segunda-feira, agosto 31, 2020

Stalin


São 2 horas e um quarto de missa pelo quase deus Stalin. É curioso ver as caras e perceber que alguns foram ao desfile no velório só para ver que ele estava mesmo, mas mesmo morto. E a grande maioria das caras (claro que há algumas chorosas, mostram total indiferença, alguns a pensar antes ele senão era eu....
E é curioso ver os personagens que discursam no pódium da Praça Vermelha, um Béria, seria morto com requintes de barbaridade 3 dias depois, os outros dois, Malenkov e Molotov, passariam rapidamente a reforma compulsiva... e ver o vazio, a oquidão de todos eles...atenção não são actores....

Não conheço ninguém, nem mesmo uns velhos camaradas ainda membros do P.C.P. (que me dizem que irão estar noutro sítio....) que vá ao festival do Avante, festa do P.C.P. (onde por despautério foi em tempos o actual Presidente).
É me totalmente indiferente que haja ou não turbas a agitarem-se uns em cima dos outros neste.  O prejuízo, que irá acrescentar ao que já se acumula (pela teimosia, intransigência, dogmatismo, etc), será só dos que irão e que com grande probabilidade sairão de lá para o confinamento, o hospital ou pior, sabendo a idade média dos militantes do P.C.P.
E vai quem quiser, já informado de todos os riscos a que se sujeita, prezando eu a liberdade, e indo no dia que esta começa para bem longe, de onde volto já com o confinamento dos que lá forem a acabar.
Nada do que este partido está a fazer (vejam bem que há 6 meses não faz uma única, uma única proposta ou apresenta um, um projecto a não ser falar do mealheiro que é a festa) me surpreende.
Vou hoje à Culturgest ver um filme que me dizem ser histórico sobre o funeral de Stalin, que ainda hoje é idolatrado por militantes comunistas e está na alma do partido, que é certo nunca teve como o seu extinto congénere (estão quase todos excepto o da China e do camarada Kim) o P.C.E. que titulava brigadas "Ramon Mercader", ou "Piolé" (picareta, não preciso dizer a função....), na linha do que fizeram a Andrés Nin.
É pena, mas é a vida. O P.C.P. está infectado há muito, muito tempo, e não reconhece o vírus e não procura adaptar-se ao tempos modernos, em nome dos trabalhadores e do povo, que classe operária há muito não é falada  nem sequer vista!
É a vida, com as alterações das condições produtivas alteram-se as relações de produção, com novos procedimentos de comunicação alteram-se os processos de gestão socio-políticos, mas para eles Stalin continua vivo nos corações do membros do partido, e a língua de pau continua a dominar o discurso, a cassete.

domingo, agosto 30, 2020

Uma revista que alterna o excelente com o medíocre, claro segundo as perspectivas do leitor e a sua formação.
O número de Setembro é de uma pobreza confrangedora.
não se esqueçam que é o nosso Filipe III, o resto está ao mesmo nível.
Já a Quercus, não confundir com uma coisa portuguesa, é sempre interessante, embora este número tenha menos matérias.
Uma boa reportagem sobre o camalote, jacinto d'àgua, artigos simpáticos sobre abutres e outras necrófagas (a evolução não pára!), e uma notícia sobre a 1ª condenação pela morte de u  lobo, em Espanha! além dos artigos dos cronistas habituais.

sábado, agosto 29, 2020

Tenho procurado desmistificar a campanha do medo, que tem graves consequências sociais e individuais, ligada ao corona.
Infelizmente temos um jornalismo de sarjeta, além dos locutores dos telejornais, uns incapazes, e vamos continuando a ouvir disparates em cima de disparates.
Hoje um artigo, que se bem que algumas falas corporativas, não há que criticar os "colegas" Deusdado, novamente nos traz de volta a alguma realidade.
É isto, quase:
https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/daniel-deusdado/covid-e-gripe-bons-testes-hospitais-preparados-mas-o-pais-nao-tem-de-parar-12560237.html
mas as paranóias e obsessões continuam....

sexta-feira, agosto 28, 2020

Não há dúvidas, como diz e repete o outro "Somos os melhores", suspira, aspira... (...)


