26.7.12

Despedida de Gotham City

E outra novidade no site da HQCon: aproveitando que hoje estreia no Brasil a aguardada conclusão da saga de Batman dirigida pelo britânico Christopher Nolan, vai ao ar minha resenha sobre o longa-metragem. Lembrando que este além de ser o ano dos filmes de super-heróis no cinema é também aquele em que vai ser publicada a coletânea dedicada a eles pela Draco, na qual sou um dos contistas. Segue o início do texto e o link:





O ano que vai entrar para a história das adaptações cinematográficas de quadrinhos começou muito mal, lá no final de fevereiro, com a continuação deMotoqueiro Fantasma, um dos piores filmes já feitos, independentemente de gêneros. O nível subiu muito com a esperada reunião de franquias da Marvel em Os Vingadores, terceira maior bilheteria de todos os tempos e um banquete para os fãs novos e antigos do grande time de protagonistas daquele projeto. Atualmente ainda nos cinemas, o reboot de Homem-Aranha divide opiniões, mas sem dúvida é uma obra acima da média e que renova a esperança no personagem, depois do desastroso último filme de Sam Raimi. E agora é a vez da estreia de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, que chega às salas de projeção nesta sexta-feira para encerrar de maneira épica um novo ciclo do herói com o maior número de adaptações de todo o plantel à disposição das grandes editoras. Se Superman vai chegar brevemente ao sexto filme e o citado Homem-Aranha acabou de ir para o quarto, a sétima película a ter o Homem Morcego no título conclui de maneira brilhante o trabalho que Christopher Nolan vinha desenvolvendo desde 2005, quando estreou a trilogia que sepultou de vez a memória ruim deixada pelos quatro filmes cometidos contra o defensor de Gothan entre os anos 80 e 90.

 Nestes sete anos, o diretor conseguiu imprimir sua visão a este ícone da indústria cultural de maneira não só a criar um universo novo e coerente para um produto que tem mais de 70 anos de existência, como ainda influenciou várias produções que saíram do papel nesta última meia década. Se, por exemplo, uma franquia tão longeva quanto a de James Bond adotou a estratégia de voltar às origens com Cassino Royale, de 2006, muito se deve ao sucesso deBatman Begins. De maneira ainda mais direta, a abordagem realista e pormenorizada daquele primeiro filme, se tornou um paradigma para o que se deve esperar da adaptação de um super-herói retirado dos quadrinhos. Agora, resta torcer para que os próximos trabalhos do tipo a ganharem a aprovação dos estúdios, bem como os que estão em andamento, guardem um pouco da qualidade da trilogia protagonizada por Christian Bale até este capítulo final. Caso isso ocorra mesmo, cinéfilos e fãs de quadrinhos só têm a ganhar, pois desde já, é preciso reconhecer a competência do trabalho feito nestes três filmes, um verdadeiro marco para a história das adaptações das HQs nos cinemas.

A novidade chegou

Avisei dias atrás que havia uma novidade a caminho e ela acaba de estrear (o que não quer dizer que não haja outras vindo por ai). O novíssimo site da HQCon, acaba de ir ao ar. E com ele, minha coluna que terá o nome de O Comendador, na qual pretendo falar um pouco sobre ficção científica, quadrinhos e afins. Um espaço que recebi dos organizadores do evento e da página, Diego Moreau, Ester Gewehr e José Mathias. Na primeira manifestação daquele espaço, destaco em primeira mão uma outra novidade (eu avisei): o prefácio que fiz para o livro Retrofuturismo: Compêndio do Comendador Romeu Martins sobre Variantes do Punk e suas Associações Inimagináveis.

Isso mesmo, para meu prazer e minha honra, virei subtítulo de uma coletânea que deve ter uma proposta inédita em escala mundial. Pela primeira vez um livro procura apresentar exemplos dos mais diversos retrofuturismos, não apenas do steampunk, dieselpunk e dos mais famosos. Uma ousada aposta editorial da Tarja, cujos editores Richard Diegues e Gian Celli me deram esse presente extra de batizar o livro com meu nome. Então, segue ao mesmo tempo o link e um trecho das duas novidades:



Punk. Esta palavra faz parte do vocabulário inglês desde os tempos de William Shakespeare (1564-1616), portanto há mais de meio milênio, na época em que o poeta e dramaturgo a utilizava para se referir a prostitutas. Já estava lá o sentido que o termo viria a ganhar com o passar dos séculos designando os tipos marginais, aqueles que desafiam a ordem estabelecida, a moral e o humor oficiais, o status quo, enfim.

