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sábado, 15 de janeiro de 2011

SENTIR-SE


"Ah, milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se, e preferem a mediocridade!"
                                      Clarice Lispector 
 A descoberta do mundo

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

MUITO PRAZER: ROLAND BARTHES E CLARICE LISPECTOR


           
Um pequeno notável.
            Meu primeiro contato com O prazer do texto de Roland Barthes se deu há muitos anos, quando ainda cursava artes plásticas na Universidade Federal de Uberlândia. Sempre amante das letras e embriagada pelo fascínio da literatura confesso que o título me pegou de sobressalto. Naquele momento, com uma leitura superficial, não me dei conta do quanto aquelas palavras haviam instigado minha alma.
            Treze anos mais tarde, por ocasião de minha preparação para o mestrado em Teoria Literária na Universidade Federal de Uberlândia, lá estava ele entre as indicações para leitura. Agora uma leitura diferente, mais envolvente, mais responsável e muito mais prazer. A leitura do passado voltava à tona, e não de uma maneira tão irresponsável, como havia imaginado, mas como algo marcante, embora não parecesse. Depois foram leituras, estudos e seminários. O desejo e o prazer da leitura cresciam juntos.
            Mas o que me levou realmente a enxergá-lo como  especial foi a cena fantástica que pude assistir em minha casa. Tive o prazer de surpreender, por alguns minutos, a minha caçulinha folheando o livro. Com nove anos apenas, observava-o como que encantada. Seus olhinhos brilhavam, suas mãozinhas deslizavam pelas folhas tocando o papel com prazer. Sim, com muito prazer. Teria ela entrado no jogo de Barthes? Perguntei o que fazia. Respondeu que estava lendo e que gostaria de saber que história de prazer era aquela que havia ali. “Seria como as da Emília mamãe?” “Certamente filha.” Certamente que sim, com encantamentos e feitiçarias. Mais uma vez o título. Um título apenas e o que era prazer tornou-se fruição e devaneio nas mãos de uma criança de nove anos. Quisera que nos tornássemos assim!
            Foi esse Barthes que me encantou e que tem encantado a tantos.Como descrevê-lo então?
            Quem foi, afinal, Roland Barthes? Um teórico da literatura? Um crítico literário, teatral, cultural? Um semiólogo, analista das imagens e da moda? Um teórico da fotografia? Um filósofo? Um conselheiro sentimental? Em que corrente intelectual situá-lo? Foi um marxista? Um estruturalista? Um subjetivista? A que gênero pertencem seus escritos? Jornalístico, ensaístico, romanesco, didático? A que período: clássico, moderno, pós-moderno? De acordo com Leyla Perrone-Moisés, professora e crítica literária, “Barthes foi tudo isso, sucessiva ou concomitantemente, e acima de tudo um notável escritor que, 26 anos após sua morte, continua a fascinar os mais variados leitores, por sua inteligência e seu poder de sedução.”
                         Em O Prazer do Texto, Roland Barthes (1987) se refere ao prazer da leitura. Aparece-me logo uma analogia de natureza sexual, provocada. Provocada por Roland Barthes, que liga a escritura ao erotismo: o texto como objeto de desejo, prazer, fruição, cujo manual de delícias, seu "Kama Sutra", há de ser aprendido. No livro, ele afirma que alguns críticos têm considerado que a melhor tradução de jouissance (prazer/fruição) para o português seria precário, de um modo mais explícito, o sentido de prazer físico contido no termo original. 
                   Quem lê Felicidade Clandestina de Clarice Lispector, percebe claramente esse amor erótico pelo livro, pela leitura e se contagia assim, de fascínio e sedução:

“Não era mais uma menina com seu livro,
 era uma mulher com seu amante.”
                                                                                                    Por Carla Stopa