“Quer esteja a chover ou não, o ar em Portugal tem uma felicidade particular e as pessoas desse país deviam ser tão felizes e prósperas como qualquer povo do mundo. O país tem uma situação magnífica e grandes territórios ultramarinos. Lisboa é o porto natural da Europa para a América do Sul e para a África ocidental. As oliveiras, as laranjeiras e espécies semelhantes podem ser aqui cultivadas nas melhores condições possíveis. A riqueza mineral é muito diversa e extensa, embora em larga medida inexplorada, e inclui filões radioativos de importância mundial. E por aí fora. Existem todas as condições para haver uma grande prosperidade. Mas, de facto, nunca vi uma nação com um aspeto tão pouco próspero. Uma enorme pobreza prevalece em toda esta terra. Nunca vi em lado nenhum do mundo, nem sequer na Rússia, trabalhadores tão andrajosos, tão remendados e esfarrapados, tão manifestamente malcuidados e subnutridos. E há também numerosas doenças que podiam ser prevenidas. As mulheres estão velhas aos 30 anos, dando à luz filhos que vão morrer; os homens estão corcundas aos 50. As casas mais pobres são casebres, e metade da população é analfabeta. E, no entanto, não se trata de uma população inferior. (…)
Porque é este povo tão conspicuamente pobre? Porque é que as estradas são tão abomináveis que mesmo entre este meu próspero e agradável idílio do Estoril e a cidade de Lisboa, a 12 milhas de distância, uma viagem de automóvel é uma aventura perigosa? Porque ficam as minhas cartas e telegramas a apodrecer nos correios de Lisboa e porque é que toda a gente diz que as coisas vão de mal a pior e espera remédios tão violentos como uma ditadura? Em nenhuma outra parte da Europa o enigma do declínio europeu se coloca de uma maneira tão crua como aqui neste lugar de sol ventoso, cores alegres e belezas naturais.
(…) Os comboios em Portugal estão num estado miserável e as estradas metem medo. Por todo o lado se veem sinais evidentes de uma administração incompetente ou corrupta. Um pequeno país como este, com uma moeda instável, não consegue assegurar uma educação moderna para o seu povo. Não existe um público que leia o suficiente para manter uma imprensa com poder e uma literatura de crítica política. Os ministros não são suficientemente vigiados. E, sobre as coisas que se passam nas colónias portuguesas, dificilmente podemos saber alguma coisa lendo a imprensa portuguesa. Parece que não existe opinião pública que olhe para lá. Os portugueses que enriquecem nas colónias depositam e investem o seu dinheiro no estrangeiro, em geral, em Londres; há uma saída permanente destes tributos do Império Português para os estados maiores e mais estáveis. Em nenhum lado da Europa se tem um sentimento tão intenso de um país penhorado ao capital guardado lá fora”.
H.G.Wells, citado por Carlos Fiolhais no I de 2/7/20
(...) "Somos mesmo os melhores!"

quarta-feira, agosto 26, 2020

Recordo de já ter lido, certamente noutra edição, sem o notável complemento de Pierre Clastres, e de já então o ter classificado. É claramente um dos meus, dos meus referentes, um liberal intratável, um libertário esclarecido.
lê-se e Trump e os que o fazem, lhe dão apoio, querem, gostam de ser espezinhados, servir o dono, não nos saí da cabeça. E todos os trumps que por aí abundam, cujos nomes poderiam encher páginas e páginas.
O processo de domínio, de ser voluntariamente dominado, em lógicas de poder é igual seja em que sociedade seja. Reich que é mencionado "en passant" deixou-nos obras notáveis, acho incrível como a Análise Caracterial, um grosso volume 600 pgs, desapareceu das livrarias e mesmo nas bibliotecas é raro...mas talvez em brasileiro, que eles pelam-se por estas coisas
este, que também me pelo, está comigo há 40 anos!
O livro recua, também, ás minhas origens políticas e por ele passam todos, todos os meus que se lhes seguiram.... uma festa orgásmica.

terça-feira, agosto 25, 2020

Voltamos à estrada....
as actividades mineiras são das mais mafiosas que há hoje em dia. Empresas de fachada, projectos ruinosos para o interesse público, degradação ambiental por todo o lado, criação de postos de trabalho nula (quantos mineiros desempregados é que há nos locais onde querem esburracar? e quantos postos de trabalho vão criar, com gente de fora e as suas "acompanhantes"?) revitalização da economia local? antes o enorme afundanço de tudo o que é local e tradicional além de toneladas de lodos tóxicos e escombreiras abandonadas....
Esta vai acabar com os projectos mono-industriais de Alqueva (não que isso me importe muito) e as zonas de regadio intensivo, dado que o Táliga onde vão escoar todos os resíduos da produção ??? de ouro e cobre, entre os quais mercúrio, vai ter ao grande Lago, que já não está de muito boa saúde.

domingo, agosto 23, 2020

Por todo o país vamos encontrando situações como esta que o Fórum Cidadania Lx denuncia, e com cuja estou inteiramente de acordo.

Vejam o pequeno filme, que poderia repetir-se e repetir-se....

