham porque se deitam na água que lhe colocam para beber. Quanto à retirada dos cães, ainda bem que assim é: representa uma melhoria; mas a ser verdade, só muito recentemente se adoptou este procedimento, porque todos aqueles que conhecem o Canil e sabem como as coisas por lá funcionam sabem perfeitamente que as denúncias de Luisa Campos são inteiramente verdadeiras e, a pecarem, será por defeito... Quanto à segunda parte, ao ouvir o Sr. Director do Canil lembrei-me logo daqueles detidos que tantas vezes insistem em não confessar os seus crimes e, por azar, caem das escadas nas instalações das polícias, aparecendo com equimoses! Afinal, com os cães passa-se um fenómeno parecido...

Também me choca que o Director do Canil refira, a propósito de não existirem meios para tratar uma simples ferida, que o Canil não é um hotel e que esses "mimos" competem à sociedade civil! Veria o Sr. Director com bons olhos que eu agora aparecesse no canil com um veterinário para tratar os animais que lhe estão confiados? E que enquanto lá permanecem devem ser tratados com um mínimo de dignidade? A ser assim, por que raio o Director tem de ser um médido Veterinário...???

Mas enfim, nem só de más-notícias se trata: parece que a percentagem de adopções é de 75% e que no mês passado foram abatidos apenas 3 animais. A ser assim, as boxes cheias na campanha de adopção realizada no dia 1 de Dezembro (por uma associação de defesa dos animais) devem ter sido impressão minha... E o facto de, numa campanha de adopção autorizada pelo Canil, não ser permitido aos adoptantes levar os animais, podendo fazê-lo apenas passados 7 (!!!) dias também nunca deve ter acontecido.

Enfim, tristes notícias para aqueles que gostam de tratar e ver tratados os animais com respeito.

Por fim, uma palavra de louvor para a iniciativa de todas as pessoas - entre as quais Luisa Campos, mas que não é a única - que se têm empenhado em divulgar este estado de coisas e contribuir para a sua mudança, optando por dedicar algum tempo a esta causa e deixando de lado a indiferença, por oposição a outros que preferem "estar de bem com Deus e o Diabo", numa estratégia de coexistência pacífica que, no fundo, acaba por ser de inteira submissão...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Governador Civil



Na quinta-feira passada, o Conselho de Ministros decidiu nomear Santinho Pacheco Governador Civil da Guarda. Apesar de previsível, só nessa altura foi possível desfazer as dúvidas que ainda existiam sobre a nomeação, depois de se ter ficado a saber que Maria do Carmo Borges não iria continuar.

Gostei de ouvir a reacção de Santinho Pacheco: dizer que era algo que ambicionava e que ficou muito feliz com a nomeação é um bom princípio. Pelo menos foi genuíno na sua reacção. Não foi a hipocrisia que tantas vezes se ouve, "esgadanhando-se" pelo lugar para depois vir dizer que é com grande sacrifício que aceita, mas que é obrigação de quem se dedica à causa pública. Claro que é obrigação; mas isso não faz do cargo um peso que tem de se suportar! Mas sobre esse assunto já disse o que tinha a dizer.

Não conheço Santinho Pacheco. Mas, dos putativos "nomeáveis", sempre tive a impressão que era o que tem mais perfil político (ou, se quisermos ir mais longe, ideológico), pelo que era o candidato que melhor encaixaria no perfil que o Governado Civil deve ter, pelo que conheço da sua participação cívica; claro que isso às vezes não chega...

Espero pois, que o Homem que ambicionava o cargo e se sentiu recompensado com ele o desempenhe com elevação e se mantenha feliz nas suas novas funções.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Luis Sepúlveda


Ontem à noite, no programa de Paula Moura Pinheiro, Câmara Clara, o convidado foi Luis Sepúlveda. Nascido no Chile, viveu por dentro a revolução de Allende, e após conhecer as agruras da estúpida ditadura de Pinochet, tornou-se, por força do exilio a que foi votado, um cidadão do mundo.