 O termo entrou de vez para o contexto contracultural nos anos 70 do século XX, quando John Holmstrom e Legs McNeil lançaram um fanzine batizado com aquelas mesmas quatro letras acompanhadas de um ponto de exclamação, no qual eles passaram a radiografar um novo tipo de música e de comportamento assumido por jovens de vários cantos do mundo. Tão influente foi aquela revista de fãs para fãs que seu título serviu mesmo para denominar o Movimento Punk que ganhava as ruas de Nova Iorque, Inglaterra e outras partes do planeta. Brasil incluído. Eram os tempos de Ramones, Sex Pistols e Restos de Nada.

 Foi na década seguinte que a tal expressão invadiu a praia que mais nos interessa aqui, a da literatura fantástica, mais explicitamente, da ficção científica. O alcance do lema “do it yourself” em diversas vertentes artísticas, começando pela música, mas seguindo pelos quadrinhos, pelas artes plásticas, pelo cinema e afins, foi tamanho que os escritores não poderiam deixar de se influenciar e também dar continuidade àquela revolução em suas especialidades. Assim surgiu em meados dos 80 o cyberpunk, uma nova abordagem da velha FC, na qual não havia mais a crença no progresso desenfreado melhorando a vida de todos indiferentemente; o triunfo do american way of life alcançando todo o universo conhecido e além.

 Nada disso. High tech, low life era o novo mantra de uma geração de desencantados, capitaneada pelo canadense William Gibson e pelo texano Bruce Sterling, que oferecia a seus leitores uma ficção especulativa muito mais crítica que a vista até então, bem menos ingênua, na qual avanços tecnológicos não eram mais o suficiente para tirar a todos da pobreza e da marginalidade. Sim, de um William a outro, do bardo inglês do século XVI ao canadense do XX, a ênfase ao lado punk da vida continuava incólume com o uso daquela palavra que marcava antes de tudo um posicionamento crítico dos que fizeram parte de um novo Movimento, o Cyberpunk.

 Continua

23.7.12

HQ sangrenta HQ - os teasers

Deem só uma olhada nas chamadas que Victor Conceição fez para nossa HQ weird western que adapta meu conto "Domingo Sangrento Domingo".

O protagonista

Sua parceira

O coadjuvante

Este vosso criado

O artista

E para ver mais estudo e artes incríveis do Victo Conceição, não deixer de visitar o álbum do cara.

Nanozine Steampunk

Dica do escritor e tradutor português Jorge Candeias, um dos autores da Vaporpunk: a revista lusitana Nanozine está com uma edição especial, totalmente dedicada ao steampunk, disponível para download. Na publicação, além de ficção e entrevistas sobre o tema, uma história em quadrinhos (ou banda desenhada), está esperando por leitores dos dois lados do Atlântico. A edição número seis do zine pode ser baixada aqui, mas antes deem uma olhada na beleza de capa que produziram para a publicação.


Steampunk Adventures

Um novo evento em São Paulo inspirado no gênero literário e artístico favorito deste blog está marcado para o próximo dia 25 de agosto. O Steampunk Adventure vai reunir DJs, perfomances, declamações de poesias, moda, gastronomia em um endereço privilegiado da capital paulista: a rua da Consolação, nos Jardins. Iniciativa do grande nome da moda steamer em nosso país, Lili Angélika, o evento pretende atrair frequentadores da cena gótica da maior metrópole brasileira. Confiram neste endereço todas as informações  sobre o assunto e abaixo confiram a imagem de um dos flyers que estão circulando pra promover a festa.


21.7.12

Sherlock Returns

Recentemente escrevi sobre o segundo livro da série Jovem Sherlock Holmes, do inglês Andrew Lane, que narra pela primeira vez, e de maneira oficialmente aceita pelos guardiões do espólio do personagem, o período de formação do maior detetive de todos os tempos. Tais romances juvenis não são a única iniciativa em andamento com o objetivo de ampliar o que sabemos sobra a imortal criação de Sir Arthur Conan Doyle. Por indicação de um de meus editores na primeira coletânea nacional sobre Holmes, escrevi para o ótimo Amálgama uma resenha sobre a obra de outro escritor que conseguiu a mesma autorização para dar continuidade ao Cânone. Anthony Horowitz é o segundo escritor da Inglaterra a receber tal honraria que fez por merecer com seu livro A Casa da Seda, publicado no Brasil pela Zahar. Logo abaixo, os leitores desta página podem conferir o início de minha crítica a este novo romance de Sherlock Holmes.