Palácio Silva Amado - o que é preciso acontecer para a CML e DGP intervirem?

https://youtu.be/AqxOyS38cwo
 



quinta-feira, agosto 20, 2020

Nada melhor que a poesia e os amigos para nos reconciliar!

terça-feira, agosto 18, 2020

A vida é também parte disto. A morte que nos acompanha, esperada ou inesperada.
A da Carmo era inesperadamente esperada. O cancer é, muitas vezes, maior que a vida.
Conheci a Carmo há alguns anos (talvez 15?) quando numa reunião associativa do lado do Rui d' Espiney  ela teve o condão de me fazer sair do sério, enquanto o Rui se intrigava a tentar localizar-me no tempo.
Diverti-me muito e embora nos tenhamos picado fiquei com aquela agradável sensação que era das minhas. O Rui já o conhecia....
Voltámos a conviver quando a descobri parceira do meu querido amigo Pedro Soares, e desde então trocámos simpatias.
Este ano tinha-me convidado para escrever uma prosa numa revista do Mundo Rural, e tínhamo-nos, pela última vez, encontrado numa área de serviço pouco antes da pandemia, onde a tinha deixado com umas críticas à ministra que encabularam um pouco a colega dela, não ela que se ria, com a disposição de sempre.
Tinha uma prenda para ela que certamente já não pode apreciar, um livro sobre a génese do sistema agro-rural francês.
A Carmo era uma militante da ruralidade e também uma alfacinha, era autarca em Lisboa e empenhava-se em criar uma alternativa ao descalabro desta gestão municipal.
Com o Pedro participou e partilhou a liderança da luta pelo encerramento de Almaraz, e com ela estive em diversas manifestações.
A Carmo vai fazer, faz muita falta. Aos amigos que a choram, também com a alegria imensa que ela carregava e que nos continuará a iluminar a memória.
Já num momento sem esperança dizia-me o Pedro que ela murmurava - vou ficar bem.
A honraremos.



segunda-feira, agosto 17, 2020

Passei um tempo de qualidade na Ler Devagar, onde comprei meia dúzia de livros.
Vou começar por ler um sobre um tema de grande actualidade e que vai directo ao fundo da (nossa) alma nacional, racista, prepotente, xenófoba, intolerante, machista, e outros males que esta carrega.
Somos isso tudo, também. Todos o somos, mesmo quando procuramos com inteligência e racionalidade e humanismo, descobrir os caminhos da iluminação.
Portugal é isso tudo e também os que lutamos por desenvolver o seu contrário, pesem os surtos que continuam a alastrar.
Não nos esqueçamos que há pouco tempo o racismo e os outros males e imbecilidades dominavam a maioria das cabeças nacionais. E hoje.... talvez.... talvez menos.... apesar de alguns sintomas tóxicos.
Não podemos ficar silenciosos, não podemos mostrar a mínima transigência com esta peste que pode alastrar.
A leitura, a reflexão, tem que ir paralela à acção.

sábado, agosto 15, 2020

Este é um dos excelentes artigos deste número especial da BOOKS!:
https://www.books.fr/animaux-apprennent-aines/
que tem vários de leitura obrigatória!
 um enorme prazer. Comprem, leiam, ofereçam, voltem a ler e olhem o horizonte!

sexta-feira, agosto 14, 2020

Só um mentecapto não tem neurónios para compreender que o humor, a sátira, a ironia, a crítica social não é senão isso!
numa semana em que deveriam andar em busca dos matrecos que sem darem a cara ameaçaram gente civilizada, que eles não são como é evidente dada a deficiência social e educativa de que padecem, quando as autoridades do Estado deveriam já ter detido essa matrecada, em vez disso alguám na P.S.P. decidiu ofender-se com a sátira.
Enfiou a carapuça! Será que era um desses?

quinta-feira, agosto 13, 2020

Acabo o meu retiro de águas, com uma manhã de balneário, 10 kms de caminhada à tarde e uma leitura, o último livro que trouxe, uma leitura leve e divertida, que se destina a livreiros e amantes de livros.....
por todo o país, lutando com muitas dificuldades temos notáveis livrarias, Este livro lhes é a todas dedicado!