O primeiro livro que li de Sepúlveda foi "O Velho que lia Romances de Amor", a história improvável de um homem que, nos confins da Amazónia, votava o seu tempo livre a um vício inconfessável. Uma história enternecedora que é também uma grande lição sobre o respeito pela Natureza, em todas as suas expressões! Pelo menos é assim que o recordo, uma vez que já lá vão mais de 10 anos. Se calhar era boa ideia reler... Para todos os efeitos, é um livro que recomendo, a par com "A História de um Gato e da Gaivota que o ensinou a voar", a todos, especialmente em dias como estes 3 ou 4 últimos, que puxam a "melancolia"...


A entrevista, que pode ser vista no site do programa, foi muito interessante, como o são geralmente as entrevistas a Homens com vidas tão ricas quanto este de que falo. Retive todavia 2 aspectos que me tocaram especialmente:

- a confissão de que, após o exílio, a volta é sempre muito dolorosa e acompanhada de uma sensação de não ser aquele o seu lugar de origem, pois as memórias congelam-se e não evoluem como os lugares e as gentes, ao longo dos anos; tenho pensado nisso a propósito de algumas iniciativas de "re-encontro de antigos alunos", a que dedicarei um post futuro;

- a constatação do autor de que os eventos mais significativos, a nível mundial, na área da literatura - mas que pode ser estendido a outras artes - são geralmente realizados em cidades pequenas; isso dá-lhes especial encanto, pois em comunidades mais pequenas a vivência do evento é mais generalizada a todos... Por outro lado, um evento destes, pode dar aos locais onde se realiza uma projecção com impacto muito superior àquele que daria a uma grande cidade, por exemplo uma capital.
Achei esta constatação muito importante e interessante para ser pensada e discutida numa cidade como a Guarda. Espero que outros tenham visto o programa e tido a mesma ideia.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Política Fiscal




Costumo ler no Expresso as crónicas de Nicolau Santos (editor de Economia). Na maior parte das vezes concordo com o que escreve, mas o que mais admiro é a simplicidade com que apresenta temas por vezes complexos, tornando a sua compreensão acessível aos que o lêm.
No fim de semana passado, a propósito das mudanças que se esperam na política fiscal, refere, entre outras coisas, que no que toca aos impostos sobre imóveis será de acabar com o IMT e rever os coeficientes de localização do IMI por penalizarem muito quem tem casas em Lisboa e no Porto.
Tenho de dizer que concordo em absoluto com a primeira: quando tanto se escreve sobre a especulação imobiliária - e onde ela nos levou - esquece-se por vezes de referir que o Estado é o maior especulador. Senão vejamos: se compro um imóvel, salvo raras excepções, sujeito-me ao pagamento de IMT; assim, ainda que o queira vender sem qualquer lucro, terei no mínimo de o vender pelo preço de compra acrescido do valor do imposto que paguei, ou seja, terei sempre de o vender mais caro do que aquilo que paguei por ele, gerando-se desta forma uma subida de preços induzida pela fiscalidade...
Já no que toca à segunda, discordo em absoluto: parece-me aceitável que se utilize a política fiscal para corrigir assimetrias regionais e como ferramente de planeamento da ocupação do território, coisa que não tenho visto ser seriamente encarada desde os tempos de D. Sancho I...
Acho que esta é uma forma séria de incentivar as pessoas a deslocarem-se para outras paragens que não Lisboa e Porto. Se dos privados não podemos esperar mais do que tomem decisões racionais, já aos poderes públicos temos de exigir que para além de investimentos no interior, dê incentivos a quem quer vir para cá morar, trabalhar ou fazer negócios. Se assim não fôr, dentro de poucos anos Portugal terá 2 grandes cidades e todo o restante território será um imenso deserto (à nossa escala, bem entendido...).

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Onde pára o Canil...?


As coisas têm andado relativamente sossegadas por cá; deve ser de estarmos na fase final da campanha eleitoral para as legislativas: diz respeito a toda a gente, o País atravessa um momento delicado, e o Governo que sair das eleições do próximo Domingo terá uma tarefa complicada, quer para fazer Portugal sair definitivamente da crise, quer para continuar as reformas necessárias para que o estado seja mais eficiente - e o País mais competitivo.

Mas nas últimas semanas tem vindo a público um caso com contornos curiosos: a reestruturação do Canil Municipal.