No conto “A ponte de Thor”, John H. Watson revela que “em algum ponto das abóbadas do banco Cox & Cia., na Charing Cross, existe uma caixa de estanho com vários documentos” relacionados a seu amigo de toda uma vida. Seriam casos que, por um motivo ou outro, jamais deveriam vir a público na forma de um texto escrito pelo biógrafo do gênio de Baker Street. Publicada originalmente na edição de Strand Magazine de fevereiro/março de 1922, aquela história curta interessa particularmente aos brasileiros por nos dar a oportunidade de vermos o Grande Detetive investigando a morte de uma compatriota nossa, uma certa Maria Pinto, casada com um milionário americano e morando em um vilarejo inglês. Já para os apreciadores em geral das histórias criadas por Arthur Conan Doyle (1859-1930), a narrativa tem esse sabor extra de tornar oficial o desejo de muitos leitores: o de que houvesse novas aventuras da dupla para além do chamado Cânone, formado pelos quatro romances e 56 contos oficialmente aceitos como sendo casos de Sherlock Holmes. Passados mais de 80 anos da morte do autor original daqueles personagens, eis que um dos famosos documentos daquela caixa de estanho vieram a público na forma de um novo livro, ficcionalmente escrito por Watson, mas na realidade assinado por um continuador do Cânone, Anthony Horowitz.

 Anunciado como “o novo romance de Sherlock Holmes” na capa, A casa da seda conta mesmo com a aprovação oficial da Conan Doyle Estate Ltda., a entidade que protege os direitos do autor principalmente nos países nos quais a obra dele ainda não esteja em domínio público. Horowitz, um premiado escritor e roteirista de seriados policiais para a TV, junta-se assim a Andrew Lane, autor da série de livros Young Sherlock Holmes, que vem sendo publicada no Brasil pela Intrínseca, como os únicos privilegiados a obter a autorização oficial para dar continuidade ao legado de uma das maiores e mais famosas criações literárias de todos os tempos. Porém, o trabalho visto neste romance é ainda mais ambicioso que o da série de livros juvenis de Lane, pois ele pretende mesmo ser um acréscimo sem arestas ao conjunto da obra que, entre Um estudo em vermelho, de 1887, e o conto “O velho solar de Shoscombe”, de 1927, registrou a passagem de Sherlock Holmes como detetive consultor em Londres.

Continua

20.7.12

Homem de Ferro dieselpunk

Resenha nova no site UniversoHQ, e mais uma vez volto a uma de minhas séries favoritas dentro do que a Marvel anda produzindo nos últimos anos. Em seu universo Noir, a editora americana tem publicado versões de seus mais famosos personagens como se eles fossem ativos durantes os anos da Grande Depressão, a década de trinta do século vinte. Na ambientação clássica dos filmes noir, alguns dos seus super-heróis vivem histórias com teor mais realista e pessimista, dando origem a abordagens inéditas para velhos conhecidos nossos.

O protagonista da vez é a atual estrela da editora, cada vez rendendo mais lucro e exposição devido às aventuras vividas no cinema com encarnação do ótimo Robert Downey Jr. Homem de Ferro Noir, de Scott Snyder e Manuel Garcia, é também o mais retrofuturista dos projetos dessa linha de HQs, com Tony Stark e seu amigo James Rhodes indo para o campo de batalha com armaduras que são perfeitos exemplos do que seria um produto dieselpunk. Abaixo, os leitores do Cidade Phantástica poderão ver o início do texto:




Gênio, playboy, bilionário, filantropo. A famosa resposta atravessada que Tony Stark dá ao Capitão América no filme Os Vingadores também poderia servir para defini-lo nesta sua versão Noir, com uma única diferença: ele continua sendo um gênio, sem dúvida, e está mais playboy do que nunca.

 Pelo visto, também continua com investimentos filantrópicos. Por exemplo, financiando um mestrado em jornalismo para mulheres. Porém, nos anos 30 do Século 20, quando se passa a história, seria exagerado chamá-lo de bilionário.

 A diversão do milionário Tony Stark é se aventurar em diversos cenários exóticos do mundo, em busca de tesouros escondidos, indiferente à guerra mundial que se avizinha. Do conflito com os nazistas do qual seu país logo fará parte, ele só quer saber dos lucros obtidos vendendo armamento para os Aliados.