terça-feira, agosto 11, 2020

Continuo a águas e caminhadas e leituras.
Hoje num almoço frugal discutimos as máscaras. Assino por baixo o texto contra estas. Fazem mais mal que bem. A Ordem dos médicos deve ter contrato com os fabricantes destas....
E se há infectados que se internem agora as pessoas sãs porque raio tem que se confinadas?
E não me venham com a conversa que ninguém sabe se está são, pois eu que não tive contacto com nenhum, nenhum infectado, não ando de avião há mais, muito mais de um ano e não contactei ninguém que o tivesse feito (esse sim é o grupo de risco que querem desesperadamente importar!), que só frequento locais saudáveis, eu não posso, não posso mesmo contrair o vírus, e não deixarei de protestar contra este Estado a caminho do totalitarismo da idiotice.
Sejamos claros, o vírus existe, as medidas cautelares e até o confinamento inicial (bastavam 15 dias!) foram certas, mas depois por pressão dos ignorantes dos locutores dos telejornais e de algum jornalismo da borda da chinela entrámos em desvario, com o auxilio (onde é que raio estavam?) de uma legião de pretensos especialistas, epidemiologistas da treta.
Tudo para formatar cabeças, dar curso a novos poderes de Estado e criar um mundo dominado pelo outro vírus. O vírus do medo. O medo dos contactos (que só contagiam que estiver contagiado!) o medo do outro, o medo, o medo.
Bom volto ás águas, ttodos os dias me destemperam, todos os dias me des-infectam, tudo é desinfectado vinte, trinta vezes em cada meia hora (os fabricantes de desinfectantes outros a crescer na bolsa!), não se vê ninguém nos percursos de caminhada (ao menos não temos que andar de mascarilha até que encontrem o dito na natureza, se calha nalguma formiga!), a leitura também não contagia, mas a máscara embacia os óculos!
Bom 6ª voltarei ao mundo da falsa realidade!

segunda-feira, agosto 10, 2020

Waldemar Bastos - Velha Chica

Uma memória, que fica!

domingo, agosto 09, 2020

A mafia dos fabricantes de sinais de trânsito, aqui no seu melhor, 8, embora só se vejam 6!, são oito sinais de trânsito, completamente, mas completamente inúteis.Todos!
mas alguém os comprou, deve ter ficado com uns trocozitos, e alguém os vendeu!

sexta-feira, agosto 07, 2020

Sem comunicação com o mundo, estou a águas, no local bastante isolado. Só tenho feito contactos meramente necessários, passeios, leituras de meditação.
Amanhã terei que ir à vila fazer uns pagamentos. Acabei um dos livros que trouxe e já iniciei outros dois.
Este tem cerca de 700 páginas, de facto 540 de leitura útil e já li um quarto.
Esperava outra coisa, mas é uma leitura de Verão, estórias da vida social enquanto se construia a cultura, alguma dela, europeia.
Claro que toda a realidade tem o seu reverso....este é um livro para encher também alguns buracos...
Já mais emocionante é o livro sobre a "Ecologia Radical" que põe em controvérsia Murray Bookchin e Dave Foreman, que embora estivesse guardado já quase o li. Uma discussão do maior interesse, que comentarei com mais detalhe aqui:
http://signos.blogspot.com/
Aqui fica o registo:

quarta-feira, agosto 05, 2020

Passa um mês da morte da Fátima, da qual só hoje fui informado.
era uma mulher de rara qualidade e sensibilidade. Teve a gentileza de prefaciar um dos meus livros
https://www.wook.pt/livro/ambiente-inteiro-antonio-eloy/16037311
e com ela estive envolvido em muitas actividades.
Aqui deixo o meu silêncio!

terça-feira, agosto 04, 2020

Um livro muito engraçado mostra-nos como as tecnologias de construção que pensamos que desenvolvemos e inovamos, já estão, já foram todas inventadas ou são usadas por uma enorme variadade de animais, vertebrados ou invertebrados.
com detalhes de grande especificidade e muitos novos conhecimentos em biologia, desenhos de boa qualidade, um texto inteligente. E há muitos animais que sabem, também, usar as neurónias.....

domingo, agosto 02, 2020

Vamos encontrando templos por todo o país. Este já tinha frequentado e redescobrio espectacular.
Este é um dos melhores esparregados que comi na minha vida:
mas na Adega do Cachete, em S. Pedro do Corval deliciei-me com uns torresmos de primeirrissima e uns "avanicos" de porco divinos, além de um excelente vinho da casa e outras delícias.
E de regresso a Lisboa leio um excelente livrinho, onde inclusivé aprendo coisas novas, como isto:
https://www.nuevatribuna.es/articulo/historia/pueblo-maldito-agotes-navarra/20180326123954150180.html
que se liga aos nizoucos ( de Nisa)
 em Portugal, aliás parte da nossa história é comum, as diferenças são poucas, e o autor poderia ter espessado mais o livro.
Nunca esquecerei, e há quem diga que não somos um país racista!, o que é uma enorme mentira, aliás só os racistas dizem isso, que em Barrancos era conhecido como  O amigo do cigano (só havia uma família cigana, do André, em Barrancos, onde hoje os descendentes estão, mais ou menos integrados).
Mas todos os diferentes são mais ou menos vítimas de descriminação.