Desde há cerca de 3 anos (mais ou menos), o Canil conheceu uma dinâmica muito interessante: de mero serviço municipal que se limita a cumprir "os mínimos", ou seja, a sua missão de recolha de animais abandonados ou doentes, na maior parte das vezes para serem abatidos (a palavra geralmente usada é occisão), passou a ser um serviço com uma componente educativa, ambiental e de respeito pela vida animal exemplar. Foi criada uma página numa rede social onde disponibilizadava muita informação sobre o canil (regras, localização, etc.), mas também apelos, com fotos, de animais que ao invés de ser abatidos poderiam muito bem ser adoptados.

Pelo que sei, enquanto tal página esteve online, foram muitos os casos de sucesso.

Retirando alguns casos de comentários desadequados (nalguns casos a raiar o mal-educados), aquela página representava um óptimo trabalho em prol dos animais e no fomento de uma cultura ambientalmente responsável. Só que, como muitas vezes nestas coisas, tudo isto era fruto de um enorme voluntarismo - neste caso, de uma única pessoa. Falei com essa pessoa 2 ou 3 vezes e, francamente, não fiquei com qualquer simpatia por ela. O que não me impede de reconhecer o bom trabalho que vinha desenvolvendo. Embora a necessitar de alguma "netiquette", o princípio era bom.

Só que, há algumas semanas, algo deve ter ocorrido: a Câmara decidiu fazer com que a referida página deixasse de ser representativa do Canil, passando a ter uma página própria, num processo a que chamou de reestruturação.

Entretanto, essa página já viu a luz do dia. E só apetece perguntar como Ricardo Araújo Pereira e Manuela Ferreira Leite: "Mas que brincadeira vem a ser esta?".

O responsável pela mudança, certamente, nada entende de comunicação sobre canais web! Arrisco mesmo dizer que nunca viu a anterior página nem a dinâmica que ela tinha! E que isto só pode ser para desviar atenções no momento particular que vivemos... Trata-se de uma página estática, com 4 fotos (pequenas), sem qualquer informação complementar sobre os animais. Quase anedótico, não fora o facto de estas manobras terem repercussões ... na suas vidas. Circulam alguns emails sobre este assunto, o Sr. Presidente da Câmara já fez algumas declarações aos jornalistas, mas de concreto, apenas vejo que se deitou por terra um bom trabalho, sem qualquer intenção de o manter, quanto mais de o melhorar! Triste, muito triste.
Já se sabe que é sempre mais fácil destruir que construir; mas que há nesta história muita incompetência, mesquinhez e interesses pouco claros, disso não tenho dúvida.

Deixo o desafio: se descobrirem a página do Canil Municipal, digam o que vos parece.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ciência e Auto-Estima


Iniciou-se hoje o "4th Asian Congress on Autoimmunity" em Singapura, um dos maiores eventos mundiais da especialidade.

Enquanto passava os olhos pelo Programa Científico, resolvi fazer uma busca para saber quantos dos trabalhos a apresentar iriam de Portugal. Descobri que são 6, todos da autoria da mesma equipa e serão apresentados amanhã. Apesar de não estar mencionado no programa, trata-se de uma equipa formada por investigadores da ULS da Guarda, a propósito da qual já aqui tinha deixado um Post.

Tudo isto para dizer que amanhã, durante as apresentações, a Guarda será a face visível de Portugal para muitos especialistas em Imunologia, nomeadamente orientais. E que em momentos como este a nossa auto-estima se eleva e sentimos que a nossa cidade tem um imenso potencial que por vezes não é valorizado, que são aqueles que cá vivem e que diariamente dão o seu melhor ao trabalho que desenvolvem.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ciência na Guarda


Foi recentemente publicado no Journal of immunoassay & immunochemistry um artigo relativo a um trabalho de investigação integralmente conduzido e produzido na Guarda, no Serviço de Patologia Clínica do Hospital Sousa Martins. O facto prova que é importante que a Guarda tenha instituições e pessoas interessadas e motivadas para produzir conhecimento (fazer ciência) e não em atingir estatísticas. E prova ainda a importância de fixar na Guarda Quadros Técnicos, que lhe dêm uma dimensão e projecção internacional.