domingo, 9 de janeiro de 2011

DE VULGARI ELOQUENTIA

  
       Tenho um irmão com alma de poeta, uma presença de espírito invejável, um coração enorme e uma vontade cúmplice de evidenciar,  por meio da sua palavra, a liberdade e a responsabilidade que é VIVER... 
       Ju, maridão da Vanessa(diga-se de passagem também cúmplice dessa arte e se diverte muito com os devaneios dele)   e pai da minha pequena Sophia, ele tem se revelado aqui nesse mundinho onde as palavras alcançam uma dimensão imensurável de poder e magia.
        Outro dia, angustiado com esse poder das palavras, escreveu em seu blog um post interessante com o título "Dúvidas de um blogueiro: POSTAR OU NÃO POSTAR. Vale a pena conferir:(http://www.julianofabricio.com/2011/01/duvidas-de-um-blogueiro-postar-ou-nao.html).
        Eu gostaria de respondê-lo, primeiramente, dizendo que temos além do prazer, a obrigação de fazê-lo: FALAR ou ESCREVER, não importa. Não podemos nos acovardar diante da realidade opressora de uma grande maioria que não tem coragem nem condições para fazê-lo. Sejamos então, os ouvidos dos outros, desmascarando e sendo o estorvo que não se calará JAMAIS...
        E gostaria de responder também com a poesia de Paulo Henriques Britto, um poeta carioca e professor universitário que desenvolve sua arte com autonomia admirável, evidenciando que o território da poesia é de íntima estranheza... Um prosador poético que com sua magia nos torna cúmplices, mesmo que seja pela IRONIA...

De Vulgari eloquentia
                               por Paulo Henriques Britto

A realidade é coisa delicada,
de se pegar com as pontas dos dedos.
Um gesto mais brutal, e pronto: o nada.
A qualquer hora pode advir o fim.
O mais terrível de todos os medos.

Mas, felizmente, não é bem assim.
Há uma saída - falar, falar muito.
São as palavras que suportam o mundo,
não os ombros. Sem o "porquê", o "sim",
todos os ombros afundavam juntos.
Basta uma boca aberta
(ou um rabisco num papel)
para salvar o universo.
Portanto, meus amigos, eu insisto:
falem sem parar.
Mesmo sem assunto.

E para terminar, quero parafrasear Paulo Henriques...

Portanto, meu irmão e amigos, eu insisto:
escrevam sem parar.
Mesmo sem assunto...

 Desabafo da Escrevente...
Carla Stopa


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

VALOR


"Somos tão frívolos que nos tornamos incapazes de amar a vida tal como nos é dada e conquistada em cada estágio. Somos dominados por uma inquietação que não é aquela positiva que nos leva a produzir, a nos abrirmos para novidades, mas agitação infantil de quem nunca se contenta porque não se encontra. Por isso se fragmenta e se perde..." Lya Luft
Pedaços e dores...
"De nenhum fruto queiras só a metade..."

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Quem é muito no começo, chora saudades no fim...

Lei para caminhar em Ouro Preto:

"...apurem os ouvidos ao caminharem por estas ruas, vielas, igrejas, praças, pontes e fontes. Que nossa imaginação seja uma conspiração com o glorioso passado, para que este nos possibilite ouvir os sussurros libertários, as intrigas palacianas, os poemas revoltosos e as liras dos amores impossíveis."


Viagem a um dos lugares mais mágicos do mundo. Não é à toa que foi tombada pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade. Na Praça Tiradentes, hoje, marcada por dois imponentes prédios: o Museu da Inconfidência (antiga Casa da Câmara e Cadeia - 1784) e o Museu de Ciência e Técnica (antigo Palácio dos Governadores).  Olha aí a galera no monumento em homenagem a Tiradentes.

 

Uma pausa nas andanças no Restaurante Bené da Flauta. Alguém aí leu Boca de Chafariz de Rui Mourão? Pois é... A galera do COC leu...
Bené da Flauta foi uma figura popular da cidade de Ouro Preto. Produzia pequenas peças em pedra sabão, geralmente animais. Por declamar frases simples, porém filosóficas, era considerado um poeta visionário. Uma das frases foi:
"Quem é muito no começo, chora saudades no fim."



 Olha aí, meus companheiros de caminhada...   Tathi, Amanda e Gabriel Veloso...                   Aliás, companheiros e amigos de verdade.        Meus alunos de Literatura no COC... INESQUECÍVEIS!

É mágico caminhar nessa cidade, admirar cada ladeira, cada sacada... Imaginar a história: toda vida, morte e sofrimento em nome da LIBERDADE...                            Para completar, a melhor torta de banana acompanhada de sorvete de creme e calda de caramelo... E na companhia da minha amiga e coordenadora Jussara Baesse... Saudade!!!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

EU, PASSARINHO

A TODOS ESTES QUE AÍ ESTÃO
ATRAVANCANDO MEU CAMINHO,
ELES
PASSARÃO...
EU,
PASSARINHO!
                                                             Mário Quintana
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