 Preocupações heroicas não são o que movem a personalidade daquele que parece ser o assunto único da revista Marvels - As aventuras dos grandes homens. Secretamente, o que ele busca é uma cura, seja científica ou mística, para o problema que carrega literalmente dentro do peito: uma grave doença cardíaca que exige intervenção de um mecanismo à base de eletricidade.

 Com este perfil, a última coisa que esperava era ter de usar as armaduras projetadas por seu pai, o veterano da Primeira Guerra Mundial e já falecido Howard Stark. Porém, os rumos que suas aventuras tomam atraem sujeitos que só poderão ser detidos por algo que pode ser descrito como um tanque de guerra sobre duas pernas.

Continua

17.7.12

Sherlock Begins 2

No segundo livro da série O Jovem Sherlock Holmes é fácil perceber que seu autor planeja mesmo consolidar uma fórmula em sua interpretação para os anos de formação do personagem criado por Conan Doyle. O também inglês Andrew Lane em Parasita Vermelho retoma os itens lançados no livro anterior, igualmente lançado no Brasil pela editora Intrínseca e resenhado aqui. Basicamente o escritor procura mostrar eventos definidores que despertam o interesse do futuro Grande Detetive enquanto o lança em aventuras cheias de ação durante a adolescência. Nesta oportunidade, temos a chance de assistir aos primeiros acordes que ele tira de um violino, durante uma travessia de navio a vapor entre Inglaterra e os Estados Unidos, acompanhado de seu tutor americano e da filha dele, Amyus e Virginia Crowe, na tentativa de resgatar o primeiro grande amigo do garoto, um pré-Watson chamado Matty Arnatt.

Nas cenas de aprendizagem de Holmes estão os melhores momentos da série. O ponto alto mesmo é quando o rapaz, aos 14 anos, tem que lidar com fato de que algumas de suas ações são diretamente responsáveis pela morte de outras pessoas, uma lição aprendida bem cedo por ele. O ambiente em que se dá tal lição na prática é a sala da caldeira do navio transatlântico em que eles viajam, que ganha ares de uma verdadeira locação do inferno na descrição hábil de Lane. É a melhor passagem da série até o momento, superando tudo o que foi visto em Nuvem da Morte, o tomo anterior, e dando uma boa expectativa em relação a Gelo Negro, a continuação já anunciada e com direito a prévia nas páginas finais deste volume.

Agora, os problemas em tal fórmula persistem. Novamente o plano do vilão da vez é algo esdrúxulo além da conta (por sinal, como no romance anterior, o autor voltou a caprichar nas esquisitices físicas e psicológicas do principal antagonista). O tutor de Holmes também persiste nas páginas do novo livro como um ótimo professor teórico, mas uma negação na prática, restando ao aluno a totalidade das ações que fazem a trama seguir em frente, sem uma assistência a altura do adulto que Mycroft deixou responsável por seu irmão caçula. Algumas dessas ações de Holmes acabam resultando em algo bem inverossímil, mais adequadas às necessidades do autor, deixando um ar meio forçado no enredo. Fruto da verdadeira overdose de cliffhangers que abundam a cada virada de capítulo, sempre tendo o jovem Sherlock como protagonista, eclipsando todo o elenco secundário.

Ainda assim, é uma série que está valendo a pena acompanhar e que, não à toa, recebeu autorização oficial dos herdeiros para narrar essa fase da vida do personagem que não foi explorada por seu criador originalmente. Ainda esta semana deverá sair uma nova resenha minha de um outro romance que também foi  agraciado com tal honraria: A Casa da Seda. Mas o livro de Anthony Horowitz foca na fase madura do detetive consultor de Baker Street. Em breve divulgo o texto por aqui.


15.7.12

A primeira coletânea steamypunk

Da mesma organizadora da bem-sucedida antologia Steampink, vem aí a primeira coletânea dedicada ao subgênero erótico do steampunk. Erótica Steampunk é uma inciativa da editora Ornitorrinco em parceria com Tatiana Ruiz. Confiram a capa:



As regras para participação desta nova iniciativa steamer podem ser lidas neste endereço no Facebook.

Por falar em novidade...

...o Nahuel aprontou novamente:


14.7.12

Tem novidade a caminho...

...aguardem.



Por José Mathias.