A Guarda já foi a cidade da saúde, no contexto português; e teve, por isso mesmo, um Hospital/Sanatório de grande importância à época. Hoje, o Hospital prepara-se para crescer e é importante que sirva uma população que já hoje é bastante envelhecida - com tendência para o ser cada vez mais - mas também é importante como instrumento de desenvolvimento a vários níveis, entre eles a afirmação da região como produtor de serviços globalmente transacionáveis e de conhecimento - factores que não são sensíveis à localização geográfica.


(Declaração de Interesse: Patrícia Fonseca, uma das autoras do trabalho, é minha mulher; a importância deste trabalho tem todavia sido reconhecida a vários níveis: foi a base da tese de Mestrado que defendeu em Dezembro passado com nota máxima e foi apresentado em Congressos Internacionais de Imunologia, tendo recebido inclusive um convite para ser apresentado pelos autores)

sábado, 22 de agosto de 2009

(In?) Justiças

1. Foi por estes dias libertado, por razões humanitárias (cancro em fase terminal) um dos autores materiais do atentado de lockerbie, que havia sido condenado a prisão perpétua por um tribunal Inglês. Apesar de os nosso instintos mais primários nos poderem sugerir que alguém que comete uma monstruosidade daquelas não merece qualquer consideração (ou que merece uma morte lenta e dolorosa), manda a elevação que se reconheça que só uma democracia plena e avançada (como a Inglesa) teria aquela atitude! É obviamente "perturbador" (como referiu o Ministro Inglês da Justiça) ver alguém que cometeu tamanha ignomínia ser recebido como heroi nacional, mas essa é outra questão. Para mim, acho que é uma grande lição que o Reino Unido deu ao mundo, inclusive aos Estados Unidos, apesar das críticas do seu Presidente. Que não podemos estranhar, tratando-se de uma nação que mantém no seu ordenamento jurídico a pena de morte.
2. Ouço e leio muitos comentários, a propósito do (mau) funcionamento da nossa justiça, clamando que neste ou naquele caso, por vezes por "dá cá aquela palha", teria de ser aplicada prisão imediata. Devemos entender que no nosso sistema jurídico a privação da liberdade é a pena maior que pode ser aplicada, donde deve ser inequívoca a gravidade da situação em que pode ser utilizada. Por isso, essa atitude de "deviam era ser presos", ou "a polícia deteve-os mas o juiz libertou-os no dia seguinte e aguardam julgamento em liberdade" irrita-me um bocado e cheira-me nalguns casos ao pior que havia no regime "da outra senhora". Mas não posso compreender de todo que os responsáveis pelo tiroteio da semana passada na Rua da Corredoura (na Freguesia de São Miguel) aguardem julgamento em liberdade, com termo de identidade e residência!!! Trata-se de gente que disparou mais de 10 tiros numa das zonas mais densamente povoadas da cidade, em pleno dia; sei que várias pessoas temeram pela sua segurança (a "peripécia" foi-me contada pelos meus Pais, na primeira pessoa). Então uma pessoa que é capaz de uma atrocidade daquelas, no meio da cidade, passeia-se calmamente pela rua? Que sentimento de segurança transmite o Estado aos seus cidadão nestas circunstâncias? É este o contrato social que tem com os habitantes e transeuntes daquela zona?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

XIX Beirartesanato



Na semana passada decorreu no espaço do Parque Urbano do Rio Diz mais uma edição da Beirartesanato.

Confesso que quando soube da mudança de localização - costumava realizar-se no Jardim José de Lemos - fiquei bastante reticente: achei que retirar o evento do centro iria pejudicar a sua visibilidade e com isso fazê-la perder visitantes, porque a zona da Estação ainda é relativamente periférica. Nem fiquei muito convencido quando ouvi o Sr. Presidente da Câmara dizer que a cidade é hoje policêntrica e que o que se fez foi aproveitar esse facto e mudar a feira para uma das outras "centralidades" da cidade. Não fiquei nessa altura, nem o estou agora, que constatei o sucesso da mudança de localização da feira. Que muito se deve ao programa de animação da feira, que foi na minha opinião o principal motivo para o sucesso - em termos de número de visitantes - que ela teve. Desloquei-me lá 3 ou 4 noites e em qualquer delas pude verificar que havia muita gente. Não tenho conhecimento do número estimado de visitantes, mas do que vi parece-me que há-de ter sido superior ao de anos anteriores, o que traduzido em potencial de negócio traz um incremento importante ao evento. Por outro lado, o facto de se tratar de um espaço amplo, bem tratado e com bastante estacionamento também há-de ter contribuído para o sucesso da edição deste ano.
Mas constatei também que a zona que geralmente denominamos "centro da cidade" esteve praticamente deserto durante o tempo em que o evento decorreu, o que contraria o tal policentrismo...
Assim, parece-me previsível que a localização se mantenha em próximas edições, com benefício para visitantes, expositores e organização, e sem os prejuízos na circulação de automóveis e estacionamento que a realização da feira no centro da cidade sempre traz. Parabéns à Organização pela iniciativa e, mais importante, por continuarem o seu esforço na melhoria da organização da feira.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Empreendedorismo (II)

A propósito do que referi no meu post anterior, lembrei-me de um artigo que escrevi publicado no Jornal O Interior em Julho de 2007 sobre o mesmo tema. Acho interessante reproduzi-lo aqui, com o devido enquadramento: foi na sequência de uma sessão de trabalho entre empresários da região e representantes do Governo, nomeadamente o Secretário de Estado do Emprego e o Secretário de Estado da Indústria e Inovação (cito de memória). Aqui fica:
"Na semana passada, reuniram na Guarda com empresários da região, representantes do Governo, numa sessão de trabalho subordinada ao tema “Investimentos e Empreendedorismo no Distrito da Guarda”. Nesta reunião, foram auscultadas as opiniões de todos quantos quiseram contribuir com a sua intervenção e foram ainda anunciadas medidas que o Governo se propõe tomar, das quais destaco o envelope financeiro que vai (finalmente) ser disponibilizado para a PLIE e o apoio a um Centro de Incubação de Empresas, ambos projectos em que a Câmara Municipal é entidade Promotora.
Se a primeira revela o reconhecimento da valia para a região em particular, e para o País em geral, de uma estrutura que permitirá a implantação de um conjunto de empresas que pretendam beneficiar de serviços de apoio, numa lógica de localização centrada na competitividade logística, já a segunda vem na sequência de um conjunto de medidas que o Governo tem vindo a adoptar para a promoção do empreendedorismo, que só peca por tardia.
A criação na Guarda de uma Incubadora de Empresas (de base tecnológica) constitui para a região uma excelente oportunidade de ver surgir aqui um conjunto de empresas geradoras de valor e capazes de fixar e atrair quadros qualificados, numa lógica de ciclo virtuoso , no qual há muito se deveria ter apostado como motor do desenvolvimento regional.
Todavia, se para alguns, a obtenção dos apoios disponibilizados e a capacidade de colocar os projectos em funcionamento é o fim de um ciclo, outro mais desafiante se inicia: o de com estas estruturas recuperar algum do atraso da região, arrepiando caminho, numa lógica de comparação com os melhores ou, se quisermos, de benchmarking, e de adopção das melhores práticas em matéria de apoio ao empreendedorismo. E aqui, todos temos responsabilidades a assumir: entidades oficiais, instituições de ensino superior – com destaque para o IPG – mas também os empresários da região.
Em Março passado participei no “Unispin Winter Workshop” da TII (uma associação europeia para a transferência de tecnologia, inovação e informação industrial, disponível em
www.tii.org), em Lausanne; das comunicações a que assistimos, destaco 2, sobre os programas de apoio ao empreendedorismo de 2 Universidades do Norte da Europa (Linköping, na Suécia e Twente, na Holanda) especialmente bem sucedidos. Tanto, que esses programas têm sido “vendidos” a outra Universidades, da Europa e dos Estados Unidos. E se houve um ponto comum às 2 comunicações que imediatamente foi possível identificar foi o envolvimento de empresários sénior, com experiência no lançamento de novas empresas e em novos mercados, como factor crítico para o sucesso destes programas.
Resulta daqui que, para além da instalação das empresas, o apoio aos empreendedores passa necessariamente por uma conjugação de instrumentos e ferramentas de gestão, onde obrigatoriamente pontificam o coaching e a tutoria.
Mas o desafio pode e deve ir ainda mais longe: fugir ao estereótipo criado à volta do empreendedor (como sendo os quadros recém-formados e professores envolvidos em spin-offs académicos) e fazer uma clara aposta na promoção de spin-offs empresariais, partilhando o risco e capitalizando a experiência e cultura empresarial destes actores, criando-se assim um ambiente dinâmico, propício ao aparecimento de novas empresas, aproveitando todas as potencialidades existentes.
Em suma, muitas portas podem ter sido abertas com os compromissos assumidos na semana passada; mas atravessá-las e ocupar os lugares disponíveis cabe a todos nós, que insistimos em viver, trabalhar e desenvolver a região da Guarda.

Por: Rui Ribeiro, P.G. Gestão de Empresas
rui.ribeiro.0@gmail.com
"

Centro de Negócios Transfronteirço


Por uma questão de justiça, não posso deixar de falar do tema, apesar do atraso com que o faço (justificado no meu post anterior).

No Soito, foi inaugurado, no passado dia 20 de Junho, o Centro de Negócios Transfronteiriço. Trata-se de uma Incubadora de Empresas/Negócios, com assumida vocação transfronteiriça, que deverá servir a população do Soito e localidades vizinhas.

Tive a oportunidade de assistir à inauguração e de visitar as instalações, que decorreram em simultâneo com a Gala das Empresas do Jornal Nova Guarda e fiquei muitíssimo bem impressionado.

Pegou-se num problema existente há já algum tempo - uma fábrica de refrigerantes encerrada, num local privilegiado da localidade - e com planeamento e imaginação criou-se uma potencialidade enorme para os empreendedores de toda aquela zona, que passaram a contar com uma estrutura que lhes vai facilitar imenso o arranque de novos projectos de negócio! Estão pois de Parabéns!

A distribuição do espaço disponível permite albergar comercio, serviços e pequenas indústrias, com acessos próprios para cargas/descargas e permite a partilha de serviços de apoio, libertando as empresas instaladas de alguns custos.

Pena tenho eu que a Guarda não disponha até hoje de uma estrutura semelhante, apesar de aqui existirem outros serviços que têm todo o interesse numa estrutura como aquela: IPG, Associações Empresariais, Câmara...

Já tive oportunidade de referir que há cerca de 2 anos surgiram notícias dando conta dessa intenção, mas até hoje não conheci qualquer desenvolvimento no que seria uma infra-estrutura essencial para a Guarda fixar empreendedores e transformar potencialidades (que por si só não trazem o desenvolvimento que queremos para a Guarda) em negócios, em criação de riqueza.

Francamente, e aproveitando a "onda" eleitoral que se avizinha, gostava de ver os candidatos comprometerem-se nesse sentido.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Debate



Só há dias tive oportunidade de ouvir o debate entre os Presidentes das Comissões Concelhias do PS e do PSD.


Do que ouvi, achei o debate pouco interessante, demasiado morno... Foi essencialmente um debate político, em que se falou muito do passado e pouco do futuro, que é o que a mim me interessa, já que sobre o passado nada há a fazer excepto talvez manter o bom e aprender com o mau.


Mas houve uma coisa que foi dita que me soou a enormidade: referiu Virgílio Bento que, com o empréstimo do Ministério das Finanças para restruturação da dívida da autarquia, transformando dívida de curto prazo em dívida de médio/longo prazo, se iria "injectar" dinheiro na economia local e, dessa forma, dinamizar o meio empresarial. Ora dizer uma coisa destas é brincar com os empresários a quem a Câmara deve dinheiro por fornecimentos, nalguns casos há vários anos! Ou seja, dívidas que deveriam ser pagas no máximo 30 dias após o fornecimento e que se mantêm por pagar há imenso tempo. Obrigando desta forma os fornecedores a sustentar a falta de rigor de gestão da Autarquia.


Eu até percebo que os empresários não queiram fazer grande eco desta questão: a Câmara é um grande consumidor, com um peso relativo muito elevado no mercado local, e poucas empresas estão em posição de abdicar de ser fornecedoras de uma entidade com tanto peso. Já não compreendo que o líder da Concelhia do PSD deixa passar esta questão em branco...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Mais Ilustres Guardenses

Hoje, pela manhã, recebi notícias de mais ilustres Guardenses: o Prof. Dr. João Queiroz foi eleito Reitor da Universidade da Beira Interior, numa eleição entre ele e o anterior Reitor. O Prof. Queiroz já era Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde daquela Universidade, pelo que tem provas dadas na Direcção de Organismos e equipas; para quem não sabe, é natural da Guarda.
Também vários jovens, representando o Polo da Guarda da Associação Portuguesa de Crianças Sobredotadas, venceram ontem numa das categorias de um concurso mundial de robótica realizado nos Estados Unidos.
Parabéns a ambos, que com o seu trabalho e dedicação honram o nome da sua terra!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Ainda a PLIE

Foi esta semana publicado o "Regulamento Municipal de Atribuição de Lotes para a Instalação de Actividades Económicas". Assim, de acordo com o Sr. Presidente da Câmara (e Presidente do Conselho de Administração da PLIE), pode dar-se início à venda dos lotes de terreno na PLIE e na ALE contígua.
Reconhecendo que é um passo em frente em todo este processo, é também, em minha opinião, um enorme erro estratégico esta forma de actuação. Já tive mesmo oportunidade de o transmitir ao Sr. Presidente da Câmara...
Penso que o que as empresas procuram na Guarda não são lotes de terreno; nem para os vender seria preciso constituir uma sociedade como a PLIE! O que faz falta na Guarda são soluções de localização empresarial. Que passam naturalmente pelo terreno para implantação de edifícios, mas que vão muito para além disso.
O que deveria ser comercializado pela PLIE seriam soluções de localização empresarial: terreno, projecto pré-aprovado, entidade construtora e solução de licenciamento. Além da gestão do espaço envolvente e demais actividades decorrentes da gestão de um moderno Parque Empresarial, como sejam a captação de novos negócios na sequência do Plano de Desenvolvimento Estratégico, promoção, etc.
Assim se conseguiria ser competitivo na oferta de soluções, criar um espaço com uma identidade arquitectónica consistente e, com algum envolvimento de empresas locais, conseguir que muito do investimento fosse distribuído por empresas da Guarda (por exemplo na contratualizaçao da construção).
Mas não é nada disto que vai acontecer: vão-se vender lotes de terreno, os compradores terão de passar pelo calvário habitual da fase de projecto e licenciamento de construção, vão ser contratadas construtoras de fora que darão pequenas empreitadas aos locais, ficando eles com a parte de leão do negócio e o parque vais ser mais um igual a tantos outros, sem um elemento que o diferencie enquanto tal, já que a sua localização privilegiada, essa sê-lo-á por alguns anos...
A PLIE ainda tem condições para ter algum sucesso e a ser uma âncora empresarial importante para a região da Guarda. Mas comparada com o que poderia ser, vai ficar, pelo menos para mim, a saber a pouco...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ilustre Guardense

Ao ler este post no blog Cafe Mondego, lembrei o companheiro que era Rui Costa nos tempos em que estudámos juntos, entre o 5º e o 8º ano. O Rui não era - como provavelmente hoje não é - um génio; era um miúdo normal, que alinhava nas brincadeiras do grupo, sempre muito bem disposto, um aluno trabalhador. Era o "fornecedor" oficial de música nas festas, com o seu enorme gravador portátil.
O seu percurso após ter terminado os estudos superiores, fruto do empenho que coloca no seu trabalho, trouxe pelo menos a recompensa do reconhecimento público da importância daquilo que faz. Imagino, se o Rui não mudou muito, que lhe traga também imenso prazer pessoal! Ainda não há muito tempo o encontrei por cá, por alturas de um Natal, e das breves palavras que trocámos fiquei com a ideia que se mantém, no essencial, o Rui que conheci na adolescência.
Por isso fiquei feliz em saber que o trabalho do Rui foi distinguido - por que é disso que se trata - com a publicaçao na revista Nature Neuroscience.
Parabéns Rui!